Todos pela Natureza!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dados da situação da Mata Atlântica serão apresentados em evento da Frente Ambientalista




  • Os resultados revelaram a contínua supressão da floresta nativa

Nesta quarta-feira (30) acontecerá o café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, às 8h30, no restaurante do SENAC, 10º andar – Anexo IV, da Câmara dos Deputados. O tema desde encontro será o “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – período 2010-2011” desenvolvido pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.

Os dados serão apresentados por Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica e Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação. Participarão do café da manhã o Deputado Sarney Filho (PV-MA) entre outros parlamentares, representantes de organizações da sociedade civil, pesquisadores e estudiosos.

O Atlas apresenta dados e mapas da situação dos Estados e municípios do Bioma Mata Atlântica no período. O estudo analisa a ação humana sobre os remanescentes florestais e nas vegetações de mangue e de restinga. Atua também como instrumento de monitoramento e controle da realidade de devastação da biodiversidade regional e local, representando um grande avanço na compreensão da situação em que se encontra a Mata Atlântica. A partir desse estudo, cada cidadão pode ter fácil acesso aos mapas e atuar em favor da proteção e conservação deste conjunto de ecossistemas.

Realizado desde 1989, a cada período, os resultados revelaram a contínua supressão da floresta nativa e servem como um alerta para o estabelecimento de políticas públicas que incentivem a conservação e a restauração do Bioma. “Só na Mata Atlântica mais de 112 milhões de habitantes dependem dos recursos naturais desse bioma, que está ainda mais em risco com as propostas de alterações no Código Florestal”, declara Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação.

Serviço:
O que: Apresentação do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – período 2010-2011”
Data: 30/05/2012, quarta-feira
Horário: 8h30
Local: Restaurante do SENAC, 10º andar – Anexo IV, da Câmara dos Deputados

Fonte: Assessoria

Congresso Mundial das Maravilhas da Natureza: representantes firmam acordo de divulgação conjunta dos destinos



  • Representantes das Sete Maravilhas se reuniram no domingo, em Foz.
  • Um site e um filme serão produzidos para mostrar as atrações turísticas.

No encerramento do Congresso Mundial das Maravilhas da Natureza, no fim da tarde de domingo (27), em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, os representantes das sete atrações turísticas divulgaram que vão trabalhar juntos na promoção dos destinos.

baía de Halong, no Vietnã

Além das Cataratas do Iguaçu, divididas entre o Brasil e Argentina, estão a Amazônia, a ilha de Jeju, na Coreia do Sul, o rio subterrâneo de Puerto Princesa, nas Filipinas, a baía de Halong, no Vietnã, o Parque Natural de Komodo, na Indonésia, e a Montanha da Mesa, na África do Sul.


rio subterrâneo de Puerto Princesa, nas Filipinas

Um acordo assinado pela Fundação New Seven Wonders e os representantes das maravilhas inclui o “estabelecimento de metas progressivas e obtenção de resultados através da promoção conjunta do turismo sustentável, de iniciativas de desenvolvimento econômico e social”. Assim como, “aproveitar as oportunidades que resultam de nossa única e variada presença no mundo”.

 Montanha da Mesa, na África do Sul.

De acordo com o presidente Fundo de Promoção e Desenvolvimento do Iguaçu e representante no Brasil do Comitê Local de Apoio às Cataratas, Gilmar Piolla, a intenção é criar um roteiro turístico integrado e que as cidades que abrigam as Sete Maravilhas da Natureza possam ser parceiras, ou “cidades-irmãs’.

Parque Natural de Komodo, na Indonésia

Um site e um filme serão produzidos para mostrar as maravilhas, que também terão divulgação comum em todos os eventos de turismo internacionais, como feiras e festivais. Durante o encontro, Bernard Weber, também apresentou o projeto de criação de um memorial para ser instalado em cada um dos atrativos, com imagens de todos os demais.

Cataratas do Iguaçu 

Cataratas do Iguaçu


Das sete maravilhas, três já receberam o título oficial. A primeira foi a Baía de Halong, no Vietnã, em seguida o rio subterrâneo de Puerto Princesa, nas Filipinas, e a terceira foram as Cataratas do Iguaçu.


Cataratas do Iguaçu recebe título de uma das Sete Maravilhas da Natureza  (Foto: Nilton Rolin)

Com a consagração do destino e a ampla divulgação internacional, a expectativa é de que o número de turistas estrangeiros, que vêm decaindo nos últimos anos, aumente. Segundo Piolla, há cerca de quatro anos o número de estrangeiros representava 60% no público visitante do lado brasileiro das Cataratas. Sendo que a metade destes era do Mercosul. Já em 2011, a proporção foi praticamente inversa. Dos 516.671 visitantes que estiveram no Parque Nacional de janeiro a abril do ano passado, 235.667 eram estrangeiros. No mesmo período deste ano, o número subiu para 545.025 turistas, sendo 258.626 estrangeiros.

