Todos pela Natureza!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Rio+20 não será revisão da Eco 92, afirma ministra do Meio Ambiente



  • Izabella Teixeira ressaltou que é preciso definir os termos de aplicação da economia verde
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, não deve ser vista como uma revisão da conferência que o Rio sediou há 20 anos, a Eco 92.

— Não se trata de voltar ao passado, de rever documentos acordados. A Rio+20 não está modelada na Eco 92, mas no desenvolvimento sustentável a partir de duas mensagens-chave: economia verde e governança de modo sustentável — disse a ministra ao participar nesta quarta, dia 29, de audiência pública no Senado.

Izabella Teixeira ressaltou que é preciso definir os termos de aplicação da economia verde.

— Falta discutir se a economia verde leva à inclusão social, se realmente permite a geração de empregos. Não se coloca com clareza, também, se os países desenvolvidos estão, de fato, dispostos a transferir tecnologia.

Para a ministra, as ações do Brasil em favor da preservação do meio ambiente, na definição de metas de emissão de gás carbônico (um dos gases de efeito estufa) e na erradicação da pobreza fazem com que o país seja visto como estratégico na construção de soluções a partir da conferência.

— A leitura dos países é que o Brasil evoluiu muito nos últimos 20 anos, desde a Eco 92, mas que ainda tem os seus problemas e desafios imensos pela frente. Esse reconhecimento dá ao Brasil as condições de ser o país anfitrião, facilitador, negociador e de aproximação dos vários povos do planeta. É isso que se espera do país. Não é só uma agenda ambiental, é uma agenda de sustentabilidade e desenvolvimento — completou a ministra.

Um dos pontos sobre o qual ainda não há consenso, segundo a ministra, é quanto ao formato de reestruturação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), criado há 40 anos.

— O que se discute é o fortalecimento do Pnuma, com uma leitura de que esse fortalecimento pode ser feito passo a passo, tendo uma visão de gestão. O programa ganharia contornos de uma agência internacional, mas ainda não há consenso quanto a isso.

Cientistas querem veto a texto-base do novo Código Florestal

CÂMARA FEDERAL  

Código Florestal será votado em março .Caso a supressão não aconteça, a proposta é que esses trechos sejam vetados

As duas principais instituições que representam os cientistas do país sugeriram que a proposta do novo Código Florestal seja vetada pela presidente Dilma Rousseff.

Em documento entregue nesta segunda-feira (27) na USP de Piracicaba ao relator do Código Florestal, o deputado ruralista Paulo Piau (PMDB-MG), a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências) solicitaram que alguns artigos sejam excluídos do texto "já que eles não poderão mais ser corrigidos no âmbito do legislativo".

Caso a supressão não aconteça, a proposta é que esses trechos sejam vetados.

Entre eles está o artigo 16, que inclui as APPs (Áreas de Preservação Permanente) na conta da Reserva Legal --regiões florestais que devem ser preservadas por lei nas propriedades rurais do Brasil.

Hoje, quem tem terra no campo deve garantir 10% da área em APPs e cerca de 20% em florestas (taxa que varia em cada região do país).

Se as APPs entrarem na conta das Reservas Legais, cada propriedade teria de manter 20% da sua área em florestas, e não cerca de 30% como acontece hoje em dia.

Os cientistas também querem suprimir trechos que reduzem a proteção de biomas (como os mangues, no artigo 8) e que permitem a aquisição de florestas em regiões distantes de onde a vegetação nativa foi ilegalmente degradada (artigo 68).
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"Se esses artigos não forem retirados do texto do novo Código Florestal, teriam de ser vetados pela presidente Dilma Rousseff", afirmou o biólogo Ricardo Rodrigues, da USP de Piracicaba.
Ele é do grupo de trabalho sobre o Código Florestal da SBPC, criado em junho de 2010.

"Mas sabemos que esse veto será praticamente impossível", completou Rodrigues.

De acordo com o biólogo, o texto que chegou do Senado à Câmara dos Deputados estava "muito ruim" e, agora, ficou "compreensível".

"Mas há muitos pontos que precisariam ser alterados."

O documento entregue ontem, preparado pela SBPC e pela ABC, afirma que o texto em discussão apresenta "graves problemas".

"Para que não se alegue o aval da ciência ao texto ora em fase final de deliberação no legislativo, a SBPC e a ABC vem novamente se manifestar e reiterar suas posições", afirma o documento.

