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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cresce a poluição do mar por plástico nos EUA



O grupo de pesquisa fez necrópsias em 67 pássaros e descobriu que 92,5% deles tinham plástico no estômago

Os fulmares do norte se alimentam exclusivamente no mar e retêm o plástico ingerido por longos períodos de tempo, o que os torna indicadores ideais do lixo marinho

A poluição de plástico na costa noroeste dos Estados Unidos está alcançando o nível de lixo do Mar do Norte, de acordo com um estudo liderado por um pesquisador da Universidade da Colúmbia Britânica.

O estudo, publicado no site do Marine Pollution Bulletin, examinou os conteúdos estomacais de fulmaresmortos nas costas da Coúmbia Britânica, no Canadá, e nos estados de Washington e Oregon, EUA. “Como o canário na mina de carvão, os fulmares do norte são os sentinelas da poluição de plástico nos nossos oceanos,” diz Stephanie Avery-Gomm, a chefe do estudo e estudante de zoologia da universidade. “O conteúdo de seus estômagos fornecem retratos da poluição em uma grande área do Pacífico Norte.”

Os fulmares do norte se alimentam exclusivamente no mar eretêmo plástico ingerido por longos períodos de tempo, o que os torna indicadores ideais do lixo marinho. Análises destes pássaros tem sido usadas para monitorar a poluição de plástico no Mar do Norte deste os anos 1980. Quando comparadas a mensurações anteriores, as atuais mostram um aumento substancial no lixo nas últimas quatro décadas.

O grupo de pesquisa fez necrópsias em 67 pássaros e descobriu que 92,5% deles tinham plástico no estômago. Foi encontrada uma média de 36,8 peças por pássaro. Um deles tinha 454 pedaços de plástico no estômago. O peso médio foi de 0,385 grama.

“O fulmar adulto pesa em média 2,25 quilos,” diz Avery-Gomm. “Um peso de 0,385 parece ser inconsequente para nós, mas é o equivalente a cinco por cento da massa corporal deles. Seria como se um ser humano carregasse 50 gramas de plástico em seu estômago.”

“Apesar da proximidade de Grande Mancha de Plástico, uma área de poluição concentrada no meio do Pacíico Norte, o lixo ainda não tinha sido considerado um tema de preocupação em nossa costa,” afirma ela. Os pesquisadores propõem uma monitoração anual da poluição e estratégias eficazes de redução dos resíduos no mar, relata o Science Daily.


José Eduardo Mendonça

Como o plástico polui os oceanos e mata os animais marinhos


O veleiro científico Sea Dragon 


A bordo do veleiro Sea Dragon, a jornalista Liana John acompanha as pesquisas sobre o lixo plástico acumulado no Oceano Atlântico

Os giros oceânicos: a rotação da Terra e as diferenças de temperatura nos oceanos geram um movimento circular contínuo das correntes marinhas. Assim, como se estivesse em um ralo, o lixo plástico flutua em círculos cada vez menores em torno do centro do giro

Uma semana a bordo. Nenhum continente ou ilha fica a menos de mil quilômetros do ponto em que estamos agora. No meio do Atlântico Sul, a tripulação do veleiro Sea Dragon avalia que o oceano parece limpo. Mas a miragem se desmancha nas mãos do cientista americano Marcus Eriksen, do projeto 5 Gyres: após deslizar um coletor por uma hora na superfície da água, ele exibe uma coleção de fragmentos de plástico.



Os mares do mundo foram invadidos por uma praga quase invisível, o lixo plástico, em boa parte arrastado das cidades pelo curso dos rios. Os resíduos não chegam a formar ilhas flutuantes, mas uma fina camada de fragmentos está presente em todo o percurso da expedição - 3,5 mil quilômetros entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão britânica.

Nem uma vez recolhemos o coletor sem plástico. Em viagens pelos maiores giros oceânicos do mundo, o 5 Gyres obteve os mesmos resultados. O que varia é a densidade de fragmentos.

O lixo é mais nocivo do que aparenta. Enquanto viaja, o plástico entra em contato com os poluentes orgânicos persistentes (POPs), uma categoria de contaminantes de longa duração no ambiente - caso do pesticida DDT e das dioxinas. "Um fragmento de plástico circulando há alguns anos no mar chega a ter uma concentração de POPs 1 milhão de vezes maior que a água a seu redor", diz Eriksen.



Isso acontece porque esse lixo e os poluentes têm a mesma origem - o petróleo - e possuem afinidade química. Assim, os organoclorados dispersos na água aderem ao plástico "viajante". Pobre do animal que engolir a mistura indigesta: não conseguirá metabolizar o plástico e sofrerá os efeitos da contaminação. Vazamentos e naufrágios são fontes de lixo e POPs, mas apenas de uma ínfima parte. "A grande maioria dos resíduos sai de cidades e lixões em terra. São despejados diretamente nos rios ou carregados pelas enxurradas até terminar no mar", conta Eriksen. 


Liana John

Golfinhos estão sendo contaminados por inseticidas na costa brasileira


Golfinhos adultos e filhotes na costa brasileira

Estudo mostra concentração de piretroides em toninhas e indica comprometimento de toda cadeia alimentar marinha

Golfinhos do litoral brasileiro apresentam traços de contaminação por piretroides, substância encontrada em inseticidas de uso comum, informa estudo divulgado hoje pela revista “Environment Internacional”. A descoberta indica comprometimento de toda a cadeia alimentar marinha, já que esses animais ocupam o topo da pirâmide.

Foram analisadas amostras de 23 golfinhos da espécie Pontoporia blainvillei, popularmente conhecida como toninha, encontrados mortos nas praias brasileiras. As maiores concentrações do agente contaminante estavam nos filhotes, que, de acordo com o estudo, foram contaminados por transmissão materna. A suspeita foi comprovada pela análise do leite e da placenta dos animais.

“As substâncias achadas nos golfinhos são inseticidas piretroides, ou seja, de uso comum em residências e nos campos de cultivo agrícola”, declarou o pesquisador espanhol Damià Barceló, um dos líderes do trabalho. “Até agora se acreditava que esses compostos se degradavam no organismo e eram expulsos.”

Para a pesquisadora Ethel Eljarrat, também envolvida no trabalho, o uso constante da substância na agricultura, nas residências e na forma de repelente de insetos, com posterior descarte no meio ambiente, faz com que as concentrações no mar, por menores que sejam, acabem chegando a moluscos, crustáceos, peixes e golfinhos. Tal fato resulta na contaminação da cadeia alimentar marinha.


Fábio Vendrame - NatGeo BR

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