"De imediato [o título de uma das Maravilhas da Natureza] levanta a autoestima dos operadores, dos hoteleiros, da população, das autoridades em geral, e isso já tem trazido resultado positivo na área de incremento de investimento em termos de infraestrutura, logística, mão de obra. Então, são inúmeras as vantagens", comentou o secretário de turismo de Foz do Iguaçu, Felipe Gonzáles.

Ariane Ducati/G1 PR

terça-feira, 29 de maio de 2012

Fotossíntese artificial pode ser o futuro das energias renováveis



Equipe está a desenvolvendo dispositivo utilizando nanotecnologia


Pesquisadores do Grupo de Dispositivos Fotovoltaicos e Optoelectrônicos da Universidade Jaume I de Castellón, dirigido por Juan Bisquert, desenvolveu, utilizando nanotecnologia, um dispositivo com materiais semicondutores, que, em meio aquoso, consegue gerar hidrogênio de forma autônoma, utilizando unicamente a luz solar. Esta tecnologia, que recebe o nome de fotossíntese artificial inspira-se na fotossíntese que ocorre na natureza. A produção de hidrogênio de forma eficiente utilizando materiais semicondutores e luz solar é um desafio crucial para tornar realidade uma mudança do modelo energético que se caracterize pela sustentabilidade, baseando-se em recursos inesgotáveis e com respeito pelo meio ambiente.

Photovoltaic and optoelectronic devices groupO rendimento energético do dispositivo não é, por enquanto, suficiente para se pensar na sua comercialização. Os cientistas estão explorando diferentes formas de melhorar a sua eficiência e demonstrar que esta tecnologia constitui uma alternativa real.

O hidrogénio é um elemento muito abundante na superfície da Terra, principalmente na sua forma combinada com oxigênio, ou seja, água (H2O). A molécula de hidrogênio (H2) contém muita energia que pode ser libertada quando se queima, devido à sua reação com o oxigênio atmosférico, sendo o único resíduo do processo de combustão a água.

Para converter a água em combustível (H2) tem de se 'partir' a molécula H2O, separando os seus componentes. Para que o processo se realize de forma renovável (sem se recorrer a reservas fósseis) é necessário utilizar um dispositivo que empregue a energia da radiação solar com autonomia, que produza as reações químicas que consigam quebrar as moléculas de água e formar hidrogénio, tal como acontece às folhas das plantas. Por isso, este dispositivo é chamado de folha artificial.

O dispositivo é submerso numa solução aquosa e quando se ilumina com uma fonte de luz, produz bolhas de hidrogênio. Os investigadores utilizaram uma solução com um agente oxidante e estudaram a evolução do hidrogênio produzido pelos fótons.

O desafio mais importante é compreender os processos físico-químicos que se produzem no material semicondutor e na sua reação com o meio aquoso, isto para racionalizar o processo de otimização do dispositivo.


Photovoltaic and optoelectronic devices group


Mais informações sobre o processo estão disponíveis na página on-line da equipe de pesquisadores: http://www.elp.uji.es/index.php.

ISTest: The new tool for
             analysis of parameters of impedance spectroscopy of dye-sensitized solar cells




O dispositivo é submerso numa solução aquosa e quando se ilumina com uma fonte de luz, produz bolhas de hidrogênio. 




Find and announce research positions in nanotecnologies for energy, sensors and biomaterials

Índia: Matar caçadores furtivos de animais selvagens deixará de ser crime


 


O Governo da Maharashtra, no oeste indiano, deixou de considerar crime a morte de caçadores furtivos de animais selvagens, após a sequência de pelo menos oito mortes de tigres este ano – 14 em toda a Índia.

O estado indiano declarou guerra à morte ilegal de animais e deu ordens para os guardas florestas, literalmente, caçarem os caçadores ilegais que sejam vistos, em flagrante, matando tigres, elefantes e outros animais.

“Os guardas florestas não devem ser multados por violações de direitos humanos quando tomarem ações contra os caçadores furtivos”, explicou o ministro das Florestas de Maharashtra, Patangrao Kadam.

Para acabar com esta destruição da vida animal, o estado irá enviar mais rangers e jeeps para as florestas e pagará a informantes que lhes dêem dicas sobre ladrões de animais e caçadores. O prémio pode ser até de €71 mil (R$ 178 mil).

A Índia tem metade dos 3.200 tigres existentes no mundo. Desde os anos 70, eles vivem em reservas de vida selvagem, mas nem isso tem diminuído o interesse dos caçadores furtivos, uma vez que partes do animal que são utilizadas na a medicina tradicional chinesa e, por isso, tem um grande valor no mercado negro.

Além dos tigres, também os elefantes e rinocerontes são muito apreciados pelos caçadores furtivos. Os leopardos, por outro lado, são envenenados pelos próprios habitantes locais, que têm medo que estes animais destruam as suas culturas e ataquem as casas.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

MP que torna mais rígidas regras do Código Florestal é publicada


 


'Compromisso soberano do Brasil'

O primeiro artigo da MP trata o código como "normas gerais com o fundamento central da proteção e uso sustentável das florestas". A explicação do código foi vetada no texto original e tratava apenas sobre "normas gerais sobre a proteção da vegetação".