O Senado aprovou o texto-base da reforma do Código Florestal em dezembro de 2011. A votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados está agendada para os dias 6 e 7 de março.

Leonardo Boff - Como enfrentar a sexta extinção em massa


"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (...) 
(...) Vamos rir, chorar e aprender. Aprender especialmente como casar Céu e Terra, vale dizer, como combinar o cotidiano com o surpreendente, a imanência opaca dos dias com a transcendência radiosa do espírito, a vida na plena liberdade com a morte simbolizada como um unir-se com os ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a grande promessa na eternidade. E, ao final, teremos descoberto mil razões para viver mais e melhor, todos juntos, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum, generosa e bela, o planeta Terra."

- Casamento entre o céu e a terra. Salamandra, Rio de Janeiro, 2001. página 09


DEBATE ABERTO
  • Governados por cegos e irresponsáveis

Somos governados por cegos e irresponsáveis, incapazes de dar-se conta das consequências do sistema econômico-político-cultural que defendem. Criou-se uma cultura do consumismo propalada por toda a mídia. Há que consumir o último tipo de celular, de tênis, de computador. 66% do PIB norte americano não vem da produção mas do consumo generalizado.

Leonardo Boff


  • Como enfrentar a sexta extinção em massa

"Referimo-nos anteriormente ao fato de o ser humano, nos últimos tempos, ter inaugurado uma nova era geológica –o antropoceno- era em que ele comparece como a grande ameaça à biosfera e o eventual exterminador de sua própria civilização. Há muito que biólogos e cosmólogos estão advertindo a humanidade de que o nível de nossa agressiva intervenção nos processos naturais está acelerando enormemente a sexta extinção em massa de espécies de seres vivos." 

Ela já está em curso há alguns milhares de anos. Estas extinções, misteriosamente, pertencem ao processo cosmogênico da Terra. Nos últimos 540 milhões de anos ela conheceu cinco grandes extinções em massa, praticamente uma em cada cem milhões de anos, exterminando grande parte da vida no mar e na terra. A última ocorreu há 65 milhões de anos quando foram dizimados os dinossauros entre outros.

Até agora todas as extinções eram ocasionadas pelas forças do próprio universo e da Terra a exemplo da queda de meteoros rasantes ou de convulsões climáticas. A sexta está sendo acelerada pelo próprio ser humano. Sem a presença dele, uma espécie desaparecia a cada cinco anos. Agora, por causa de nossa agressividade industrialista e consumista, multiplicamos a extinção em cem mil vezes, diz-nos o cosmólogo Brian Swimme em entrevista recente no Enlighten Next Magazin, n.19. Os dados são estarrecedores: Paul Ehrlich, professor de ecologia em Standford calcula em 250 mil espécies exterminadas por ano, enquanto Edward O. Wilson de Harvard dá números mais baixos, entre 27 mil e 100 mil espécies por ano (R. Barbault, Ecologia geral 2011, p.318).

O ecólogo E. Goldsmith da Universidade da Geórgia afirma que a humanidade ao tornar o mundo cada vez mais empobrecido, degradado e menos capaz de sustentar a vida, tem revertido em três milhões de anos o processo da evolução. O pior é que não nos damos conta desta prática devastadora nem estamos preparados para avaliar o que significa uma extinção em massa. Ela significa simplesmente a destruição das bases ecológicas da vida na Terra e a eventual interrupção de nosso ensaio civilizatório e quiçá até de nossa própria espécie. Thomas Berry, o pai da ecologia americana, escreveu: "Nossas tradições éticas sabem lidar com o suicídio, o homicídio e mesmo com o genocídio, mas não sabem lidar com o biocídio e o geocídio”(Our Way into the Future, 1990 p.104).

Podemos desacelerar a sexta extinção em massa já que somos seus principais causadores? Podemos e devemos. Um bom sinal é que estamos despertando a consciência de nossas origens há 13,7 bilhões de anos e de nossa responsabilidade pelo futuro da vida. É o universo que suscita tudo isso em nós porque está a nosso favor e não contra nós. Mas ele pede a nossa cooperação já que somos os maiores causadores de tantos danos. Agora é a hora de despertar enquanto há tempo.

O primeiro que importa fazer é renovar o pacto natural entre Terra e Humanidade. A Terra nos dá tudo o que precisamos. No pacto, a nossa retribuição deve ser o cuidado e o respeito pelos limites da Terra. Mas, ingratos, lhe devolvemos com chutes, facadas, bombas e práticas ecocidas e biocidas.

