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quarta-feira, 24 de julho de 2013

As borboletas estão desaparecendo na Europa



Sumiço de metade da população de borboletas na Europa indica queda de biodiversidade

Relatório indica intensificação da agricultura como um dos principais fatores para a diminuição das borboletas na região. Mudanças climáticas também contribuíram para sumiço de metade da população desses insetos.

Nas últimas duas décadas, a população de borboletas diminuiu 50% nas regiões de pradaria na Europa – principal habitat desses insetos no continente. Essa redução indica uma perda de biodiversidade preocupante na região, segundo o relatório da Agência Europeia do Ambiente, EEA, divulgado nesta terça-feira (23/07).

A pesquisa analisou dados de 1990 a 2011 sobre 17 espécies de borboletas em 19 países europeus. Esse tipo de inseto é um indicador importante para apontar tendências para outros insetos terrestres que, juntos, formam mais de dois terços de todas as espécies do planeta. Por isso, a agência usa as borboletas como base para medir a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas na Europa.

"Essa dramática redução de borboletas de pradaria é alarmante – em geral, esses habitats estão diminuindo. Se nós não conseguirmos mantê-los, nós poderemos perder muitas espécies no futuro", ressaltou Hans Bruyninckx, diretor executivo da EEA. Ele chama a atenção para a importância das borboletas e outros insetos na polinização. "O que eles carregam é essencial para os ecossistemas naturais e para a agricultura."

Das espécies analisadas, oito registram declíno, duas permaneceram estáveis e apenas a população de uma cresceu. O relatório não conseguiu observar a tendência das demais seis espécies examinadas.

Desaparecimento de borboletas preocupa Europa

Agricultura e abandono

Os principais fatores para essa queda é intensificação da agricultura em regiões planas e de fácil cultivo, aponta o estudo. A prática deixa a terra estéril e prejudica a biodiversidade. Outros motivos seriam o abandono de terras em áreas montanhosas e úmidas, principalmente nas regiões sul e leste da Europa, devido à baixa produtividade. "Sem qualquer forma de administração nesses locais, a pradaria será gradualmente substituída por mato e floresta", indica o relatório.

Além disso, a intensificação e o abandono também são responsáveis pela fragmentação e o isolamento das regiões remanescentes. Dessa maneira, as chances de sobrevivência das espécies locais e de recolonização em áreas onde elas foram extintas ficam reduzidas.Os pesquisadores apontam o uso de pesticidas como outro vilão – levados pelo vento, eles acabam matando as larvas desses insetos.

"O Indicador Europeu de Borboletas de Pradaria pode ser usado para avaliar o sucesso de políticas agrícolas", afirma a EEA. Segundo o relatório, o financiamento sustentável de indicadores de borboletas pode contribuir para validar e reformar uma série de políticas e ajudar a atingir a meta dos governos europeus de reduzir a perda de biodiversidade até 2020.

Pradarias estão diminuindo na Europa

Os contadores de borboletas

Estima-se que, das 436 espécies de borboletas presentes na Europa, 382 sejam encontradas em regiões de pradaria em pelo menos um país europeu. Desde de 1950, a vegetação sofre alterações devido ao uso do solo e, em alguns países, ela pode ser encontrada apenas em áreas de reserva natural atualmente.

Milhares de profissionais treinados e voluntários contribuíram para a realização do estudo: eles contaram borboletas em aproximadamente 3500 faixas de pradarias espalhadas pela Europa. Na região, o primeiro trabalho do tipo foi feito pelo Reino Unido, em 1976.

Abrolhos


Conservação Internacional (CI)


A Origem de Abrolhos


O Arquipélago dos Abrolhos começou a se formar entre 42 e 52 milhões de anos, quando erupções vulcânicas submarinas derramaram lava no fundo dos mares. Sobre esta base rochosa desenvolveram-se corais, algas calcárias e outros organismos que hoje formam o arquipélago. O fundo é formado por areia de origem biológica, com pedaços de conchas, corais etc. Há 16 mil anos, durante o auge da última grande era glacial, o nível do mar se encontrava 130 metros abaixo do atual. Acredita-se que parte da plataforma de Abrolhos tenha permanecido submersa durante este período, o que permitiu a sobrevivência dos corais. A região seria, assim, um dos "reservatórios" de corais do mundo, de onde teriam-se irradiado para outros locais, quando as águas subiram novamente.

