Todos pela Natureza!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ABAIXO ASSINADO EM DEFESA DAS FLORESTAS

Conexão Mata Atlântica
Após a aprovação pela Câmara dos Deputados, do PLC 30/2011 do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP), que modifica o Código Florestal brasileiro, agora cabe ao Senado Federal a avaliação do Projeto. O PL enfraquece as leis que protegem as florestas e outras áreas naturais no país e incentiva a ocupação de áreas de risco, como encostas de morros e margens de rios, abrindo espaço para mais tragédias em centros urbanos, como enchentes e deslizamentos de terra.

O Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável está encabeçando a coleta de assinaturas contrárias a esse desmonte da legislação ambiental. Junte-se a essa luta: imprima o arquivo disponível aqui, assine o abaixo-assinado, colete assinaturas entre seus amigos e colegas e envie as assinaturas para a sede da SOS Mata Atlântica em São Paulo. 


Thandie Newton: "Abraçando os outros, abraçando a si mesmo" (Videos TED)



A atriz Thandie Newton conta nesta palestra a história de seu encontro com sua alteridade - inicialmente como uma criança crescendo sob duas culturas diferentes, e depois como uma atriz atuando como diversas personagens. Uma calorosa e inteligente conversa recém saída dos palcos do TEDGlobal 2011.

Logo no início da apresentação, a atriz hollywoodiana lembra que todas as pessoas possuem um "eu", mesmo que não tenham nascido com ele. “Bebês recém nascidos acreditam que fazem parte de tudo. E em algum ponto durante a primeira infância a ideia do ‘eu’ começa a se formar. Nossa pequena porção da unidade ganha um nome, e lhe dizem muitas coisas a respeito dela mesma. Porém, esse ‘eu’ é uma projeção baseado nas projeções de outras pessoas. Esse ‘eu’ é quem realmente somos? Ou quem queremos, ou devemos ser?”, questiona.

Nascida em uma família atéia de pai branco e britânico e de uma mãe negra e africana, Thandie sempre sofreu com as constantes rejeições da sociedade – especialmente na Inglaterra católica dos anos 1970. “Eu era uma anomalia e meu ‘eu’ estava à procura de uma definição e tentando pertencer”, conta.

Quando descobriu a dança e a atuação, a jovem percebeu que naqueles momentos ela poderia ser quem ela não era na vida real – por mais que tentasse se adequar. Ainda assim, Thandie sofreu com depressão, bulimia e baixa altoestima.

Segundo a atriz, a humanidade criou um sistema de valores e uma realidade física que valida essa noções de "eu". “A lógica nessa conclusão é de que o ‘eu’ é uma coisa viva. Mas não é; é uma projeção, que nossos cérebros criam para nos enganar da inevitabilidade da morte”, defende.
“A Dr. Phyllis Lee que me entrevistou, e me perguntou: ‘Como você definiria raça?’ Eu respondi: ‘Cor de pele’. ‘Então biologia, genética?’ ela replicou, ‘por que Thandie, isso não é correto, existem mais diferenças genéticas entre um queniano negro e um ugandense negro do que um queniano negro e um branco norueguês. Pois todos viemos da África. E a África teve mais tempo para criar diversidade genética’. Em outras palavras, raça não tem nenhuma base em dados biológicos ou científicos. Raça é um conceito ilegítimo que nós criamos baseado no medo e na ignorância.”

Porém, a atriz acredita que existe algo que pode dar ao "eu" a conexão definitiva e infinita - a noção essencial de unidade. “O crucial, o que nós não conseguimos entender, é como viver em unidade com a Terra e todas as coisas vivas. Nós tentamos incessantemente entender como viver uns com os outros bilhões de ‘eus’. Mas não vivemos uns com ou outros”, diz. “Vamos viver uns com os outros e trabalhar juntos. A simplicidade do conhecimento é onde tudo começa.”

- Ouça a palestra na íntegra (para ver com legenda em português, selecione a opção ao lado do play)



Equipes de resgate conseguem desencalhar baleia franca em Florianópolis

Após três tentativas, equipes de resgate conseguem desencalhar a baleia franca que ficou presa ontem na praia do Pântano do Sul, em Florianópolis

Após três tentativas, equipes de resgate conseguem desencalhar a baleia franca que ficou presa ontem na praia do Pântano do Sul, em Florianópolis

A operação de resgate de um filhote de baleia franca que estava preso em um banco de areia da praia de Pântano do Sul, em Florianopólis, Santa Catarina desde a manhã da quarta-feira.

