Todos pela Natureza!

domingo, 26 de maio de 2013

Amazônia em Pauta: publicação trimestral é lançada pelo IPAM



O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM lançou nesta segunda-feira, 20, a primeira edição do boletim Amazônia em Pauta,publicação trimestral que irá abordar pesquisas produzidas no Instituto, bem como por seus pesquisadores associados sobre temas relacionados ao desenvolvimento e sustentabilidade da Amazônia brasileira.

O boletim irá relatar dados de atividades em andamento na região amazônica, dos quatro programas de pesquisa do IPAM, com o objetivo de informar, propor reflexões e subsidiar a tomada de decisões em relação às políticas publicas nessa região.

A primeira edição traz resultados relacionados ao novo Código Florestal dentro de Assentamentos Rurais. Após aprovação do novo Código Florestal (lei 12651/12) alterou-se drasticamente a composição do que antes era passivo de Reserva Legal dentro dos assentamentos.

Nesse estudo, o levantamento é feito para toda a Amazônia legal, particularizando a situação do passivo e ativo florestal sob o ponto de vista jurídico, além do remanescente de Reserva legal para cada superintendência do INCRA na região. 

Ao final da publicação, são considerados os impactos dessas mudanças no aumento do desmatamento e como politicas publicas dentro de uma agenda positiva podem desestimular essa possibilidade.

  • Amazônia em Pauta - Nº1
Formato: PDF
Tamanho: 5.66 MB


Dia da Mata, a SOS em prol da floresta (Minuta da Carta da Mata Atlântica)


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Viva a Mata 2013
SEMANA DA MATA ATLANTICA

“Direitos e deveres ambientais”, o tema do Viva a Mata 2013
 
A nona edição do Viva a Mata – Encontro Nacional pela Mata Atlântica terá o tema “Direitos e Deveres Ambientais”. O evento acontece desde o dia 24 até hoje 26 de maio de 2013, das 9h às 18h, na Marquise do Parque Ibirapuera, com atividades também no auditório do MAM (Museu de Arte Moderna), em São Paulo (SP). A mostra tem cenografia assinada pela empresa Candotti, que utiliza placas e cilindros de papelão para a construção dos pavilhões prezando pelo reaproveitamento de materiais. O patrocínio é do Bradesco e o apoio é da Rede Globo, Rádios Eldorado e Estadão e Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. Desta vez, o evento ocorre às vésperas do dia 27 de maio, quando se comemora o Dia Nacional da Mata Atlântica.

do meio ambienteDurante o Viva a Mata, a Fundação SOS Mata Atlântica lança uma campanha nacional pelo cumprimento do novo Código Florestal. A organização convida o público a participar da campanha, fazendo a sua parte: contribuir e proteger o meio ambiente com ações diárias, além do apoio na fiscalização do Poder Público.

O evento têm pavilhões temáticos – florestas, mar, urbano, água, mudanças climáticas e propriedades sustentáveis – que reunem atividades interativas sobre cada tema, além da exposições de ONGs que lutam pela sustentabilidade, empresas parceiras e patrocinadores. Os dois caminhões da exposição itinerante “A Mata Atlântica é Aqui” também integrarão as atividades e promoverão diversas atrações jogos e palestras: um deles ficará na Marquise do Ibirapuera e o outro, próximo ao restaurante Green, no Parque. Continue acompanhando nos sites, Twitter e Facebook – a programação completa do evento.

Nos dias 27 e 28 de maio de 2013, o Ministério do Meio Ambiente, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e a Rede de ONGs da Mata Atlântica promovem a Semana da Mata Atlântica 2013. O evento, que marca as comemorações do Dia da Mata Atlântica (27 de maio), será realizado no auditório da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Av. Professor Frederico Hermann Júnior, 345, Alto de Pinheiros, São Paulo). Serão debatidos o estado atual da Mata Atlântica, lições aprendidas e perspectivas para a conservação, recuperação e uso sustentável da floresta. 
Cataratas do Iguacu
Inscreva-se (as vagas são limitadas)

MINUTA DA CARTA DA MATA ATLÂNTICA

Versão III - 23.05.2013

Apresentamos, neste espaço, o texto preliminar da Carta da Mata Atlântica 2013, aguardamos as contribuições e comentários de vocês. Esta Carta vai ser lida e colocada novamente em discussão durante a Semana da Mata Atlântica 2013. Contribuições podem der postados no blog (URL acima) ou enviado para o mail jdeusmedeiros@gmail.com

Distribuída por 17 Estados brasileiros a Mata Atlântica continua prestando serviços ambientais relevantes, contudo, mesmo com a disseminação do reconhecimento de sua importância, apresenta situação ainda crítica, demandando ações urgentes de conservação e recuperação ambiental. Registra-se que importantes avanços ocorreram nos últimos anos, fruto de mobilização conjunta de governos e entidades da sociedade civil organizada. Para manter e reforçar esse processo mostra-se necessário reafirmar esse pacto, aprimorando a ação articulada dos diferentes atores, inclusive com adoção de estratégias inovadoras, ampliação dos atores envolvidos e efetiva integração das ações e programas dos governos federal, estaduais e municipais e dos distintos setores da sociedade civil organizada.

O Brasil possui o mais extenso litoral inter e subtropical do mundo, com cerca de 8.000 km de extensão, dos quais 6.000 km estão no domínio da Mata Atlântica. A longa e estreita faixa litorânea abriga grande variedade de ocorrências geomorfológicas que influenciam na beleza paisagística e na diversidade de formas de vida. A importância, cultural, socioeconômica e biológica dos ecossistemas marinhos é inquestionável. 

Não obstante nosso conhecimento sobre a biodiversidade marinha é ainda incipiente, ressaltando-se que os ambientes profundos e oceânicos são os menos estudados.

Mesmo considerando os impactos documentados como função da expansão pesqueira, o interesse nacional em ocupação e exploração econômica de toda a Zona Econômica Exclusiva brasileira e os atuais processos de mudanças climáticas globais, nossa capacidade de estimar concretamente os impactos futuros sobre a diversidade em nossos mares, assim como no resto do mundo, é igualmente incipiente e, na área da Mata Atlântica, a proporção de áreas marinhas protegidas não chega a 1,5%, portanto muito distante das metas assumidas pelo País na CDB.

