Todos pela Natureza!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Conheça o Jardim das Florestas







Jardim das Florestas é o nome do viveiro de mudas de árvores nativas da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi). Iniciado com 18 mudinhas no fundo do quintal, na cidade de Ibirama (SC), em 1987, mesmo ano da fundação da associação, hoje ele tem capacidade instalada para a produção de cerca de 1 milhão de mudas por ano. Completando 25 anos de existência em 2012, o viveiro já chegou a abrigar, de uma só vez, mais de 120 espécies diferentes de mudas da Mata Atlântica, já que a diversidade também é um dos objetivos do trabalho. 

Situado na comunidade de Alto Dona Luiza, no município de Atalanta (SC), o Jardim das Florestas é um dos pilares dos projetos da Apremavi. As mudas produzidas são, em sua maioria, utilizadas nas atividades de restauração florestal, dentro dos Programas Clima Legal e Matas Legais.


                Miriam Prochnow e uma araucária em crescimento



Desde o início, uma das cachoeiras do rio Dona Luiza assistiu ao namoro de dois catarinenses, descendentes de alemães: Wigold Schäffer e Miriam Prochnow. Cercada por um pedacinho precioso de floresta nativa, a cachoeira atualmente é o coração da Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra do Pitoco, de propriedade do casal. Está protegida e é parte do jardim de florestas do município de Atalanta, no Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina.

Outra cachoeira do mesmo rio – chamada Perau do Gropp – agora fica dentro do Parque Natural Municipal Mata Atlântica, de 54 hectares, cujos limites também foram estabelecidos pelos dois ambientalistas. Eles ainda se encarregaram do plano de manejo do parque e estão sempre por perto para cuidar de sua preservação.


A mata do parque pertencia a uma serraria e uma fecularia (indústria de farinha de amido), cujas instalações foram reformadas, dando origem a um museu, um auditório e uma estrutura para eventos, na entrada da unidade de conservação. Aos poucos, o parque se transforma num centro de referência em educação ambiental, recuperação de áreas degradadas e enriquecimento de florestas secundárias. Durante a semana, as trilhas em meio à mata servem para estudos do meio e, nos finais de semana, são opções de lazer e turismo.

Além disso, as laterais das cachoeiras abrigam plantas naturalmente raras, como a efêmera rainha-do-abismo, cientificamente conhecida como Sinningia tomentosa. As plantas desse gênero se fixam em paredões rochosos verticais, permanecendo dormentes por meses, só com as raízes e uma “batatinha”. Quando chega a primavera, elas emitem folhas e flores, transformando as rochas em vertiginosos canteiros.


As intervenções de Wigold e Miriam na paisagem de Santa Catarina começaram quando ambos eram crianças, ele em Atalanta, ela em Agrolândia. E tomaram a forma de uma organização não governamental há 25 anos, em conseqüência da dificuldade em convencer os pequenos produtores rurais a reflorestar com árvores nativas. “Começamos pesquisando porque eles desmatavam tanto e não replantavam. As desculpas eram as mais esfarrapadas. Mas, de fato, não havia viveiros com mudas de nativas, só de exóticas como pinus e eucalipto”, conta Miriam. “Então começamos o Jardim das Florestas, com 18 mudinhas no fundo do nosso quintal. E essa iniciativa deu origem à Apremavi (Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida)”.

Fundada em 1987, a Apremavi teve Miriam como presidente e coordenadora de projetos por várias gestões. Ela passou ao Conselho Consultivo em 2003, quando assumiu uma série de compromissos em Brasília, incluindo a coordenação geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), por 4 anos. Mesmo com menos tempo em campo, a atenção ao reflorestamento no interior catarinense nunca foi para segundo plano. O viveiro não parou de crescer e, hoje, o Jardim das Florestas tem capacidade para produzir 1 milhão de mudas por ano, destinando entre 700 a 800 mil mudas anuais a projetos de reflorestamento de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em terras privadas ou públicas; ao plantio de florestas para sequestro de carbono (programa Clima Legal) e à conciliação da recuperação de florestas com alternativas sustentáveis de renda rural (projeto Matas Legais e programa Planejando Propriedades e Paisagens), entre outros.


Numa ampla estufa, voluntários e técnicos da ONG semeiam árvores de pelo menos 120 espécies, todas originárias do Planalto Catarinense ou do Paraná. Quando acontece de sobrarem mudas, elas são vendidas a prefeituras e empresas, para plantio em eventos comemorativos, como o Dia da Árvore.