O mesmo artigo da MP reconhece as florestas como "bens de interesse comum a todos os habitantes do país" e afirma "compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas".

Descanso do solo

Em relação à interrupção de atividades agrícolas para possibilitar a recuperação do uso do solo, que estava previsto no texto original do Código, o governo estabelece que a paralisação deve ocorrer por no máximo cinco anos em até 25% da área produtiva.

Dessa forma, a terra não será considerada como área abandonada, mas sim como área em pousio. O governo alegou que, ao não definir um período e um percentual de terra, o texto impedia a fiscalização efetiva sobre a prática de descanso do solo.

APPs e pequenos produtores

No artigo que conceitua a Área de Preservação Permanente (APP), que são locais mais frágeis como topos de morros, encostas e margens de rios, o governo vetou o artigo que não considerava apicuns e salgados como APPs e excluía ainda as zonas úmidas.

O governo estabeleceu na MP que as veredas, a partir do espaço do brejo, deve ser considerada APP. Dispensou o estabelecimento de APPs no entorno de acumulações naturais ou artificiais em menos de um hectare, vedando novo desmatamento nessas áreas. Também passa a considerar como APP as "áreas úmidas, especialmente as de importância internacional".

A MP determina ainda que, em áreas urbanas, as faixas de qualquer curso d´água natural terão sua largura delimitada pela lei de uso do solo "sem prejuízo" do que já prevê o Código, considerando o tamanho de cada rio.

O artigo 61, totalmente vetado, foi um dos mais polêmicos durante a discussão no Congresso. O texto final aprovado pela Câmara, em abril, simplificou regras para a recomposição de matas ciliares, com redução das faixas ao longo das margens de rio que deveriam ser reflorestadas pelos produtores rurais. Ficou estabelecida uma faixa mínima de 15 metros e máxima de 100 metros, a depender da largura do rio.

No entanto, o relator do projeto, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), deixou a cargo dos estados fixar o tamanho da recomposição em propriedades maiores. Isso era interpretado como uma possível anistia a desmatadores, porque poderia liberar quem suprimiu vegetação de recuperar as matas.

Pela proposta nova do governo, voltam regras mais específicas para as faixas, variando conforme o tamanho da terra. A intenção é de que todos, pequenos, médios e grandes produtores agrícolas, sejam obrigados a preservar.

Para propriedades de até 1 módulo, serão 5 metros de recomposição a partir da margem desde que não exceda 10% da área do imóvel. Para propriedades de um a dois módulos, a recomposição é de 8 metros, até o limite de 10% do terreno. Os imóveis de dois a quatro módulos terão de recompor 15 metros até 20% da área total. Acima de quatro módulos, a recuperação deve ser entre 20 metros e 100 metros.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, 65% do total de imóveis rurais no Brasil têm até 1 módulo fiscal e ocupam apenas 9% da área agrícola do país. As propriedades com mais de 10 módulos rurais, por sua vez, representam 4% do total de imóveis do país, e ocupam 63% do área produtiva agrícola.

Uso sustentável de terras e manguezais

A medida também cria regras específicas para uso ecologicamente sustentável de terras, como em encostas de 25º e 45º. Estabelece que as culturas de apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de carcinicultura e salinas (planícies salinas encontradas no litoral que são continuidade dos mangues), desde que observados os seguintes requisitos: a área ocupada em cada estado não pode exceder a 10% da Amazônia e 35% no restante do país. Também obriga "salvaguarda da absoluta integridade dos manguezais arbustivos".

Estabelece que devem ser tratados os resíduos e garantida a "manutenção da qualidade da água e do solo" e o "respeito às atividades tradicionais de sobrevivência das comunidades locais".

O empreendedor pode ter licença de cinco anos para explorar essas áreas, renovável se foram cumpridas as exigências ambientais. No caso de empreendimentos superiores a 50 hectares é exigido estudo prévio de impacto ambiental.

A MP assegura a regularização das atividades de carcinicultura e salinas cuja ocupação e implantação tenham ocorrido antes de 22 de julho de 2008, desde que o empreendedor "se obrigue, por termo de compromisso, a proteger a integridade dos manguezais arbustivos".

Segundo explicou o governo, as alterações recuperam a exigência de que os donos de propriedades rurais recuperem mangues e topos de morros que tenham sido desmatados nas últimas décadas. O texto da Câmara havia flexibilizado o reflorestamento nessas áreas de preservação, alegando que, em muitos casos, se tratavam de culturas consolidadas.

Incentivos a produtores

A MP retira o prazo de 180 dias determinado pelo Congresso para o governo federal instituir o programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente. Com isso, não há prazo para criação do programa que possibilita, por exemplo, que proprietários deduzam do Imposto de Renda parte dos gastos com recomposição de APPs e concessão de créditos para recomposição das áreas desmatadas antes de julho de 2008.

A medida estabelece que, após cinco anos da lei, as instituições financeiras "só concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos no Cadastro Ambiental Rural - CAR e que comprovem sua regularidade nos termos desta lei".

