Todos pela Natureza!

terça-feira, 31 de julho de 2012

Fundação lança Plataforma Ambiental aos municípios


SOS Mata AtlânticaEcos da Mata nº 387
31 de Julho de 2012
Fundação lança Plataforma Ambiental aos municípios
Amanhã (1/8), a Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com a Frente Parlamentar Ambientalista e a Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA), lança a Plataforma Ambiental aos Municípios 2012. O documento apresenta os principais pontos da agenda socioambiental que precisam ser discutidos, respondidos e solucionados pelos próximos dirigentes dos municípios. A plataforma funciona como um instrumento de apoio ao cidadão eleitor, contribuindo no momento da escolha de seu candidato e na hora de cobrar propostas e resultados; e aos candidatos, que poderão utilizá-la e incorporar os temas em seu Plano de Governo. O documento estará disponível a partir de amanhã em www.sosma.org.br/projeto/plataforma-ambiental . Nas próximas semanas, a Plataforma Ambiental também será apresentada em capitais brasileiras, como Salvador e Rio Grande do Norte. Saiba mais e acompanhe a agenda no site da Fundação.
Centro de Experimentos Florestais dobra capacidade de produção de mudas
Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Schincariol, localizado em Itu (SP), concluiu uma obra que dobra sua capacidade de produção de mudas. O viveiro, que tinha a capacidade de produzir 400 mil mudas por ano, agora chegará a produzir 800 mil. A ampliação faz parte das comemorações do 5º aniversário do Centro, que será festejado em novembro deste ano. Outras ações estão previstas para marcar a data, como um programa de coleta e armazenamento de sementes. Segundo Ludmila Pugliese, gerente de Restauração Florestal da SOS Mata Atlântica e coordenadora do Centro, a ampliação do viveiro “é um importante passo para que cada vez mais projetos de restauração da Mata Atlântica possam ser realizados”. O Centro de Experimentos Florestais realiza também atividades de educação ambiental e é sede dos programas de restauração florestal da Fundação – Clickarvore e Florestas do Futuro – que juntos já realizaram o plantio de mais de 28 milhões de mudas de espécies nativas e recuperaram mais de 14 mil hectares de Mata Atlântica.
10 mil já enviaram cartas aos parlamentares que pioram o Código
A campanha Floresta Faz a Diferença alcançou 10 mil envios de e-mails aos parlamentares responsáveis pelas piores emendas da Medida Provisória (571/12) do Código Florestal. A meta é pressionar os deputados e senadores para que não votem nas emendas da bancada ruralista, bem como deixar o recado afirmando que a sociedade está de olho no trabalho do Congresso e lembrá-los que eles podem receber “cartão vermelho”. O mote da campanha é “O Jogo Não Acabou, Vamos Apitar Esta Partida”. Na opinião de Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, “o governo tenta filtrar os e-mails recebidos e segue o mau exemplo de não respondê-los”. “O mesmo foi feito com os 2 milhões de assinaturas colhidas pela petição contra as alterações do Código Florestal da Avaaz, também ignorada pelo governo”. Porém, Mantovani afirma que “o capital social da campanha continua forte e mobilizado nessa segunda fase”. Veja a lista dos parlamentares e envie um e-mail pelo site www.florestafazadiferenca.org.br. Repasse a campanha para seus amigos e familiares. Leia mais sobre o Código no site da Fundação.
18 proprietários foram contemplados pelo edital complementar do Clickarvore
A SOS Mata Atlântica anunciou o resultado do edital complementar de 2010 do programa Clickarvore. No total, 18 proprietários foram contemplados com 709.911 mudas para a restauração de mais de 400 hectares de Mata Atlântica. Foram selecionadas 17 propriedades da região Oeste de São Paulo e uma do Sul da Bahia. Os projetos aprovados têm como foco a restauração florestal e contemplam a conservação da biodiversidade, a proteção dos recursos hídricos, a conectividade de fragmentos florestais e a proximidade com Unidades de Conservação (UCs). Com a aprovação das propostas, a equipe de restauração florestal da Fundação realizará vistorias periódicas nas propriedades. Após três anos, se forem constatados bons resultados de restauração, o proprietário rural poderá receber incentivos econômicos.  O objetivo é que o proprietário direcione o recurso para melhorias na sua propriedade, aliando a restauração florestal com a adequação ambiental das áreas rurais. O edital complementar contou com recursos do Bradesco Capitalização e Bradesco Cartões. Veja a lista de propriedades contempladas no site da Fundação.
SOS Mata Atlântica forma Monitores em Educação Ambiental Vivencial
Entre os dias 24 a 26 de julho, a Fundação SOS Mata Atlântica realizou o curso de formação de Monitores para Educação Ambiental Vivencial, no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Schincariol, em Itu-SP. Os monitores atuarão no projeto “Aprendendo com a Mata Atlântica”. No curso, eles puderam trabalhar a educação ambiental teórico-prática e aplicar a metodologia do Aprendizado Sequencial – Sharing Nature nos roteiros das visitas. Essa é uma metodologia que considera a ordem das atividades de contato com a natureza para conseguir a atenção, envolvimento e empatia dos participantes das ações de educação ambiental. Participaram 19 pessoas de Itu e região, inclusive representantes da secretaria do Meio Ambiente de Itu. Saiba mais no blog da SOS Mata Atlântica.
Últimos dias da exposição itinerante da SOS Mata Atlântica em Natal
Está em Natal? Aproveite, essa é a última semana do projeto “A Mata Atlântica é Aqui – Exposição Itinerante do Cidadão Atuante” na cidade. Até domingo (5/8), dois caminhões adaptados para atividades de educação ambiental estão no Campus da Universidade Federal do Rio Grade do Norte, no estacionamento ao lado do restaurante universitário, no Bairro Lagoa Nova. Entre os dois caminhões, em uma tenda de 150 m², o público pode conhecer a exposição “Nosso Verde Também Depende do Azul”, que traz informações sobre a importância dos mares e sua relação com a Mata Atlântica. Durante a visita, a equipe da SOS Mata Atlântica promove atividades gratuitas com o público, como jogos educativos, palestras, cursos, oficinas, cinema e muito mais. O projeto funciona das 10h às 17h até o dia 4 de agosto e das 10h às 16h no dia 5 de agosto. Acesse a programação completa no portal da Fundação. O patrocínio é de Bradesco Cartões, Natura e Volkswagen Caminhões & Ônibus, com apoio de diversos parceiros locais.
Homenagem a Ilmar Bastos dos Santos
A Fundação SOS Mata Atlântica lamenta o falecimento, na última quarta-feira, 25 de julho, de Ilmar Bastos dos Santos, um dedicado colega e entusiasta das causas ambientalistas. Biólogo com mestrado em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre 1998 e 2003 Ilmar foi superintendente executivo da Fundação Biodiversitas e integrou o Conselho Fiscal da Federação das Fundações de Direito Privado de Minas Gerais (2001-2003) e o conselho curador da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte (1991-2004). Em abril deste ano, após ter sido indicado e aprovado da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ele assumiu a presidência da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) do Estado. Dentre outras importantes contribuições em sua história, Ilmar foi do grupo de pesquisadores e especialistas do Workshop Mata Atlântica 1990, que apoiou a definição do conceito, das prioridades e das estratégias para proteção do bioma. Ilmar deixa a todos os familiares, amigos e ao setor socioambientalista um grande legado de luta em prol da conservação do meio ambiente e da Mata Atlântica.