O segundo é reforçar a reciprocidade ou a mutualidade: buscar aquela relação pela qual entramos em sintonia com os dinamismos dos ecossistemas, usando-os racionalmente, devolvendo-lhes a vitalidade e garantindo-lhes sustentabilidade. Para isso necessitamos nos reinventar como espécie que se preocupa com as demais espécies e aprende a conviver com toda a comunidade de vida. Devemos ser mais cooperativos que competitivos, ter mais cuidado que vontade de submeter e reconhecer e respeitar o valor intrínseco de cada ser.

O terceiro é viver a compaixão não só entre os humanos, mas para com todos os seres, compaixão como forma de amor e cuidado. A partir de agora eles dependem de nós se vão continuar a viver ou se serão condenados a desaparecer. Precisamos deixar para trás o paradigma de dominação que reforça a extinção em massa e viver aquele do cuidado e do respeito que preserva e prolonga a vida. No meio do antropoceno, urge inaugurar a era ecozóica que coloca o ecológico no centro. Só assim há esperança de salvar nossa civilização e de permitir a continuidade de nosso planeta vivo.


*Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor,
autor com Mark Hathaway de
O Tao da Libertação:
Explorando a ecologia da transformação, Vozes 2011




Leonardo Boff fala de Jung e Espiritualidade




1º parte

2º parte
3º parte


Leonardo Boff
Chico Xavier e Espiritismo



"Todo ponto de vista é a vista de um ponto."


Leonardo Boff, pseudônimo de Genésio Darci Boff (nasceu em Concórdia, Santa Catarina, aos 14 de dezembro de 1938), teólogo e filósofo brasileiro.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Centro de Reabilitação do Peixe-boi Amazônico do Aquavert comemora 4 anos




O projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), desenvolvido pelo Instituto Mamirauá, com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, comemorou no mês de janeiro, quatro anos de atividades do Centro de Reabilitação do Peixe-boi Amazônico, o Centrinho. O Centro de Reabilitação funciona em uma estrutura flutuante no lago Amanã, no município de Maraã (650 Km a oeste de Manaus) e abriga sete peixes-boi em reabilitação.

Desde janeiro de 2008, o Centrinho recebe filhotes órfãos de peixes-boi, apreendidos em municípios da região do Médio Solimões, no Amazonas, onde a caça para subsistência ainda é uma ameaça à espécie.


Piti, o filhote que inaugurou o Centinho, já está praticamente pronto para ser devolvido à natureza. Em maio de 2007, agentes ambientais apreenderam o filhote, que estava em poder de um caçador na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. O peixe-boi apresentava arranhões por todo o corpo e uma profunda ferida provocada por golpe de arpão. Separado à força da mãe, o quadro nutricional do pequeno peixe-boi também era crítico.

O peixe-boi Piti, que ganhou esse nome devido ao seu comportamento arredio, passou sete meses recebendo cuidados intensivos em um curral no lago Tefé que, devido ao trânsito intenso de embarcações, não era o local adequado ao tratamento. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, berçário natural da espécie, apresentava-se como o melhor local para a recuperação de Piti.

No coração do lago Amanã, no município de Maraã, uma estrutura flutuante foi montada para receber Piti. Em janeiro de 2008, quando o Instituto Mamirauá foi credenciado pelo Ibama como criatório conservacionista, Piti foi transferido para a comunidade a Reserva Amanã. Era o início do Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária, o “Centrinho”.

A rotina de trabalho no Centinho é pesada. Logo cedo, os tratadores (moradores de comunidades da Reserva Amanã) preparam o leite que será dado aos animais e recolhem capim às margens do lago. Alguns filhotes chegam a mamar cinco vezes ao dia. Também diariamente é preciso trocar a água e limpar três tanques de 4500 litros, onde vivem quatro filhotes de peixe-boi. Uma vez por semana, os tratadores registram o peso dos animais, tarefa que exige muito esforço físico e muito cuidado para que os animais não se machuquem e para que não sofram muito estresse.


Conservação

Com o patrocínio Petrobras, o projeto Aquavert está ampliando as instalações do Centrinho. Está em fase de acabamento um novo curral, mais uma ferramenta para auxiliar na reabilitação dos peixes-boi. Em breve, dois dos quatro filhotes que ainda vivem em tanques deverão ser transportados para o curral, que é banhado pela água do lago Amanã.

