Todos pela Natureza!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Baleias Piloto


O biólogo marinho britânico Rory Moore, de 28 anos, fotografou um grupo de Baleias-Piloto no estreito de Gibraltar, próximo ao mar Mediterrâneo, e uma delas parece sorrir para a câmera, segundo a agência de notícias “Barcroft Media”.


Video TV TAMAR

Características:


Baleia-piloto é a designação comum aos mamíferos cetáceos do gênero Globicephala, que ocorrem nos oceanos de todo o mundo. Chegam a medir até 8,5 metros de comprimento, de coloração negra, cabeça em forma de globo sem bico definido e dentes presentes. Também são chamados de caldeirão e golfinho-piloto. Há duas espécies, Baleia-piloto-de-peitorais-longas (Globicephala melas), Baleia-piloto-de-peitorais-curtas (Globicephala macrorhynchus)

É uma espécie de golfinho, sendo um dos maiores membros da família, por isso recebeu o nome de Baleia-Piloto. O corpo é essencialmente preto apresentando manchas cinzentas atrás da barbatana dorsale no lado ventral que apresenta forma de âncora. Pode ser confundido com a fêmea de orca, mas as manchas cinzentas atrás das barbatanas dorsais são diferentes e a barbatana dorsal das orcas é mais estreita na base.

  • Acrobacias são mais comum nos animais mais jovens que saltam para fora da água;
  • Cor preto-tinta ou cizento escuro.
  • Tamanho da Baleia Piloto: Fêmea de 3.8 a 5.7 metros e Macho de 4 a 7.6 metros.
  • Bico Ausente, testa arredondada, bolbosa.
  • Peso do Golfinho Fêmea de 2 a 2.51 e Macho mais de 3 toneladas.

Os Grupos são muito sociáveis, com associações pelo lado materno (10-30) raramente reúnen-se em várias centenas, normalmente as fêmeas estão em maioridade e a estrutura é estável, grupos inteiros vistos em imobilidade, deixando que embarcações se aproximem.

 

Sopro – em boas condições atinge mais de 1m de altura e pode ser ouvido.Variação: Os machos têm mais de 1m de comprimento que as fêmeas, a barabatana dorsal nos machos é concava enrolando-se para trás enquanto que a das fêmeas é mais triangular e mais parecida com a dos outros golfinhos. O melão é mais desenvolvido nos machos especialmente nos mais velhos.

arquivo do blog

Alimentação: A dieta é constituída geralmente por lulas e peixes.

Guarani-Kaiowá ameaçam denunciar o Brasil para a OEA por violação de direitos dos povos indígenas

 

Tacuru (MS) - Lideranças indígenas da etnia Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul decidiram dar um prazo de 90 dias para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgue o resultado de seis estudos antropológicos, iniciados em 2008, para definir as áreas que poderão ser homologadas no estado. Caso o prazo não seja cumprido, os índios ameaçam denunciar o Brasil à Organização dos Estados Americanos (OEA) por violação de diretos dos povos indígenas.

A medida é um dos principais pontos que vão constar no documento final da primeira Aty Guasu realizada em 2012. A grande assembleia indígena, que acaba hoje (3) em Tacuru, município a 450 quilômetros de Campo Grande, reuniu aproximadamente 300 lideranças, que representam cerca de 45 mil índios das etnias Guarani Kaiowá e Nhandéwa do Mato Grosso do Sul.

Para o vereador Otoniel Ricardo Guarani, uma das principais lideranças dos guarani-kaiowá, está havendo descaso das autoridades brasileiras em relação aos problemas indígenas. “Vamos colocar o prazo de 90 dias para divulgar o relatório final e, se não resolver, vamos pressionar o governo federal e denunciar internacionalmente na Justiça, na OEA. Estamos pressionando para ouvir e conversar, para saber a proposta das autoridades”, disse Otoniel à Agência Brasil.