Duas tentativas foram feitas ontem, com os bombeiros, a Polícia Militar e biólogos do Insituto Chico Mendes, que não obtiveram sucesso. Apenas na terceira, que aconteceu esta tarde com a maré alta, foi possível rebocar o cetáceo de volta ao mar aberto, de acordo com informações do jornal Diário Catarinense.


O resgate atraiu curiosos à praia, que se emocionaram ao ver a baleia nadando no mar. Moradores da região relataram que uma fêmea mais velha, provavelmente mãe do filhote, e outros três cetáceos jovens ficaram rondando a praia e chamando pela companheira encalhada durante a noite de quarta para quinta-feira.

O estado de Santa Catarina recebe todos os anos, nesta época, grandes grupos de baleias-franca que viajam pelo Atlântico para se reproduzir. A espécie está ameaçada de extinção.


Porque as baleias encalham ?

Existem vários motivos para uma baleia encalhar, segundo o veterinário Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte. Na maior parte dos casos (cerca de 80%), o animal morre no mar, relativamente perto da praia, e a corrente marítima se encarrega de levar seu corpo à areia.

Se ele chega à terra vivo, a questão é mais complicada. “A baleia pode estar doente e ter se deixado levar pela corrente, ou ter sido presa por uma rede de pesca, atropelada por uma embarcação. O animal pode ainda estar com algum problema auditivo ou neurológico que prejudique seu sistema de orientação,” explica Marcondes. “Quando um filhote se separa da mãe, e encalha na praia, a situação é mais dramática, porque ele não tem como sobreviver sem ela,” diz.

Encalhes em massa
Quando dois ou mais animais (sem ser mãe e filhote) encalham juntos, acontece o chamado encalhe em massa, como o da Nova Zelândia. Eles só ocorrem em espécies que vivem em bando, como golfinhos e baleias piloto.

Nesses casos, o animal líder se desorienta ou fica doente e leva todo o grupo com ele. “Antigamente, quando não se sabia que havia esse líder, dizia-se que a baleia ‘cometia suicídio’ – o animal era levado ao alto mar e acabava voltando à praia. Hoje se sabe que elas voltam chamadas por ele,” conta Marcondes. E é difícil descobrir qual baleia lidera o grupo e o que está errado com ela.

Alguns lugares são mais propícios ao encalhe que outros. Litorais muito recortados, como o de Cape Cod, nos Estados Unidos, e praias com declives suaves tendem a confundir as baleias, cujo sonar não identifica onde o mar começa a ficar raso demais.

Uma hipótese controversa tenta explicar a freqüência de encalhes em lugares como a Nova Zelândia. Ela diz que os cetáceos se orientam pelo campo magnético terrestre, e onde suas linhas convergem e sofrem distorções, as baleias se confundem mais facilmente. As praias neozelandesas seriam um destes lugares.

No Brasil o Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos do governo federal reunirá mais de 30 instituições para formar uma Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos da Região Sudeste para trocar informações sobre encalhes de baleias e golfinhos na costa dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Ela vai se unir a redes semelhantes no Sul e Nordeste, e os pesquisadores esperam em breve formar uma rede nacional, que poderá centralizar as informações de encalhes em todo o país e padronizar o atendimento aos animais encalhados.

Caso semelhante na praia de Immingham Docks, no leste da Inglaterra



Uma equipe de resgate conseguiu desencalhar, e devolver para a mãe, um filhote de baleia preso na lama na praia de Immingham Docks, no leste da Inglaterra. A operação durou sete horas e foi cercada de tensão.
O animal estava com cerca de dois terços do corpo sob a lama, e a maré, que subia, ameaçava cobrir de água o orifício de respiração do filhote, o que causaria seu afogamento. Cerca de 50 bombeiros, salva-vidas e especialistas participaram do resgate.
Por meio de grande esforço, a baleia bebê conseguiu se liberar e nadar, de volta com a mãe, para o Mar do Norte.