A Lei Federal nº 11.428 de 2006, conhecida como “Lei da Mata Atlântica”, regulamentada pelo Decreto Federal nº 6.660 de 2008, é o principal dispositivo de proteção do bioma, cujos limites estão definidos no “Mapa da Área de Aplicação da Lei 11.428, de 2008” do IBGE. É digno de nota que a maioria de seus dispositivos foi devidamente regulamentada, tanto pelo citado Decreto 6.660 quanto por outras normas complementares, favorecendo assim a correta operação da norma legal. Apesar do grande avanço em décadas passadas na legislação que estabelece as políticas ambientais, como a citada lei, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, a Lei de Crimes Ambientais e a inserção de capítulo sobre o tema Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988, varias propostas legislativas colocam esse arcabouço legal sob forte ameaça de retrocesso, podendo comprometer a proteção da Mata Atlântica, como visto na proposta de emenda constitucional 215/2000 (PEC 215), que transfere do Poder Executivo para o Congresso Nacional a aprovação de demarcação, titulação e homologação de terras indígenas, quilombolas e a criação de unidades de conservação da natureza, além dos PLs 2.441/2007, 2.995/2008 e 2.751/2008, esses últimos visando objetivamente reduzir a proteção legal da Mata Atlântica. No atual contexto torna-se imperativo reaglutinar forças num esforço conjunto da União, Estados, Municípios, sociedade civil organizada e empresas para consolidar os dispositivos de proteção da Mata Atlântica, viabilizando a conservação e restauração deste bioma/ domínio biogeográfico* tão rico em sociobiodiversidade, e ao mesmo tempo tão fragilizado por diversas pressões e ameaças. Intensificar a agenda de criação de Unidades de Conservação, concluir a regulamentação da lei da Mata Atlântica e efetivar a operacionalização dos dispositivos já criados, mobilizando amplos setores da sociedade para neutralizar os riscos de retrocesso na legislação de proteção da Mata Atlântica são ações necessárias e emergenciais. Os signatários desta carta assumem o compromisso de, em acordo com suas responsabilidades e atribuições, executar, apoiar, divulgar e cobrar a efetiva implantação das políticas públicas para a Mata Atlântica nos seguintes temas:

1 – Estratégia de implementação da nova lei sobre proteção da vegetação nativa no Bioma:

Um dos principais desafios que se coloca para a qualidade ambiental na Mata Atlântica é a recuperação da sua integridade, em particular nas áreas e territórios ambientalmente mais vulneráveis. A nova lei sobre proteção da vegetação nativa (lei nº 12.651 de 2012) estabeleceu que, além da União, cada Estado deve desenvolver um Programa de Regularização Ambiental (PRA), por meio do qual serão estabelecidos os critérios para adequação das atividades agropecuárias em relação ao uso do solo e conversão das florestas. O PRA definirá as áreas desmatadas ilegalmente passiveis de consolidação e as áreas onde a recuperação da vegetação será necessária. Neste sentido é importante um envolvimento maior da comunidade acadêmica, incluindo universidades e institutos de pesquisas, para que os PRA´s sejam desenvolvidos a partir de estudos técnicos e com base científica sólida, considerando instrumentos de ordenamento territorial adequados (Planos de bacia hidrográfica, zoneamento ecológico econômico, zoneamentos ambientais), a capacidade de suporte do solo e das bacias hidrográficas e que, sobretudo seja objeto de amplo debate público com a sociedade no âmbito dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente antes de sua entrada em vigor para que reflita as reais necessidades e interesses públicos pela utilização sustentável, conservação e recuperação do Bioma.

Metas sugeridas:

- PRA´s debatidos com a sociedade no âmbito dos Conselhos estaduais de Meio Ambiente e aprovados até 27 de maio de 2014 em todos os Estados da Mata Atlântica.

- Mapa de áreas críticas e prioritárias para recuperação ambiental desenvolvido para os 17 estados da Mata Atlântica.

2 – Planejamento territorial e Áreas protegidas:

As Unidades de Conservação, Mosaicos, Corredores Ecológicos e outras áreas especialmente protegidas, incluindo territórios indígenas e quilombolas, abrigam os maiores remanescentes de Mata Atlântica, portanto, sua gestão deve ser estimulada nos diversos níveis de governo e também no âmbito privado. Os Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, previstos na legislação federal, devem ser disseminados em toda a região, e os municípios devem receber apoio e orientação para sua elaboração e implementação. O planejamento territorial é necessário para a identificação de lacunas no sistema de áreas protegidas, assim como para identificação de áreas a serem recuperadas. Cerca de 40 áreas para criação de novas Unidades de Conservação da Natureza já tiveram os procedimentos administrativos concluídos sob a coordenação do MMA/ICMBio. Desse modo, ressaltamos a importância e urgência na efetivação desses processos com a criação formal dessas novas Unidades de Conservação na Mata atlântica. Mostra-se igualmente necessário implantar com urgência o Cadastro Ambiental Rural, pois ele viabiliza a operação dos Programas de Regularização Ambiental das propriedades, podendo estimular a recomposição e ampliação da conectividade entre fragmentos, reabilitando a função ecológica dos mesmos. Reafirmamos que a criação de unidades de conservação no Brasil deve continuar pautada nas metas da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que estabeleceu que 17% das áreas terrestres e 10% de áreas marinhas e costeiras deveria ser protegidos até o ano de 2020 (Meta Aichi 11). Como a cobertura atual das UCs de proteção integral na Mata Atlântica não perfaz 2% da área do bioma, entendemos que o esforço para criação de novas áreas protegidas públicas e privadas precisa ser ampliado, incluindo a expansão das áreas de proteção marinha.

Metas sugeridas:

Criação de UCs com processo administrativo pronto e consultas públicas realizadas.

Elaboração em até dois anos, de Planos Municipais em 30% do território dos estados e em todos os municípios com mais de 200 mil habitantes.

3 - Proteção e recuperação de recursos hídricos:

O Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2012, publicado pela Agência Nacional de Águas, indica que a maioria absoluta das bacias apresentando criticidade quali-quantitativa encontra-se na região de abrangência da Mata Atlântica. Essas bacias hidrográficas devem ser objeto de estudo aprofundado a respeito da sua capacidade de saturação e consequentemente sobre a necessidade de recuperação de áreas de recarga de aquífero, áreas de preservação permanente inclusive em relação à consolidação do uso de determinadas áreas impactadas. As regiões metropolitanas apresentam criticidade quali-quantitativa em virtude da alta demanda de água existente e a grande quantidade de carga orgânica lançada aos rios, enquanto em outras bacias no Sul do Brasil muitos rios possuem criticidade quantitativa, devido à grande demanda para irrigação (arroz inundado). Os Planos Municipais da Mata Atlântica devem se articular com estudos feitos nas bacias hidrográficas para reduzir as atividades impactantes e identificar áreas críticas para recuperação da cobertura vegetal. Para tanto, um Plano Nacional, ou mesmo planos estaduais em escala mais detalhada, de recuperação de bacias hidrográficas críticas deve ser desenvolvido e seus programas rapidamente implementados. Fortalecimento da ação dos Comitês de Bacias e envolvimento direto dos principais usuários da água nas ações de recuperação dessas bacias criticas são medidas que deverão ser perseguidas.