“Já estamos cansados, temos muitas lideranças mortas, muitos feridos, a comunidade passa discriminação, isso o mundo sabe. Vários documentos foram enviados ao governo e o problema não foi resolvido. Queremos resolver esse ponto”, acrescentou.

Durante os quatro dias da Aty Guasu as lideranças guarani-kaiowá avaliaram os problemas da etnia e prestaram homenagens ao cacique Nísio Gomes, assassinado por pistoleiros no ano passado.

Otoniel argumentou que tanto os índios quanto os produtores rurais querem a definição das áreas que poderão ser demarcadas para não haver mais conflitos. “A gente não quer mais conflito e os produtores rurais também não querem mais conflito. Então, queremos saber se vai ser resolvido judicialmente ou com política."

Além da demarcação das terras, os índios cobram do governo a adoção de políticas públicas dentro das aldeias. “Também queremos que, junto com as demarcações, tenha alguma continuidade do projeto para a gente ter autonomia e sustentabilidade. Não queremos mais depender do apoio de cesta básica. Queremos ganhar a terra e ter a produção daquilo que a gente necessita. Por isso vamos pressionar o governo”, disse Otoniel.

 

Edição: Andréa Quintiere

Ivan Richard
Enviado Especial 

Gado em terra Xavante


Quase dois anos depois de ter assinado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e ter se comprometido publicamente a não comprar mais gado criado em terras indígenas, o frigorífico JBS continua quebrando suas promessas. A despeito do sofrimento do povo Xavante...

Greenpeace - Perdão milionário

 
Foto: © Marizilda Cruppe / Greenpeace 


Com novo Código Florestal, multas no valor de R$ 492 milhões, referentes a 333 mil hectares de floresta desmatada, serão anistiadas. 

Prestes a ser votado na Câmara dos Deputados – última votação antes de cair nas mãos da presidente Dilma Rousseff –, o projeto do Código Florestal, se aprovado como está, pode levar à suspensão de três em cada quatro multas acima de R$ 1 milhão impostas pelo Ibama por desmatamento ilegal. Segundo o Jornal Folha de S. Paulo, em reportagem publicada nesta segunda-feira (5), 139 infrações superam essa quantia. Desse total, 103 serão suspensas com as novas regras, o que significa 75% de multas milionárias anistiadas. O valor total perdoado é de R$ 492 milhões, referentes à destruição de 333 mil hectares de floresta – o que equivale a duas cidades de São Paulo.

Pelo texto aprovado no Senado, serão perdoadas as multas aplicadas até 22 de julho de 2008, data em que entrou em vigor o decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, desde que seus responsáveis se cadastrem num programa de regularização ambiental. O valor da anistia chega a R$ 8,4 bilhões se forem contadas as multas de todos os valores. A maioria das infrações foi aplicada pelo Ibama entre 2006 e 2008. Nenhuma foi paga até hoje.

Somente os dez maiores desmatadores destruíram juntos 98 mil hectares e receberam multas no valor de R$ 166 milhões. O maior deles é Léo Andrade Gomes, do Pará. Ele derrubou 15 mil hectares de florestas, e sofreu infrações que somam R$ 32,2 milhões. O agricultor ainda nem chegou a ser encontrado pelo Ibama para receber a notificação. O ex-deputado federal Ernandes Amorim (PTB-RO) também está na lista das multas milionárias. Ele deve R$ 2,4 milhões por danos ambientais numa área de 1.600 hectares.

A proposta ruralista que anistia crimes ambientais criará precedentes que estimularão a exploração predatória das florestas. Se as infrações já não eram pagas, a situação irá piorar ainda mais. A anistia abre brechas inclusive para as multas que continuarem valendo. Auditores do Ibama, procuradores federais e cientistas, já assinalaram que isso irá atrasar ainda mais os processos administrativos e judiciais, além de sinalizar a impunidade, estimulando novos crimes.

Código Florestal: Veta, Dilma

O que resta à sociedade é exigir o cumprimento das promessas da presidente. Veta, Dilma.