sábado, 28 de julho de 2012

O raro kakapo (Stringops habroptilus)



O kakapo (Strigops habroptilus) é uma espécie de papagaio noturno, endémico da Nova Zelândia, notável por ser a única espécie da ordem Psittaciformes incapaz de voar. O seu nome comum significa papagaio da noite em maori. O kakapo é uma ave em em perigo crítico de extinção, com uma população total de apenas 86 exemplares, todos eles monitorados por equipas científicas.

O kakapo é um papagaio de constituição robusta que pode medir até 60 cm de comprimento e pesar entre 3 a 4 quilos, um valor relativamente elevado em relação a outras aves do seu tamanho e que só é possível por ser não voadora. As asas são atrofiadas e pequenas e servem apenas como balanço quando estas aves circulam entre ramos de árvores. A ausência de músculos de voo faz também com que o esterno seja relativamente reduzido por relação ao seu tamanho.


A plumagem do kakapo providencia uma boa camuflagem contra a vegetação nativa e é em tons de verde-seco, listado de preto na zona dorsal, sendo a zona ventral e garganta de cor amarelada. Como não têm penas de voo rijas, os kakapos têm uma plumagem muito suave e macia, o que lhes valeu o epíteto específico habroptilus, que significa precisamente pena suave em Grego. Os kakapos têm penas especializadas na zona do bico, que servem a função de bigodes sensoriais e lhes permitem um melhor reconhecimento do ambiente durante a noite, o seu período de actividade. Como complemento, estas aves têm um sentido de olfacto muito apurado.

Outra característica distintiva dos kakapos é o seu odor intenso, descrito como uma mistura de flores e mel. Apesar de agradável ao nariz humano, este odor provou ser uma enorme desvantagem para a espécie com a introdução dos primeiros predadores, que depressa aprenderam a reconhecer o cheiro do kakapo. Quando em perigo, o kakapo fica paralisado à espera que a sua camuflagem o proteja dos predadores, o que pode ter funcionado com as águias-de-haast e outras aves sem olfacto, mas representava uma estratégia perigosa junto de mamíferos de nariz apurado.


Os kakapos são aves herbívoras que se alimentam de várias espécies nativas da Nova Zelândia, consumindo sementes, frutos e pólen. A sua fonte de alimento favorita é o fruto do rimu, uma árvore endémica do seu habitat. Ocasionalmente, os kakapos podem também alimentar-se de insectos e outros pequenos invertebrados.

Reprodução

Os kakapos têm uma estratégia reprodutiva única no grupo dos psitacídeos. Na época de reprodução, os machos abandonam os seus territórios para tomar posse de uma espécie de arena, onde realizam exibições elaboradas, destinadas a atrair o maior número possível de fêmeas. Os locais favoritos para estas exibições são topos de colinas ou de escarpas e os machos lutam entre si pelas localizações mais favoráveis.

Dentro da sua arena, que chega a ter cerca de 7 km de comprimento, cada macho escava diversas depressões no solo, junto de árvores ou rochas, com cerca de meio metro de diâmetro e 10 cm de profundidade. Estas depressões são mantidas limpas de detritos e marcas de pegadas com todo o cuidado. Durante o período de actividade noturno, o macho percorre as diversas depressões, utilizando cada uma como palco para emitir vocalizações ruidosas de baixa frequência que podem ser ouvidas a cerca de 1 km de distância.


As fêmeas ouvem as vocalizações dos vários machos e eventualmente fazem a sua escolha, dirigindo-se para a arena correspondente. A cópula ocorre após uma breve exibição do macho perante a fêmea e depois do encontro ambos separam-se e regressam às suas actividades: o macho retoma as vocalizações para atrair mais fêmeas; as fêmeas regressam aos seus territórios sozinhas.

As fêmeas de kakapo colocam entre 1 e 4 ovos por postura, em ninhos toscos construídos no solo ou em cavidades nos troncos de árvores. Após um período de incubação de cerca de 30 dias, os juvenis chocam sem penas e totalmente dependentes da sua progenitora. Uma vez que a fêmea tem que abandonar os ovos e juvenis todas as noites, para procurar alimento, estes são muito vulneráveis à acção de predadores. Os juvenis tornam-se mais ou menos independentes com cerca de 10 a 12 semanas, embora a progenitora possa continuar a alimentá-los esporadicamente durante os seis meses seguintes.

A reprodução dos kakapos é errática e não ocorre todos os anos. Estudos recentes sugerem que esteja associada aos períodos de frutificação do rimu, a árvore que produz o seu alimento favorito, que ocorre com 3 a 5 anos de intervalo.

A maturidade sexual dos machos ocorre aos 5 anos de idade e a das fêmeas entre os 9 e 11 anos. Em condições normais, o kakapo pode viver até aos 60 anos.


