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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Resíduos agroindustriais inibem micro-organismos em alimentos




Alguns resíduos agroindustriais como talos de beterraba, película de amendoim, bagaços e sementes de uva, além da borra gerada pela fermentação de uvas tintas e a erva-mate apresentam componentes que inibem ou matam determinados micro-organismos patogênicos (causadores de doenças) contaminantes de alimentos. Foi o que o biólogo José Guilherme Prado Martin pode constatar em sua pesquisa Atividade antimicrobiana de produtos naturais: erva-mate e resíduos agroindustriais, realizada no Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e orientada pelo professor Ernani Porto.

  • Substâncias presentes em alguns extratos também podem matar micro-organismos
De acordo com o pesquisador, “a escolha por resíduos decorreu do fato de que o Brasil possui forte economia agroindustrial, geradora de grande quantidade de resíduos, os quais podem muito bem ser reutilizados pela indústria alimentícia como conservantes naturais, contribuindo com a produção de alimentos mais saudáveis e reduzindo os impactos ambientais decorrentes do descarte desses resíduos.”

A intenção do estudo foi avaliar que tipos de produtos naturais poderiam agir contra estes micro-organismos. O pesquisador analisou 20 diferentes resíduos agroindustriais e subprodutos gerados pelo processamento de frutas, legumes e hortaliças. Para a pesquisa, foram utilizados métodos de extração de componentes ativos dos vários produtos em análise, que pudessem vir a combater os micro-organismos patogênicos. Após o tratamento dos resíduos por esse método, foram obtidos extratos vegetais, posteriormente submetidos a um processo de secagem para retirada de toda água residual presente.

A aplicação dos extratos sobre os micro-organismos ocorreu in vitro. Para uma identificação preliminar da atividade antibacteriana, os extratos foram aplicados em placas contendo culturas bacterianas dos micro-organismos-alvos, como Listeria monocytogenes, Staphylococcus aureus, Salmonella Enteritidis eEscherichia coli, bactérias comumente implicadas em casos e surtos de toxinfecções alimentares, doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados.

Os extratos que se mostraram eficientes foram então submetidos a uma metodologia para identificação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), ou seja, a menor concentração de extrato capaz de inibir o crescimento dos micro-organismos, e da Concentração Bactericida Mínima (CBM), menor concentração de extrato capaz de matar os micro-organismos avaliados. O pesquisador afirma que “esses estudos são de grande relevância, pois fornecem informações acerca do poder antibacteriano dos extratos estudados.”

Além disso, foram realizadas técnicas de identificação dos componentes químicos majoritários presentes nos extratos, de modo a indicar quais as possíveis classes de compostos estariam envolvidas com a atividade antibacteriana observada. Foram encontradas nos resíduos quantidades relevantes de compostos fenólicos, que podem inibir o crescimento de bactérias, leveduras e mofos. Esses componentes podem atuar em diferentes regiões da célula da bactéria, como a membrana, a parede celular e até mesmo inativar enzimas, proteínas envolvidas em reações químicas importantes para a sobrevivência da bactéria.

Resultados

Dentre os resultados obtidos, o biólogo conseguiu descobrir que talos de beterraba, película de amendoim, bagaço de uva da variedade Pinot Noir, bagaço e sementes de uva da variedade Petit Verdot, borra de fermentação de uvas tintas e bagaço de goiaba apresentaram atividade antibacteriana contra Listeria monocytogenes e Staphylococcus aureus. Em relação à erva-mate, os resultados foram de que esse produto natural é capaz de combater não só as duas bactérias citadas, mas também a bactéria Salmonella enteritidis. Nenhum dos produtos avaliados, no entanto, foi capaz de inibir o crescimento da bactéria Escherichia coli, um micro-organismo contaminante bastante comum em alimentos.

O biólogo reforça a ideia de que “resíduos agroindustriais apresentam componentes bioativos com potencial de aplicação pela indústria alimentícia, representando um valioso material a ser explorado, em dois sentidos: a diminuição dos riscos de veiculação de microorganismos patogênicos em alimentos e o atendimento à crescente procura dos consumidores por alimentos livres de conservantes sintéticos, hoje, as principais substâncias inibidoras de microorganismos em alimentos”.