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A exportadora de insetos




A Bug Agentes Biológicos, de Piracicaba, SP.,  produz insetos usados para controle de pragas em lavouras. Ela integra ranking das mais inovadoras do mundo e os ovos dos animais são exportados para regiões como Europa.

A empresa  vende fora do País um dos produtos mais inusitados da pauta de exportações brasileira. A companhia, que consta em ranking mundial como a empresa mais inovadora do Brasil e a 33ª do planeta, exporta ovos esterilizados de insetos. Isso mesmo. A Bug exporta ovos cujos insetos ajudam no controle de pragas de lavouras na Europa, Canadá e Israel. No Brasil, ela comercializa diretamente os insetos, mas para o exterior envia os ovos, que viram parasitoides em laboratórios.


Insetos atuam sobre ovos das pragas.

De acordo com o diretor comercial da Bug Agentes Biológicos, Diogo Rodrigues Carvalho, as exportações respondem, atualmente, por 20% da produção da empresa. Esse percentual já foi de 30% e o diretor acredita que voltará a crescer em função da cotação cambial brasileira. A Bug começou a exportar logo no início das suas atividades, procurada por importadores europeus. O continente tem tradição no controle biológico de pragas.

Mas como atuam os bichinhos da Bug? Eles são predadores de pragas como as lagartas. Depois de produzidos em laboratórios, são postos nas lavouras e ali depositam seus ovinhos sobre os ovos da lagarta. Como as larvinhas dos insetos comem o conteúdo do ovo da praga, nascem as vespinhas, em vez das lagartas. A tecnologia serve para qualquer tipo de cultura atacada por lagartas. A Bug também produz parasitoides para controle de outras pragas, como os ácaros e percevejos, afirma o diretor comercial da empresa.


Atualmente a produção da Bug consegue atender três mil hectares ao dia. Isso significa 300 milhões de insetos. Para levar a produção adiante, a empresa conta com quatro laboratórios, nos municípios de Piracicaba, Charqueada, Limeira e Engenheiro Coelho. Na entressafra, trabalham na empresa ao redor de 70 pessoas. Na safra das pragas, que é o período de verão, de novembro a março, o número de contratados vai a 100, de acordo com Carvalho. 

No Brasil, a Bug atende principalmente lavouras de cana de açúcar e as regiões de São Paulo e do Centro-Oeste. Os seus produtos, porém, estão em todo o País e servem para as culturas de grande porte e os hortifrutigranjeiros. Foi nesta última área, aliás, que a Bug encontrou os seus primeiros clientes quando abriu as portas, em 2001. “Havia muitos trabalhos publicados sobre morangos, tomates”, afirma Carvalho, sobre a produção científica de controle biológico voltado para estas culturas. A produção de insetos conseguia atender apenas dez hectares.


A empresa nasceu da ideia de Carvalho, um colega de mestrado e o chefe do Departamento de Criação de Insetos da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP), Heraldo Megri. Hoje apenas Carvalho e Megri seguem no negócio. O diretor comercial, na época, fazia mestrado em Entomologia Agrícola com Controle Biológico. Os três perceberam que, apesar de haver estudos sobre os parasitoides, não havia o produto comercial, a produção dos insetos de controle biológico para comercialização.

A Bug Agentes Biológicos foi incluída no ranking de 2012 da revista norte-americana Fast Company como a 33ª empresa mais inovadora do mundo. Ela também é a primeira do Brasil. Na lista global, as primeiras colocadas são Apple, Facebook, Google, Amazon e Square, por ordem. 



Contato
Bug Agentes Biológicos
Telefone: +55 (19) 3435 7435

Los Angeles proíbe distribuição de sacos de plástico



Los Angeles (LA) votou esta quarta-feira a proibição dos sacos de plástico, com uma vitória de 13 votos contra 1. A decisão segue uma tendência cada vez mais presente nas cidades norte-americanas com o objetivo de reduzir o depósito de plástico nas lixeiras.

De acordo com um comunicado da organização Plastic Bag Laws, a medida prevê que cerca de 7.500 lojas diminuam gradualmente a distribuição de sacos de plástico até que a proibição total entre em vigor já no próximo ano.

LA torna-se, assim, a maior cidade da nação a combater um grave problema ambiental, podendo impedir que mais de 2,7 mil milhões de sacos de plástico sejam abandonados nas ruas e nos cursos de água.

O conselheiro Paul Koretz apelidou a votação como histórica, num “dia que demorou muito tempo a chegar”. Embora já outras cidades da Califórnia tenham proibido os sacos de plástico, a população de 3,8 milhões em Los Angeles faz com que a medida nesta metrópole tenha um impacto maior.

Depois de vários ambientalistas terem lutado por esta decisão durante quatro anos, o “ponto de mudança” foi finalmente alcançado, tal como explicou Koretz.

A lei de LA poderá, agora, encorajar outras grandes cidades a seguirem o mesmo caminho, benéfico não só para o ambiente, mas também para a economia.

Na verdade, Los Angeles é a 48ª cidade da Califórnia a proibir os sacos de plástico. Nos últimos anos, São Francisco, São José e Long Beach, tomaram medidas idênticas.