Brasil será protagonista do Dia Mundial do Meio Ambiente


O Brasil será protagonista da edição de 2012 do Dia Mundial do Meio Ambiente, que ocorrerá em 5 de junho. A mensagem do evento é de que ações individuais podem ter um impacto importante sobre o planeta, ajudando a reduzir a poluição. "Celebrando o Dia Mundial no Brasil em 2012, estamos voltando para as raízes do desenvolvimento sustentável contemporâneo para definir um novo caminho que reflita as realidades, mas também as oportunidades do novo século", disse Achim Steiner, diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Os eventos no Brasil se somam a outras iniciativas em várias partes do mundo, desde maratonas até dias sem carros. O diretor justifica a escolha da ONU explicando que o governo brasileiro se comprometeu a combater o desmatamento da Amazônia, reduzindo as emissões do gás causador do efeito estufa. Além disso, no Brasil, a reciclagem garante emprego a milhões de pessoas.

Outra iniciativa brasileira destacada por Steiner é a construção de 500 mil novos prédios com estruturas de energia solar que permitiu a criação de 300 mil postos de trabalho.

As informações são da Agência Ansa.

Comitê Brasil em Defesa das Florestas - Manifestação reúne duas mil pessoas para pedir veto a novo Código Florestal

Manifestantes marcharam da Catedral até o
 Congresso Nacional com a palavra de ordem "Veta Dilma!"

Mobilização organizada pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas trouxe manifestantes de 14 estados que coloriram as ruas do centro de Brasília com muito bom humor. Camponesas também realizam protestos em várias regiões do País

Quase duas mil pessoas, de 14 estados diferentes, na Esplanada dos Ministérios, para pedir o veto da presidenta Dilma Rousseff à reforma do Código Florestal, que deve ser votada na Câmara, nos próximos dias.

Trabalhadores sem terra, agricultores familiares, ambientalistas, estudantes, pescadores, ribeirinhos, esportistas e pesquisadores coloriram as ruas do centro de Brasília para reafirmar a importância da preservação das matas nativas e o repúdio à proposta que vai revogar o atual Código Florestal.

A mobilização foi organizada pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e contou com bonecos gigantes, “puxada de rede” e roda de capoeira, caras pintadas, fantasias, bandeiras e muito bom humor. As organizações que integram o comitê, entre elas o ISA, lançaram um manifesto criticando a reforma do Código Florestal.

Várias tribos diferentes reuniram-se para 
protestar contra a reforma do Código Florestal

No espelho de água que fica à frente do Congresso Nacional, foi feita uma pescaria simbólica para lembrar a importância dos mangues – ecossistemas considerados áreas de preservação pela lei atual, mas que podem perder proteção com a proposta que será votada pelos deputados.

O governo conseguiu o adiamento da votação que estava marcada para ontem. O Planalto afirma que irá defender o texto vindo do Senado, mas é pressionado pelos ruralistas e boa parte da base aliada, que querem resgatar vários pontos do projeto original aprovado pela Câmara no ano passado.

O banner vivo na ladeira ao lado do Congresso

“O Brasil está sediando daqui alguns meses a Rio+20, um balanço da ECO-92. O País não pode passar pela vergonha de sediar esse evento e aprovar um Código Florestal ruralista, que ataca as áreas de preservação permanente e as reservas legais, que anistia desmatadores e não avança na recuperação dos desmatamentos”, criticou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Mais de duas mil pessoas ocuparam a 
Esplanada dos Ministérios com muito humor

Na terça-feira, um grupo de 11 organizações ambientalistas, inclusive o ISA, criticou o desempenho do primeiro ano do governo Dilma Rousseff na área socioambiental. De acordo com elas, ocorreu no período o maior retrocesso da agenda socioambiental desde o fim da ditadura militar. Segundo essas organizações, a aprovação da reforma do Código na Câmara e no Senado é o principal deles.