Metas – Mapas de bacias hidrográficas críticas e diretrizes para recuperação sendo desenvolvidos em todo os estados da Mata Atlântica.

4 – Mudanças Climáticas e Áreas de Risco

A partir da edição da lei nº 12.187/2009, que instituiu a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, temos um plano nacional com metas, que podem reverter na redução de emissões de gases de efeito estufa, além de outros ganhos ambientais e benefícios socioeconômicos, dentre as quais destacamos a que pretende dobrar a área de florestas plantadas, para 11 milhões de hectares em 2020, sendo 2 milhões de ha com uso de espécies nativas. Os demais planos setoriais precisam considerar a relevância da recuperação da Mata Atlântica, notadamente frente sua estratégica contribuição para as medidas de adaptação.

O plano nacional deverá contemplar programas para o reflorestamento de áreas alteradas com espécies nativas da Mata Atlântica. Entendemos que existe amplo espaço para contribuição do setor florestal nessa meta, quer com a agilização dos processos de regularização ambiental dos reflorestamentos comerciais existentes, promovendo-se a recomposição com espécies nativas das áreas de preservação permanente e de reserva legal, como com o estímulo e investimentos na produção de tecnologia para expansão do uso de espécies arbóreas nativas nos reflorestamentos comerciais. Adicionalmente, é urgente a atuação integrada do poder público para reduzir o número de assentamentos humanos em áreas de risco, promovendo a necessária recuperação dessas áreas. A Mata Atlântica, por suas características de relevo e clima, associada ao fato de abrigar grande número de núcleos urbanos, apresenta grande quantidade de áreas tipificadas como de risco, e a promoção dos Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata deverá ser feita de modo a integrar as ações de gestão das áreas de risco.

A lei federal nº 12.114 de 2009 criou o Fundo Nacional de Mudanças de Clima, que tem priorizado iniciativas nas áreas do semiárido e naquelas que contribuem para a diminuição do desmatamento em outros biomas. Entendemos que o Fundo Clima deve ser fortalecido e ampliado, sobretudo na sua capacidade de prover recursos não reembolsáveis, e gradativamente também apoiar iniciativas para a recuperação, conservação e uso sustentável da Mata Atlântica.

Meta – Mapeamento das áreas de risco sendo desenvolvidos em todos os estados da Mata Atlântica e nos municípios com mais de 200 mil habitantes.

5 – Cadeias produtivas da sociobiodiversidade:

O estímulo às cadeias produtivas da sociobiodiversidade da Mata Atlântica é estratégico para criar condições de restauração da região biogeográfica, agregando o desenvolvimento econômico das populações locais e dando visibilidade à sociobiodiversidade. Faz-se necessário ampliar o mapeamento de espécies potenciais e de oportunidades, contemplando a realidade regional e estimulando a diversificação da produção. Resgate e aprimoramento de modos tradicionais de produção sustentável, restauração florestal, sistemas agroflorestais, produção de alimentos saudáveis, valorização do artesanato local, promoção de roteiros turísticos são alguns exemplos do que é possível identificar e inserir nos programas de desenvolvimento socioeconômico da União, estados e municípios. A contribuição das empresas de pesquisa e extensão rural, assim como das universidades e centros de pesquisa também é fundamental e precisa ser ampliada e aprimorada.

Metas – Principais cadeias produtivas sustentáveis mapeadas em todos os estados da Mata Atlântica

6 - Mecanismos e instrumentos financeiros:

A conservação e recuperação da Mata Atlântica serão estimuladas com incentivos econômicos e financeiros, que podem ter origem governamental ou privada, sendo alguns deles já previstos em lei. Políticas já utilizadas por outras agendas públicas devem ser incorporadas, como destinação de porcentagem de valores fiscais a projetos ambientais. Nesse contexto a regulamentação do Fundo de Restauração do Bioma Mata Atlântica mostra-se imprescindível, devendo ser altamente priorizado na agenda do Governo Federal. A lei nº 12.651 de 2012 autorizou o Poder Executivo federal a instituir “Programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente”, abrindo-se grande oportunidade para a Mata Atlântica. É necessário que o Governo Federal inaugure uma agenda de debates com a sociedade civil organizada para que se consolide, o mais breve, a instituição do referido programa. Além disso, hoje o governo federal, os governos estaduais e mesmo os governos locais oferecem vultuosos incentivos tributários a um conjunto de atividades socioeconômicas altamente impactantes (p.ex. construção civil, obras de infraestrutura, indústrias, loteamentos, atividades minerárias, agropecuária etc.), sendo que para as cadeias econômicas associadas à exploração e recomposição florestal com espécies nativas pouco ou nenhum incentivo tributário é oferecido. Nesse sentido urge um trabalho articulado para o desenvolvimento de incentivos fiscais para atividades sustentáveis , principalmente voltados a sua conservação e recuperação. Investimentos em pesquisa e inovação com espécies da Mata Atlântica também são escassos, muito embora sejam determinantes para o melhor conhecimento e consequentemente para a conservação e uso sustentável de seus recursos naturais. O desenvolvimento de mecanismos voltados ao pagamento por serviços ambientais aos detentores de áreas naturais provedoras destes serviços deve ser promovido em todas as esferas (federal, estaduais e locais), incluindo instrumentos econômicos que estimulem os proprietários rurais a recuperar a vegetação nativa nas áreas aptas à prestação de serviços ambientais e ecossistêmicos. A responsabilidade ambiental das empresas também precisa ser cobrada, fazendo com que as ações de recuperação de áreas degradadas por atividades empresariais sejam implantadas com celeridade e base técnica suficiente.

Meta sugerida

– Incentivos tributários para recuperação, uso sustentável e conservação da Mata Atlântica aprovados e em vigor.

- Leis e Programas de PSA aprovados e em implantação em todos os estados da Mata Atlântica.

- Fundo da Mata Atlântica regulamentado e operacional até 27 de maio de 2014.

