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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Brasil protesta contra novo Código Florestal no Dia da Terra

 


Várias manifestações ocorrem em todo o Brasil contra o novo Código Florestal. Votação está prevista para acontecer no dia 24 de abril

No dia 22 de abril, Dia da Terra, o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável – coalizão formada por quase 200 organizações da sociedade civil brasileira – e os movimentos Floresta Faz a Diferença e Mangue Faz a Diferença realizarão eventos em todo o Brasil para protestar contra a aprovação do projeto de lei do novo Código Florestal (PLC 30/2011). A votação está prevista para a próxima terça-feira.

Haverá vários tipos de ação: marchas, pedaladas, passeatas, apitaços e flash mobs. O objetivo é alertar a todos sobre a degradação ambiental do planeta e de iniciativas que podem colaborar para melhorar ou piorar, esse quadro. Os manifestantes cobrarão também a presidenta Dilma Rousseff promessa de veto feita durante campanha eleitoral. Poderão participar das iniciativas ONG’s, representantes de movimentos sociais, sociedade civil, estudantes, cientistas, deputados ou qualquer pessoa interessada em aderir à causa.

Em São Paulo, as ações já começam amanhã, durante a Adventure Sports Fair, na Bienal do Ibirapuera. Durante toda a sexta-feira serão distribuídas cartilhas sobre o Código Florestal e a campanha Veta Dilma no estande do #Florestafazadiferença na Adventure. E, às 16h, ocorrerá uma mobilização com batucada com Maurício Bade e Grupo Pernas de Pau, máscaras e Varal Veta Dilma, em frente ao Pavilhão da Bienal.

Os principais problemas da proposta do Código Florestal é que estimula novos desmatamentos, anula multas de crimes ambientais, reduz Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de reservas legais e desobriga a recuperação da grande maioria das áreas ilegalmente desmatadas.

Kenzo Jucá, especialista em políticas públicas do WWF-Brasil, afirma que “o texto aprovado no Senado é extremamente ruim e representa um retrocesso na legislação brasileira”. “Por isso, defendemos que a única solução é o veto da presidente, caso a Câmara dos Deputados insista em votar o projeto no dia 24”, diz ele.

Apesar dos pedidos de cientistas, juristas, organizações da sociedade civil e movimentos sociais para que o processo seja revisto e realizado de forma responsável, o texto deve entrar na pauta da Câmara na próxima semana. O texto do relator Paulo Piau, porém, ainda não foi apresentado.

Para Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, “o cenário é muito preocupante”. “O governo joga com o público ao dizer que quer o relatório antes, mas a previsão é que o texto saia na véspera da votação para evitar pressão da sociedade civil. O desenho está se dando como foi na última votação na Câmara, ou seja, na base da chantagem”, afirma. Ele diz ainda que teme que todas as controvérsias contidas na Emenda 164 voltem nesse novo relatório.

Programação

São Paulo/SP
O quê: Distribuição de cartilhas sobre o Código Florestal e da campanha Veta Dilma Onde: Stand do #Florestafazadiferença na Adventure Sports Fair - Pavilhão da Bienal do Ibirapuera
Quando: De 18 à 21/04, durante todo o dia

São Paulo/SP
O quê: Mobilização com batucada com Maurício Bade e Grupo Pernas de Pau, máscaras e Varal Veta Dilma
Onde: Em frente do Pavilhão da Bienal do Ibirapuera
Quando: Dia 20/04 às 16h

São Paulo/SP
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Parque da Juventude
Quando: Dia 22/04 às 10h

São Paulo/SP
O quê: Roda de Conversa "Juventude e o Código Florestal"
Onde: Evento da Rio+você, no Parque da Juventude
Quando: Dia 22/04 de abril às 10h

Ribeirão Preto/SP
O quê: Colagem de cartazes em varal, distribuição de panfletos, teatro, malabares e caminhada
Onde: Parque Maurílio Biagi, ao lado da rodoviária
Quando: Dia 22/04 à partir das 15h
Contato: Claudia Perencin (16) 9287-6176