“Esse curral vai permitir que os filhotes tenham mais espaço e profundidade para se locomover e se desenvolver. Eles também ficarão em contato com a água do próprio lago, corrente, e passarão a conviver com peixes, e talvez até a manter contato com peixes-boi nativos que venham visitá-los. Poderão também sentir a chuva, escutar os sons diretamente do lago”, diz a oceanógrafa Miriam Marmontel, coordenadora do projeto Aquavert.

Nos próximos meses será construído outro recinto, que funcionará como um estágio final no processo de reabilitação dos animais ao ambiente natural. O novo recinto será mais amplo que os currais e possibilitará aos animais um contato ainda mais próximo com as condições do ambiente em que será solto. Sua localização também será diferenciada, sendo posicionado em local com reduzido trânsito de pessoas e embarcações, distante dos demais recintos que compõem o Centrinho.

 Mamadeira subaquática

  • A mamadeira subaquática permite que o filhote em reabilitação seja alimentado sem contato com o tratador

Mamadeira usada por 
peixes-bois de Mamirauá


Mamadeira facilita refeição de filhote de peixe-boi

A mamadeira subaquática vem facilitando o processo de reabilitação de filhotes de peixes-bois mantidos em cativeiro no Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, o Centrinho, no município de Maraã (a 632 quilômetros de Manaus).

Com uma garrafa pet, conexões de PVC e um bico de borracha, o estudante Augusto Bôaviagem desenvolveu a mamadeira subaquática durante o período em que estagiou no Centro de Reabilitação na RDS Amanã, entre dezembro de 2009 e agosto de 2010.


A invenção do estudante foi apresentada a cientistas de vários países, que se reuniram na cidade de Tampa (Florida, EUA) durante a 19ª Conferência Bienal sobre Biologia de Mamíferos Aquáticos, realizada no início deste mês. A mamadeira permite que os filhotes de peixe-boi mamem debaixo d’água, facilitando o processo de reabilitação dos animais.

Augusto Bôaviagem cursa o 9° período de medicina veterinária na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atualmente, é pesquisador associado do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio) em Itamaracá, litoral norte de Pernambuco, onde a mamadeira foi adotada no trato de peixes-boi marinhos.



Vantagem 

A mamadeira subaquática tem a vantagem de evitar o contato direto do tratador com o animal.

Durante o processo de reabilitação dos peixes-boi, o contato com os tratadores representa uma dupla desvantagem: se um animal recebe a mamadeira diretamente das mãos dos tratadores, pode criar uma perigosa relação de afeto com humanos, eliminando o instinto de defesa contra prováveis caçadores.

O outro ponto negativo é o contato com microorganismos presentes na pele do tratador, que podem causar doenças nos peixes-boi.

“Logo quando chegam ao Centro de Reabilitação, os animais são muito estressados e têm rejeição à presença humana. É exatamente esse comportamento que buscamos com os animais já reabilitados. O problema é que, com o velho aleitamento, com a mamadeira comum, o animal se acostuma com a presença humana, cria amizade associando a figura humana a coisa boa, alimento. Tínhamos que mudar isso”, argumenta o inventor da mamadeira subaquática.

Projeto Desafiando o Rio-mar - "Descendo os Rios da Bacia Amazônica de caiaque"





TV Tapajós - Rede Globo


  • Projeto Desafiando o Rio-mar

Missão: "Despertar a juventude brasileira para que, com conhecimento de causa, no futuro próximo, sejam capazes de exercer uma pressão cidadã, no sentido de reverter o maior esbulho do patrimônio brasileiro."
    • Só se ama as coisas que se conhece e entende...
    • Só lutamos e defendemos o que amamos.

    Com o Projeto Desafiando o Rio-mar colhemos subsídios “in loco”, descendo os Rios da Bacia Amazônica de caiaque observando a fauna, flora, hidrografia, relevo, entrevistando autoridades locais, representantes dos povos da floresta e tentamos transformar cada uma dessas descidas em um livro. Graças ao General-de-Exército Luiz Gonzaga Shroeder Lessa conseguimos editar, pela Editora da PUC/RS, o primeiro livro que relata nossa descida pelo Rio Solimões. 

    O objetivo final de todo este processo é despertar a juventude brasileira para que, com conhecimento de causa, no futuro próximo, sejam capazes de exercer uma pressão cidadã, no sentido de reverter o maior esbulho do patrimônio brasileiro, atualmente em curso em relação à nossa soberania.