Chapeirões

Os recifes de coral estão entre os mais ricos ecossistemas existentes no mundo. A região dos Abrolhos possui a principal formação de corais do Atlântico Sul e entre suas principais atrações estão os chapeirões. São colunas de coral de até 20 metros de altura que se erguem abruptamente do fundo e se abrem em arcos perto da superfície, podendo chegar a 50 metros de diâmetro, como imensos cogumelos submarinos. As águas, sempre mornas e de coloração azul-turquesa, escondem estes verdadeiros condomínios, onde habita uma infinidade de seres marinhos. A principal espécie formadora dos chapeirões é o coral-cérebro, que só ocorre na Bahia. Mas, além desta, outras 15 espécies de corais formadores de recifes ocorrem nos Abrolhos. Nos recifes mais próximos da costa, os chapeirões ficam tão perto uns dos outros que acabam unindo-se, formando verdadeiras plataformas.


Ecos do passado

No século XVI, quando um navegador se aproximava de um pequeno arquipélago na costa sul da Bahia, recebia o aviso: "abra os olhos". Os inúmeros corais existentes na região dificultavam a navegação e eram responsáveis por frequentes acidentes e naufrágios. A advertência acabou batizando o arquipélago de Abrolhos, que se tornou o primeiro Parque Nacional Marinho da América do Sul. Das cinco ilhas que formam o arquipélago Siriba, Redonda, Guarita, Sueste e Santa Bárbara somente esta última fica fora do Parque e pertence à Marinha do Brasil. Devido aos vários acidentes, em 1861 foi instalado um farol na Ilha de Santa Bárbara, cuja estrutura é de ferro inglês, e as lentes e maquinário, franceses. Até algumas décadas atrás, o farol ainda funcionava movido a querosene. Hoje, sua iluminação é elétrica e tem um alcance de 32 milhas náuticas.

Com sua instalação, os marinheiros ficaram mais aliviados, mas seus problemas não acabaram. Apesar de estar localizado fora das rotas de navegação, alguns cargueiros deixaram suas marcas no arquipélago. Um deles foi o Rosalina, que naufragou em 1939 no Parcel dos Abrolhos, levando a pique sua carga de cimento e cerveja escandinava. Hoje em dia, o navio é habitado por uma infinidade de seres marinhos e visitado constantemente por mergulhadores.

Além do arquipélago, o Parque inclui dois grandes blocos de recifes de corais: o Parcel dos Abrolhos e o Recife das Timbebas. Este último foi incluído na área protegida pelo Ibama, por ser um dos bancos de recifes mais ricos da região. Sua diversidade, aliás, é o seu maior atrativo. O naturalista inglês Charles Darwin, em 1832, durante sua viagem "em busca da origem das espécies", passou por Abrolhos e ficou intrigado com o que viu: pela sua descrição, devem ter sido ctenóforos, parentes das águas-vivas, boiando, aos montes, nas águas quentes da região.


Ambiente insular

Ilhas são ecossistemas terrestres isolados do continente e cercados de água por todos os lados. Este fato as torna especiais, justamente devido ao seu isolamento: a biodiversidade varia conforme a área, a idade, a distância entre o continente e/ou ilhas vizinhas e a diversidade de hábitat da própria ilha e da fonte colonizadora (continente e/ou ilhas vizinhas). Cada ilha possui uma comunidade própria e única, adaptada e eficiente em seu ambiente, que está sujeita à competição, e à consequente extinção, toda vez que se quebra o isolamento que a protege.

Assim, são ambientes propícios à especiação (aparecimento de novas espécies) e contam com grau acentuado de endemismos (espécies que só ocorrem naquele local). Em geral, os grupos de animais terrestres mais comuns em ilhas são os insetos, crustáceos, aranhas, aves e répteis. Praticamente não há mamíferos terrestres e anfíbios em ilhas oceânicas. Apesar de Abrolhos ser formado por ilhas costeiras localizadas sobre a plataforma continental, estas se comportam como ilhas oceânicas, pela distância em que estão da costa.