O atual presidente da Apremavi é Edegolg Schäffer, irmão de Wigold. Segundo ele, o grande diferencial da Apremavi é o trabalho com mudas aclimatadas, de sementes coletadas localmente, complementado com assistência técnica e capacitação dos produtores rurais. Todos os projetos têm uma etapa de sensibilização e orientação técnica para o sitiante aprender a lidar com as nativas desde o plantio até a efetiva formação das árvores. Um dos resultados mais visíveis é a alta taxa de sobrevivência das matas plantadas e o vigor das árvores em formação.


“A Mata Atlântica é biodiversa, tem muita coisa para fazer e para descobrir. Você entra na mata e descobre frutas como o baguaçu, essa é a nossa verdadeira riqueza”, prossegue Miriam. “Eu tenho uma pequena teoria: plantar árvores é um vício. Eu consigo ver este mesmo sentimento nas pessoas que já plantaram árvores conosco e sei que elas vão continuar plantando. É um fascínio, é muito bonito plantar e ver crescer. Você quer, inclusive, visitar periodicamente e ver como sua árvore está. É uma atividade que cativa quem já fez”.

Completamente “viciada” em plantar florestas, Miriam gosta de estender a atividade ambientalista às datas familiares, nos chamados “bosques comemorativos”. “Plantamos um bosque quando nasceu nossa primeira filha, Carolina, e outro quando Gabriela, nossa segunda filha, fez um ano”, revela. Carolina agora tem 21 anos e Gabriela, 19, mas ambas parecem pequenas diante das árvores plantadas em sua homenagem.


Outro bosque comemorativo ainda cresce ali por perto, esse bem mais jovem. Foi um presente dos amigos e parentes convidados para as bodas de prata do casal. Em lugar dos tradicionais excessos de comes e bebes, a opção foi festejar de enxada na mão, num claro sinal de que ali estavam reunidas pessoas dedicadas a investir num futuro mais verde.

Um pouco mais adiante, no mesmo morro, encontramos uma área com árvores maiores e uma placa escrita em português e alemão, identificando um dos vários Bosques Heidelberg em Atalanta. Conforme explica a ambientalista, em 1999 ela viajou para a Alemanha a convite da ONG Bund – Freunde der Erde(Amigos da Terra) da cidade de Heidelberg. Lá, fez palestras em escolas municipais sobre o trabalho da Apremavi. As crianças e os adolescentes quiseram colaborar com dinheiro do próprio bolso e assim surgiu um novo canal de financiamento ao plantio de florestas, num pedacinho de Brasil onde ainda predominam os cabelos loiros e os olhos claros dos descendentes de imigrantes alemães.

O dinheiro dos estudantes não é nenhuma fortuna e por isso mesmo prova que recompor matas nativas não é tão caro assim. Quando se une trabalho sério e gente dedicada, os recursos funcionam como sementes e as ações se multiplicam.


Além das doações da garotada de Heidelberg, a ONG de Miriam conta com recursos de um proprietário de terras – Ângelo Sarda – que também mora na Alemanha, em Darmstaed. Ele foi para lá há uns 16 anos para estudar Engenharia Mecânica e acabou ficando. Casou-se com uma alemã e não pretende voltar tão cedo. Mas quer contribuir para recompor as paisagens de infância: já comprou vários pedaços de terra ali na região e cuida de reflorestar com nativas, em parceria com a Apremavi e sob a supervisão de sua mãe, Marily Hoffmann Sarda, que vive no Rio Grande do Sul.

Miriam também esteve na linha de frente de algumas batalhas para salvar espécies de plantas criticamente ameaçadas, algo raro mesmo entre ambientalistas, cujas bandeiras de luta costumam ser escolhidas entre os animais em risco. Graças a ela e seus companheiros, ainda existe uma bromélia chamadaDyckia distachya. As últimas áreas naturais de distribuição dessa planta ficaram sob as águas da usina hidrelétrica de Barra Grande, no rio Pelotas, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mas a bromélia ainda é cultivada na Apremavi. Na sede da ONG, inclusive, existe um canteiro com algumas Dyckia desta espécie. Quem passa por ali distraído nem percebe, mas aquelas são plantas sobreviventes, com uma valiosa história de resgate e uma chance de fazer frente à extinção por meio da reintrodução na natureza.