Os antepassados dos kakapos colonizaram a Nova Zelândia há milhões de anos atrás. Com o passar do tempo geológico, o kakapo ancestral, que deveria ser semelhante aos papagaios modernos, evoluiu de acordo com o seu ambiente, livre de predadores e semmamíferos nativos à excepção de 3 espécies de morcego. Em consequência, tornaram-se maiores e mais pesados, perderam a capacidade de voar e ocuparam o nicho ecológico normalmente preenchido por pequenos mamíferos noturnos e herbívoros. Antes da chegada dos humanos ao arquipélago, o kakapo era uma espécie muito bem sucedida, com uma população de milhões de indivíduos, distribuida por ambas as ilhas principais da Nova Zelândia.

A chegada dos maori deu início ao declínio dos kakapos. Os maori caçavam esta espécie como fonte de comida fácil, uma vez que os kakapos paralisam com o perigo, mas também pelas suas penas usadas para decorar capas. As cabeças de kakapo eram também muito procuradas como ornamentação de brincos, depois de secas. Em paralelo com a caça, os cães e ratos-do-pacífico introduzidos pelos maori, causaram uma hecatombe na população de kakapos, perseguindo não só os adultos, mas principalmente ovos e juvenis. No final do século XIX, a introdução planeada de mustelídeos como doninhas, toirões e arminhos, destinada a controlar a população decoelhos (outra espécie invasora), colocou os kakapos à beira da extinção.


A situação era de tal forma crítica que o governo neozelandês declarou a Ilha Resolution, livre de espécies invasoras, como reserva natural em 1891. O curador era o naturalista Richard Henry, que deslocou cerca de 200 kakapos e um grupo de kiwis para a zona. Este esforço de conservação foi destruido cerca de 15 anos depois, quando um grupo de arminhos colonizou a ilha e matou toda a população de aves em perigo.

Ao longo do século XX, houve várias tentativas de conservação semelhantes, todas frustradas pela presença de espécies invasoras. Há alguns anos (início de 2006), Constavam 126 exemplares de kakapo vivendo nas ilhas Chalky, Codfish e Stweart, ao largo da costa Sul da Nova Zelândia, todas caracterizadas pela abundância de rimus. Como as ilhas são constantemente vigiadas para impedir a invasão de mustelídeos, ratos e gatos selvagens, a população de kakapos tem-se mantido estável, apesar de inferior a 200 indivíduos. Para estimular a reprodução, os conservadores “falsificam” todos os anos a frutificação do rimu, introduzindo frutos artificialmente, numa tentativa de convencer os kakapos a iniciar a época de reprodução. Para evitar a consanguinidade, os machos sobreviventes são transferidos de ilha todos os anos e as linhagens de cada indivíduo são cuidadosamente anotadas. Apesar de extremamente crítico, o estado de conservação do kakapo tem vindo a melhorar e há planos para construir uma reserva capaz de suportar outros 100 indivíduos na Ilha do Sul.

População atual de apenas 91 exemplares,
todos eles monitorados por equipes científicas.


Referências
BirdLife International (2004). 
Strigops habroptilus. 2006
IUCN Red List of Threatened Species. (IUCN 2006).

O Homem que Plantava Árvores - Frédéric Back

O Homem que Plantava Árvores (L'homme qui Plantait des Arbres) - Poster / Capa / Cartaz

 
L'homme qui Plantait des Arbres


Sinopse:

O filme, baseado num belíssimo conto do francês Jean Giono, de 1953, foi realizado por Frédéric Back, considerado por muitos um gênio da arte e da animação. Conta a estória de Elzeard Bouffier, um pastor de ovelhas que durante anos cultivou uma floresta esplendorosa numa área desértica da França. O conto é narrado por um jovem viajante (o esplêndido Philippe Noiret, no áudio francês), que um dia encontra este homem nas suas viagens e acompanha a mudança na paisagem no decorrer dos anos. A beleza calma da paisagem contrasta com a fúria das duas Grandes Guerras que o narrador assiste e o feito notável do pastor oferece um olhar do poder inspirador da natureza e da esperança, que podem emergir no mais improvável dos lugares

Esta animação delicada e única, vencedora do OSCAR® de curtas de animação, é um tributo ao trabalho árduo e à paciência.

Conta a história de um homem bom e simples, um pastor que, em total sintonia com a natureza, faz crescer uma floresta onde antes era uma região árida e inóspita. As sementes por ele plantadas representam a esperança de que podemos deixar pra trás um mundo mais belo e promissor do que aquele que herdamos. (Laercio Almeida)



French cover

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mais de 400 mil brasileiros já apoiam o Projeto de Lei do Desmatamento Zero.


400 mil pelo desmatamento zero
Olá Mauricio,
A gente fez o chamado e você atendeu: ultrapassamos as 400 mil assinaturas pelo projeto de lei do desmatamento zero. Na última semana, o Dia de Mobilização pelas Florestas movimentou as redes sociais e o assunto foi um dos mais citados no dia. O resultado foram milhares de novas assinaturas por esse projeto de iniciaiva popular.
Mas ainda não chegamos lá. Precisamos de 1,4 milhão de pessoascomprometidas com essa causa. E precisamos de você para espalhar essa ideia. Quando o número for atingido, o projeto será encaminhado ao Congresso.Compartilhe! O Greenpeace é uma organização independente, que não aceita dinheiro de empresas, governos ou partidos políticos.Dependemos da sua contribuição para continuarmos denunciando crimes ambientais e propondo soluções como a do desmatamento zero.
Divulgue a Campanha
Tatiana de CarvalhoUm abraço,
Tatiana de Carvalho
Coordenadora da Campanha da Amazônia
Greenpeace
Ajude o Greenpeace a proteger o planeta
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Greenpeace: Suspensão para portaria anti-indígena



Parte da obra da hidrelétrica de Belo Monte, um dos controversos projetos do governo que burlam os direitos indígenas na Amazônia. (© Marizilda Cruppe / Greenpeace)O que é feito às pressas e às escuras é no mínimo questionável, e corre o risco de sofrer as devidas consequências. Foi o caso da duvidosa portaria 303/2012 publicada pela Advocacia-Geral da União (AGU) no último dia 17. Depois de uma série de críticas de organizações socioambientais, indigenistas e de direitos humanos, além do próprio órgão federal responsável, a Fundação Nacional do Índio (Funai), não demorou mais de uma semana para ogoverno anunciar a suspensão da norma.

