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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Bromélias e orquídeas ajudam na restauração ecológica


*Estima-se que sejam mais de 35 mil espécies

Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, mostra que um dos métodos encontrados para promover o aproveitamento de material de florestas a serem desmatadas é o transplante de plantas epífitas, como bromélias e orquídeas, em regiões florestais durante o processo de recuperação ecológica. As epífitas são formas de vida de plantas que habitam árvores, denominadas forófitos, sem, contudo, parasitá-las.

Segundo a bióloga Marina Melo Duarte, pesquisadora no programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais da Esalq, a inserção dessa forma de vida em uma floresta é de grande importância para que ela recupere os processos ecológicos. “Além de serem capazes de fornecer microambientes e recursos como flores e frutos e armazenar água, as epífitas atuam na ciclagem de nutrientes. Contribuem, enfim, para o aumento de heterogeneidade de um ecossistema.”

Epífitas fornecem nutrientes, armazenam água e atuam na ciclagem de nutrientes

No cenário mundial atual, mesmo com crescente preocupação ambiental, é possível observar que desmatamentos ainda ocorrem em taxas elevadas, reduzindo a cobertura florestal. Ainda que possa ser diminuído por diversos mecanismos, esse problema tende a permanecer, já que ele é necessário para que ocorram obras de infraestrutura e de outros interesses. A cada ano, mais de 500 hectares de florestas, em diferentes estágios de regeneração, são legalmente desmatados no Estado de São Paulo.

“A supressão vegetal, dentro de certas limitações, é permitida por lei. Apesar de não fazer com que uma floresta retorne exatamente ao que era no passado, a restauração ecológica pode contribuir para reduzir a agravante perda de cobertura vegetal no planeta”, comenta a pesquisadora.

Epífitas fixadas com barbante de sisal e fibra de palmeiras

Transplante viável

No Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF), a bióloga analisou duas florestas com 13 e 23 anos de processo de restauração, localizadas nas cidades de Santa Bárbara D’Oeste e Iracemápolis, ambas em São Paulo, respectivamente. “Os transplantes de epífitas foram considerados viáveis, especialmente quando realizados em estação chuvosa e utilizando-se barbante de sisal junto a fibras de palmeiras para fixar essas plantas nos trocos das árvores (forófitos). As taxas de sobrevivência das seis diferentes espécies, um ano após o transplante, quando ele foi realizado em estação úmida, variaram entre 63% e 100% das epífitas transferidas”, conta a pesquisadora.

Segundo Marina, a restauração florestal é comumente realizada pela inserção apenas de unidades de árvores em uma área. O chamado “enriquecimento com diferentes formas de vida” é, na maioria das vezes, fundamental ao desenvolvimento de florestas durante o processo de restauração. “Em paisagens fragmentadas devido às atividades humanas, existe uma perda considerável de diversidade biológica. Nesses locais, a dispersão natural é limitada, sendo necessárias intervenções para dar continuidade aos processos ecológicos fundamentais à permanência da floresta ao longo do tempo”, afirma.


Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e orientação do professor Sergius Gandolfi, do Departamento de Ciências Biológicas (LCB), o estudo avaliou a possibilidade de transferência de epífitas, com a proposta de aproveitar o material que pode ser retirado de florestas a serem suprimidas, a partir desse desmatamento inevitável, e empregá-lo no processo de restauração ecológica. Foram analisados os transplantes de 360 unidades de seis espécies de epífitas, pertencentes às famílias Bromeliaceae, Cactaceae e Orchidaceae, para posições diferentes (tronco ou forquilha) de 60 unidades de forófitos que apresentavam distintos padrões de perda foliar e rugosidades de casca.

A pesquisadora afirma que há raríssimos trabalhos envolvendo transplantes de epífitas em florestas durante processo de restauração. “A inserção dessa forma de vida a uma floresta é de grande importância para que ela recupere processos ecológicos, sendo fundamental para que ela retorne à sua trajetória ecológica. É um dos trabalhos pioneiros no que se refere ao enriquecimento de florestas em restauração com diferentes formas de vida”, conclui.