Bichos e plantas

A vegetação das ilhas restringe-se a umas poucas espécies de plantas baixas, na maioria gramíneas e ciperáceas. Existem também alguns coqueiros plantados. O solo pouco profundo e ausência de água doce são dois fatores limitantes para a ocorrência de vegetação de maior porte. A fauna terrestre também não é abundante, mas lagartos vivem muito bem por aqui. Juntamente com os primeiros cargueiros que aportaram no arquipélago, vieram os ratos e as aranhas-caranguejeiras, que acabaram se adaptando ao local. O arquipélago abriga ainda grande variedade de aves marinhas atraídas pela farta alimentação. O piloto (ou atobá) é a ave mais abundante e faz seus ninhos sobre o solo. Outras espécies são Benedito, o atobá-marrom, a elegante grazina com sua cauda comprida, a fragata e o trinta-réis-das-rocas. A tartaruga-cabeçuda procura suas praias para desovar. Debaixo da água, a vegetação é rica. As algas marinhas crescem sobre o fundo de areia, compondo, juntamente com as gorgôneas, o que se pode chamar de “pradarias submarinas”. Algas calcárias formam grande parte dos recifes em franja ao redor da Ilha de Santa Bárbara. As formações coralinas hospedam inúmeras espécies: peixes pequenos, grandes, listrados, achatados e coloridos. Dos sargentinhos aos badejos-quadrados, dos cardumes de agulhinhas aos budiões-azuis, das estrelas às lulas, das esponjas aos caranguejos, a fauna marinha encanta os visitantes pela diversidade de formas e cores.

TV Cultura - Parque Nacional de Abrolhos

Parque Nacional Marinho dos Abrolhos 



Área: 913 km2, sendo 110 no Recife das Timbebas.
Atitude: de 0 a 36 metros
Criação: abril de 1983
Ecossistemas: insular e marinho.
Estado: Bahia
Pais: Brasil

O arquipélago de Abrolhos é formado por cinco ilhas, porém, só é permitido o desembarque e visita em uma delas, a Siriba. As maiores atrações, portanto, ficam na água. Nos mergulhos pode-se apreciar os recifes e toda a fauna marinha. A observação de baleias jubarte é a grande diversão dos passeios de barco.

Ilha Siriba – Única do Parque aberta aos visitantes, ao desembarcar percorre-se uma *trilha de 1.600 metros que circunda a ilha. Centenas de pequenas conchas e corais se acumulam na ponta sudoeste da ilha, formando uma espécie da praia. A outra extremidade é formada por piscinas naturais que abrigam peixes coloridos e caramujos. Uma grande quantidade de pilotos procura a Siriba para fazer seus ninhos.

Ilha Guarita – É a menos do Parque e repleta de pedras arredondadas que parecem pintadas de branco. Na realidade, esta cor é originada das fezes das inúmeras aves que vivem no local, como o Benedito, que elegeram a ilha para pouso e procriação.

Ilha Redonda – A mais alta de todas, só perde para a Santa Bárbara, que se encontra fora dos limites do Parque. Possui encostas abruptas onde fragatas costumam fazer seus ninhos. Durante o verão, recebe a visita das tartarugas-cabeçudas para a desova.

Ilha Sueste –A mais distante do arquipélago encontra-se a 1.300 m da Siriba é também a mais preservada, justamente pela dificultada de acesso. A ausência do homem na ilha permite que as aves marinhas espalhem seus ninhos por quase todos os cantos.

Naufrágio Rosalinda – A popa está a 20 metros de profundidade, mas a proa aflora na superfície na maré baixa, oferecendo boas oportunidades para mergulho livre e autônomo. Espie pelas escotilhas e “suba” a escada no convés. Cuidado com as correntes, que costumam ser muito fortes no local. 


Enseada da Ilha Santa Bárbara – Um dos principais pontos de mergulho do Parque, permite a observação de badejos e budiões que, acostumados com a presença humana, se aproximam dos mergulhadores.

Pradaria Siriba – Redonda – Localizada entre as ilhas Siriba e Redonda, é uma área rasa, de fundo arenoso, onde são encontrados cabeços de coral em profusão. Por aqui também passeiam cardumes de peixes-cirurgiões e os enormes e folgados badejos-quadrados. Olhando com atenção, dá para ver as raias manteiga e treme-treme enterradas na areia.

Cavernas da Siriba – As cavidades no paredão da Ilha Siriba atraem vários peixes, que as utilizam como abrigo. Aqui podem ser vistos caramurus (ou mareias-verdes), peixes-frade e o colorido frade-real ou ciliaris.

Recife de Timbebas – Incluído na área do Parque, mas distante do arquipélago, o recife fica visível na maré baixa e é um ótimo ponto para mergulho livre. Peixes de todas as cores e formatos podem ser vistos no local, onde grandes leques de coral-de-fogo são encontrados.