    As inúmeras ações desencadeadas pelos três poderes da república demonstram sistemática e gabalmente como os brasileiros, em geral, desconhecem o povo, a história e as coisas de nossa vilipendiada Amazônia. Acho que a solução a médio e longo prazo deva ser a de trazer aos mais jovens o conhecimento daquela remota região para que mais tarde, ocupando posições de liderança no contexto político, possam deliberar corretamente sobre os destinos de nossa pátria.

    Desde 2007, tentamos obter apoio de entidades públicas e privadas, mas em todas as oportunidades elas se esquivaram. Tentamos diversas organizações administradas por companheiros de farda achando que estes seriam capazes de entender nossos propósitos, mas, mais uma vez, as portas nos foram fechadas. 


    Curiosamente a primeira descida, de Tabatinga a Manaus pelo Solimões, só aconteceu graças ao apoio de dez amigos, nove civis e um militar. Esta semana, ao voltar de minha última jornada, de 2.000 km, de Porto Velho, RO, a Santarém, PA, recebi um e-mail de um velho e querido amigo, contemporâneo da AMAN hipotecando apoio do Clube Militar de Campinas, do qual é atualmente o Presidente, ao Projeto.


    - Livro

    Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:



    http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.





    Zero Hora


    Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
    Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
    Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
    Vice- Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB - RS);
    Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
    Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

    Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
    E-mail: hiramrs@terra.com.br
    Blog: http://www.desafiandooriomar.blogspot.com
    Fonte: http://www.clubemilitar.com.br/historia.asp#

    sábado, 25 de fevereiro de 2012

    Santuário William Ricketts, esculturas místicas de aborígenes na floresta da Austrália



    • Escondidas nas profundezas da exuberante floresta tropical australiana, encontram-se intrigantes esculturas místicas de aborígenes.


    Estas esculturas são de William Ricketts, nascido na Austrália em 1898, ele tentava mostrar em sua obra toda a espiritualidade e o respeito pela natureza que os aborígenes possuíam.

    Foi em 1934 que Ricketts começou a sua grande obra artística, a criação de um parque com 92 esculturas chamado Santuário William Ricketts. Ele trabalhou neste projeto por mais de 50 anos até a sua morte, em 1993. O parque é de uma beleza natural admirável.



    Nascido em Richmond, Victoria , em 1898, William se instala definitivamente em Mount Dandenong, Victoria , em 1934. Apesar de não ter tido treinamento como um oleiro e ou qualquer outra instrução para o aprimoramento técnico da arte, o poder da sua visão de uma Austrália moderna que abraça espiritualidade aborígene e o respeito pelo mundo natural foram a sua mensagem ao longo de suas obras. 


    De 1912 a 1920 Ricketts desenvolveu habilidades em tocar violino, na elaboração de jóias e modelagem em argila. Em 1934 ele começou sua grande obra artística, criando o parque de esculturas agora chamado de "William Ricketts Sanctuary". Ele trabalhou neste projeto até sua morte em 1993.  


    De 1949 a 1960, ele fez freqüentes viagens para a Austrália Central  para viver com Pitjantjatjara e Arrernte, aborígenes , cujas tradições e cultura inspirariam suas esculturas. Ele não era um aborígene de sangue, mas considerava-se adotado pela nação Pitjantjatjara. Ele deixou para trás muitos de seus principais trabalhos da Austrália em Pitchi Ritchi, perto de Alice Springs - um santuário de pássaros dirigido por seu amigo Leo Corbet - que ele considerava a paisagem integrante destas esculturas.


    Em 1970 ele foi para a Índia . Passou dois anos lá, principalmente no Sri Aurobindo Ashram, centro espiritual em Pondicherry, desenvolvendo a empatia espiritual com povos indígenas e conhecimento de sua filosofia. 

    • Fundada pelo Mestre Sri Aurobindo, o centro de Sri Aurobindo , no sopé dos Himalayas, na cidade de Nainital , Índia . Sri Aurobindo , foi um dos maiores mestres contemporâneos da Índia e junto com sua companheira, conhecida como “A Mãe” , deixaram um importante legado para toda a humanidade. 

    “Toda união entre as criaturas é essencialmente 
    um reencontro consigo mesmo, 
    uma fusão com aquele do qual nos separamos. 
    É uma descoberta de si mesmo nos outros”.
     