Ambientalista brasileiro dedica a vida às orquídeas

Da Redação - agenusp@usp.br
Raiza Tronquin, da Assessoria de Comunicação da Esalq
acom.esalq@usp.br



*Orquídeas serão devolvidas à natureza

Depois de germinadas, plantas precisam de 
cuidados para que cheguem à idade adulta


Quem vê a floresta amazônica lá do alto, logo a descreve como um mundo verde. Muitos ignoram a variedade de tons escondidos entre as árvores gigantescas. Famosas pela beleza de suas formas e cores, as orquídeas são encontradas em quase todos os países do mundo. Estima-se que sejam mais de 35 mil espécies. Na Amazônia, já foram catalogadas 709, 260 delas genuinamente paraenses.

Apesar da diversidade, a coleta indiscriminada e a devastação de seus habitats ameaçam a sobrevivência das orquídeas amazônicas. Algumas espécies, típicas das áreas de várzea da Região Metropolitana de Belém, hoje, são raramente vistas em ambientes naturais. São encontradas somente em orquidários particulares. "Pouco tem sido feito para reverter esse quadro desolador, apesar da unanimidade quando se fala da beleza e da importância ecológica das orquídeas", alerta o professor Marco Antônio Menezes Neto, da Faculdade de Biologia da UFPA.

Laboratório: mais flores em menor tempo

Além do aspecto ornamental, orquídeas fornecem produtos alimentícios, fármacos ou matérias--primas aproveitadas pela indústria, e imprescindíveis serviços ambientais. Na natureza, elas estão quase sempre no alto das árvores. O pesquisador Marco Antônio Menezes Neto esclarece que "é comum encontrarmos pessoas que consideram as orquídeas parasitas e, por isso, retiram-nas das árvores onde elas se fixam. Na verdade, as orquídeas estão procurando, apenas, um lugar ao sol para fazerem a fotossíntese e não prejudicam essas outras plantas. Elas se alimentam de nutrientes contidos na água da chuva e na poeira do ar, além de estabelecerem, comumente, uma relação muito específica com fungos que auxiliam em sua nutrição”.

Nenhuma espécie botânica é capaz de produzir tantas sementes num único fruto como as orquídeas. Embora produzam até milhões de sementes no ambiente natural, apenas algumas germinam e pouquíssimas se tornarão plantas adultas. A germinação das sementes depende de uma relação mutualística com fungos, que nutrem os embriões durante os estágios iniciais de desenvolvimento. “As orquídeas também se relacionam com determinados insetos, desenvolvendo sofisticadas estratégias para atrair os polinizadores. Daí, a beleza incomum e o cheiro agradável de suas flores.", conta Marco Antônio Menezes Neto.

Em laboratório, a cultura assimbiótica ou semeadura in vitro de orquídeas aumenta a porcentagem de germinação. A técnica consiste em cultivar as sementes em meio nutritivo até que se transformem em plantas completas. “Esse método é importante do ponto de vista comercial e ecológico, pois possibilita o aumento da variabilidade genética das espécies propagadas e permite a produção de um grande número de orquídeas em um curto espaço de tempo", revela o pesquisador.

Ele explica que há outras formas de reprodução de orquídeas, as quais funcionam como uma espécie de clonagem das plantas. No entanto, como o objetivo da pesquisa é reintroduzi-las em seu ambiente natural, é interessante que elas sejam diferentes entre si, ou seja, “precisamos assegurar a variabilidade genética para aumentarmos as chances de que as orquídeas voltem a habitar um determinado ambiente natural. Assim, elas estarão mais preparadas para enfrentar as adversidades de seu meio”, justifica.

"Já multiplicamos 27 espécies, cerca de dez delas são amazônicas, a maioria do gênero cattleya. A intenção é ir aumentando esse número gradativamente, por isso precisamos da colaboração de orquidófilos que possam doar material para a coleta de sementes. Não precisamos de mudas ou de flores, basta uma autorização para ir até a planta e coletar seu fruto, que, normalmente, é descartado pelo criador. Também podemos reproduzir, in vitro, espécies a pedido dos orquidófilos. Estamos abertos a parcerias”, convida Marco Antônio Menezes Neto.