7 - Programa Nacional de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica:

A implantação da Lei da Mata Atlântica requer planejamento, gestão e capacitação. O Programa Nacional de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica é documento norteador para essa agenda nos diversos Estados, e precisa ser incorporado como instrumento para a correta gestão do bioma. Esta agenda deve ultrapassar os limites dos órgãos ambientais, e sua execução de forma transversal, interinstitucional, da escala global à local, exige a criação de espaços que contemplem a participação e envolvimento da sociedade civil organizada, e fortaleçam o SISNAMA;

Meta sugerida:

- Programa Nacional oficializado e operacional até 27 de maio de 2014

8 – Aspectos Institucionais

A nova Lei Complementar 140/11, que estabelece as competências institucionais em matéria ambiental, prevê mecanismos de articulação e integração entre as diferentes esferas de gestão de políticas públicas (federal, estaduais e municipais). Tanto as políticas de conservação, uso sustentável de recursos naturais e recuperação florestal, como a gestão das atividades socioeconômicas potencialmente causadoras de impactos na Mata Atlântica são de responsabilidade das três esferas de governo. Seja no que se refere aos investimentos em grandes obras de infraestrutura ou na criação de áreas protegidas, seja na implantação dos Programas de Regularização Ambiental previstos na lei 12.651 ou nos Planos Municipais da Mata Atlântica, seja na oferta de crédito ou incentivos tributários para atividades econômicas sustentáveis, as três esferas de governo devem atuar em busca permanente de sinergia. A Mata Atlântica deve ser um ponto de encontro entre as políticas nacional, estaduais e municipais de desenvolvimento sustentável.

É condição para o alcance dos objetivos estabelecidos nesta Carta da Mata Atlântica que arranjos interinstitucionais e multi-setoriais focados nos objetivos e metas para a Mata Atlântica sejam estabelecidos conforme os instrumentos de cooperação previstos no artigo 4º da Lei Complementar 140/11, a saber: consórcios públicos, nos termos da legislação em vigor; convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público; Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais; delegação de atribuições de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar; delegação da execução de ações administrativas de um ente federativo a outro, respeitados os requisitos previstos nesta Lei Complementar.

Meta – Termo de Cooperação (ou outros instrumentos previstos na LC140) entre governo federal e estados, e estados e municípios para implementação dos objetivos e metas tratadas na Carta da Mata Atlântica 2013.

Urge, portanto que todos os setores da sociedade envolvidos e todas as esferas governamentais assumam o compromisso de viabilizar e estimular, até o próximo Dia da Mata Atlântica, 27 de maio de 2014, encontros específicos que permitam o aprofundamento desta agenda, para detalhamento das metas aqui indicadas e para a articulação dos atores envolvidos neste processo. E, por estarem de acordo com as metas estabelecidas neste documento, os signatários abaixo demonstram e assumem seu compromisso com a conservação e recuperação da Mata Atlântica!

São Paulo, 28 de maio de 2013.
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* bioma/ domínio biogeográfico - A lei 11.428 adota o termo BIOMA e o mapa de aplicação da lei, do IBGE, também o faz; substitui-lo por domínio biogeográfico não parece tecnicamente adequado e poderá gerar confusão desnecessária: o Manual Técnico da Vegetação Brasileira do IBGE adota na legenda do sistema fitogeográfico o termo região fitoecológica (biogeográfico) para indicar formações como Floresta Ombrófila Densa, porém essa tipologia pode ocorrer em diferentes biomas e nenhum dos biomas é integralmente constituindo por uma única delas. Sugiro manter bioma, ou citar Mata Atlântica.

Vivemos a Mata Atlântica todos os dias

Vídeo Institucional 

Confira como está a Mata Atlântica de seu município

Desde 2012 a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) disponibilizam uma lista atualizada dos municípios com Mata Atlântica e a porcentagem de remanescentes florestais da área avaliada até 2011.

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As informações foram geradas pelo Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica e organizadas por Unidade de Federação.

O Bioma Mata Atlântica atinge 17 Estados e o levantamento incluiu, até o momento, áreas de 16 deles (AL, BA, CE, ES, GO, MS, MG, RJ, SP, PB, PE, PR, SC, SE, RN, RS). Ficaram de fora apenas áreas de Mata Atlântica no Piauí, que ainda não foram avaliadas devido à dificuldade na identificação das formações naturais do Bioma nas imagens de satélite. Além disso, para este Estado está sendo aguardado um mapeamento detalhado liderado pelo Ministério do Meio Ambiente.

A iniciativa é um subprojeto do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica e tem o patrocínio do Bradesco Cartões e execução técnica da Acrplan. Acesse os dados.

5 anos do Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica



Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica, localizado na cidade de Itu (SP). O Centro sedia os projetos de restauração florestal da ONG, como o Clickarvore e o Florestas do Futuro, e de educação ambiental, como o Aprendendo com a Mata Atlântica, que busca conscientizar a população sobre a importância do bioma, por meio de visitas monitoradas realizadas gratuitamente no local. Nesses 5 anos, o Centro já foi visitado por mais de 16 mil pessoas em eventos e atividades de educação ambiental e capacitação. O viveiro do centro, com atual capacidade de produção de 700 mil mudas por ano, já produziu mais de 1 milhão de mudas nativas de Mata Atlântica, custeadas por empresas patrocinadoras e pessoas. Todas as mudas foram destinadas à restauração do próprio Centro e a áreas públicas e privadas em diversos municípios paulistas, possibilitando a restauração de uma área equivalente a 741 campos de futebol. A SOS Mata Atlântica elaborou um ranking com as 20 empresas que mais patrocinaram mudas do Florestas do Futuro – programa para a restauração florestal de áreas privadas – neste período. Confira o ranking e mais resultados do Centro de Experimentos em www.sosma.org.br.

Conscientização das crianças, o futuro da Mata 

WWF:


Brasil tem dois anos para apresentar marco regulatório de proteção de ecossistemas



O governo brasileiro tem dois anos para apresentar um marco regulatório de proteção dos ecossistemas costeiro e marinho se pretende cumprir o compromisso firmado por vários países durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho do ano passado no Rio de Janeiro. No encontro, negociadores de vários países não conseguiram chegar a metas comuns para a proteção da biodiversidade em alto-mar.

Apesar do esforço da delegação brasileira e de outros países e dos resultados de um estudo das Nações Unidas que alertava, em 2004, que algumas espécies de peixes podem deixar de existir se não forem adotadas medidas urgentes – comprometendo, inclusive, a segurança alimentar -, os países definiram apenas que vão adotar regras nacionais para proteger essa diversidade.