    O Centro Sri Aurobindo nos Himalayas é um lugar mágico , 
    situado no alto de uma das verdejantes colinas no Vale de Kumaon, Nainital. 


    Suas esculturas foram feitas em sua propriedade no Monte Dandenong, em Olinda na Austrália, entre florestas, samambaias e riachos, podemos encontrar homens, mulheres, crianças e animais nativos, esculpidos em argila.


    Cada escultura possui uma descrição detalhada explicando seu propósito e motivação, pois Ricketts acreditava que tinha um compromisso com toda a humanidade.


    Muitas obras menores estão na coleção do Museu Powerhouse, Sydney. Registros fotográficos de suas esculturas, particularmente aqueles dos santuários de Pitchi Ritchi e Dandenong Monte, que foram vandalizados, são mantidos nos arquivos das bibliotecas da Austrália. 



    Ricketts, nunca foi rico, apoiou-se através de vendas comissionadas de sua arte e fez peças como presentes. Esses pequenos pedaços originais assinados são cada vez mais procuradas por coleções privadas. 


    Suas obras incluem a "Dromana" no Jardim Seawinds, Arthurs Seat, Victoria, e "Brute Gun" no Ricketts William Sanctuary, Mount Dandenong , Victoria. 


    sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

    Índia transfere vila para salvar tigres em risco de extinção



    • Toda uma vila foi realocada na Índia para ajudar na proteção aos tigres, informaram autoridades locais.
    Governo indiano planeja mover mais quatro agrupamentos humanos que se encontram em reserva de tigres. Mais de 350 pessoas de 82 famílias da pequena cidade de Umri, na reserva de tigres de Sariska, no Estado de Rajastão (norte da Índia), se mudaram na semana passada para outros locais.

    O número de tigres em Sariska chegou a zero antes de subir novamente para cinco nos últimos três anos. Em 2002, eram 16.

    Nas últimas décadas as populações de tigres vinham diminuindo. Uma contagem feita em 2011 estimou que 1.700 animais viviam na natureza, um leve aumento em relação a 2007, quando eram 1.400.

    A estimativa, um século atrás, era de que cem mil tigres vivessem no país. Umri é a segunda vila em Sariska a ser transferida em um esforço para assegurar um habitat seguro para que os tigres consigam aumentem sua população.

    Há 11 vilas com uma população de cerca de 2.500 pessoas vivendo no coração da reserva de tigres que precisam ser transferidas, diz o governo local. A transferência de mais quatro agrupamentos deve ocorrer nos próximos quatro anos. A maioria dessas pessoas trabalha em atividades pastorais.

    "É um processo longo porque os moradores devem concordar em se mudar, não podemos forçá-los, mas apenas convencê-los", disse o porta-voz do governo local Somasekhar. A indenização que eles recebem em terras, dinheiro e animais, equivale a 1 milhão de rupias, ou R$ 34 mil. Os que aceitam mudar são transferidos para terras cultiváveis próximas de suas propriedades originais.

    DA BBC BRASIL

    Instituto Butantan 111 anos comemorados com viagem pela ciência nos seus três museus


    Cobras Píton são raras e muito procuradas no mercado de animais


    • O Instituto Butantan propõe para esse fim de semana uma viagem pela ciência totalmente gratuita.

    Em comemoração aos seus 111 anos, os três museus do instituto - Biológico, Histórico e de Microbiologia - estarão abertos no sábado e para visitá-los basta retirar ingresso na bilheteria.

    Para quem já conhece os espaços, o Butantan traz novidades. No museu Biológico (que mais parece um zoológico, já que seu "acervo" é vivo), há novos animais em exposição: uma Píton Albina, cobra que no passado era vendida como animal de estimação; uma Jararaca da Amazônia, bicho muito temido naquela região por causa das dores que sua mordida provoca; e uma cobra Píton Granito, que raramente é encontrada na natureza, porque é resultado de cruzamentos de cobras de formas, cores e desenhos variados, como explicou Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Butantan.

    O local conta ainda com uma exposição permanente das principais espécies de serpentes brasileiras, aranhas, escorpiões e iguanas.

    O museu Histórico guarda objetos antigos, usados em importantes pesquisas sobre vacinas no Brasil.

    Já no museu de Microbiologia é possível não só ver o acervo como brincar de ser cientista. A proposta da visitação é fazer crianças e adultos entenderem um pouco sobre o mundo que os microscópios tornam visível, quer dizer, o universo dos microrganismos.