Fonte: Greensavers

SP terá hospital público para cães e gatos, o 1º no Brasil


  • Instituição ficará no Tatuapé. Projeto deve ser formalizado pela Prefeitura na próxima semana.

A cidade de São Paulo vai ganhar o primeiro hospital público para cães e gatos do Brasil no Tatuapé, na Zona Leste. O projeto faz parte das ações da Coordenadoria Especial de Proteção a Animais Domésticos, criada nesta quarta-feira (23) pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).

O projeto, proposto pelo vereador Roberto Trípoli (PV), será formalizado na próxima semana, quando a Prefeitura assinará contrato com a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo (Anclivepa-SP). A entidade será responsável pela gestão do hospital.

"É uma ação inédita no país. Vamos quebrar paradigmas e espero que isso se estenda a outras cidades", afirmou o conselheiro da Anclivepa Wilson Grassi Júnior. Além de oferecer tratamento a animais de famílias carentes, o hospital servirá como escola para alunos de cursos de especialização veterinária ministrados pela associação. A Prefeitura calcula que a população total de cães e gatos em São Paulo seja de 3 milhões.

As instalações ficarão em um prédio que pertence à Anclivepa, onde a associação já tinha planos de criar um hospital. "A Prefeitura nos procurou para que uníssemos nossos projetos. Assim, poderemos potencializar nossas ações", disse Júnior. Segundo ele, o hospital deve entrar em funcionamento 30 dias depois de assinado o contrato.

Com a criação da Coordenadoria, o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ) não será mais o único local de atendimento, proteção e encaminhamento de animais na capital paulista.

Da Agência Estado

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Carta do povo Paiter Suruí às autoridades públicas e à sociedade brasileira


Carta solicita providências para conflitos causados por ação de madeireiros. Indígenas estão sendo aliciados e ameaçados, obrigados a se esconder em seu próprio território

"Carta do povo Paiter Suruí às autoridades públicas e à sociedade brasileira"

A Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí, em conjunto com organizações parceiras (listadas abaixo), vem por meio desta carta solicitar providências urgentes das autoridades estaduais, nacionais e internacionais para nos ajudar a resolver o problema da ação de madeireiros na Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia, Brasil.

Nos últimos meses, os indígenas têm passado por momentos de muita tensão e pressões de madeireiros e fazendeiros sobre seu território, ocasionando conflitos internos e externos, como o aliciamento de alguns Paiter Suruí, que inclusive têm sido presenteados com armas de fogo. Alguns líderes Paiter Suruí, entre eles um vereador, têm sido ameaçados por outros indígenas e não indígenas, os obrigando a se esconder dentro de seu próprio território.


A situação acontece justamente no momento em que a etnia tem conquistado reconhecimento internacional por desenvolver trabalhos e parcerias inovadoras, além de possuir o primeiro projeto de REDD+ em terras indígenas validado no Brasil. Os Paiter Suruí também têm sido exemplo de gestão e proteção de sua terra e têm trazido inúmeros benefícios a seu povo e ao estado de Rondônia e ao Brasil.

É importante ressaltar que durante essa situação crítica, a comunidade, e suas lideranças, entre os quais se encontra o cacique Almir Suruí, tem trabalhado em conjunto com a Fundação Nacional do Índio – FUNAI, a partir da coordenação regional de Cacoal, de forma a encontrar maneiras de enfrentar às pressões. Apesar disso, é necessária uma ação maior do Estado como um todo para aplicar a lei para que possamos garantir soluções definitivas no território.

  • Organizações e empresas que assinam esta carta, além da Metareilá
  • Akashari
  • Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé
  • Bianca Jagger: Founder and Chair, Bianca Jagger Human Rights Foundation/ Council of Europe Goodwill Ambassador/ Member of the Executive Director's Leadership Council, Amnesty International, USA/ Trustee, Amazon Charitable Trust
  • Conservação Estratégica (CSF)
  • CoolHow Creative Lab
  • Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB
  • Editora NewBook
  • Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam)
  • Forest Trends
  • Fundo Amazonas Sustentável (FAS)
  • Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio)
  • Grupo de Trabalho Amazônico (GTA)
  • Instituto Artivisão
  • Instituto Centro de Vida (ICV)
  • Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam)
  • Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
  • Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)
  • Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora)
  • Instituto Internacional de Educação no Brasil (IEB)
  • Instituto Socioambiental (ISA)
  • Instituto do Trópico Subúmido (ITS) da PUC Goiás
  • Movimento Gota D'Água
  • Positive Change Institute Brasil 
  • WWF Brasil
  • The Inner Game School of Coaching


Fonte: IPAM

No Dia da Biodiversidade, Unidades de Conservação ganham presentes



No Dia Mundial da Biodiversidade, celebrado nesta terça, 22 de maio, as unidades de conservação (UCs) ganharam um presente. Em solenidade na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou o Fundo de Áreas Protegidas (FAP), que vai reforçar o financiamento das UCs.