Manifestação incluiu "puxada de rede" e roda de capoeira para lembrar da importância dos mangues, que sairão prejudicados com a nova lei

Mulheres contra o novo Código


As mulheres das organizações que compõem a Via Campesina estão promovendo a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, desde o final da semana passada, com ações realizadas em 10 estados. O objetivo é cobrar da presidenta Dilma a realização da reforma agrária, um novo modelo agrícola baseado em pequenas propriedades e o veto das mudanças no Código Florestal.

Pescaria simbólica em defesa dos mangues 
no espelho de água do Congresso

Na terça-feira, aconteceram protestos no Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Pará. Já foram realizadas manifestações também em São Paulo, Bahia, Goiás, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará. Até o final desta semana, serão realizadas mais ações em todo o país.

Bandeiras e fantasias coloriram o Congresso Nacional

Urihi: A Terra-Floresta Yanomami


Foto: Victor Englebert

  • Urihi, a terra-floresta
A palavra yanomami urihi designa a floresta e seu chão. Significa também território: ipa urihi, "minha terra", pode referir-se à região de nascimento ou à região de moradia atual do enunciador; yanomae thëpë urihipë, "a floresta dos seres humanos", é a mata que Omama deu para os Yanomami viverem de geração em geração; seria, em nossas palavras, "a terra yanomami". Urihi pode ser, também, o nome do mundo: urihi a pree, "a grande terra-floresta".

Para os Yanomami, urihi, a terra-floresta, não é um mero espaço inerte de exploração econômica (o que chamamos de “natureza”). Trata-se de uma entidade viva, inserida numa complexa dinâmica cosmológica de intercâmbios entre humanos e não-humanos. Ela tem uma imagem essencial (urihinari), um sopro (wixia), bem como um princípio imaterial de fertilidade (në rope).

Os animais (yaropë) que abriga são vistos como avatares dos antepassados míticos homens/animais da primeira humanidade (yaroripë) que acabaram assumindo a condição animal em razão do seu comportamento descontrolado, iinversão das regras sociais atuais. Nas profundezas emaranhadas da urihi, nas suas colinas e nos seus rios, escondem-se inúmeros seres maléficos (në waripë), que ferem ou matam os Yanomami como se fossem caça, provocando doenças e mortes. No topo das montanhas, moram as imagens (utupë) dos ancestrais-animais transformadas em espíritos xamânicos xapiripë.

Os xapiripë foram deixados por Omama para que cuidassem dos humanos. Toda a extensão de urihi é coberta pelos seus espelhos onde brincam e dançam sem fim. No fundo das águas, esconde-se a casa do monstroTëpërësik«, sogro de Omama, onde moram também os espíritos yawarioma, cujas irmãs seduzem e enlouquecem os jovens caçadores yanomami, dando-lhes, assim, acesso à carreira xamânica.

Partindo desta ideia, o livro "Urihi: A Terra-Floresta Yanomami", recém lançado pelo ISA em parceria com o Institut de Recherche pour le Développement (IRD), apresenta uma visão geral sobre o conhecimento florístico dos Yanomami com base em dados coletados em diferentes partes de seu território e em diferentes períodos.

Flores comestíveis da 
árvore nã+ hi (Micropholis sp.). 


De autoria do antropólogo Bruce Albert e do etnobotânico William Milliken – com a colaboração da etnolinguista Gale Goodwin Gomez e texto de abertura do xamã e líder Yanomami, Davi Kopenawa – a publicação traz, em suas 207 páginas, informações sobre como as plantas da floresta são parte intrínseca da cultura Yanomami, sendo utilizadas na alimentação, na construção de casas e artefatos, na ornamentação corporal ou para a cura e o xamanismo.

A apresentação de dados científicos é somada a informações na língua nativa, em um cuidadoso trabalho de diálogo entre o conhecimento gerado pela ciência e o saber tradicional. A publicação faz parte de um conjunto de ações desenvolvidas entre os Yanomami pelo Programa Rio Negro, do ISA, e é leitura obrigatória para todos interessados nas relações entre povos indígenas e o meio ambiente.