Rio Claro/SP
O quê: Passeata Veta Dilma
Onde: Saída e chegada da Praça dos Bancos
Quando: Dia 22/04 às 14h

Campo Grande/MS
O quê: Marcha e bicicletada
Onde: Rua 14 de julho com Avenida Pena
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: Simone (67) 9647-4167

Dourados/MS
O quê: Plantio de árvores, oficina de Circo, barricada de bambu
Onde: Parque do Lago
Quando: Dia 22/04 de 8h às 19h
Contato: Simone (67) 9647-4167

Costa Rica/MS
O quê: Marcha e bicicletada
Onde: Pinga Fogo
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: Simone (67) 9647-4167

Mineiros/GO
O quê: Campanha sobre Código Florestal “Veta Dilma”
Onde: Pinga Fogo
Quando: Dia 22/04 às 10h

São João da Boa Vista/SP
O quê: Oficina e diálogos
Onde: Escola Estadual Antônio Valadares - Peixotinho
Quando: Dia 22/04 às 15h
Contato: Roberto Camara (19) 9385-4849 e (19) 8185-4349

Teresina/PI
O quê: Show cultural com artistas
Onde: Praça Pedro II
Quando: Dia 22/04 às 16:30h
Contato: Ada (86) 9981-1659

Florianópolis/SC
O quê: Entrega de moção contra as mudanças no Código Florestal ao Superintendente do IBAMA
Onde: Universidade do Estado de Santa Catarina
Quando: 19/04 de abril às 9h
Contato: Fernanda (48) 9935-1119

Florianópolis/SC
O quê: Grande Piquenique
Onde: Parque Ecológico do Córrego Grande
Quando: Dia 22/04 de abril às 9h
Contato: Fernanda (48) 9935-1119

Aracaju/SE
O quê: Plantio e distribuição de mudas de plantas
Onde: Parque dos Cajueiros
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: Lizaldo: (79) 8152-7868

Tamandaré/PE
O quê: Mobilização na praia contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Praia de Carneiros
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: Manoel Pedrosa - 81 88915155 / 99701949

Maceió/AL
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Praia da Ponta Verde em frente ao Clube Alagoinhas
Quando: Dia 22/04 às 9h
Contato: Eva (82) 8118-9099

Itajaí/SC
O quê: Mobilização popular “A Barca dos Povos”
Onde: Sairá da frente da Vila da Regata da Volvo Ocean Race (Pavilhão da Marejada)
Quando: Dia 19/04 às 22h
Contato: Mirella Cursino (47) 9921-8760

O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Praia de Copacabana - Rio de Janeiro/RJ
Quando: Dia 22/04 às 10h30h
Contato: Grégor (21) 8337-7177

Curitiba/PR
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: 15 de Novembro, esquina com Mariano Torres
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: (51) 9869-6319

Porto Alegre/RS
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Parque da Redenção e Usina do Gasômetro
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: Décio (51) 8159-6700

Brasília/DF
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Bienal do Livro e Parque da Cidade
Quando: Dia 22/04 às 8h
Contato: Pedro (61) 8136-1795

João Pessoa/PB
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Bar do Surfista
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: Rita (83) 9129-7496

Salvador/BA
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Farol da Barra
Quando: Dia 22/04 às 10h
Contato: Renato – (71) 9983-2871

Fortaleza/CE
O quê: Mobilização contra a aprovação do Código Florestal
Onde: Avenida Beira Mar (Próxima à estátua da Iracema Guerreira)
Quando: Dia 22/04 às 9h

Cientistas desvendam segredo de indígenas para agricultura sustentável nas savanas da Amazônia




Populações indígenas na Amazônia realizavam cultivos com sucesso sem o uso do fogo antes da chegada dos Europeus, o que demonstra uma abordagem potencialmente sustentável para o manejo da terra na região que cada vez mais está vulnerável a incêndios causados pelo homem.