Constituído pelo programa Arpa (Áreas Protegidas da Amazônia) e com recursos de R$ 115 milhões, o fundo, na sua primeira transferência, assinada na solenidade, beneficiará duas UCs, a Reserva Biológica (Rebio) do Jaru, em Rondônia, administrada pelo ICMBio, e o Parque Estadual (PE) do Cantão, em Tocantins.

Cada uma dessas unidades receberá R$ 250 mil anuais. O dinheiro deverá ser empregado em obras de estruturação. De 2003 a março deste ano, o Arpa, que é gerido pelo MMA e tem contribuições de governos e instituições privadas, já investiu, especificamente, R$ 3,2 milhões na consolidação da Rebio do Jaru e R$ 1,6 milhão no Parque Estadual do Cantão.

Ainda durante a solenidade, o presidente do ICMBio, Roberto Ricardo Vizentin, assinou acordo de cooperação com o Governo do Pará e o Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) que estabelece responsabilidades para a implementação do Projeto Terra do Meio (PA), uma iniciativa que vai consolidar 11 UCs na região, com a aplicação de 6,98 milhões de euros doados pela Comunidade Europeia.

Também foi anunciado que o Arpa vai disponibilizar aos órgãos gestores de unidades de conservação na Amazônia R$ 1,5 milhão para apoiar a criação de UCs. O dinheiro será usado para financiar ações como diagnóstico socioambiental e levantamento fundiário, condições necessárias para o processo de criação.

Avanço na gestão das UCs

“Isso é um avanço para a consolidação das unidades de conservação no país”, comemorou o presidente do ICMBio. Para Vizentin, as UCs são como “nossa casa”. Precisam ser bem cuidadas. “E, no caso das UCs, nossa responsabilidade é ainda maior pois compartilhamos a casa com outras espécies da natureza”, ilustrou ele.

Depois de afirmar que essa é uma “tarefa difícil”, o presidente destacou que o trabalho fica menos pesado quando se tem o apoio de programas como o Arpa. “Esse fundo é concreto, responde de forma imediata, facilita a vida de todos as pessoas empenhadas na consolidação das UCs”, destacou.

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, que representou a ministra Izabella Teixeira no evento, também fez questão de ressaltar a importância do Arpa. “Foi a melhor inovação sustentável que vi desde que cheguei ao ministério. É um exemplo de experimentação que deve ser seguido por todos os gestores, ao invés de se temer os riscos”.

Ele ressaltou ainda o papel desempenhado pelos parceiros da iniciativa privada e sociedade civil, como Boticário, Natura e WWF, que colaboraram para a constituição do FAP, e governos e instituições estrangeiras, como o Banco Mundial e a Comunidade Europeia, em especial a Alemanha, que vêm contribuindo há mais de dez anos para o Arpa.

Arpa motiva prêmio para o Brasil

Além de Gaetani e Vizentin, participaram da solenidade que marcou o Dia Mundial da Biodiversidade e o lançamento do FAP, representantes da Delegação Europeia no Brasil, da Embaixada da Alemanha, do Banco Mundial, do WWF-Brasil, da Fundação O Boticário, do Naturantins (Instituto de Meio Ambiente de Tocantins), da Secretaria de Meio Ambiente do Pará e parlamentares federais.

Logo na abertura, a vice-presidente da Rede de Desenvolvimento do Banco Mundial, Rachel Kyte, deu uma boa notícia. Disse que o Brasil receberá, no dia 7 de junho, em Washington, do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, o prêmio de Projeto de Maior Impacto de Desenvolvimento na Área de Meio Ambiente. A premiação é um reconhecimento ao êxito do programa Arpa.

Saiba mais sobre o Fundo de Áreas Protegidas (FAP) clicando aqui. E sobre o Arpa aqui.

Autor: Elmano Augusto - Fonte: ICMBio

Viva a Mata discute expectativas para a Rio+20





Evento em São Paulo reuniu especialistas que acreditam que questões como mobilização social, melhoria na governança e maior destaque para a sustentabilidade nas cidades são elementares para o sucesso da Rio+20

Em meio à onda de pessimismo em torno da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), pesquisadores, sociedade civil e empresários debateram em São Paulo, durante o Viva a Mata, que aconteceu entre 18 e 20 de maio, as suas expectativas e sugestões para que o encontro tenha um resultado robusto.

Ricardo Abramovay, Professor do Instituto de Relações Internacionais da USP e pesquisador da FAPESP, acredita que duas coisas podem ser alcançadas na conferência, se contarem com a devida pressão social:

- A superação do PIB como medida de riqueza;

- A criação de objetivos de sustentabilidade.

Abramovay explica que a sociedade produz riquezas que não correspondem à realidade e dá o exemplo do automóvel que está parado no trânsito. Neste cenário, o consumo de combustível é contabilizado no aumento no PIB, mas nem por isso significa um aumento de bem-estar para a sociedade. Além disso, é preciso mostrar para a sociedade o que realmente é fundamental.

Para o sociólogo Pedro Jacobi, professor da Faculdade de Educação e presidente do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP, é preciso ser otimista em relação à Rio+20, mas com responsabilidade.