O livro Urihi: A Terra-Floresta Yanomami está à venda na Loja Virtual do ISA

 


Os Yanomami e suas terras

Os Yanomami são caçadores-agricultores da floresta tropical do Norte da Amazônia cujo contato com a sociedade nacional é, na maior parte do seu território, relativamente recente. Seu território cobre, aproximadamente, 192.000 km², situados em ambos os lados da fronteira Brasil-Venezuela na região do interflúvio Orinoco – Amazonas (afluentes da margem direita do rio Branco e esquerda do rio Negro). Constituem um conjunto cultural e lingüístico composto de, pelo menos, quatro subgrupos adjacentes que falam línguas da mesma família (Yanomae, Yanõmami, Sanima e Ninam). No Brasil, a população yanomami é de 15.682 pessoas, repartidas em 228 comunidades (censo da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA – de 2006). A Terra Indígena Yanomami, que cobre 9.664.975 hectares (96.650 km²) de floresta tropical é reconhecida por sua alta relevância em termo de proteção da biodiversidade amazônica e foi homologada por um decreto presidencial em 25 de maio de 1992.

Visualizar TI Yanomami em um mapa do google

Líder yanomami procura apoio da ONU contra extração de minerais

 
"A terra-floresta só pode morrer se for destruída pelos brancos. Então, os riachos sumirão, a terra ficará friável, as árvores secarão e as pedras das montanhas racharão com o calor. Os espíritos xapiripë, que moram nas serras e ficam brincando na floresta, acabarão fugindo. Seus pais, os xamãs, não poderão mais chamá-los para nos proteger. A terra-floresta se tornará seca e vazia. Os xamãs não poderão mais deter as fumaças-epidemias e os seres maléficos que nos adoecem. Assim, todos morrerão." 

O líder yanomami Davi Kopenawa solicitará às instâncias de direitos humanos da ONU que se oponham à regulamentação da extração de minerais nas terras indígenas da Amazônia. Kopenawa afirmou nesta segunda-feira que a lei, se for aprovada, permitirá a entrada das grandes empresas de extração de minerais em territórios indígenas, o que abrirá caminho para a "destruição das terras, a poluição dos rios, e trará mais doenças além das que já existem".

Kopenawa está em Genebra a convite do Festival de Cinema e Direitos Humanos da cidade, que projetou o filme "Indiens en Sursis", que denuncia a situação dos índios do Brasil e do qual ele é protagonista. O líder yanomami afirmou que "bateu em todas as portas" do governo brasileiro e, por isso, agora está se dirigindo à ONU, esperando que o escute e o ajude em sua oposição ao projeto de lei.

"Precisamos de ajuda para dizer "não" ao governo. Não podem entrar em nossa terra e expoliá-la", declarou. Kopenawa será recebido nesta terça-feira pelos assistentes da relatora para a situação dos defensores dos direitos humanos, com os do relator sobre os direitos dos povos indígenas e com o responsável do Brasil no escritório da alta comissária para os Direitos Humanos da ONU.

O projeto de lei em estudo permitiria a extração de minerais em terras indígenas com a autorização do Congresso Nacional e com o pagamento de royalties para os indígenas e para a Fundação Nacional do Índio (Funai).
A lei é debatida na Câmara há mais de 15 anos, dadas a divergências dos deputados que não sabem se aceitam as reivindicações dos índios ou as das mineradoras, que consideram que a busca de minerais nobres como o ouro, os diamantes e o nióbio - utilizado em usinas nucleares - é de interesse nacional e fundamental para o desenvolvimento do país.

Por sua vez, o governo da presidente Dilma apoia a aprovação da legislação porque considera que a falta de regulamentação só beneficia garimpeiros individuais que, como usam equipamento não regulamentado, degradam o meio ambiente.