A pesquisa, publicada nesta semana no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, contribui para um crescente grupo de evidências, mostrando que as sociedades pré-colombianas praticavam técnicas avançadas de agricultura menos prejudiciais ao ambiente do que as abordagens atuais.

“Este uso da terra ancestral sem fogo pode mostrar o caminho para a implementação moderna da agricultura com canteiro elevado em áreas rurais da Amazônia”, comentou o principal autor do estudo, José Iriarte, da Universidade de Exeter.

“A agricultura intensiva com cultivos elevados pode se tornar uma alternativa para a queima das florestas tropicais ao retomar ecossistemas que de outra forma estariam abandonados e savanas novas criadas pelo desmatamento. Isto pode ajudar a reduzir as emissões de carbono ao mesmo tempo que oferece segurança alimentar para as populações rurais mais vulneráveis e pobres”.

As conclusões são baseadas na análise de pólen, depósitos de carvão e outros remanescentes vegetais nas camadas do solo representando um período de 2 mil anos, terminando há cerca de 800 anos. A pesquisa desenvolvida em savanas naturais da Guiana Francesa, demonstra que populações amazônicas ancestrais utilizaram agricultura com canteiros elevados, na qual os cultivos eram plantados em montes para proteção contra enchentes e melhoria da fertilidade do solo. Os agricultores limitavam a incidência de fogo, segundo o estudo.

As conclusões contrastam com o censo comum de que as populações nativas dependiam do fogo para converter a floresta em savana, como tipicamente se faz na Amazônia atualmente.

“Nossos resultados obrigam a reconsiderar o que há tempos se pensava”, comentou o coautor Mitchell Power, da Universidade de Utah.

De fato, a morte em massa das populações nativas, em seguida à invasão europeia no Novo Mundo, pode ter reduzido a produtividade da terra em longo prazo.

“Estes sistemas podem ser tão produtivos quanto a terra preta feita pelo homem na Amazônia”, mas com o beneficio adicional de ter baixas emissões de carbono”, completou Stephen Rostain do Centro Nacional de Pesquisa Cientifica (CNRS), da França, se referindo a solos ricos descobertos em outras partes da Amazônia.

A terra preta era formada por um processo indígena de biochar — técnica agrícola que adiciona carvão obtido através de pirólise da biomassa aos solos pobres e ácidos — que convertia os solos pobres em intensamente férteis. Pesquisadores agora estão tentando desvendar este processo para melhorar a produtividade dos solos tropicais.

Enquanto isso, cientistas estão alertando que as práticas atuais estão colocando o ecossistema amazônico em risco. Uma combinação de mudanças climáticas, exploração de madeira seletiva e desmatamento estão contribuindo para aumentar a vulnerabilidade amazônica à seca, que transforma áreas de florestas tropicais, geralmente muito úmidas para queimar, em condutores para o fogo que escapa de áreas vizinhas.

Os incêndios na Amazônia não causam apenas poluição local e impactos na saúde, também contribuem muito para as mudanças climáticas. Portanto, o sistema ancestral sem uso de fogo pode resultar em dividendos ambientais importantes.

“Apesar de atualmente as savanas serem geralmente associadas com incêndios frequentes e altas emissões de carbono, nossos resultados demonstram que nem sempre foi assim”, comentou Doyle McKey, da Universidade de Montpellier.

“Com o aquecimento global, é mais importante do que nunca encontrar uma forma sustentável de manejo das savanas. As dicas de como alcançar isto podem estar nos 2 mil anos de história que revelamos”.

CITAÇÃO: José Iriarte et al (2012). Fire-free land use in pre-1492 Amazonian savannas. PNAS 13 de abril. 

Fonte: Mongabay
Leia o texto original no Mongabay
Traduzido por Fernanda B. Muller, Instituto CarbonoBrasil

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