“É fundamental a pressão social e o grande desafio é trazer a decodificação para a sociedade”, comentou Jacobi, se referindo à forma geralmente catastrófica como os dados ambientais são apresentados em nosso cotidiano.

“Temos que fortalecer a aprendizagem social”, ponderou.

A mudança da lógica do sistema capitalista é citada cada vez mais frequentemente quando se considera a crise ambiental e social que passamos e neste debate não poderia ser diferente.

Tanto Abramovay como Jacobi e também Ricardo Young, empresário e um dos fundadores do Instituto Ethos, citaram a adoção de uma nova base para o desenvolvimento da sociedade.

Young critica a ética antropocêntrica em que o sistema atual é ancorado, na qual toda a vida na terra é considerada como servente ao ser humano, em contrapartida a uma nova ética biocêntrica ou geocêntrica em que deveríamos crescer, como posto pela ‘Carta da Terra’.

Ele também enfatiza que uma das soluções para a ausência de governança no processo multilateral internacional é a maior independência do PNUMA, para que se possa atuar de forma mais efetiva, assim como da Organização Internacional do Comércio.

Urbanidades

Outra questão chave para discussão na Rio +20 é a sustentabilidade das cidades, ‘buracos negros’ que não produzem Serviços Ecossistêmicos, critica Young.

As cidades podem vir a ser também fonte de recursos naturais, se regras básicas como a legislação ambiental e os planos diretores forem respeitados e se novas ferramentas forem utilizadas para conter a ocupação desenfreada e sem infraestrutura.

Nabil Bonduki, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, denuncia que o Rascunho 1 do documento da Rio +20 inclui apenas um parágrafo sobre a problemática urbana. Porém, que as sugestões brasileiras incluem itens como Áreas de Preservação Permanente urbanas, mobilidade sustentável, entre outros.

“Na cidade não apenas vive a maior parte da população, como é onde se reproduz o modo de vida insustentável. Sem repensar o modo de consumo e produção não vemos avanços”, comentou Bonduki.


Autor: Fernanda B. Müller - Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Docentes apontam dificuldade em ensinar conceitos ambientais


Em uma avaliação do ensino de práticas ambientais em escolas públicas, a bióloga Claudia Ferreira constatou que a aplicação desses conceitos em sala de aula está aquém do orientado por políticas públicas de educação ambiental e materiais específicos emitidos pelo Ministério da Educação (MEC). O trabalho foi desenvolvido entre 2009 e 2011 na Faculdade de Educação (FE) da USP, sob orientação da professora Myriam Krasilchik e defendido em fevereiro de 2012.

Criações em material reciclável feitas
por crianças de uma das escolas da pesquisa

Por seis meses, Claudia assistiu às aulas de várias disciplinas, principalmente Ciências e Geografia, em todas as séries do Ensino Fundamental II de três escolas públicas da região da zona sul de São Paulo. Além disso, entrevistou professores e procurou observar a integração entre eles e o material complementar de ensino produzido pelo MEC.

Houve, também, um levantamento das opiniões e reflexões sobre meio ambiente de dois docentes e da coordenadora de uma das escolas estudadas. Essa metodologia pretendia identificar a concepção desses profissionais sobre causas ambientais e verificar se os professores introduziam as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em suas aulas.

A pesquisadora também acompanhou, na Secretaria de Educação de São Paulo, a elaboração de materiais didáticos, que abrangem tanto assuntos presentes no currículo escolar tradicional quanto temáticas atuais. Este material demonstra a tentativa de o governo de incrementar a educação nacional com temas transversais como ética, trabalho e meio ambiente. A bióloga também esteve nas Diretorias de Ensino encarregadas de encaminhar esse material para escolas da zona norte e zona sul de São Paulo, a fim de observar o fluxo de distribuição.


Impacto social

Claudia detectou dificuldades dos professores em abordar o tema ambiental e lidar com o material fornecido pelo governo. Segundo a bióloga, “Os professores sentem-se despreparados”. A maioria não aplicava totalmente o conteúdo das apostilas, pois não havia recebido orientações de como utilizar esses materiais, além de alegar falta de tempo para cumprir os programas. Algumas unidades do material ficavam intocadas devido ao atraso no recebimento e na quantidade insuficiente enviada. Ainda, os problemas de infraestrutura das escolas estudadas dificultavam o trabalho deles no enriquecimento de suas aulas.

Mesmo assim, em uma das escolas, a pesquisadora acompanhou uma exposição sobre o meio ambiente. Esta escola foi a que apresentou mais projetos e suscitou mais debates ambientais. Claudia observou que os respectivos alunos passavam os pontos destes debates a seus pais e que os novos conceitos introjetados ajudaram os moradores de uma comunidade próxima, socioeconomicamente desfavorecida, a reconhecerem problemáticas envolvendo meio ambiente e condições sanitárias.

Este esclarecimento os levou a buscar melhorias no seu bairro, o que mostra o alcance do ensino de temas transversais. Claudia acredita que o investimento em tal assunto no ambiente escolar pode beneficiar imediatamente a sociedade, e também influenciar políticas públicas, pois os questionamentos da população aumentam as cobranças sobre secretarias governamentais. “A educação ambiental demonstra a complexidade do homem com a natureza e impele a sociedade civil a mobilizar-se na defesa do ambiente”, finaliza.