Pedagoga de formação, Miriam ainda produziu uma série de livros e cartilhas, através dos quais leva informações importantes, tanto para os agricultores interessados em tornar suas propriedades sustentáveis como para autoridades do primeiro escalão de governo. Em todos os textos é possível identificar os efeitos do tal “vício” em plantar florestas e promover a restauração dos ecossistemas e biomas brasileiros. Em especial quando o foco é a Mata Atlântica ou a Mata Mista de Araucária, as duas fisionomias vegetais do coração.

Em Brasília, essa ambientalista de 47 anos atualmente participa da coordenação dos Diálogos Florestais, uma iniciativa inédita e independente de interação entre representantes de empresas florestais, organizações ambientalistas e movimentos sociais, com o objetivo de promover ações associadas à produção florestal e ampliar os esforços de conservação e restauração ambiental.


A julgar pela trajetória de Miriam Prochnow como plantadora, os tais Diálogos correm o risco de ampliar os jardins florestais do Planalto Catarinense pelo Brasil afora! Com direito a cercar e proteger muitas cachoeiras como aquelas duas do rio Dona Luiza.

Uma equipe de oito pessoas, coordenada pelo Presidente da Apremavi e por um técnico da instituição, trabalha diretamente na produção das mudas que compreende várias etapas, cada qual com sua particularidade e cuidados necessários: coleta de sementes, extração e tratamento das sementes, semeadura, preparação do substrato, preenchimento das embalagens (função popularmente conhecida como “encher saquinho”), repicagem e armazenamento das mudas nos canteiros e estufas. O trabalho desta equipe já mostra resultados em 2012. Só no mês de janeiro foram produzidas 63.400 mudas de árvores nativas.


Desde o início do ano foram coletadas inúmeras sementes dentre as quais podemos destacar o camboatá vermelho, a canjerana e o chal-chal. Também já foram semeadas espécies como baguaçu, ipê amarelo, timbauva e baga de macaco, que dentro de algumas semanas já serão plântulas prontas para repicagem. Importante ressaltar que todas as mudas produzidas são direcionadas para recuperação de áreas degradadas principalmente matas ciliares e nascentes. 

A Apremavi espera poder inspirar mais pessoas e instituições a pensarem no valor e na importância da preservação dos mais diversos ecossistemas, mesmo que seja plantando uma ou duas árvores no jardim de sua casa ou na sua rua. Por menores que os números possam ser, o efeito multiplicador e coletivo terá se ampliado para muito além dos limites e contribuirá para a valorização e incentivo às práticas de conservação. 

Seja e faça a diferença, contribua com a conservação da natureza plantando árvores, porque nada mais atual do que um antigo provérbio de autoria desconhecida: a melhor época para se plantar árvores foi há vinte anos atrás, a segunda melhor época é hoje!.

 Foto: Wigold B. Schaffer


Viveiro Jardim das Florestas. Canteiros e estufa com a Serra do Pitoco ao fundo.





Inspirando as pessoas a cuidar do planeta desde 1988

Maiores informações:
Fone: (47) 35350119
Email: viveiro@apremavi.org.br
Apremavi
Autor: Daiana Tânia Barth. Colaboração: Miriam Prochnow
Fotos: Daiana Tânia Barth, Stph

Milhares de brasileiros apoiam a inclusão da WSPA (bem-estar animal), no Rio+20




  • Campanha para discutir o bem-estar animal na Rio+20 - A ação pretende conscientizar as pessoas sobre a relação entre o bem-estar dos animais e o desenvolvimento sustentável.

Quinze mil brasileiros aderiram à campanha de mobilização global da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, sigla em inglês) que irá pedir à Organização das Nações Unidas (ONU) a inclusão do tema bem-estar animal na agenda da Rio+20. O encontro – promovido pela ONU – ocorrerá em junho de 2012 no Rio de Janeiro e discutirá os avanços e retrocessos registrados desde a Conferência Mundial do Clima, conhecida como Rio 92, ocorrida há 20 anos.

O abaixo-assinado foi lançado em todo o mundo pela WSPA, em dezembro, na internet. A ação pretende conscientizar as pessoas sobre a relação entre o bem-estar dos animais, especialmente os usados em processos produtivos, e o desenvolvimento sustentável.