A suspensão se deve ao fato de que a portaria, que permite intervenções do poder público em Terras Indígenas sem a necessidade de consulta aos povos ou à Funai, vai contra a Constituição Federal e outros acordos internacionais assinados pelo Brasil. A Carta Magna e demais tratados obrigam a consulta às populações indígenas em quaisquer situações que as afetem.

Ignorando tais acordos e a lei brasileira, a AGU não teve outra alternativa que não recuar em sua precipitada e audaciosa decisão. Após a publicação, no Diário Oficial de hoje, do ato que suspende a portaria, deverão ser realizadas audiências públicas para consulta sobre as novas regras em um prazo de até 60 dias.

A decisão foi tomada numa reunião entre representantes da Funai, da Secretaria Geral da Presidência da República, do Ministério da Justiça e da Advocacia Geral da União, entre outros. Apesar dos esforços, porém, o adiamento não garante que o direito dos povos indígenas seja respeitado. Forças contrárias à preservação do meio ambiente e favoráveis aos grandes empreendimentos que destroem a floresta apoiam a decisão da AGU.

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), representante dos interesses de grandes proprietários ruralistas, por exemplo, comemorou a publicação da portaria. Já o Ministério Público Federal está atuando para derrubar os efeitos da mesma.

Nathália Clark

domingo, 22 de julho de 2012

GVces (FGV), entrevista Leandra Gonçalves da SOS

Leandra Gonçalves, coordenadora 
do Programa Costa Atlântica da SOS Mata Atlântica


19/07/2012
Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e têm uma importância fundamental para regular todo o equilíbrio climático do planeta, informa a coordenadora do Programa Costa Atlântica da SOS Mata Atlântica

Confira a entrevista.

Na opinião de Leandra Gonçalves, coordenadora do Programa Costa Atlântica da SOS Mata Atlântica, os oceanos são bastante relevantes e poderiam ganhar um pouco mais de atenção da sociedade e dos tomadores de decisão. Na entrevista que concedeu por telefone para a IHU On-Line ela fala sobre a situação dos oceanos no mundo hoje e como o tema apareceu durante os debates da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. “É uma pena que os representantes, os negociadores e os líderes de Estado tenham perdido uma oportunidade tão importante quanto a Rio+20 de ter colocado metas numéricas, que poderiam ser alcançadas em determinados prazos, e ter jogado esse compromisso para 2014 e 2015”.

Leandra Gonçalves graduou-se em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e é mestre em Ecologia e Comportamento Animal pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Trabalhou junto ao Centro de Estudos para a Conservação Marinha – Cemar, participando e coordenando o Projeto Baleia de Bryde. Em 2007, passou a integrar a equipe do Greenpeace Brasil, onde coordenou a campanha contra a caça de baleias, em defesa dos oceanos e a campanha de clima e energia. Trabalhou recentemente com o conflito existente na costa brasileira entre a conservação da biodiversidade e a exploração de petróleo. É aluna de doutorado do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo onde estuda os oceanos no âmbito das conferências das Nações Unidas. Atualmente coordena o Programa Costa Atlântica da SOS Mata Atlântica.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Muitos ambientalistas, apesar de criticarem a Rio+20, apontaram a discussão sobre a preservação dos oceanos como algo importante. Como avalia a discussão que ocorreu na Conferência?

Leandra Gonçalves – Ter o tema dos oceanos como uma das discussões principais da Rio+20 foi relevante, porque pela primeira vez se viu o assunto ter uma cobertura midiática e um acompanhamento da sociedade civil de forma extensa. Também foi a primeira vez que temas relacionados à proteção dos oceanos fizessem parte do texto da Conferência geral. A presença do debate, o envolvimento da sociedade civil, dos atores da academia e de organizações internacionais, é de fato um grande avanço. O lamentável é que pouco se tem de concreto no texto aprovado na Conferência final – ainda muito gasoso, flexível e genérico - que é o que acontece nas conferências internacionais, quando se precisa atingir o consenso de 193 países que apresentam diferentes graus de desenvolvimento e envolvimento com a questão. É uma pena que os representantes, os negociadores e os líderes de Estado tenham perdido uma oportunidade tão importante quanto a Rio+20 de ter colocado metas numéricas, que poderiam ser alcançadas em determinados prazos, e ter jogado esse compromisso para 2014 e 2015.

IHU On-Line – Recentemente você declarou que a criação de áreas marinhas protegidas é a melhor ferramenta para a preservação, recuperação e manutenção dos oceanos, no seu desempenho como regulador do clima do planeta. Qual a função dos oceanos para garantir a sustentabilidade do planeta?

Leandra Gonçalves – Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e têm uma importância fundamental para regular todo o equilíbrio climático do planeta. Além disso, são considerados uma das principais fontes de proteína para alimentar a população brasileira e um dos ambientes onde se encontra a maior taxa de biodiversidade. Então, os oceanos têm uma importância bastante grande no que se refere à manutenção desses serviços ambientais. É uma pena, de fato, que muitas das decisões voltadas à questão do meio ambiente sejam estritamente relacionadas às florestas. Não que elas não mereçam a devida atenção, sem dúvida é uma questão importante, mas os oceanos também são bastante relevantes e poderiam ganhar um pouco mais de atenção da sociedade e também dos tomadores de decisão.

IHU On-Line – Como acontece hoje a proteção e preservação dos oceanos? Na prática, como é possível criar essas áreas de proteção?

Leandra Gonçalves – A melhor ferramenta são as áreas marinhas protegidas. São unidades de conservação marinha, espaços protegidos no mar, que devem seguir determinadas regras e regulamentações, mas que têm como função básica produzir e criar espaço e tempo para a natureza se recuperar. Hoje sabemos que os peixes, moluscos, mamíferos marinhos, corais, plânctons, estão constantemente sofrendo pressões de variados vetores. Tem o vetor do aquecimento global; da exploração de petróleo e gás; tem a questão da sobrepesca, da pesca ilegal, da sobre-exploração pesqueira; tem o fato da poluição atmosférica e terrestre; tem o lixo do mar. Todos esses são vetores que ameaçam a biodiversidade marinha. Para que essa biodiversidade se recupere, a melhor forma é o Estado criar essas unidades de conservação, que é o que chamamos hoje de áreas marinhas protegidas.