    Equipamentos, painéis, modelos tridimensionais de bactérias, vírus e protozoários explicam as bases da microbiologia e revelam o que são os chamados "germes" ou micróbios.

    ANOTE NA AGENDA

    Instituto Butantan
    ONDE: av. Vital Brasil, 1.500, Butantã; tel. 0/XX/11/2627-9536
    QUANDO: sábado (25), das 9h às 16h30
    QUANTO: grátis

    quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

    Urutau - A ave fantasma





    • A Lenda do Urutau (Tupi-Guarani)


    Conta a lenda que Nheambiú, uma bela moça, filha do cacique Tuxaua da nação Guarani, certo dia, foi passear na floresta conheceu e logo se apaixonou profundamente por um bravo guerreiro Tupi chamado Cuimbaé. O problema é que, naquela época as duas tribos eram inimigas e com suas frequentes visitas pelas redondezas ao encontro de Nheambiú, acabou sendo feito prisioneiro pelos Guaranis. 

    Quando Nheambiú soube disto pediu para o cacique sua permissão para casar-se com seu amado. Porém, esse e os posteriores pedidos foram terminantemente negados, com a alegação de que Cuimbaé era um Tupi, ou seja, um inimigo mortal dos Guaranis. 

    Não suportando mais o sofrimento, Nheambiú desapareceu da Taba, causando um enorme alvoroço. No meio do caminho a jovem encontrou um pajé que não era nem tupi e nem guarani. Ele disse que se a moça tomasse uma poção mágica e fosse para o coração da floresta, ela encontraria seu amado e se casaria com ele, mas isto custaria um preço muito caro. Mesmo assim Nheambiú aceitou o trato. 

    Assustado com o sumiço da filha, o velho cacique mobilizou então todos os seus guerreiros para que procurassem, por todo o lado, a seu bem mais precioso. Após uma longa busca, a jovem foi encontrada no coração da floresta, paralisada e muda, como uma estátua de pedra. Ao vê-la, o pai sacudiu-a, mas ela não deu nenhum sinal de vida. Então, o seu pai mandou chamar o feiticeiro da tribo, que a examinou dizendo o seguinte ao cacique: – Nheambiú perdeu a fala para sempre; só uma grande dor poderá fazer Nheambiú voltar ao que era.


    Então começaram por informar a jovem índia de todas as notícias mais tristes possíveis: a morte do seu pai e a de todos os seus amigos. No entanto, nada surtiu efeito. A jovem continuou inabalável e intacta. Então o pajé da tribo aproximou-se e disse: – Cuimbaé acaba de ser morto. Quando o cacique tocou em sua filha,  o corpo da jovem moça estremeceu-se todo e ela, soltando repetidos lamentos virou uma espécie de pássaro pardo e saiu voando acabando por desaparecer da mata. 

    Todos os que ali se encontravam, cheios de dor, acabaram transformados em árvores secas, enquanto Nheambiú  transformada Urutau ficou a voar, noite após noite, pelos galhos daquelas árvores amigas, chorando a perda de Cuimbaé. Assim os índios batizaram aquele pássaro mágico de Urutau, que seria uma junção da palavras tupis: guyra, que significa ave, com táu que quer dizer fantasma. 

    Diz a lenda que a ouvem chorar quando a Lua aparece no céu, mas ninguém a vê em seus lamentos em busca de seu grande amor.


    • O Urutau
    Seu comprimento é em média de 37cm. Apesar de difícil de ser avistada, uma vez vista é inconfundível pelo aspecto único. Nyctibius griseus é a única espécie do gênero que ocorre em áreas modificadas pelo homem e por isso é a mais facilmente encontrada. Difere de Nyctibius grandis por ser menor que esta e de  Nyctibius aethereus por ser acinzentada e não parda. Seu canto, só ouvido a noite, lembra uma flauta de bambu. 