Arquipelago de Abrolhos recebe a visita das baleias Jubarte

*Trilha da Ilha Siriba



A única trilha existente no Parque contorna a Ilha Siriba, permitindo observar suas formações rochosas. O mais interessante, no entanto, é a possibilidade de ver de perto os ninhos dos atobás.

Ao todo, a caminhada tem 1.600 metros de extensão. Dependendo da maré, não é possível contornar toda a ilha, pois as ondas quebram sobre as rochas, tornando o passeio perigoso. Aqui é obrigatório estar acompanhado de um guia, que vai mostrando flora, fauna e geologia locais. Andar pelo interior da ilha é proibido, devido justamente à presença das aves marinhas e seus ninhos no local.

Não deixe de dar uma espiada nas piscinas naturais, onde uma infinidade de seres marinhos dá vida à rocha escura.

É bom lembrar:

O sol forte da Bahia exige chapéu e protetor solar o tempo todo.
Uma máscara de mergulho com respirador é essencial. As águas claras convidam para um mergulho a todo instante.

É interessante ter sempre vários filmes extras à mão, pois não há onde comprá-los no Arquipélago.
Uma sandália confortável para caminhar - daquelas com velcro - ou tênis são necessários para a trilha da Siriba.

Preste atenção às correntes marinhas e às ondas, o mar pode estar só para os peixes!
A melhor época para mergulhos vai de dezembro a fevereiro, quando o mar está mais transparente. De julho a novembro é a temporada das baleias jubarte.


Abrolhos, Brazil - Conservation International (CI)

Projeto Abra os olhos para a ciência - Abrolhos

Confira a lista das 10 florestas mais ameaçadas do mundo



Um estudo divulgado em fevereiro deste ano, pela *ONG Conservação Internacional, (dirigida por Harrison Ford), dedicada à conservação e utilização sustentada da biodiversidade, listou as 10 florestas mais ameaçadas do mundo. São regiões, chamadas de "hotspots de biodiversidade", áreas de extrema riqueza biológica, com alto índice de espécies endêmicas (que só são encontradas naquela região) sob risco de extinção ou altamente degradadas.

No caso dos 10 hotspots florestais mais críticos, todos perderam já 90% ou mais da cobertura original e abrigam pelo menos 1,5 mil espécies de plantas endêmicas. E também estas regiões armazenam mais de 25 gigatons de carbono, o que abranda os efeitos da mudança climática.

A Terra é coberta por apenas 30% de área florestal, que abriga 80% da biodiversidade terrestre mundial. Cerca de 1,6 bilhão, também garantem seu sustento através das florestas, dado estimado pela Conservação Internacional. Outro adendo importante é que a área florestal é o mais importante reservatório de água doce do planeta.

Situação:

1º lugar: Regiões da Indo-Birmânia (Ásia-Pacífico)


Os rios e pântanos desse hotspot são extremamente importantes para a conservação de aves, tartarugas e peixes de água doce, incluindo alguns dos maiores peixes de água doce do mundo. Os ecossistemas aquáticos estão sob intensa pressão de fatores de destruição em muitas áreas da Indo-Birmânia (região que compreende Mianmar, Camboja, Vietnã, Tailândia, Laos, um pedaço da China e da Índia), como a destruição de áreas alagáveis de planícies aluviais de água doce pelo cultivo de arroz e rios sendo represados para gerar eletricidade. Hoje subsistem apenas 5% do habitat original.

2º lugar: Nova Zelândia (Oceania)


Um arquipélago montanhoso uma vez dominado pelas florestas temperadas, a Nova Zelândia é uma terra de paisagens variadas e abriga extraordinários índices de espécies endêmicas, incluindo seu representante mais famoso, o kiwi. Nenhum de seus mamíferos, anfíbios ou répteis é encontrado em outro lugar do mundo. Com o impacto da vinda dos europeus, trazendo centenas de espécies de ervas daninhas invasoras, somado ao da caça e da destruição de habitats, há apenas 5% do habitat original do arquipélago.

3º lugar: Florestas de Sunda, na Indonésia, Malásia e Brunei (Ásia-Pacífico)


O hotspot de Sunda cobre a metade ocidental do arquipélago Indo-Maláio, um arco de cerca de 17 mil ilhas equatoriais, dominado pelas duas maiores ilhas do mundo: Boréo e Sumatra. Suas espetaculares flora e fauna estão sucumbindo devido ao crescimento explosivo da indústria florestal e do comércio internacional de animais que consome tigres, macacos e espécies de tartarugas para alimentos e remédios em outros países. Populações de orangotangos, encontradas apenas nessas florestas, estão em dramático declínio. Hoje, apenas cerca de 7% da extensão original da floresta permanecem mais ou menos intactos.