IHU On-Line – Como vislumbra a possibilidade de uma governança global dos oceanos?

Leandra Gonçalves – Sem dúvida nenhuma, essa é uma necessidade. Hoje, cada país costeiro tem soberania por 200 milhas náuticas a contar do seu limite de costa, ou seja, o Brasil tem que ter governança marinha nacional, ao longo das 200 milhas náuticas da costa brasileira. Para além destas, que é parte da soberania de cada país, ainda nos restam 67% de mar brasileiro que é praticamente o “mar de ninguém”, porque não tem nenhuma gestão, nenhuma regulamentação. Em outras palavras, países que têm condições tecnológicas de ultrapassar esse limite das 200 milhas náuticas, podem fazer nesses 67% de águas “internacionais” atividades exploratórias que bem lhe interessarem. O que se discutiu bastante na Rio+20 foi a necessidade de ter um tratado internacional que fosse, inclusive, destinado a proteger também esse mar que está sem regulamentação.

IHU On-Line – Como o Brasil se posiciona diante das discussões acerca da preservação dos oceanos? Como esse tema aparece na política ambiental do Estado brasileiro?

Leandra Gonçalves – O Brasil, ao longo da discussão da Conferência Rio+20 sobre o tema dos oceanos, foi favorável ao aumento da governança ambiental internacional. No entanto, o que não vemos muito no governo brasileiro é esse mesmo interesse em preservar a zona costeira marinha brasileira. Um exemplo claro disso é a região do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, uma das regiões de maior biodiversidade de todo o oceano Atlântico Sul, localizado no extremo sul da Bahia, onde encontramos a única área de reprodução de baleias jubarte e a maior área de recifes de corais de todo o Atlântico Sul. Além disso, é a região onde sobrevivem mais de 25.000 pescadores e comunidades tradicionais. Essa área hoje sofre ameaças do impacto do aquecimento global, da exploração de petróleo e gás, e também da sobrepesca. O governo brasileiro perdeu a oportunidade, durante a Rio+20 de criar e de ampliar essa área do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, garantindo uma maior proteção à biodiversidade.

IHU On-Line – Qual é a situação ambiental dos oceanos, considerando que acontecem vazamentos de petróleo, por exemplo, no mar? É possível avaliar qual dos oceanos está mais preservado?

Leandra Gonçalves – Em termos de legislação para a proteção do mar, a Austrália e a Nova Zelândia estão entre os países que mais têm interesse na preservação. Recentemente, até durante a Conferência Rio+20, a Austrália anunciou a criação de uma das maiores áreas marinhas protegidas do mundo. No entanto, é muito difícil dizer qual é oceano mais protegido. Mas acredito que o entorno da Austrália e da Nova Zelândia é a região mais protegida no mundo hoje.

IHU On-Line – Como você avalia as discussões em torno da criação do Santuário Atlântico Sul e a reprovação do projeto?

Leandra Gonçalves – Isso é uma pena muito grande. Há mais de 12 ou 13 anos que o governo brasileiro é proponente da criação desse santuário para a conservação de baleias e de golfinhos no oceano Atlântico Sul, juntamente com a África do Sul, a Argentina e o Chile. Todos os anos, ao longo das discussões da Comissão Internacional da Baleia, o governo brasileiro lança a proposta do santuário, mas ela sempre é recusada. É uma pena que o Japão continue anualmente realizando a compra dos votos – o que já foi denunciado por muitas organizações não governamentais –, impedindo a aprovação de mais proteção para baleias e golfinhos na região do Atlântico Sul.

Fonte: GVces - Fundação Getúlio Vargas

Quando a multidão liderar, os líderes seguirão.


Quem é a garota da capa?


Foto de Davi Marcos / Imagens do Povo


A instigante imagem da palhaça de língua de fora acabou estampada na capa da Página 22, edição 65. Mas quem era aquela figura irreverente? Página22 foi atrás de pistas e descobriu a ativista que andava pela Marcha Ré – manifestação contra a aprovação do novo Código Florestal – organizada durante a Rio+20.

Era Tica Minami, “jornalista de formação e ativista de coração”, como ela se descreve. A relação com o movimento socioambiental é de longa data. Tica trabalhou por dez anos no Greenpeace, dos quais oito passou em Manaus. Em 2010 voltou a São Paulo, mas continuou trabalhando com questões da Amazônia, como o Movimento Xingu Vivo. Foi ela, por exemplo, que entrou em contato com atores globais para o Movimento Gota D´água e os convenceu a participar da ação contra a construção de Belo Monte.

Para Tica, a Marcha Ré foi um dos pontos altos da Conferência porque uniu muitos grupos e fez as pessoas pensarem “fora da caixinha”. Ela acredita no poder de ação dos jovens de hoje e na criatividade, como a foto releva. “A arte, o lúdico, a criatividade e o humor são essenciais para estabelecer conexões”, diz. Leia a seguir a entrevista que Tica concedeu a Página22.

O QR Code não tem um apelo visual rápido porque as pessoas precisam tirar uma foto no celular para ver a mensagem. Por que, então, usá-lo numa manifestação?

O grupo da Escola de Ativismo, com quem eu estava, discutiu sobre isso, sobre a barreira tecnológica e sobre ser uma ferramenta elitista porque ainda é muito nova. No segundo setor já é comum ver QR Codes, mas não é algo tão propagado entre as pessoas e entre o terceiro setor. Então entendemos que como ferramenta de campanha chamaria a atenção.

Todo avanço tecnológico é excludente no início. É só com o acesso e com a divulgação que uma ferramenta se torna acessível a todos. Também fizemos essa provocação, de usar algo para deixá-lo mais acessível. E pensamos em outros usos. Imagine participar de uma reunião com governos ou empresas em que você possa fazer uma mensagem codificada e tirar fotos sem o alvo saber o que você quer dizer! É uma forma de usar as ferramentas de comunicação incisivamente e aumentar a pressão política.

O que você quis dizer com a frase do QR Code: “Eu, Tica, estou aqui porque sou uma rebelde que ama a vida e a felicidade mais que a ‘revolução’. #fujadocirco”?