A mobilização faz parte da campanha internacional Pegada Animal, que a WSPA lançará no Brasil em março. A campanha se inspira no conceito da Pegada Ecológica, informou à Agência Brasil a gerente de Comunicação da WSPA Brasil, Flavia Ribeiro. “Ela visa a informar e conscientizar as pessoas sobre como os hábitos alimentares da população influenciam a questão do desenvolvimento sustentável, da agropecuária sustentável.”

A campanha pretende esclarecer o consumidor final da origem do produto que ele consome. Por exemplo, se eles são oriundos de uma criação intensiva ou extensiva, se a carne, os ovos, o leite vêm de uma indústria que tem preocupação com o bem-estar animal e se são produtos orgânicos. “A intenção da campanha no mundo todo é o consumo consciente, para que o consumidor entenda qual é a origem e o que, de fato, ele está adquirindo e o que pode ser feito para promover o bem-estar animal, focado nos animais de produção”, disse Flavia.

A ação online ainda continua e é a primeira iniciativa da campanha Pegada Animal. A carta com as assinaturas será encaminhada aos governantes e representantes da ONU em todos os países. “Não existe uma meta. Mas, a gente precisa de muito mais [assinaturas] para poder encaminhá-las à ONU.”

Segundo informação do Departamento de Ciência e Agropecuária Humanitária da organização, existem atualmente mais de 63 bilhões de animais que fazem parte da cadeia de produção em todo o mundo. Daí a importância de serem adotadas boas práticas na sua criação, transporte e abate. “O universo que a gente está falando impacta na vida de bilhões de animais.”

Flavia Ribeiro salientou que não só a indústria brasileira, mas também a adoção desses procedimentos, tem comprovado melhorias no processo de produção, com ganho econômico. “A indústria está percebendo que é vantagem econômica para ela inserir [a preocupação com o bem-estar animal no processo produtivo]. O meio ambiente como um todo também é beneficiado, porque você está protegendo não só a natureza, mas também os animais que fazem parte do meio ambiente. E o ser humano também sai ganhando porque ele está consciente de que está consumindo um produto de origem animal de uma empresa que tem um cuidado com o animal desde a criação até o abate.”

WSPA

Rio+20 terá aldeia para discutir questões indígenas



  • O espaço se chamará Kari-oca 2, nome que remete aos moradores da cidade do Rio de Janeiro
Uma aldeia com pelo menos quatro ocas será montada no Rio de Janeiro para discutir questões ligadas aos indígenas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), marcada na cidade para o final de junho. Segundo o articulador indígena para a conferência, Marcos Terena, o espaço deverá se chamar Kari-oca 2, nome que remete aos moradores da cidade do Rio de Janeiro, os cariocas, e cujo significado original, na língua indígena tupi, é “casa do homem branco”.

Na aldeia haverá duas ocas com redes para abrigar 80 pessoas, uma “oca eletrônica” e uma grande oca com capacidade para 500 pessoas, onde serão feitas as discussões. Terena e um grupo de indígenas estiveram no Rio de Janeiro para definir a área exata onde a aldeia será montada. A ideia é que o espaço ocupe o Autódromo de Jacarepaguá, próximo aos locais onde ocorrerão as conferências oficiais das Nações Unidas.

“É uma iniciativa para abrigar povos indígenas do mundo inteiro aqui no Rio de Janeiro durante a Conferência Rio+20 e para que a gente possa ter um lugar para debater a economia verde e o desenvolvimento sustentável. Ao mesmo tempo vai servir para que a gente possa mostrar a força cultural dos povos indígenas do Brasil. O projeto é uma iniciativa indígena brasileira, que é conectada com os índios da África, das Américas, da Ásia”, afirmou Terena.

Segundo Terena, a montagem da “oca eletrônica” será uma das grandes novidades. “Essa oca, que foi uma sugestão dos índios navajos, dos Estados Unidos, é uma inovação, já que mistura uma oca tipicamente brasileira com conteúdo eletrônico. Ali haverá iniciativas voltadas à tecnologia da informação e também terá o objetivo de fazer a transmissão online da conferência aqui do Rio de Janeiro”, disse.

Na aldeia, haverá ainda profissionais indígenas, como enfermeiros e advogados, para atender os participantes da conferência, caso haja necessidade. Além disso, estão programadas cerimônias espirituais tradicionais, durante todos os dias da Rio+20.

Vitor Abdala, da Agência Brasil

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