Em breve, de volta à floresta

O projeto iniciou em agosto de 2007 e, em breve, será hora de reintroduzir as plantas adultas no meio ambiente. Elas serão plantadas em áreas de preservação públicas e privadas. "Já fizemos alguns contatos e pretendemos plantar orquídeas no Jardim Botânico da Amazônia Bosque Rodrigues Alves, no Parque Ambiental do Utinga, no Museu Zoobotânico Emílio Goeldi, no Crocodilo Safari Zoo e em uma área privada localizada, em Santo Antônio do Tauá. Quando o momento chegar, vamos convidar escolas de ensino médio e fundamental para participarem da reintrodução, com o objetivo de despertar nesses jovens a consciência da importância da preservação dessas plantas", revela o professor.

As orquídeas amazônicas pertencem, principalmente, aos gêneros Catasetum; Epidendrum; Maxillaria; Habenaria e Encyclia. Os três primeiros ainda são vistos em Belém. "Esses gêneros conseguiram desenvolver algumas estratégias para se adaptarem às modificações feitas pelo homem no espaço. Uma espécie do gênero Maxillaria, por exemplo, é encontrada no alto das mangueiras distribuídas pelo Centro de Belém”, lembra. No entanto, o pesquisador adverte: “essas situações não diminuem os riscos de desaparecimento de espécies pela destruição das áreas verdes que restaram na cidade ou pela retirada predatória das plantas e flores, o que já pode ter extinguido orquídeas endêmicas, ou seja, as que só existiam em um determinado lugar nem sequer foram descobertas”.

Para Marco Antônio Neto, as plantas produzidas in vitro, a partir do cultivo assimbiótico de sementes, são altamente interessantes para programas de reintrodução de espécies nativas em áreas de preservação ambiental, e talvez programas desse tipo sejam a única solução viável para salvar algumas espécies de orquídeas amazônicas. “A possibilidade de admirar a beleza das orquídeas não pode ser um privilégio de poucos. A beleza de suas flores deve promover a satisfação da coletividade. Para isso, é fundamental que essas plantas maravilhosas sejam reintroduzidas em parques, praças, jardins botânicos ou em qualquer área acessível ao público”, deseja.

Cientistas da Nasa concluem que o fogo devasta mais que o desmatamento na Amazônia


Esta matéria recém publicada demonstra o potencial 
e precisão dos recursos das pesquisas (Globo)

Cientistas da Nasa, a agência espacial americana, descobriram que um tipo de incêndio até então não mapeado na Floresta Amazônica é responsável pela destruição de uma área de mata muito maior do que a perdida através do processo de desflorestamento nos últimos anos. A constatação foi feita por meio de uma técnica considerada inovadora no uso de satélites e apresenta um outro lado para os dados apresentados pelo governo brasileiro indicando a redução do desmatamento nos últimos oito anos.

Na Amazônia, incêndios que atingem a área baixa da floresta, sob a copa das árvores, ficam normalmente escondidos da análise de satélites que detectam a frequência das chamas. Um novo método utilizado nesse levantamento levou agora à primeira estimativa dos danos causados por esse tipo de incêndio na região.

O estudo da Nasa revela que houve ocorrência de fogo generalizado sobre as fronteiras da floresta durante o período pesquisado, de 1999 a 2010. Incêndios recorrentes estão concentrados em áreas áreas nas quais existe uma confluência de condições climáticas adequadas para a propagação do fogo.

"A Floresta Amazônica é bastante vulnerável ao fogo, dada a frequência de chamas que causam o desmatamento e o manejo da terra na fronteira da floresta, no entanto nunca soubemos a extensão regional ou a frequência desses incêndios", afirmou Doug Morton, o principal autor do estudo. A pesquisa foi publicada em 22 de abril na revista Philosophical Transactions of the Royal Society B.

Nos anos em que foi registrada a maior ocorrência de incêndios, como 2005, 2007 e 2010, a área de floresta afetada por esse fogo baixo foi diversas vezes maior do que a área de desflorestamento causada pela expansão da agricultura, informou Morton. O estudo vai além e aponta as condições climáticas - e não o desmatamento - como principal fator determinante do risco de incêndios na Amazônia.

Brasil - NASA New Model Predicts Fire Season Severity in the Amazon

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