4º lugar: Filipinas (Ásia-Pacífico)


Mais de 7.100 ilhas estão dentro das fronteiras do hotspot das Filipinas, identificado como um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. Diversas espécies endêmicas estão confinadas a fragmentos de florestas que cobrem apenas 7% da extensão original do hotspot. Isso inclui cerca de 6 mil espécies de plantas e diversas espécies de aves tais como a águia das Filipinas (Pithecophaga jefferyi), a segunda maior águia do mundo. As florestas filipinas são também uma das áreas em maior perigo de destruição. Historicamente devastadas pela atividade madeireira, os hoje poucos remanescentes estão sendo dizimados pela agricultura e para acomodar as necessidades da alta taxa de crescimento populacional e severa pobreza rural do país. O sustento de cerca de 80 milhões de pessoas depende principalmente de recursos naturais provenientes das florestas.

5º lugar: Mata Atlântica (América do Sul)

A foto mostra Foz do Iguaçu, município brasileiro localizado no extremo oeste do Estado do Paraná.

A Mata Atlântica se estende por toda a costa atlântica brasileira, alongando-se para partes do Paraguai, Argentina e Uruguai, incluindo também ilhas oceânicas e o arquipélago de Fernando de Noronha. A Mata Atlântica abriga 20 mil espécies de plantas, sendo 40% delas endêmicas, ou seja, restritas a essa região. Ainda assim, menos de 10% da floresta permanece de pé. Mais de duas dúzias de espécies de vertebrados ameaçadas de extinção – listadas na categoria “Criticamente em Perigo” - estão lutando para sobreviver na região, incluindo micos-leões-dourados e seis espécies de aves que habitam uma pequena faixa da floresta no Nordeste. Começando com o ciclo da cana-de-açúcar, seguido das plantações de café, a região vem sendo desmatada há centenas de anos. Agora, a Mata Atlântica está enfrentando pressão por conta da crescente urbanização e industrialização do Rio de Janeiro e São Paulo. Mais de 100 milhões de pessoas, além da indústria têxtil, agricultura, fazendas de gado e atividade madeireira da região dependem do suprimento de água doce desse remanescente florestal.

6º lugar: Montanhas do sudoeste da China (Ásia)


As Montanhas do Centro-Sul da China apresentam uma ampla gama de habitats incluindo a flora temperada com a maior taxa de endemismo no mundo. O ameaçado panda gigante (Ailuropoda melanoleuca), que pode chegar a até 1,80 m de altura e é quase totalmente restrito a essas pequenas florestas, é a bandeira da conservação da região. Essas montanhas também alimentam a maioria dos sistemas hídricos da Ásia, incluindo diversas ramificações do rio Yangtze. O Rio Mekong corta a província de Yunnan e o Laos, o Camboja e o Vietnã em seu curso até o mar do sul da China. O Nujiang atinge o Oceano Índico pela província de Yunnan e Burma. As atividades ilegais de caça, coleta de lenha e pastagem são algumas das principais ameaças à biodiversidade da região (que inclui o panda vermelho, na foto). A construção de barragens está sendo planejada em todos os rios principais da floresta, o que deve afetar os ecossistemas e a subsistência de milhões de pessoas. Ao todo, apenas cerca de 8% da extensão original do hotspot permanecem em condições inalteradas.

7º lugar: Província Florística da Califórnia (América do Norte)


A Província Florística da Califórnia é uma zona de clima do tipo mediterrâneo, que possui altos índices de plantas endêmicas. É o lar da sequoia gigante, o maior organismo vivo do planeta (pode viver por mais de mil anos), e alguns dos últimos condores da Califórnia, a maior ave da América do Norte. É o local de maior reprodução de aves dos Estados Unidos. Diversas espécies de grandes mamíferos antes encontrados nesse local estão extintas, incluindo o urso cinzento (Ursus arctos), que aparece na bandeira da Califórnia e tem sido símbolo do Estado há mais de 150 anos. A vasta destruição causada pela agricultura comercial é uma grande ameaça para a região, que gera metade de todos os produtos agrícolas utilizados pelos consumidores dos EUA. O hotspot é também fortemente ameaçado pela expansão de áreas urbanas, poluição e construção de estradas, o que tornou a Califórnia um dos quatro estados mais ambientalmente degradados do país. Hoje, apenas cerca de 10% da vegetação original permanecem mais ou menos intacta.