Frutos amazônicos em livro

 

  • Inpa cataloga em publicação espécies nativas que podem ser encontradas nas feiras de Manaus (AM)

Quem já não foi a uma feira livre, deu de cara com uma fruta incomum, mas não arriscou experimentá-la por puro desconhecimento? E olha que os mercados regionais estão repletos delas... No caso da região amazônica, o problema está resolvido. O técnico especializado em sistemática de palmeiras e fruteiras nativas da Amazônia, da Coordenação de biodiversidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Afonso Rabelo, acaba de publicar o livro “Frutos Nativos da Amazônia comercializados nas feiras de Manaus-Am”. 

Ou seja, diante de uma frase assim – “Tucumã, cupuaçu ou açaí? Tem pra todos os gostos e não custa caro viu freguês” – só não vai levar para casa um fruto diferente quem não quiser. Após dois anos de pesquisa, ele explana sobre 38 espécies diferentes de fruteiras nativas da Amazônia, catalogadas em 10 feiras livres na cidade de Manaus. 

Para o processo de criação do livro foi necessário, primeiro, a caracterização botânica de cada espécie, onde foram destacados a descrição das plantas, hábito de crescimento, flores, folhas, frutos e sementes, além de exemplificar os principais usos, época da comercialização e preços dos frutos nas feiras, retratados em aproximadamente 600 fotografias. 

Com linguagem simples e objetiva, para que possa ser usado pela sociedade, o livro, segundo o autor, servirá também de fonte de consultas para “trabalhos voltados para pesquisas que visam, especialmente, à incorporação das fruteiras nativas em sistemas agroecológicos e no agronegócio, na criação de leis para proteção de fruteiras raras presentes em fragmentos florestais urbanos e para socialização do conhecimento científico”. 

Afonso Rabelo explica que a maioria das fruteiras nativas da região não apresentam potencial florestal madeireiro. Elas produzem frutos com qualidades e sabores bastante variados, com paladar aprazível. “Em geral, os frutos são consumidos na forma in natura, mas determinadas espécies apresentam frutos com potencial para uso na culinária e na agroindústria. Entretanto, pouco se sabe sobre a comercialização desses frutos nas feiras livres da cidade de Manaus”, complementou. 

Produto escasso 

Rabelo contou que alguns frutos oriundos do extrativismo estão cada vez mais escassos nas feiras livres da cidade de Manaus, dentre eles destacam-se: Piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.), Pajurá (Couepia bracteosa Benth), Sorvinha (Couma utilis (Mart.) Müll. Arg.), Uxi (Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.), Jatobá (Hymenaea courbaril L.), Bacaba (Oenocarpus bacaba Martius), Patauá (Oenocarpus bataua Martius) e Sapota-do-Solimões (Quararibea cordata (Bonpl.) Vischer), em decorrência dos desmatamentos provocado para abertura de estradas, expansão agropecuária e desenvolvimento sócio-econômico, próximo das zonas urbanas. 

De acordo com as pesquisas feitas para a elaboração do livro, essa perspectiva tem causado preocupação nos ambientalistas em relação à preservação das fruteiras no seu habitat natural. 

“Atualmente as espécies de Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Bonpl.), Jatobá (Hymenaea courbaril L.) e Piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.), sofrem com grande perda de variabilidade genética (seleção de variedades com formação de frutos grandes e nutritivos e plantas com crescimento rápido, resistentes a pragas e doenças), decorrente da supressão para retirada de madeira de excelente qualidade, prejudicando, sobretudo, futuros programas de melhoramentos genéticos dessas espécies”, ressaltou. 

O técnico explica que a expectativa é de que a obra possa auxiliar na educação e no resgate da cultura regional: “Espero que os conhecimentos desse livro possam ser propagados, sobretudo, nas escolas de ensino fundamental, médio e universitário e, que os frutos possam ser mais valorizados, visando resgatar os costumes da cultura amazonense, especialmente dos manauaras, pelo consumo de frutas nativas, respeitando essencialmente, os conhecimentos, tradições e costumes das populações tradicionais da Amazônia”. 