A ideia era explicar porque eu estava na Marcha Global e na Rio+20. É uma provocação. A revolução não pode ser mais importante do que a relação entre as pessoas. Relações mais humanas e pessoas mais felizes já fazem o mundo melhor.

As visões de desenvolvimento, felicidade e qualidade de vida não podem passar só pela lógica economicista como acontece hoje. É uma mensagem sutil, mas é para confrontar o paradigma atual de desenvolvimento e qualidade de vida. É para pensar que uma sociedade mais livre tem outros valores que não só o do dinheiro. No final, por mais livre que a gente ache que é por termos “opções de escolha”, a gente tem que trabalhar muito para pagar a vida quer ter e acaba transformando isso numa prisão.

Às vezes paro em São Paulo, olho e penso “vocês estão todos de carro. Isso não é desenvolvimento para mim”. Eu não consigo entender um país que reduz o IPI do carro para aquecer a economia enquanto registra altos índices de lentidão no trânsito e reporta isso em matérias separadas, como se uma coisa não tivesse nada a ver com a outra.

Essa questão do IPI foi muito falada e criticada em vários eventos da Rio+20. Foi o grande mau exemplo do Brasil.

A discussão da economia verde também foi uma grande polêmica. Enquanto a economia for feita sob a ótica economicista – em que o lucro vem primeiro – não vai mudar nada. A gente vai só pintá-la de verde. E pode ser amarela, rosa ou preta. Não importa a cor, a economia tem que ser realmente nova e ter outros centros de sustentação.

Não é só colocar a natureza dentro da economia. É ao contrário, colocar o fator econômico dentro da lógica da economia ecológica, onde tudo é feito de recursos. Não dá mais pra manter o atual nível de produção e consumo. É impossível termos uma sociedade mais igualitária nesse modelo. Sempre vai haver muita gente com pouco e pouquíssima gente com muito. E esse é exatamente o modelo que eu não quero.

E o que é o Circo do qual temos que fugir?

O Circo é esse sistema. Esse que pinta com gloss, que passa um verniz de liberdade e de igualdade, mas só escraviza e cria mais diferenças sociais. Não acredito que haverá paz assim. Enquanto essas diferenças acontecerem, vão acontecer injustiças. A resistência tem que acontecer mesmo.

Para você, qual o sentido da frase do cartaz “Quando a multidão liderar, os líderes seguirão”?

É uma frase do Gandhi e a ideia era usá-la como mote para mostrar que cada pessoa tem essa centelha e que a liderança é o povo, não o governo. O governo tem que liderar para o povo.

E quem seriam essas multidões que deveriam liderar?

É difícil não ser vago quando se fala em “multidão”. Quando eu digo “o povo”, são pessoas que talvez nem estejam inseridas no ativismo socioambiental, mas que sentem na pele que do jeito que está não dá.

Hoje, tenho uma grande esperança nos jovens, nos artistas e no próprio movimento socioambiental. Vi uma galera jovem lá na Rio+20 engajada e preocupada. E em São Paulo, vejo muitos artistas antenados – desde os de novela, que todo mundo conhece, até os que ficam em seus nichos, como os grafiteiros. Mas ainda é um grande desafio porque a impressão que eu tenho é que o “lado de lá”, além de ter mais dinheiro e poder político, parece estar mais organizado.

Fica sempre uma impressão de que essa “multidão” é um pouco elitista. O movimento socioambiental, por exemplo, fica entre si num grupo fechado e não no “povo”. Como sair disso e como a multidão deixa de ser uma elite?

Essa é uma grande pergunta e um desafio mesmo. Na Escola de Ativismo temos a expressão “como sair da Kombi?”. É como se o pessoal entrasse na Kombi para ir a um lugar, fizesse um monte de coisas legais lá e voltasse comentando na Kombi. Tudo dentro do mesmo grupo fechado.

Como expandir isso? A resposta passa pela linguagem. Por exemplo, quando a discussão do Código Florestal entra nos detalhes técnicos do texto e da tramitação, acaba o interesse de quem não segue o assunto. Tem que haver a informação técnica para quem entende, mas o grande público precisa entender. A ideia é: fale com o outro como se tivesse falando com sua avó. Se sua avó entender, a maioria das pessoas também vai.

Informação só por si só, não mobiliza ninguém. Ela tem que ser um gatilho para despertar emoção, identificação e vontade de envolvimento. A arte, o lúdico, a criatividade e o humor são essenciais para estabelecer conexões, contatos e para que as pessoas se interessem por saber e conhecer mais.

Daí até se vestir de palhaço e ir com uma mensagem bem humorada numa manifestação, não é?

Exatamente. Sair da caixinha é a grande provocação que a gente faz. Marchar, enviar carta para o governo é legal, petição online é legal. Mas falta algo a mais. O que agente pode fazer com pouco dinheiro, com poucas pessoas e que crie um visual legal, chame atenção? E se as organizações deixassem de lado o seu logo e se juntassem, a gente teria realmente uma multidão.

Redação: THAÍS HERRERO/PAG. 22

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cresce a poluição do mar por plástico nos EUA



O grupo de pesquisa fez necrópsias em 67 pássaros e descobriu que 92,5% deles tinham plástico no estômago

Os fulmares do norte se alimentam exclusivamente no mar e retêm o plástico ingerido por longos períodos de tempo, o que os torna indicadores ideais do lixo marinho

A poluição de plástico na costa noroeste dos Estados Unidos está alcançando o nível de lixo do Mar do Norte, de acordo com um estudo liderado por um pesquisador da Universidade da Colúmbia Britânica.

O estudo, publicado no site do Marine Pollution Bulletin, examinou os conteúdos estomacais de fulmaresmortos nas costas da Coúmbia Britânica, no Canadá, e nos estados de Washington e Oregon, EUA. “Como o canário na mina de carvão, os fulmares do norte são os sentinelas da poluição de plástico nos nossos oceanos,” diz Stephanie Avery-Gomm, a chefe do estudo e estudante de zoologia da universidade. “O conteúdo de seus estômagos fornecem retratos da poluição em uma grande área do Pacífico Norte.”