Bailarinos do ar, mestres do voo


A nossa percepção é limitada. Do alto, ao enxergamos a floresta, não vemos a árvore. Na terra, ao vermos a árvore, não percebemos o crescimento dela. É fácil saber quanta madeira uma árvore renderia. Mas qual o valor dela para inúmeras outras formas de vida? Para responder a essa pergunta, não basta um simples olhar. É preciso observar, esquecer o relógio e se transformar em uma testemunha do tempo.

Os beija-flores formam o grupo das menores aves do mundo – pesam entre 2 e 21 gramas. E é um privilégio poder contemplar essas joias da natureza, uma vez que os beija-flores só existem nas Américas e em nenhum outro lugar do mundo. Quando pousados, já encantam. Só assim podemos admirar facilmente a variedade de espécies e suas cores metálicas.

A iridescência das penas se revela e impressiona. É como se a pequena ave tivesse luz própria, um brilho que esbanja beleza. Seria para atrair a fêmea? É provável, já que as fêmeas costumam ser menos coloridas. Mas o que dizer do beija-flor-preto-e-branco?

Se faltam cores, sobram cuidados com as penas. Na hora do banho, todas têm que ser bem limpas.

Com os beija-flores, a natureza prova que tamanho não é documento. No mundo das aves, eles são os menores. Por outro lado, são também os mais rápidos, capazes de proezas que nenhuma outra ave consegue.

Mestres do voo, param no ar, rodopiam e fazem curvas, voando de marcha a ré. Como bailarinos do ar, parecem não ter limites e desafiam a gravidade com manobras ousadas, sempre atrás do alimento: o néctar das flores.

Mas o beija-flor come para voar ou voa para comer? "As duas coisas, porque o beija-flor é uma ave com uma dieta bem especializada. Ao todo, 90% da sua alimentação são de néctar. E os outros 10% estão entre pólen e pequenos invertebrados. Os ossos que correspondem aos braços do beija-flor são muito curtos. E 70% da asa do beija-flor correspondem ao que seria nossa mão, só que são ossos fundidos e alongados. Essa forma permite ao beija-flor ter a articulação do ombro mais livre. Ele consegue rotacionar cerca de 180°. Então, ele consegue fazer um movimento em forma de oito com as asas e bem rapidamente consegue ficar voando parado no ar", explica a bióloga Maria Flávia Conti Nunes.

Algumas espécies chegam a comer de oito a dez vezes o peso do corpo por dia. Imagine um homem de 70 quilos comendo até 700 quilos em um só dia. A máquina de voar é impulsionada por um coração que equivale até 5% do peso total do corpo. Em humanos, o coração não ultrapassa 0,5%. Proporcionalmente, o coração de um beija-flor é bem mais pesado que o nosso e bem mais ativo também. Chega a bater – ou melhor, vibrar – até mil vezes por minuto. Mas é a vibração das potentes asas que faz dessas aves um show à parte do mundo selvagem.

Imagens espetaculares

“Cada minuto que passa é um milagre que não se repete.”
Fernando Pessoa
O segredo de toda essa habilidade de voo está na rapidez e no movimento das asas desses bichos. O beija-flor-de-garganta-rubi pesa sete gramas e bate as asas 28 vezes em um só segundo. É tanta vibração que até se pode admirar, mas não dá para enxergar as asas deles. Tanto os olhos humanos quanto a câmera não conseguem definir tamanha vibração.

Na imagem digital, a câmera lenta ajuda a nossa percepção, mas não revela todos os movimentos. O motivo é simples: a câmera de TV capta 30 quadros por segundo, quantidade confortável para nossos olhos. Mas os beija-flores conseguem bater as asas até 80 vezes por segundo. São tão rápidos que muitos movimentos nem são registrados.

Mas e se captássemos 1.000 quadros por segundo? É justamente o que faz a câmera de alta velocidade. Com o equipamento tradicional, a capitação é em tempo real, como estamos acostumados a ver. Já com a câmera de alta velocidade, parece que o tempo para. A 1.000 quadros por segundo, temos o efeito de superslow, com muito mais definição. Em outras palavras, espichamos o tempo. Segundos viram minutos.

Quando apontamos a lente para os beija-flores, enxergamos o que os olhos não veem. Toda a beleza do voo dessas aves é revelada em minúcias. A vibração das asas desaparece. Agora, mais do que nunca, podemos comprovar: em uma fração de segundo, o beija-flor realmente para no ar.