As regras nacionais para proteger os ecossistemas costeiro e marinho serão a base para que as economias cumpram as metas internacionais. No Brasil, a proteção dessa diversidade é assegurada apenas pela Constituição Federal, com a Lei de Gerenciamento Costeiro. “De 1988 para cá, muita coisa mudou e temos novas atividades econômicas, novas ameaças e muito pouco da lei que, de fato, ocorreu e foi implementada”, disse Leandra Gonçalves, bióloga e consultora da Fundação SOS Mata Atlântica.

A Mata Atlântica estende-se por quase todo o litoral brasileiro, em pelo menos 13 dos 17 estados que abrangem o bioma. Os ecossistemas costeiro e marinho são considerados fundamentais para vários processos naturais, por serem áreas de reprodução de espécies. Além disso, servem como fonte de alimentação e abrigo, e a fauna e a flora encontradas nessas áreas são fontes de alimentos e renda para populações locais.

Especialistas destacam que essas áreas contribuem para a proteção da linha de costa, o equilíbrio climático, o conforto térmico nas cidades e a produção de pescados. Apesar de todos os serviços prestados, as autoridades ambientais lembram que esses ecossistemas estão entre os mais ameaçados do mundo.

Leandra Gonçalves destaca que o bioma apresenta duas situações de ameaça. Enquanto a Região Nordeste sofre por ter a maior cobertura de manguezais ameaçados pela indústria da pesca do camarão, os estados do Sudeste absorvem as pressões pela concentração populacional e o maior nível de interesse econômico que impulsiona atividades como a exploração de petróleo e a pesca.

“Temos baixíssimo nível de medidas de zoneamento costeiro e de organização. Desde 2008, temos acompanhado uma euforia pela exploração off shore, por exemplo, e observado vazamentos de óleo que geram prejuízos para todo o sistema. O governo tem prometido um plano de contingência, mas isso ainda não saiu do papel”, acrescenta.

Parlamentares e representantes do governo, de organizações da sociedade civil e do setor produtivo começaram os debates, no Congresso Nacional, para reunir informações sobre o que deveria estar incluído no marco legal para a área. O maior desafio do grupo é tentar compatibilizar os interesses pelo uso econômico dos recursos hídricos e marinhos com a conservação dos ecossistemas. “Há interesse muito forte da exploração de petróleo, da indústria pesqueira e dos setores de mineração, já que, no fundo do mar, há vários minérios importantes para a própria indústria e para o setor farmacêutico. Por isso, antes de receber críticas da iniciativa privada, queremos chamar todos para uma conversa”, diz a bióloga.

Diante de tantas divergências, a legislação corre o risco de não ser concluída até 2015, mas os negociadores esperam, pelo menos, que as discussões estejam adiantadas até lá. As normas terão que prever, por exemplo, a criação de áreas protegidas, o que é considerado um dos principais compromissos internacionais com essa biodiversidade. “De dez anos para cá, a última unidade de conservação (UC) costeira e marinha, criada em nível federal, foi em 2009 e é de uso sustentável. Não me lembro de uma UC de conservação integral, que é a que realmente permite que a natureza se recupere”, acrescenta.

Os negociadores também terão que equacionar a polêmica sobre subsídios industriais de grande escala. Pelos dados da SOS Mata Atlântica, 80% dos estoques de peixe estão sendo pescados acima do do limite de recuperação dessas espécies. As áreas protegidas podem minimizar os impactos dessa atividade, mas os ambientalistas defendem a revisão dos incentivos a alguns setores e a exigência de um plano de manejo.

A lei de proteção dos oceanos também terá que preencher uma lacuna que as regras atuais não cobrem. Pela lei de gerenciamento costeiro em vigor, está assegurada a linha de costa até 12 milhas náuticas. A Constituição estabelece que a União é soberana até 200 milhas náuticas. “O intervalo entre as 12 milhas e 200 milhas, por mais que tenha regras internacionais, ainda está carente de uma lei que proteja e complemente essa área”, diz a bióloga.

Agência Brasil

quinta-feira, 23 de maio de 2013

ONU proclama 2013 como o “Ano Internacional de Cooperação pela Água”



Em dezembro de 2010 a Assembléia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2013 como o “Ano Internacional de Cooperação pela Água”, baseado na proposta de um grupo de países liderados pelo Tajiquistão. Também foi acordado que o Dia Mundial da Água, 22 de março de 2013, seria dedicado ao tema, e que a UNESCO será a agência líder para comandar a iniciativa. Apesar de se chamar Terra, o planeta possui grandes extensões de água, entretanto apenas 2,5% dessa água são doce. E a distribuição desse recurso natural pelo planeta não é homogênea, juntos o Brasil e a América do Norte possuem 27% da água doce e representam apenas 11% da população mundial.

Demanda futura por água está sob riscoHoje, o cenário da água apresenta que 11% da população mundial ainda não possui acesso à água potável, e mais de 15% continuam vivendo sem redes de esgoto. A água é um importante elemento para o desenvolvimento sustentável e precisa ser administrada sob uma perspectiva socioeconômica para abrandar a pobreza, através da distribuição do recurso para todos com programas de saneamento básico. Segundo a Organização Mundial da Saúde 88% das mortes por diarréias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. Destas mortes, aproximadamente 84% são de crianças.

No Brasil, 54% da população urbana do país não estão ligados a rede de esgoto, e de acordo com a Agência Nacional de Águas apenas 6% da água brasileira está em ótimas condições e 19% receberam a classificação de regular a péssima. Água na quantidade certa e tratada de forma adequada pode melhorar a saúde da população por um custo menor do que tratar as doenças ocasionadas tanto por sua falta quanto pela falta de saneamento, além de aumentar a produtividade das plantações e preservar a biodiversidade do planeta.

A história tem mostrado com freqüência que a água é um importante incentivo para que países com as maiores rivalidades entrem em diálogo e cheguem a um consenso. A cooperação para solucionar os problemas com a água tem trazido segurança e estabilidade para os países que constituem as Nações Unidas, pois aprenderam a dividir os recursos dos rios.

A cooperação pela água age de forma multidisciplinar, englobando os aspectos culturais, educacionais, científicos, religiosos, éticos, sociais, políticos, jurídicos, institucionais e econômicos. Esse tipo de abordagem é importante para se entender quantos aspectos diferentes se encontram relacionados quando se trata de água. Além disso, para ser bem sucedida e duradoura, a cooperação pela água precisa de um entendimento comum do que sejam as necessidades e os desafios em torno da água, desde o momento em que se fecha torneira da pia do banheiro enquanto se escova o dente até promover um consumo consciente de produtos que consomem menos água para serem produzidos. O Dia 22 de março de 2013 será um momento de reflexão para a construção de um consenso sobre as respostas adequadas a estas questões.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Antropocena, uma nova era geológica





Rochas sedimentares e fósseis serão utilizados para determinar nova época geológica

A atividade humana transformou o planeta de forma tão permanente e vasta nos últimos dois séculos que a Terra entrou em uma nova época geológica, a Antropocena.