Por Mariana Melo - mariana.melo@usp.br
Mais informações: email claudiaeferreira@bol.com.br, com Claudia Ferreira

"Fernão Capelo B95" faz percurso maior que distância entre a Terra e a Lua


Um pássaro que já viveu o equivalente a cem anos humanos e voou uma distância superior àquela entre a Terra e a Lua vem fascinando cientistas em várias partes do mundo e já inspirou uma peça de teatro, um conto literário e tem até sua própria biografia.

O B95, um maçarico-do-papo-vermelho (Calidris canutos), viaja a cada ano entre o Ártico canadense e a Terra do Fogo, na Argentina, e superou de forma significativa a expectativa de vida para a espécie, que vem sofrendo um declínio devido ao excesso de pesca nos ecossistemas do qual depende.

"Não conseguimos acreditar que ele ainda está vivo, porque é uma ave em liberdade que já enfrentou muitas situações terríveis e drásticas. Por isso, também, ele é especial e todos querem ver o B95", disse à BBC Mundo a bióloga Patricia González, que integrou a equipe que fez o anilhamento da ave em 1995, na Argentina, procedimento que permite sua identificação.

"A população de maçaricos-do-papo-vermelho (também conhecidos como seixoeiras) tem sofrido um declínio tão grande, que acreditamos ser difícil que vivam mais de sete anos", disse ela, lembrando que o B95 já tem ao menos 18 anos, o equivalente a cem anos de idade em um ser humano.

A ave acabou se transformando em um símbolo das ameaças crescentes enfrentadas pelas aves migratórias.



"Fernão Capelo B95"


O pássaro maçarico-do-papo-vermelho estudado pelos cientistas superou a expectativa da espécie


Um sistema internacional acordado entre todos os países das Américas permite que cientistas monitorem as aves anilhadas por meio do uso de telescópios nas praias ou do registro de imagens com câmeras digitais.


ROTA MIGRATÓRIA


A presença do B95 foi notada muitas vezes nos últimos anos ao longo da rota migratória. Os cientistas calculam que ele percorra 30 mil quilômetros por ano, o que multiplicado por 18 anos chegaria a 540 mil quilômetros, distância superior a que separa a Terra da Lua (cerca de 384 mil km).

"A última vez que o vimos foi em dezembro passado, na Terra do Fogo", disse González.

Os maçaricos-do-papo-vermelho chegam ao Ártico em junho para a reprodução. Adultos e jovens partem novamente por volta de 15 de julho.

Nem todas as aves seguem a mesma rota, mas elas costumam chegar à Terra do Fogo no fim de outubro ou início de novembro, onde permanecem, em geral, até meados de fevereiro.

Algumas delas fazem paradas no Uruguai e no Norte e Sul do Brasil, quase sempre em áreas protegidas que foram reconhecidas internacionalmente pela Rede Hemisférica de Reserva para Aves Limícolas (que habitam praias e manguezais).

"Algo muito importante que ocorre quando chegam à Terra do Fogo é a troca das penas de voo, o que requer muita energia e lhes deixa muito vulneráveis em relação a aves de rapina, como o falcão-peregrino", explicou a bióloga.


SEM PARADAS

Na volta ao Ártico, a última parada é nos Estados Unidos. Graças a novos sistemas de monitoramento, como geolocalizadores que conseguem medir a latidude e longitude da localização das aves, os cientistas recentemente descobriram que algumas aves conseguem voar da Patagônia aos Estados Unidos, ao longo de 8.000 quilômetros ou mais, sem paradas.

Em Delaware, Nova Jersey, as aves enfrentam uma de suas grandes ameaças.

"No ano 2000, a população de maçaricos-do-papo-vermelho sofreu um declínio de muito grande, de 40%", explica González.

A queda aconteceu porque, nessa região, as aves se alimentam de ovos de caranguejos-ferradura.

"Devido ao excesso de pesca, começaram a sofrer com a escassez do alimento. Esta parada é muito importante, por ser a última antes do Ártico."

"Elas (as aves) precisam ganhar massa corporal e nutrientes, não só para viajar até o Ártico, mas para sobreviver uma vez que chegam lá, quando a neve ainda não derreteu e enfrentam tempestades", diz a bióloga.


INSPIRAÇÃO

O B95 já inspirou um conto que virou peça de teatro na Argentina e o escritor americano Phillip Hoose acaba de lançar um livro sobre esta extraordinária ave intitulado "Um Ano ao Vento com o Grande Sobrevivente B95".

Patricia González diz sobre os maçaricos-do-papo-vermelho: "Eles nos mostram o que acontece com os ambientes onde param e, no dia em que estas aves desaparecerem, é porque nós também desaparecemos".

Para a bióloga argentina, aves como o B95 "não têm fronteiras e mostram que nós também não deveríamos ter fronteiras e que dependemos não somente do lugar onde vivemos, mas do resto do planeta".







Redação: Folha/BBC

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