Os fulmares do norte se alimentam exclusivamente no mar eretêmo plástico ingerido por longos períodos de tempo, o que os torna indicadores ideais do lixo marinho. Análises destes pássaros tem sido usadas para monitorar a poluição de plástico no Mar do Norte deste os anos 1980. Quando comparadas a mensurações anteriores, as atuais mostram um aumento substancial no lixo nas últimas quatro décadas.

O grupo de pesquisa fez necrópsias em 67 pássaros e descobriu que 92,5% deles tinham plástico no estômago. Foi encontrada uma média de 36,8 peças por pássaro. Um deles tinha 454 pedaços de plástico no estômago. O peso médio foi de 0,385 grama.

“O fulmar adulto pesa em média 2,25 quilos,” diz Avery-Gomm. “Um peso de 0,385 parece ser inconsequente para nós, mas é o equivalente a cinco por cento da massa corporal deles. Seria como se um ser humano carregasse 50 gramas de plástico em seu estômago.”

“Apesar da proximidade de Grande Mancha de Plástico, uma área de poluição concentrada no meio do Pacíico Norte, o lixo ainda não tinha sido considerado um tema de preocupação em nossa costa,” afirma ela. Os pesquisadores propõem uma monitoração anual da poluição e estratégias eficazes de redução dos resíduos no mar, relata o Science Daily.


José Eduardo Mendonça

Como o plástico polui os oceanos e mata os animais marinhos


O veleiro científico Sea Dragon 


A bordo do veleiro Sea Dragon, a jornalista Liana John acompanha as pesquisas sobre o lixo plástico acumulado no Oceano Atlântico

Os giros oceânicos: a rotação da Terra e as diferenças de temperatura nos oceanos geram um movimento circular contínuo das correntes marinhas. Assim, como se estivesse em um ralo, o lixo plástico flutua em círculos cada vez menores em torno do centro do giro

Uma semana a bordo. Nenhum continente ou ilha fica a menos de mil quilômetros do ponto em que estamos agora. No meio do Atlântico Sul, a tripulação do veleiro Sea Dragon avalia que o oceano parece limpo. Mas a miragem se desmancha nas mãos do cientista americano Marcus Eriksen, do projeto 5 Gyres: após deslizar um coletor por uma hora na superfície da água, ele exibe uma coleção de fragmentos de plástico.



Os mares do mundo foram invadidos por uma praga quase invisível, o lixo plástico, em boa parte arrastado das cidades pelo curso dos rios. Os resíduos não chegam a formar ilhas flutuantes, mas uma fina camada de fragmentos está presente em todo o percurso da expedição - 3,5 mil quilômetros entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão britânica.

Nem uma vez recolhemos o coletor sem plástico. Em viagens pelos maiores giros oceânicos do mundo, o 5 Gyres obteve os mesmos resultados. O que varia é a densidade de fragmentos.

O lixo é mais nocivo do que aparenta. Enquanto viaja, o plástico entra em contato com os poluentes orgânicos persistentes (POPs), uma categoria de contaminantes de longa duração no ambiente - caso do pesticida DDT e das dioxinas. "Um fragmento de plástico circulando há alguns anos no mar chega a ter uma concentração de POPs 1 milhão de vezes maior que a água a seu redor", diz Eriksen.



Isso acontece porque esse lixo e os poluentes têm a mesma origem - o petróleo - e possuem afinidade química. Assim, os organoclorados dispersos na água aderem ao plástico "viajante". Pobre do animal que engolir a mistura indigesta: não conseguirá metabolizar o plástico e sofrerá os efeitos da contaminação. Vazamentos e naufrágios são fontes de lixo e POPs, mas apenas de uma ínfima parte. "A grande maioria dos resíduos sai de cidades e lixões em terra. São despejados diretamente nos rios ou carregados pelas enxurradas até terminar no mar", conta Eriksen. 


Liana John

Golfinhos estão sendo contaminados por inseticidas na costa brasileira


Golfinhos adultos e filhotes na costa brasileira

Estudo mostra concentração de piretroides em toninhas e indica comprometimento de toda cadeia alimentar marinha

Golfinhos do litoral brasileiro apresentam traços de contaminação por piretroides, substância encontrada em inseticidas de uso comum, informa estudo divulgado hoje pela revista “Environment Internacional”. A descoberta indica comprometimento de toda a cadeia alimentar marinha, já que esses animais ocupam o topo da pirâmide.

Foram analisadas amostras de 23 golfinhos da espécie Pontoporia blainvillei, popularmente conhecida como toninha, encontrados mortos nas praias brasileiras. As maiores concentrações do agente contaminante estavam nos filhotes, que, de acordo com o estudo, foram contaminados por transmissão materna. A suspeita foi comprovada pela análise do leite e da placenta dos animais.

“As substâncias achadas nos golfinhos são inseticidas piretroides, ou seja, de uso comum em residências e nos campos de cultivo agrícola”, declarou o pesquisador espanhol Damià Barceló, um dos líderes do trabalho. “Até agora se acreditava que esses compostos se degradavam no organismo e eram expulsos.”

Para a pesquisadora Ethel Eljarrat, também envolvida no trabalho, o uso constante da substância na agricultura, nas residências e na forma de repelente de insetos, com posterior descarte no meio ambiente, faz com que as concentrações no mar, por menores que sejam, acabem chegando a moluscos, crustáceos, peixes e golfinhos. Tal fato resulta na contaminação da cadeia alimentar marinha.


Fábio Vendrame - NatGeo BR

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ministério Público quer impedir governo de reduzir áreas de preservação na Amazônia

Parque Nacional Campos Amazônicos. 
Na imagem, parte da vegetação foi atingida por queimada ocorrida em 2011. 


  • Ministério Públicotenta conter na Justiça redução de parques nacionais.
  • Governo federal alterou tamanho de 8 unidades de conservação no bioma.


O Ministério Público Federal tenta conter na Justiça o encolhimento de unidades de conservação (UCs) na Amazônia, processo que deve se acelerar com os estudos para cortar até a terça parte da área da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará.