O beija-flor é pequeno, mas forte. Os músculos peitorais podem chegar até um terço do peso total da ave. De que outra maneira poderíamos ver a acrobacia para ganhar impulso e subir? As abelhas e marimbondos, companheiros na busca pelo açúcar, estão sempre por perto. Às vezes, até demais.

Os beija-flores têm uma importante missão na natureza. As flores lhes dão o alimento e, em troca, eles garantem a reprodução delas, graças a um detalhe.

“Eles têm que colocar o bico, às vezes, toda a cabeça dentro da flor para sugar esse néctar. E quando ele faz isso, o pólen da planta fica grudado no bico ou na testa. Quando ele vai se alimentar em outra flor, pode polinizar, levando esse pólen para completar o ciclo da reprodução", esclarece Maria Flávia Conti Nunes.

Ao visitar uma planta, o beija-flor talvez pense estar apenas se alimentando. E, mesmo sem saber, contribui para multiplicação da vida. Essa tarefa também é feita pelos insetos e até por morcegos. Mas uma coisa é certa: nenhum faz isso com tanta graça e beleza.


Segredo está na rapidez e no movimento das asas da ave, que chegam a bater 80 vezes por segundo.

MMA abre consulta pública para Rio+20

RIO+20


O Ministério do Meio Ambiente (MMA) abriu Consulta Pública para ouvir os interessados em apresentar sugestões às propostas que serão encaminhadas pelo Governo brasileiro à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. A iniciativa visa garantir um processo inclusivo e transparente na elaboração da submissão nacional que o País encaminhará ao Secretariado da ONU até o dia 1º de novembro próximo.

A Consulta Pública consiste em um questionário de 11 perguntas. Cada pergunta deverá ser respondida em caráter individual ou em nome de qualquer organização, em no máximo 20 linhas, em fonte Times New Roman tamanho 12. Os questionários respondidos deverão ser encaminhados, até o dia 25 de setembro de 2011, em formato .doc, ao endereço eletrônico rio2012@mma.gov.br.

Posteriormente, o MMA divulgará o documento apresentado pelo Governo brasileiro ao Secretariado da ONU, bem como a síntese das contribuições recebidas por meio da Consulta Pública.

O texto-base da Consulta Pública e o questionário estão disponíveis para download neste hotsite.

Informações:

Assessoria Extraordinária do MMA para a Rio+20: (61) 2028-1189

Uma viagem que começou há seis milhões de anos






Depois de quatro horas de caminhada, a equipe do Globo Repórter chega à principal nascente do Rio Amazonas, a Lagoa McIntyre. Ela tem este nome em homenagem ao expedicionário americano Loren McIntyre.

Das gotas de degelo, no alto da Cordilheira dos Andes, passando por riachos de águas cristalinas, até fontes de antigas civilizações incas, e metrópoles modernas no meio da selva.

Os repórteres Francisco José e José Raimundo vão refazer uma viagem que começou há seis milhões de anos, e que continua todos os dias no Rio Amazonas. A viagem das águas vai desde as nascentes até a foz do maior rio do mundo.

O repórter Francisco José relata que a expedição começa do outro lado do continente sul-americano. De Arequipa, no Peru, a equipe do Globo Repórter sobe a Cordilheira dos Andes, pelo Vale do Rio Colca, em busca das nascentes do Amazonas no alto das montanhas geladas.

O cânion do Rio Colca, nos Andes peruanos, é o mais profundo do planeta. Seus paredões chegam a 3.600 metros de altura. O Grand Canyon, nos Estados Unidos, é mais extenso, mas a fenda mais profunda da terra é a no Vale do Colca.

Francisco José conta que, pela manhã, é o lugar ideal para avistar o condor, ave símbolo de vários países latino-americanos. O gigante dos céus impõe respeito. A maior ave voadora do mundo pode ter mais de três metros de uma ponta a outra das asas.

A equipe está há quatro dias na Cordilheira dos Andes, no Peru, e dá mais uma parada para aclimatação à altitude. A 4.500 metros, a temperatura é de -4ºC. Um médico peruano acompanha o repórter até a montanha e aconselha caminhadas para que o corpo se acostume, aos poucos, à altitude.