8º lugar: Florestas Costeiras da África Oriental (África)


Apesar de pequenos e fragmentados, os remanescentes que formam as Florestas Costeiras da África Oriental contêm níveis extraordinários de biodiversidade. As 40 mil variedades cultivadas da violeta africana, que formam a base de um comércio global de folhagens que movimenta US$ 100 milhões anualmente, são todas derivadas de um punhado de espécies encontradas nas florestas costeiras da Tanzânia e do Quênia. Os primatas são espécies-símbolo da região, como o Colubus Vermelho de Zanzibar, que é uma atração turística importante. A expansão agrícola continua sendo a maior ameaça para as Florestas Costeiras da África Oriental. Devido à pobre qualidade do solo e a uma tendência de crescimento populacional, a agricultura de subsistência, assim como as fazendas comerciais, continua a consumir mais e mais dos recursos naturais da região, com apenas 10% restante das florestas originais.

9º lugar: Madagascar e ilhas do Oceano Índico


Este hotspot é um exemplo vivo da evolução de espécies em isolamento. Apesar da proximidade com a África, as ilhas não compartilham quaisquer dos grupos típicos de animais do continente vizinho. Ao invés disso, elas contêm uma exuberante coleção única de espécies, com altos níveis de endemismo. Madagascar e o grupo de ilhas vizinhas possuem um total impressionante de oito famílias de plantas, quatro famílias de aves e cinco famílias de primatas que não existem em nenhum outro lugar da Terra. As mais de 50 espécies de lêmures de Madagascar são os carismáticos embaixadores para a conservação da ilha, embora diversas espécies já tenham entrado em extinção. Em uma área que é das mais prejudicadas economicamente no mundo, a alta taxa de crescimento populacional está colocando uma enorme pressão sobre o ambiente natural. A agricultura, a caça e a extração não sustentável de madeira, além da mineração em grande e pequena escalas, são ameaças crescentes. Estima-se que restam apenas 10% do habitat original.

10º lugar: Florestas de Afromontane


As montanhas do hotspot de Afromontane Oriental são dispersas ao longo da extremidade oriental da África, desde a Arábia Saudita ao norte até o Zimbábue ao sul. Embora geograficamente dispersas, as montanhas que compreendem a região possuem flora extraordinariamente similar. O Vale do Rift abriga mais mamíferos, aves e anfíbios endêmicos do que qualquer outra região da África. O evento geográfico que criou as montanhas desse hotspot também gerou alguns dos mais extraordinários lagos do mundo. Devido aos grandes lagos, um grande montante de diversidade de peixes de água doce pode ser encontrado na região, que é o habitat de 617 espécies endêmicas. Assim como na maioria das áreas tropicais, a principal ameaça a essas florestas é a expansão da agricultura, especialmente com grandes plantações de banana, feijão e chá. Outra ameaça relativamente nova, que coincide com o aumento da população, é o crescente mercado de carne. Hoje, apenas 11% de seu habitat original permanecem intacto.

Segundo Edward O. Wilson, professor da Universidade de Harvard e uma das maiores autoridades mundiais em biodiversidade, as atividades humanas poderão ser responsáveis pelo desaparecimento de cerca de 20% das espécies nos próximos 30 anos. Se isso ocorrer, haverá a maior extinção de espécies no planeta, comparável apenas à ocorrida há 65 milhões de anos, quando teve fim a era dos dinossauros.

Paixão pela Floresta

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A Conservação Internacional (CI) é uma organização privada, sem fins lucrativos, fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza – nossa biodiversidade global – amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo. 

A missão da Conservação Internacional (CI) é promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza - nossa biodiversidade global - amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo.

Como uma organização global, a CI atua em mais de 40 países, distribuídos por quatro continentes. Em 1988, iniciou seus primeiros projetos no Brasil e, em 1990, se estabeleceu como uma ONG nacional. Possui escritórios em Belo Horizonte-MG, Belém-PA, Brasília-DF e Rio de Janeiro-RJ, além de uma unidade avançada em iCaravelas-BA. Para mais informações sobre os programas da CI no Brasil, visite www.conservacao.org, o Twitter @CIBrasil e o Facebook http://www.facebook.com/ConservacaoInternacional.





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