É o que defendem geólogos e cientistas, incluindo um ganhador do Prêmio Nobel, (Paul Crutzen), que discutirão nesta semana o impacto da ação humana e da natureza sobre os sistemas hídricos globais, na conferência Water in the Anthropocene (Água no Antropoceno, em tradução livre), organizada pelo Global Water System Project (GWSP), em Bonn, na Alemanha.

De acordo com os pesquisadores, o crescimento populacional, a construção de metrópoles, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis provocaram um efeito no planeta comparável ao derretimento de geleiras ocorrido há 11.500 anos ─ evento que marca o início da época Holocena na escala de tempo geológico.

A escala de tempo geológico estabelece eones, eras, períodos, épocas e idades que permitem categorizar as diferentes fases que vão da formação da Terra ao presente.

O termo "Antropoceno", cunhado pelo Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen em 2000 e adotado por parte da comunidade acadêmica na última década, ainda não é reconhecido oficialmente.

Segundo a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS, em inglês), responsável pela definição da escala de tempo da Terra, estamos, ainda, na época Holocena (iniciada há 11.500 anos).

A água é a base de processos biofísicos e socioeconômicos

A Holocena, por sua vez, faz parte de espaços de tempo geológicos mais extensos: o período Quaternário (há 1,8 milhões de anos), a era Cenozoica (há 65 milhões de anos) e o éon Fanerozoico (há 543 milhões de anos).

Para uma ciência que trabalha com escalas relativas à história de 4,5 bilhões de anos da Terra, o surgimento do homem (cerca de 200 mil anos atrás) é um fenômeno recente e por isso costumava ocupar uma posição periférica nos estudos geológicos.

Pela primeira vez, no entanto, o assunto está sendo analisado formalmente ─ a ICS convocou especialistas que tem até 2016 para analisar os estratos geológicos e definir o que seria o fim da época Holocena e o início da Antropocena.

Indícios do Antropoceno


"O Brasil, que é o segundo país mais rico em água do mundo, exporta não somente produtos agrícolas, mas também exporta virtualmente seus recursos naturais para balancear a ausência de água ou nutrientes do solo em outros países."

Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU

"Reconhecer a ideia do Antropoceno é reconhecer o impacto irreversível das atividades do homem, que afetam não somente os sistemas de água e recursos naturais do planeta, mas também o que essas ações significam no futuro das espécies", disse à BBC Brasil Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU e um dos moderadores da conferência em Bonn.

Para demarcar mudanças na escala de tempo geológica como a proposta do Antropoceno, geólogos analisam marcas deixadas em rochas sedimentares e organismos fossilizados.

Segundo os especialistas da GWSP, o homem move mais rochas e sedimentos do que as forças do gelo, do vento e da água, acelera processos de erosão e libera mais nitrogênio no ar do que plantas e outros organismos seriam capazes, principalmente desde a segunda metade do século 21.

Mais do que ocupar a superfície da Terra de forma extensa, ─ como já aconteceu em épocas anteriores ─ a urbanização, a globalização e o estilo de vida do homem contemporâneo estão transformando a forma como o planeta funciona.

Dados da GWSP comprovam que a ação humana é responsável pelo desmatamento de uma área do tamanho da América do Sul para agricultura e outra do tamanho da África para pecuária, o que teria impactado o clima, o solo e a vida de espécies no planeta.

Exportações indiretas


Ação humana teria causado mudança de Holoceno para Antropoceno

Para Bogardi, classificar o atual capítulo da história da Terra de Antropoceno funcionaria não somente como uma mera nomenclatura, mas como um alerta. "As consequências das ações do homem não afetam o planeta apenas de forma local, mas provocam coletivamente um impacto na constituição da Terra e discutir isso serve para minimizar as consequências e danos irreversíveis que afetariam o globo da pior forma no futuro", diz.

"O Brasil, que é o segundo país mais rico em água do mundo, somente atrás da Rússia, exporta não somente produtos agrícolas para países europeus, mas também exporta virtualmente seus recursos naturais para balancear a ausência de água ou nutrientes do solo em outros países."

De acordo com Bogardi, o Brasil exporta de forma indireta ─ durante os processos de produção agrícola e pecuária para exportação ─ 5,7 quilômetros cúbicos de água por ano somente para a Alemanha.

Por isso, ele defende, debater o uso dos recursos como a água não seria apenas papel do Brasil, mas de um esforço conjunto de países. Mas a discussão sobre a nova época Antropocena seria tanto sobre as "más notícias" e desafios, como sobre oportunidades e qualidades.

"Parte do crescimento econômico e desenvolvimento social que o Brasil vive hoje vem dessa enorme potencialidade do uso de recursos, por exemplo, então a proposta não é acabar com a ação humana no planeta, mas debater como fazer isso de forma sustentável para o futuro", explica.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Biomas do Brasil - USP (vídeo)






Sinopse USP:

Este vídeo apresenta algumas considerações sobre vida, dando enfoque às interações entre os seres vivos e o ambiente como sendo uma de suas características. O personagem Zeca é um adolescente brasileiro que "curte" percorrer o país e pesquisar/aprender, seja por meio dos livros ou conversando com os habitantes dos lugares que visita. A partir da sua narração, descrevendo estes locais, o conceito Bioma vai sendo trabalhado. São mostradas ainda as modificações que os Biomas sofrem, suas conseqüências e ações para a sua conservação. Pegando uma carona com Zeca você vai descobrir que o Brasil possui fauna e flora riquíssimas.

Maneiras em que um ecossistema pode mudar




Os ecossistemas são diversos, complicados e interdependentes. Uma pequena mudança em uma única espécie de planta, animal ou uma leve mudança de temperatura pode alterar drasticamente a dinâmica de um ecossistema. Existem várias causas diferentes, também conhecidas como condutores, dessas mudanças. Elas vão desde acontecimentos naturais a alterações causadas pelo homem. As taxas de variação também mudam. Algumas mudanças naturais podem levar séculos, enquanto alterações feitas pelo homem levam apenas algumas décadas para se manifestar.
Sucessão natural

Incêndios podem acabar com espécies de vegetais e animais em dias

Sucessão natural descreve mudanças graduais em um ecossistema que causam uma completa transformação tornando-o outro tipo de ecossistema. Por exemplo, ao longo de milhares de anos, uma floresta exuberante pode se transformar em um deserto seco. Os condutores da sucessão natural podem ocorrer tanto no clima, como em espécies de animais, plantas ou por meio de um desastre natural. Um exemplo comum é uma seca duradoura. A falta de água seca um lago, as plantas morrem e a vida selvagem perece por falta de água ou sai em busca de um habitat mais adequado. Um incêndio de grandes proporções, por outro lado, pode mudar uma paisagem de um ecossistema inteiro em dias através da destruição.