Ele explica que, no alto da Cordilheira, não há tanto oxigênio e o coração precisa trabalhar mais, pois a pressão aumenta. No dia seguinte, a equipe sai antes do amanhecer para, finalmente, escalar a montanha onde estão as nascentes do Amazonas. Vão à encosta do Nevado Mismi, uma montanha que se eleva a 5.600 metros acima do nível do mar.

É verão, época de pouca chuva, mas o caminho é cheio de belezas naturais e dos animais da Cordilheira: alpacas, vicunhas e lhamas. À distância, está o Nevado Mismi, onde nasce o Rio Amazonas. E, ali, sua primeira ponte. No trecho, o repórter pode atravessar o maior rio do mundo, com dois passos, da margem direita para a margem esquerda.

A quase 7 mil quilômetros de distância, na Foz do Amazonas, atravessar o rio não é tão fácil. São 279 quilômetros. Nem com binóculos dá para ver a margem do rio.

A ciência brasileira considera, hoje, a Foz do Amazonas toda a área que vai do arquipélago de Bailique, no Amapá, até a Foz do Rio Pará. A equipe navega entre o Amapá e a Ilha de Marajó.

A bordo de um barco de pesca, chega até o fim verdadeiro do Rio Amazonas no Oceano Atlântico, onde a água doce, finalmente, dá lugar à água salgada.

A equipe de reportagem viaja mar adentro. No segundo dia, pela manhã, os pescadores começam o trabalho. Os peixes encontrados correspondem a 80% da espécie piramutabas. Só a arrraia não é de água doce. Os outros peixes tudo é de água doce”, diz um pescador.

O repórter está a 250 quilômetros do continente, da costa do Pará, de onde saíram. E, do lugar onde está, ele relata que dá para se ter uma ideia da força do Amazonas. Toda a água barrenta vem de lá, é o rio que manda. É a prova de que o Amazonas vai empurrando o mar bem mais para frente. O repórter José Raimundo experimenta um pouco para ver que gosto tem. Não é nem salobra, nem sinal de sal. É água doce no meio do Atlântico.

A primeira vez que estiveram em alto mar, os jovens engenheiros de pesca se surpreenderam. “Imaginava que fosse navegar pela primeira vez no oceano, no mar azul. E quando eu cheguei aqui, mar aberto, porém a água barrenta e doce do Rio Amazonas. E isso me marcou muito. Me marca até hoje”, diz o engenheiro de pesca Luis da Costa Soares.

Os engenheiros medem o tamanho das piramutabas. Para eles, o peixe é um símbolo da força viva do Rio Amazonas. A piramutaba se alimenta e cresce na Foz, mas a desova dela é na região de Tefé, no alto Amazonas.

Águas agitadas, barco balançando muito. Uma viagem sofrida para quem não está acostumado. Mas dá para suportar, no nível do mar. E nos Andes peruanos? A que altitude estará o repórter Francisco José?

Francisco José relata que está a quase 5 mil metros de altitude e, no caminho, encontra antigos povoados abandonados.Poucos ainda têm coragem de viver por lá.

A equipe do Globo Repórter chega à fonte da Carhuasanta. A água que está jorrando da pedra vai para o Rio Amazonas, e é uma água pura, que está sendo filtrada pelo paredão. Ela vem de uma nascente principal e o repórter quer chegar até lá.

A equipe segue, de carro, pela paisagem desértica. Mesmo no verão, a pequena trilha some embaixo da neve. Os carros deixam o repórter em uma altitude de 1.200 metros de altitude. Ali, não pode andar rápido, pois você termina faltando ar. Estão levando oxigênio, mas espera-se que ninguém precise.

O caminho é todo de pedras, o que torna tudo ainda mais difícil. A equipe escala uma pedreira que parece não ter fim. Os carros estão distantes e foi feita uma boa caminhada em menos de meia hora. A escalada é o mais difícil, o mais cansativo. Venceu-se o primeiro obstáculo, que é cansativo, mas a equipe pretende chegar lá.

Às vezes, parece impossível se localizar na imensidão. Mas, com a ajuda dos guias experientes, a equipe atinge o objetivo.

Depois de quatro horas de caminhada, subindo e descendo montanhas, finalmente, a equipe chega à principal nascente do Rio Amazonas: a Lagoa McIntyre. Ela tem este nome em homenagem a um dos seus descobridores, o expedicionário americano Loren McIntyre. O curso de um rio se mede pela distância da sua Foz até a sua nascente. E essa é a nascente mais distante e mais alta do Rio Amazonas.