Além disso, destacou que é necessário desenvolver tecnologias por meio de pesquisas científicas inovadoras com o objetivo de aumentar a utilidade, conservação e agregação de valores econômicos aos subprodutos dos frutos, para serem comercializados, acreditando que os frutos amazônicos são um grande argumento para a manutenção da floresta em pé. 

A obra publicada pela Editora Inpa pode ser adquirida no valor de R$ 50,00 na livraria da editora, nas dependências do Instituto (Avenida André Araújo, 2936, Aleixo, Manaus-Am). Também pode ser encomendada pelo telefone (92) 3643-3223. Informações adicionais sobre a obra podem ser encontradas no endereço http://frutasnativasdaamazonia.blogspot.com/

Secretário da ONU pede mais ação e menos conversa na Rio+20

 

O secretário-geral da ONU para a Rio+20, o chinês Sha Zukang, afirmou que o grande desafio da conferência para o desenvolvimento sustentável, a ser realizada no Rio de Janeiro de 20 a 22 junho, é colocar em prática as questões levantadas no evento. Em sua avaliação, muito já foi discutido em conferências anteriores, mas pouco realmente saiu do papel.

Para que as resoluções da Rio+20 sejam, de fato, postas em prática, Zukang defende a participação ativa da sociedade civil.

Segundo ele, é preciso que a população dos países cobre de seus governos o cumprimento dessas resoluções.

"Nosso trabalho não é conversar, é fazer. Já conversamos o suficiente. Não percam mais nenhum minuto discutindo, produzindo papéis apenas. É claro que precisamos produzir algum papel, mas eles devem ser seguidos de implementação", afirmou Zukang, em entrevista coletiva nesta tarde no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.

"Gritem, falem alto, conversem, certifiquem-se de que o governo irá ouvir vocês".

Zukang está em sua terceira e última visita ao Rio de Janeiro antes da conferência. O secretário ficará até o próximo dia 10 no Brasil para acertar os detalhes finais de logística do evento. Sua agenda inclui reuniões no Rio e em Brasília.

A ONU prevê a visita de 60 mil pessoas à cidade, assim como 120 chefes de Estado. A conferência acontece 20 anos após a realização da Rio 92, que reuniu 108 chefes de Estado e levou ao Rio cerca de 30 mil pessoas.

A grande dúvida da edição atual é com relação aos chefes de Estado. Crise internacional e eleições presidenciais em países como Estados Unidos e França podem fazer com que a conferência seja menos prestigiada do que a histórica Rio 92.

Zukang ressaltou que a Rio+20 discutirá como colocar em prática a chamada "economia verde". O próprio secretário afirma que a definição do termo varia muito de país para país --e que isso poderia ser mais uma justificativa para falta de ações.

O secretário explicou que a "economia verde" está baseada em três pilares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente. Zukang afirmou que muito se avançou nos dois primeiro pilares, porém, no último, ainda há um caminho longo a ser percorrido.

"Nos últimos 20 anos o que vimos? Vimos desenvolvimento econômico, mas ao mesmo tempo vimos o mundo ficando cada vez mais mais insustentável. Falta integração dos três pilares da sustentabilidade", afirmou, lembrando que a ONU recomenda aos países o investimento de 2% do PIB mundial em meio ambiente.

Questionado sobre a iminente votação do Código Florestal, Zukang afirmou que a ONU não opina sobre questões de política interna dos países. Mas aproveitou para dar recado: "A floresta é do Brasil, mas o país tem de entender que a maneira como ele trata seu meio ambiente e seus recursos naturais pode ter reflexo no restante do mundo", disse.



LUCAS VETTORAZZO

Às Estrelas


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A gigante de couro pode atingir dois metros de comprimento e pesar até 750 kg.