Sucessão destrutiva

O desmatamento através da exploração de madeira ilustra uma forma invasiva de sucessão destrutiva

Sucessão destrutiva também é conhecida como sucessão antrópica. Estas são mudanças destrutivas feitas pelo homem no ambiente e esgotam os recursos naturais. Isso torna mais difícil e eventualmente impossível para os ecossistemas suportarem a flora e fauna que abrigaram um dia. Mudanças destrutivas comuns incluem a poluição do ar, barragens, desmatamento e mineração. Ecossistemas são tão delicados que até mesmo a menor mudança de uma espécie de planta ou animal pode causar um efeito dominó que afetará negativamente todas as outras vidas nele. A natureza interdependente e simbiótica de ecossistemas torna a sucessão antrópica particularmente prejudicial e dramática. Essas mudanças podem ser facilmente perceptíveis ou pode levar anos para se manifestarem.

Sucessão produtiva

Replantar uma planta que está desaparecendo rapidamente é uma forma de sucessão produtiva

Algumas mudanças que os seres humanos provocam no meio ambiente são positivas, conhecida como sucessão produtiva. Exemplos comuns incluem o plantio de uma planta nativa depois de uma doença violenta ter dizimado a maior parte da espécie. A extinção de uma única espécie de planta em um ecossistema pode ter repercussões dramáticas para outras plantas e animais. A intervenção humana pode trazer de volta uma espécie aos seus números normais. Por outro lado, os seres humanos muitas vezes ajudam a livrar os ambientes de espécies exóticas introduzidas acidentalmente. Esta ocorrência é algumas vezes causada por humanos e a introdução negligente de novas plantas, doenças ou animais que criam um desequilíbrio (por exemplo, um novo inseto se reproduz rapidamente e começa a se alimentar de diversas plantas). Os seres humanos removem ativamente a ameaça e restauram a estabilidade de um ecossistema.

Escalas de tempo

Mudanças problemáticas causadas pela poluição são reversíveis se reconhecidas a tempo

De acordo com o site GreenFacts.org, a taxa de variação depende do condutor ou a causa da mudança. Isso também afeta a capacidade dos seres humanos de parar essas mudanças se elas forem negativas. Por exemplo, a mudança climática é um fenômeno gradual que afeta negativamente ou positivamente a vida selvagem ao longo do tempo. Levam-se anos para que os sinais visíveis de extinção ou expansão de certas espécies se manifestem. Estas mudanças são facilmente negligenciadas. Outras modificações, como uma praga, causa alterações imediatas e evidentes na dinâmica de um ecossistema. De acordo com Clockarium.org, desde 2011, as mudanças mais dramáticas e rápidas ao longo dos últimos 50 anos foram provocadas pelo homem.

Escrito por David Montoya | Traduzido por Ricardo Soares

SOS Mata Atlântica - Que Se Dane


qsd


Para SOS Mata Atlântica, quem não se mobiliza é involuntariamente parte do movimento "Que Se Dane" (QSD)

A nova campanha da F/Nazca S&S para a Fundação SOS Mata Atlântica quer provocar o brasileiro. Para mostrar quão danosa a falta de empenho na defesa do meio ambiente pode ser prejudicial a todos nós, a entidade culpa a população e a inclui no grupo dos que nada fazem – aqui materializado no fictício “Que Se Dane” (QSD). O movimento ganhou até página no Facebook e no Twitter. Um vídeo manifesto foi criado com a mesma estética dos quatro comerciais que compõem a campanha.

A campanha ganhará desdobramento “off-line” no Viva a Mata 2013, evento promovido pela Fundação em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, no domingo 26.

Viva a Mata 2013

Quem estiver por lá para conferir shows, peças de teatro, debates e mesas-redondas sobre meio ambiente poderá se desfiliar do QSD – reforçando a ideia de que aqueles que não agem integram a turma que prefere que tudo se dane.

Criação de Pedro Prado, Rodrigo Castellari (estes, responsáveis pelas peças para TV e impresso), André Brandão e Fernando Lanças (digital), com direção de criação de Fabio Fernandes, Eduardo Lima e Theo Rocha. Os vídeos foram produzidos pela Stink, com direção de Márcio Leitão e fotografia de Pepe Mendes.


Personagem que não se importa de desperdiçar água

Texto da SOS:

“A água do planeta vai acabar? Que se dane. As florestas estão sendo exterminadas? Que se dane. A poluição aniquilará a humanidade? Que se dane”. Essas polêmicas frases, carregadas de ironia e indiferença, fazem parte do estatuto da ONG Que Se Dane (QSD), que tem divulgado nas últimas semanas, nas redes sociais Facebook e Twitter, diversas mensagens a favor do lixo na rua, de lavar a calçada com água corrente, de andar de carro sozinho e de derrubar árvores.

A ONG fictícia faz parte, na verdade, de uma ação promovida pela Fundação SOS Mata Atlântica com o objetivo de convocar a sociedade para uma importante reflexão sobre o modo como o brasileiro tem lidado com os desafios ambientais do país. Reflexão esta que terá como ápice a 9ª edição do Viva a Mata – Encontro Nacional pela Mata Atlântica, que acontece entre os dias 24 e 26 de maio na Marquise do Parque Ibirapuera e no auditório do Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, com a temática “Direitos e Deveres Ambientais”.

A campanha, criada pela F/Nazca Saatchi & Saatchi, ressalta que “todo cidadão brasileiro é automaticamente filiado à QSD, um direito nato e alienável”. “Convidamos a sociedade a renunciar à emblemática ONG, indo até o Viva a Mata e desfilando-se”, conta Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica. Todos os que aderirem, poderão tirar uma foto no evento para ser publicada nas redes sociais como um “certificado de desfiliação”.

Antes da desfiliação em massa, que acontecerá durante o evento, qualquer cidadão que não se sinta representado pela QSD também pode fazer seus comentários e críticas em suas redes sociais utilizando-se da hashtag #aQSDnãomerepresenta.