O local é desértico, sem vida e sem vegetais. Em 2007, o documentarista Pedro Werneck e seus pais, Paula Saldanha e Roberto Werneck, organizaram a primeira expedição científica brasileira até a Lagoa McIntyre. “Cientistas de 16 países, que fizeram pesquisa por toda essa área, confirmaram que essa é a nascente mais alta e mais distante, perene o ano todo”, declara o documentarista.

O trabalho dos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) deu origem a uma grande descoberta. O Inpe tem a comprovação científica de que o Rio Amazonas é mais extenso do que o Nilo. Cientistas do Inpe mediram os dois rios, pelos métodos mais avançados, e concluíram que o Amazonas tem 140 quilômetros a mais do que o Nilo.

Os cálculos foram feitos com um programa desenvolvido pela agência espacial americana, a Nasa, a partir de imagens de satélite. “Nós utilizamos a vertente mais distante da boca do Amazonas, esta vertente que está lá no alto Apurimac, que vocês apresentaram no programa. Desta vertente até o Atlântico, o Amazonas chega a 6.992 quilômetros”, relata o geólogo Paulo Roberto Martini, do Inpe.

Os cálculos foram feitos com um programa desenvolvido pela agência espacial americana, a Nasa, a partir de imagens de satélite. “Nós utilizamos a vertente mais distante da boca do Amazonas, esta vertente que está lá no alto Apurimac, que vocês apresentaram no programa. Desta vertente até o Atlântico, o Amazonas chega a 6.992 quilômetros”, relata o geólogo .

Até hoje, a maioria dos mapas escolares ainda mostra o antigo traçado do Rio Amazonas, tendo o Rio Maranon como o principal formador do Amazonas em território peruano. Segundo o Inpe, o novo percurso sai da Lagoa McIntyre, seguindo pelo Rio Apurimac e outros afluentes, até chegar ao Amazonas, em território brasileiro.

O maior rio do planeta nasce com tão pouca água, em uma pequena lagoa. Mas, e na Foz? Dá para avaliar a imensidão do Amazonas? Cerca de 17% de toda a água doce que vai para os oceanos no mundo são despejados na Foz do Amazonas. E os pesquisadores do Inpe já conseguiram determinar também a idade do rio.

“O primeiro material que veio dos Andes, carregado pelo rio, foi datado em 6 milhões de anos. Esta é a idade que nós atribuímos à calha do Rio Amazonas”, conta Paulo Roberto Martini.

Nestes 6 milhões de anos, o rio já correu para o Oceano Pacífico, para o Caribe e, agora, deságua no Oceano Atlântico. Mas a água não se cansa de mudar o seu próprio caminho.

A equipe Globo Repórter sobrevoa a ilha de Bailique, a mais de 100 quilômetros de Macapá, e mostra o que a força das águas é capaz de fazer. As pequenas ilhas, quase perdidas entre o Amazonas e o Oceano Atlântico, estão em constante transformação. A equipe vai até Livramento, um dos povoados isolados.

O acúmulo de sedimentos mudou muito a paisagem do vilarejo de Livramento. A água do Amazonas não se espalhava tanto porque o rio corria dentro da calha e a profundidade passava de 15 metros. A ilha, mais adiante, não existia. Surgiu nos últimos 20 anos.

Na maré baixa, duas vezes por dia, a pequena localidade fica isolada. Não tem estradas, nem pontes. O socorro mais próximo fica a duas horas de barco do local.

Seu Erundino dos Santos, 75 anos, acompanha o sumiço do rio na frente de casa. “A minha imaginação seria que vai ficar um campo. Um campo. Vai acabar este transporte de barco. Vai ter que andar de cavalo, de boi. Vai ser difícil”, relata.

Para a geóloga Odete Silveira, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que estuda o Amazonas desde a década de 1980, a movimentação da Foz é a busca natural por equilíbrio.

“O Rio Amazonas é vida pura. Ele vai procurar sempre a cota mais baixa para se movimentar. E se para isso ele precisar esculpir de um lado e depositar no outro, ele vai fazer isso. É o caminho natural do rio”, explica Odete Silveira.