O governo Dilma Rousseff já cortou neste ano o equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo em oito áreas de proteção na Amazônia, criadas para barrar o avanço das motosserras na floresta e também para beneficiar a construção de usinas hidrelétricas

Em 26 de junho, o "Diário Oficial da União" publicou decreto alterando o tamanho dos Parques Nacionais da Amazônia (PA e AM), dos Campos Amazônicos (AM, RO e MT) e Mapinguari (RO), as Florestas Nacionais de Itaituba I (PA), Itaituba II (PA), do Crepori (PA) e do Tapajós (PA) e a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (PA).

Com a redefinição dos limites, áreas que antes eram protegidas por lei poderão ser alagadas pelas represas. Em contrapartida, as unidades de preservação serão ampliadas em outros pontos.

"Vemos com preocupação o que representa um incentivo à grilagem de terras públicas e ao desmatamento", afirma o procurador da República no Pará, Marcel Mesquita. "O mais preocupante é ver que o governo, ao não conseguir administrar os limites as unidades de conservação, opta por tirar um pedaço delas."

Hidrelétricas ganham força na Amazônia

A redução de 1,6 mil km² de UCs por meio de medida provisória editada pela presidente Dilma Rousseff em janeiro é objeto de contestação no Supremo Tribunal Federal (STF). O autor da ação é o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. A medida provisória já virou lei. O STF ainda não se manifestou sobre o pedido de liminar de Gurgel para suspender o efeito da mudança nos limites de áreas de proteção.

Parte importante do corte do tamanho de UCs imposto pela MP teve por objetivo abrir espaço para reservatórios das futuras hidrelétricas São Luiz do Tapajós e Jatobá, além de regularizar o alagamento de áreas pelas usinas do Rio Madeira, em Rondônia. Outra parte foi destinada à regularização da posse de terra no interior das áreas de proteção, criadas sem a retirada dos ocupantes nem o pagamento de indenizações.

No Congresso, o governo apoiou a retirada de 178 km² da Flona Tapajós, para acomodar a regularização de núcleos urbanos na floresta, que só admitiria a manutenção de comunidades tradicionais.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) contabiliza um saldo positivo de 210 km² das mudanças feitas nos territórios das unidades, depois do corte de 1,6 mil km². Não houve compensação para a redução das áreas da Flona Tapajós nem das quatro unidades que sofrerão alagamento na construção das hidrelétricas do Tapajós.

Do Globo Natureza, com Agência Estado

Estrutura para cientistas da Floresta Amazônica é o projeto vencedor do Prêmio Foster + Partners



Estudante propôs a implantação de residências e 
laboratórios no topo das árvores por meio de sistema ultraleve


O escritório Foster + Partners anunciou o projeto vencedor de seu prêmio, promovido em parceria com a Architecture Association School. A estudante Yvonne Weng foi a ganhadora, com o projeto "The 6th Layer - Explorativa Canopy Trail", que são estruturas para cientistas morar no topo de árvores da Floresta Amazônica.


O projeto consiste em um sistema arquitetônico ultraleve, autossustentável e facilmente implantado no topo das árvores da floresta brasileira. Os laboratórios ficariam dentro de estruturas suspensas que podem ser levadas ao chão quando necessário, enquanto outro conjunto de estruturas abrigaria os alojamentos.


Uma rede de fibras sintéticas suportadas por aço ofereceria cobertura em cima das árvores, ao mesmo tempo em que segurariam as estruturas suspensas no lugar. De acordo com a estudante, o projeto foca na exploração científica e colheita de plantas medicinais, oferecendo um uso alternativo ao desmatamento.


Outros seis projetos, ao lado do vencedor, serão expostos em outubro no estúdio da Foster + Partners, localizado em Londres.




Aline Rocha

terça-feira, 17 de julho de 2012

Conheça a história do veterinário que vendeu a casa e o carro para florestar o paraiso dos beija-flores.



O Programa mostra o trabalho dos defensores da Mata Atlântica no Vale do Paraiba. Conheça a história do veterinário que vendeu a casa e o carro para florestar o paraiso dos beija-flores, a Reserva Guainumbi.


 

A observação de aves é um hobby que cresce muito no Brasil, impulsionado pelas câmeras digitais. Os números ainda são tímidos, estima-se que, atualmente, mais de 15.000 pessoas pratiquem este hobby em nosso pais. Esta prática é muito mais antiga e conhecida em outros países do mundo. Só nos Estados Unidos, mais de 70 milhões de pessoas praticam a atividade, um quarto da população norte-americana acima de 16 anos.


Primeiras visitas de estrangeiros, acompanhados pelo guia Paulo Boute à Guainumbi

O Brasil possui 1.832 espécies de aves, ocupando o terceiro lugar em número de espécies no mundo. Novas pesquisas e expedições ornitológicas na Amazônia talvez coloquem o país na primeira posição em pouco tempo.

Dentro da Reserva Guainumbi já foram registradas mais de 300 espécies de aves. Se contarmos as aves registradas em um raio de 10km esse número chega a 400 espécies, ou seja, mais de 20% das espécies brasileiras.




Divulgação:

Conheça a Reserva Guainumbi. O projeto é totalmente voltado para a educação ambiental e o turismo de observação e fotografia de natureza, em especial as aves. Toda renda é destinada para a criação e manutenção da RPPN- Reserva Particular de Patrimônio Natural. Prestigie quem preserva!

Reserva Guainumbi
Ac. Ver. Abilio Monteiro de Campos (estrada Velha Ubatuba), km 7,5
Bairro Campo Grande
São Luis do Paraitinga – SP – Brasil 
A Guainumbi está no Google Maps. Basta digitar reserva guainumbi

Super RG: Aves do meu Jardim O primeiro jogo de cartas de aves brasileiras! Quer contribuir para a preservação da Mata Atlântica?

O Super RG: Aves do meu Jardim é um produto exclusivo da Reserva Guainumbi. 100% do lucro do projeto é destinado à criação da RPPN Guainumbi.

1 unidade: R$ 25,00 com entrega grátis pelo correio, saiba mais: como-comprar

Às Estrelas


The Most Astounding Fact
O Fato Mais Importante (Legendado)

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Medicamentos - Descarte Consciente


Google Street View - Dados cartográficos

A gigante de couro pode atingir dois metros de comprimento e pesar até 750 kg.