Acesse os perfis da QSD no Facebook e Twitter em www.facebook.com/ongqsd ewww.twitter.com/ongqsd.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Greenpeace - 21 anos de presença no Brasil

O Greenpeace acaba de completar 21 anos de presença no Brasil. E na hora de assoprar as velinhas, nosso pedido não é nenhum segredo: queremos um Brasil com floresta em pé
 
Olá Mauricio

O Greenpeace acaba de completar 21 anos de presença no Brasil. E na hora de assoprar as velinhas, nosso pedido não é nenhum segredo:queremos um Brasil com floresta em pé.

Você pode nos ajudar a tornar realidade esse pedido: compartilhe a petição do Desmatamento Zero, faça o download do formulário e leve ao seu condomínio, escola e trabalho e ajude-nos a levar esse projeto de lei de iniciativa popular ao Congresso Nacional. Um presente que não é para o Greenpeace, mas para todos nós.

Divulgue a campanha
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Há exatos 21 anos, a tripulação do segundo Rainbow Warrior, navio símbolo do Greenpeace, desembarcou em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Com o protesto para relembrar o trágico acidente de Chernobyl, no qual 800 cruzes foram afixadas no pátio da usina nuclear, o Greenpeace Brasil foi oficialmente fundado.

Em mais de duas décadas de história, trabalhamos pela proteção das florestas e propomos um cenário energético mais limpo, pedindo mais investimentos em energias renováveis. O Brasil pode ser uma das primeiras economias a ter uma matriz energética 100% limpa e renovável e trabalhamos para que isso se torne uma realidade.
PS: 
 
Marcio Astrini Um grande abraço,
Marcio Astrini
,
Coordenador da Campanha da Amazônia
Greenpeace
Ajude o Greenpeace a proteger o planeta
 Junte-se a nós

sábado, 4 de maio de 2013

Estudo tenta preservar cavalos selvagens





Em Roraima há cerca de 4 mil cavalos lavradeiros, 
também conhecidos como selvagens


Conhecer a fundo a genética do cavalo lavradeiro pode ser vantajoso para os criadores de equinos no futuro. Com isso, pesquisadores locais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão trabalhando para conservação genética do animal. A pesquisa é um trabalho do projeto “Plataforma de Recursos Genéticos de Animais”, que acontece em todo o Brasil, mas o trabalho com os chamados cavalos selvagens que vivem no lavrado ocorre apenas em Roraima.

Conforme a pesquisa, a genética do animal surgiu a partir de cavalos trazidos pelos portugueses no século 17. “Como as fazendas eram muito grandes e abertas, alguns desses animais viviam soltos e tiveram que se adaptar ao clima e à vida na savana”, explicou Paulo Sérgio Ribeiro, coordenador do projeto.

Ribeiro informou que atualmente em todo Estado há aproximadamente 4 mil cavalos lavradeiros, também conhecidos como selvagens. Eles estão distribuídos nas regiões do Uiramutã, Normandia, Amajari e áreas indígenas.

A diferença desses animais para os que são criados nas fazendas é que eles são pequenos, mais velozes e resistentes a doenças, além de serem violentos. É um animal rústico, que sobrevive sem medicamentos e sem vacinas. O cavalo lavradeiro é relativamente pequeno e adaptado a uma pastagem que tem período muito longo de seca.

Há mais de dois séculos nos campos de Roraima, o animal está adaptado à escassez de comida, aos períodos de seca e também para a época chuvosa. Quando os campos alagam, os cascos mesmo pequenos resistem à umidade. Ribeiro explicou que um animal sem essa adaptação ficaria com o casco mole e apareceriam feridas em suas patas.

Segundo o pesquisador, um exemplo da resistência dessa espécie é a alta incidência de anemia infecciosa equina em seu grupo. Entre os lavradeiros, o índice de incidência da anemia infecciosa é de 50%, mas, surpreendentemente, a maioria deles não apresenta os sintomas típicos da doença. Se a doença atinge os cavalos das fazendas, eles precisam ser sacrificados.


Fazendas criam animais puros para que eles sejam estudados

A Embrapa tem acordo com cinco produtores rurais do Município de Amajari, a 140 km de Boa Vista, que mantêm aproximadamente mil animais sem cruzamento com outras raças.

Os pesquisadores conservam 40 lavradeiros também sem cruzar, para estudar suas características genéticas. Para identificar os animais selecionados, eles recebem uma ferradura na coxa com o símbolo da Embrapa. Para o controle dos animais, por serem violentos, eles são laçados.

O coordenador explicou que com esse estudo os fazendeiros interessados em ter animais com as características do cavalo selvagem, mas mantendo o grande porte dos animais que vivem nas fazendas, podem fazer cruzamentos entre as raças. Com isso, podem gerar cavalos grandes, mas também velozes e resistentes a doenças como os selvagens.


Núcleo de Conservação de Cavalos Lavradeiros em Roraima

A Embrapa Roraima possui um núcleo de conservação de cavalos lavradeiros localizada no município de Amajari, na fazenda Resolução, região do Cararuau. No estado de Roraima a raça vem sido introduzida na região dos lavrados, desde a ocupação portuguesa que ocorreu em 1789. Esta introdução ocorreu pela fronteira da Venezuela e da República Cooperativista da Guiana, antiga Guiana Inglesa; em que os colonos portugueses passaram a negociar e trocar animais com os países vizinhos (Santos, 2003). No ano de 1997, a Embrapa Roraima, iniciou o plantel desta raça naturalizada, selecionando e comprando reprodutores de fazendeiros da região, testando suas características raciais e produtivas. Atualmente, o Núcleo de Conservação do Cavalo Lavradeiro é composto por 36 fêmeas e 4 machos, que são criados de forma extensiva, em pastagens nativas. Os animais recebem apenas sal mineral como suplementação alimentar e reproduzem-se sob o regime de monta natural livre. 

Os plantéis serão avaliados semestralmente quanto à incidência de parasitismo e impacto orgânico, com a coleta individual de fezes e de sangue para exames hematológicos. A ocorrência de outras enfermidades e desvios de comportamento, são monitorados diariamente.

Todos os animais do Núcleo de conservação receberão identificação individual para garantir as informações de campo. Todas as informações coletadas dos rebanhos serão sistematizadas para a formação de uma base de dados organizada pelo sistema de curadoria.

Com estas ações espera-se manter e gerir o Núcleo de Conservação de Cavalos Lavradeiros de modo a contribuir para a conservação deste importante insumo para a pesquisa agropecuária brasileira, no âmbito da Plataforma Nacional de Recursos Genéticos.

Objetivos:
Manter o Núcleo de Conservação de Cavalos Lavradeiros, realizando diagnóstico do efetivo populacional, caracterizando-os fenotipicamente e preservando sua variabilidade genética.


Às Estrelas


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