Na Ilha do Parazinho, os dois fenômenos andam juntos. A ilha muda de lugar o tempo todo. Há dois anos, a mata chegava a certo ponto. Agora ela está a mais de 100 metros adiante. Mas se de um lado, a ilha encolhe, do outro ela cresce em uma velocidade muito maior. “Ela tinha uma área muito maior, 111 hectares e, hoje, tem 707 hectares”, relata um morador. É o Amazonas virando floresta. A floresta virando mar.

Setenta anos depois, oito universitários revivem a aventura dos irmãos Villas Bôas.

Universitários fazem expedição rumo ao Parque Nacional do Xingu

Oito jovens refazem os passos dos pioneiros irmãos Villas Bôas, que há quase 70 anos desbravaram o Centro-Oeste, em direção a um Brasil desconhecido. Pela Serra do Roncador, eles vão para o norte.

Na Expedição Xingu, além da mata, eles encaram desafios psicológicos e de relacionamentos

Fantástico






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Irmãos Villas-Bôas

Expedição Ronca Xingu


Leonardo, Cláudio e Orlando foram os principais idealizadores e participaram do grupo integrado pelo marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Heloísa Alberto Torres – então diretora do Museu Nacional, Café Filho - então vice-presidente da República, brigadeiro Raimundo Vasconcelos de Aboim, Darcy Ribeiro e José Maria da Gama Malcher - diretor do Serviço de Proteção aos Índios, que, pleiteou ao presidente da República a criação do Parque Nacional do Xingu. A criação desse parque visava a preservar a fauna e a flora ainda intocadas da região, assim como resguardar as culturas indígenas da área. Dessa reunião também participou o médico sanitarista Noel Nutels.

Marco do centro geográfico brasileiro, plantado pelos irmãos Villas-Bôas a pedido do Marechal Rondon

Ficheiro:Cláudio e Orlando em busca dos Kalapalo (década de 40).jpg
Estimativa dos trabalhos realizados:


  • Expedição Roncador-Xingu - picadas: cerca de 1.500 quilômetros;
  • Rios navegados (explorados): cerca de mil quilômetros;
  • Campos abertos (inclusive aldeias): dezenove;
  • Campos (hoje bases militares para a segurança de vôo): quatro;
  • Rio desconhecidos (levantados e explorados): seis;


Ficheiro:020476.jpg


No aspecto dos índios, os irmãos Villas-Bôas implantaram uma nova política indigenista, que, basicamente, consiste na defesa dos valores culturais dos índios, como único meio de evitar a marginalização e o desaparecimento dos grupos tribais. A partir da máxima segundo a qual “O índio só sobrevive na sua própria cultura”, os irmãos Villas-Bôas conseguiram implantar uma nova forma de relacionamento entre nossa sociedade e as comunidades indígenas brasileiras. Essa política vem sendo esposada por etnólogos e entidades científicas não só nacionais, como estrangeiras.

Os Villas-Bôas mostraram que a antiga visão que a sociedade nacional tinha acerca do índio era absolutamente equivocada. Não se tratava, portanto, de sociedades selvagens, sem regras e sem estrutura social como se narrava na época do Descobrimento do Brasil. A nova imagem do índio, trazida pelos Villas-Bôas à nossa sociedade, era a de uma sociedade equilibrada, estável, erguida sobre sólidos princípios morais e donos de um comportamento ético que sustentava uma organização tribal harmônica. A esse respeito Cláudio Villas-Bôas teria dito certa feita:

“Se achamos que nosso objetivo aqui, na nossa rápida passagem pela Terra, é acumular riquezas, então não temos nada a aprender com os índios. Mas se acreditamos que o ideal é o equilíbrio do homem dentro de sua família e dentro de sua comunidade, então os índios têm lições extraordinárias para nos dar.” Cláudio Villas-Bôas

A importância do reflorestamento nas margens e nascentes dos rios


Espécies protegem a mata ciliar e ajudam a segura as barrancas

Reflorestamento em rios 

Como disse Mauro Armelin, coordenador do Programa da Amazônia do WWF-Brasil, na entrevista que deu ao site do Globo Ecologia sobre reflorestamento, a floresta provê serviços ecológicos para sociedade. A produção de água é um deles. É por isso que a ideia de reflorestar as margens e nascentes dos rios agrada em cheio ecólogos, proprietários rurais e a própria natureza. Essas são algumas das chamadas áreas prioritárias no processo de reflorestamento.