    Sua silhueta e suas cores são merecedoras do título de ave mais camuflada do mundo. O urutau vai contra tudo o que conhecemos como uma ave normal. Possui várias adaptações espetaculares. Noturna, passa os dias pousado na ponta de um galho ou tronco seco, com suas cores confundindo-se com o local. Corpo todo cinza claro, manchado e listrado de cinza mais escuro, com bolas claras e escuras sobre as asas, levemente amarronzadas. Seus enormes olhos laranjas que o ajudam a enxergar no escuro da noite seriam uma falha em seu disfarce não fosse pelas pálpebras que os recobrem com um detalhe interessante- há uma pequena prega nas pálpebras, permitindo que a ave enxergue mesmo de olhos quase que inteiramente fechados. Sua defesa é manter-se imóvel, de modo que a qualquer sinal de perigo aumenta sua semelhança com o tronco de apoio (foto). Controla os arredores através de duas pequenas “janelas” nas pálpebras, sem necessitar abri-las. Ao observar qualquer situação de risco potencial, lentamente estica o pescoço e dirige o bico para cima, encostando mais a cauda no tronco de apoio. Desse modo, torna-se praticamente invisível no ambiente.



    O bico é uma pequena ponta queratinizada, cercada por penas modificadas que mais parecem um ``bigode'' com função tátil que auxilia a ave a perceber suas presas no escuro, enquanto a boca estende-se até depois da linha dos olhos. É a noite que o urutau se revela um exímio caçador, capturam insetos em vôos verticais  como um falcão ou perseguindo-os em voo, à semelhança de andorinhas. 


    Reproduz-se nos meses quentes,  põem  apenas um ovo, também muito disfarçado, sobre uma concavidade em um galho ou tronco, chocando na postura vertical de camuflagem. Não há construção de ninho e o filhote permanece sob as asas da mãe até seu tamanho atrapalhar o disfarce. A mãe passa se empoleirar em outro galho, próximo ao filhote, até que este aprenda a caçar sozinho. O filhote também logo adota a postura de proteção, quando deixado sozinho, voando após 51 dias de nascido.

    A observação desta ave é algo completamente fortuito, mas a ave é bem mais comum do que a maioria das pessoas pensam, chegando até o centro de cidades grandes, contanto que sejam ber arborizadas. Se você tiver um bom gravador é possível fazer o playback com o som da ave a noite, pois ela responde e se aproxima bastante. Seu canto é marcante. 

    O urutau pode ser identificado pelo reflexo de lanternas ou silibins nas suas grandes retinas, quando iluminamos a copa das árvores. À noite é que emitem o longo canto, composto de 5 notas descendentes, assobiadas e claras, espaçadas por intervalos regulares, a forma mais comum de detectá-los. Sua observação é tão difícil que o nome urutau quer dizer "ave fantasma", em tupi.  As vezes é difícil dizer onde começa a ave e acaba o galho.

    Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca., cantando com maior freqüência a partir de julho até o final do ano.




    • Outras lendas e superstições
    Devido à sua existência misteriosa, o Urutau além das lendas era objeto de práticas supersticiosas. Os Guaranis acreditavam que partindo-se as asas e as pernas do pássaro durante a noite, no dia seguinte ele amanhecia perfeito. Segundo algumas crendices indígenas, esta ave noturna revestia-se de atribuições que são inerentes ao Cupido. As penas do Urutau eram eficazes talismãs de amor. Assim sendo, aquele que conduzir uma de suas penas, atrai a simpatia e o desejo do outro sexo; que se consegue qualquer pretensão com a escrita com uma de suas penas. Acreditava-se ainda, que as suas penas e as suas cinzas eram remédios contra doenças.

    Há também quem diga que, na Amazônia, existe o costume de varrer o chão, sob o véu das noivas, com as penas da cauda do "Jurutauí" (designação pela qual o Urutau é conhecido nesta região), a fim de se garantir para as futuras esposas todas as virtudes do mundo.

    Outra das crenças mais curiosas no poder sobrenatural do Urutau é a que faz referências à sua posição face ao ciclo solar. Quando o sol nasce o pássaro volta a sua cabeça para ele e acompanha-o no seu percurso. Quando o astro caminha para o Poente, começa então a entoar o canto dolorido “U – ru – tau”. Conta-se também que, Couto de Magalhães elevou o Urutau à categoria dos deuses, reservando-lhe o segundo lugar da sua teogonia Tupi. Todas essas considerações, entretanto, levam-nos a classificar o Urutau como um pássaro feérico (mágico), que existe por direito próprio. O Urutau é um pássaro que pertence à Ordem dos Caprimulgiformes, família dos Nyctibiidae. No Brasil, ocorrem as seguintes espécies: Nyctibius grandis (Urutau, Mãe-da-Lua Gigante); Nyctibius griseus (Urutau) e Nyctibius aethereus (Mãe-da-Lua Parda).

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