12 JUL 2011
Avanços significativos para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) foram feitos, ainda que a meta de cumprir todos os Objectivos até 2015 continue sendo um prazo desafiador, porque os países mais pobres do mundo estão sendo deixados para trás, afirma a ONU.
O Relatório dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 2011, lançado nessa quinta-feira (7) pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, diz que há razões para celebrar, já que grandes sucessos foram alcançados desde que líderes mundiais em 2000 estabeleceram os Objectivos para reduzir a pobreza extrema, a fome, o analfabetismo e as doenças.
“Os ODM já ajudaram a retirar milhões de pessoas da pobreza, a salvar as vidas de inúmeras crianças e a assegurar que elas possam ir à escola”, disse Ban. “Eles reduziram a mortalidade materna, expandiram as oportunidades para mulheres, aumentaram o acesso à água potável e libertaram muitas pessoas de doenças mortais e debilitantes. Ao mesmo tempo, o Relatório mostra que ainda temos um longo caminho a percorrer no empoderamento de mulheres e garotas, na promoção do desenvolvimento sustentável e para proteger os mais vulneráveis dos efeitos devastadores das múltiplas crises, sejam elas conflitos, desastres naturais ou a volatilidade nos preços de alimentos e energia.”
“Alcançar os ODMs requer um crescimento econômico equitativo e inclusivo – um crescimento que alcance a todos e que possa permitir que todas as pessoas, especialmente as pobres e marginalizadas, se beneficiem de oportunidades económicas”, disse o Secretário-Geral. “Entre hoje e 2015, precisamos assegurar que as promessas feitas sejam promessas mantidas. Líderes mundiais devem mostrar não apenas que eles se importam, mas que eles têm a coragem e a convicção para agir.
• O mundo como um todo ainda está no caminho para alcançar a meta de redução da pobreza e, até 2015, a taxa de pobreza global deve cair para menos de 15% – bem abaixo dos 23% estimados – apesar dos contratempos das recentes crises econômicas, de alimentos e energética.• Alguns dos países mais pobres fizeram grandes avanços na educação. Por exemplo, Burundi, Madagáscar, Ruanda, Samoa, São Tomé e Príncipe, Togo, Tanzânia alcançaram, ou estão próximos,educação primária universal.
• O número de mortes de crianças com menos de cinco anos diminuiu de 12,4 milhões, em 1990, para 8,1 milhões em 2009, o que implica em quase 12 mil mortes de crianças a menos a cada dia.
• Mais financiamento e esforços intensos diminuíram as mortes por malária em 20% em todo o mundo – de quase 985 mil, em 2000, para 781 mil em 2009.
• Novas infecções de HIV diminuíram constantemente. Em 2009, cerca de 2,6 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV – uma queda de 21% desde 2007, quando houve o pico de novas infecções.
• O número de pessoas recebendo terapia antirretroviral para HIV/AIDS aumentou 13 vezes de 2004 a 2009, graças ao aumento de financiamento e à expansão de programas.
Não alcançando os mais vulneráveis
O progresso, no entanto, tem sido desigual e ainda há muitas pessoas sendo deixadas para trás, observa o Relatório. Apesar dos principais avanços, grandes lacunas permanecem entre e dentro dos países, e os esforços devem ser intensificados.
“O progresso tende a ignorar aqueles que estão nos patamares mais baixos da hierarquia económica ou são desfavorecidos de alguma maneira por causa de seu género, idade, deficiência ou etnia”, disse Ban. “E as disparidades entre as áreas rurais e urbanas permanecem assustadoras.”
Ser pobre, do sexo feminino ou viver em zonas de conflito aumenta a probabilidade de uma criança ficar fora da escola, afirma o Relatório. Em todo o mundo, entre crianças com idade de escola primária que não estão matriculadas nas escolas, 42% – 28 milhões – vivem em países pobres afectados por conflitos.
Enquanto ressalta que as conquistas dos ODMs dependem amplamente da garantia do empoderamento das mulheres e de oportunidades iguais para homens e mulheres, meninas e meninos, o Relatório também mostra que a conquista desse objectivo continua muito distante. O documento avalia que as oportunidades de emprego pleno e produtivo permanecem particularmente pequenas para mulheres. Seguindo perdas significativas de empregos em 2008-2009, o crescimento no emprego que ocorreu durante a recuperação económica em 2010, especialmente nos países em desenvolvimento, foi menor para mulheres do que para homens.
Avanços no saneamento, o Relatório aponta que frequentemente não chegam aos pobres e a aqueles vivendo em áreas rurais. Mais de 2,6 bilhões de pessoas ainda carecem de acesso a banheiros ou outras formas de saneamento. E nos lugares onde houve progresso, ele amplamente ignorou os pobres. No sudeste asiático, por exemplo, serviços de saneamento para 40% das famílias pouco aumentou entre 1995 e 2008.
Agência ODM: notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por participar!