“A floresta tem função na regulação. No caso do reflorestamento nas margens, além da função física, de construção civil, de segurar a barranca com suas raízes, as espécies plantadas nas margens também protegem a vegetação lateral do rio, que é a chamada mata ciliar. Além de não perder solo, que pode assorear o rio”, explica Mauro Armelin.

A floresta replantada na margem do rio também ajuda a alimentar os peixes, porque dali saemi insetos, frutas e folhas. No caso das nascentes, o reflorestamento tem como objetivo evitar o ressecamento dos olhos d’água.

“Nascente de água é aquela água que brota no solo. Se deixamos ela exposta ao sol ou com uma cultura por cima que não está integrada com o regime hídrico, ela vai secar. Aí, alguém vai dizer: ‘Ah, mas é só um olho d’água’. Sim, é um aqui, outro ali e daqui a pouco não temos mais água”, afirma Mauro.

O jeito, então, é devolver às nascentes as espécies típicas dali, de forma a proteger as fontes de água.

A importância do reflorestamento nos morros

O reflorestamento dos morros também têm importância para a população. As espécies plantadas ali são parte da estrutura. Suas raízes são como alicerces de um prédio, que ajudam a segurar a construção. As folhas e os frutos que caem e, os animais que circulam por ali formam uma camada reforçando ainda mais a base. Os morros também são áreas prioritárias:

“A vegetação dá sustentabilidade para aquele morro. O mais próximo do original ajuda a evitar que morros desabem”.

30ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas alcançou novo recorde

 
Sai balanço final da temporada reprodutiva  no continente

A Coordenação Nacional do Projeto Tamar/ICMBio acaba de divulgar os resultados finais da 30ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas, encerrada agora no primeiro semestre. 

Filhotes de tartaruga cabeçuda são devolvidos ao mar de Arembepe/BA

A Coordenação Nacional do Projeto Tamar/ICMBio acaba de divulgar os resultados finais da 30ª temporada reprodutiva das tartarugas marinhas (2010/1011), encerrada agora no primeiro semestre. Os dados apontam para novos recordes, só no continente: cerca de 18.200 ninhos registrados e protegidos, gerando aproximadamente 1 milhão e 250 mil filhotes que chegaram ao mar em segurança. Isso representa um aumento de 20% em relação à temporada reprodutiva anterior.


Esses resultados referem-se à temporada no continente, nas áreas de reprodução. As ilhas estão fora, assim como áreas de alimentação, onde não há desovas, como Ubatuba e Ceará, por exemplo. Os avanços anunciados pela coordenadora técnica nacional do Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi, resultam do trabalho de conservação realizado através de 16 bases de pesquisa instaladas em áreas prioritárias de desova monitoradas no litoral de cinco Estados brasileiros: Rio de Janeiro, Espirito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. 


Durante a temporada, entre setembro e março, foram flagradas 1.614 fêmeas em processo reprodutivo, incluindo indivíduos marcados em temporadas anteriores (535 fêmeas) e encontrados pela primeira vez (1.079 fêmeas). O esforço de marcação resultou no flagrante de 2.081 fêmeas em processo reprodutivo. Além da marcação e coleta de dados biométricos, foram recolhidas amostras de pele para estudos genéticos.


Novos aliados - Graças à continuidade dos esforços de educação ambiental, envolvimento comunitário e aprimoramento do monitoramento das praias, conseguiu-se manter mais de 70% dos ninhos no local original de postura escolhido pela fêmea (ninhos in situ), estratégia de conservação considerada ideal para as desovas de tartarugas marinhas.


Somente os ninhos sob risco de predação humana ou animal, ação da maré, ou localizados em áreas urbanizadas foram transferidos para os cercados de incubação, expostos às condições climáticas naturais, ou para trechos seguros de praia.

Os cercados protegem as desovas, mas não representam um recurso ideal. Mesmo assim, ressalta a coordenadora nacional do Tamar, têm excelente aproveitamento do ponto de vista da educação e sensibilização da sociedade, pois possibilitam a milhares de pessoas vivenciaram o nascimento das tartaruguinhas e seu caminho até o mar, inclusive em solturas programadas nas praias. São ações interativas que acabam conquistando novos aliados na defesa das tartarugas marinhas.

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