Outra vantagem da utilização de resíduos agroindustriais é o auxílio à preservação ambiental, pois muitos deles são descartados de maneira inadequada, causando danos ao meio ambiente. Para ele, “sua reutilização, além de possibilitar a redução no descarte de resíduos na natureza, atribui valor a um resíduo que até então não era reaproveitado.”

Fonte: USP

Pesquisadores monitoram ninhos de gaviões-reais no Pará



Uma equipe do Programa de Conservação do Gavião-real (Harpia harpyja) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) fez a pesquisa e monitoramento ambiental nos dois ninhos localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia e na Aldeia indígena Suruí Sororó, ambas em São Geraldo do Araguaia. A visita técnica, este mês, além de registrar o regurgito e dimensões dos ninhos construídos nas árvores, coletou vestígios de presas consumidas pela ave, penas e galhos utilizados para construção do abrigo do filhote. A espécie monitorada está ameaçada de extinção.

O monitoramento do gavião-real é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) por meio de uma equipe de técnicos do Parque Estadual Serra das Andorinhas, formada pela zootecnista Giselle Leandro, pelo sociólogo Cassiano de Oliveira, e com apoio do agente ambiental e agrônomo Joari Procópio. Eles recepcionaram a bióloga Helena Aguiar Silva e o escalador de árvores francês Olivier Jaudoin, para a realização da expedição ambiental.



Helena Silva demonstrou o objetivo do Inpa de fazer o reconhecimento dos ninhos mapeados pelos pesquisadores do Parque. Ela informa que no Pará são mapeados e monitorados 15 ninhos de gavião-real e estão catalogados dois ninhos em São Geraldo do Araguaia, dois em Marabá, três em Parauapebas e oito em Santarém. Ainda de acordo com Helena, evidências encontradas indicam que o filhote do ninho localizado na APA Araguaia está com cerca de seis meses, já o ninho da Terra Indígena ainda está em fase de construção pelo casal de harpias.

“No ninho da aldeia foram encontrados folhas e galhos verdes ainda secando, mostrando que ele ainda está em construção, e no ninho da APA foi encontrado um galho de árvore com cerca de 90 centímetros de comprimento, que o filhote utiliza para se exercitar e aprender a manipular as presas arboríveras”, relata a bióloga Helena Aguiar. Os ossos encontrados nos ninhos da rapineira são utilizados para estudar as espécies e a quantidade de presas consumidas pelo gavião-real. A pesquisa genética é feita com a coleta de sangue das penas para identificar o sexo e a diversidade da espécie. “Por meio do estudo realizado descobri que o gavião-real se alimenta principalmente de bicho preguiça, seguido de macaco, porco-espinho, mucura e arara”, revela a especialista, frisando que a castanheira, angelinzeiro, sumaumeira, jatobazeiro, tauarizeiro, jutaizeiro e cedroarana são as árvores preferidas para a construção de ninho do gavião-real.



A coordenadora da Pesquisa em São Geraldo do Araguaia, Gisele Leandro, explica que tanto as medidas do ninho quanto da árvore nidificada são registradas para fortalecimento do banco de dados sobre a Harpia harpyja na Amazônia. “O registro desses dados servem para diagnosticarmos o tamanho médio dos ninhos de gavião-real, bem como das árvores preferidas para nidificação da harpia, na Amazônia”.

Os cientistas também monitoram os poleiros do gavião-real nas árvores vizinhas ao ninho onde a harpia costuma pousar para observar o filhote, a movimentação de outros animais ou devorar suas presas. Quando capturam um filhote de gavião-real, os especialistas colhem as medidas biométricas da rapineira e o devolve para a natureza. Em São Geraldo do Araguaia, uma palestra sobre o gavião-real foi ministrada para professores que atuam nas escolas da zona rural do município, inclusive os docentes das escolas da APA Araguaia. Os índios da Aldeia Suruí também assistiram a uma explanação sobre a maior ave das Américas.



Utilizando cordas especiais e com habilidade na técnica de movimentação, o escalador Olivier Jaudoin escala a árvore do ninho e se move com cautela entre galhos ou árvores diferentes. “É necessário bastante atenção. Se o gavião retorna para alimentar o filhote enquanto estou trabalhando no ninho, ele pode me atingir”, certifica o escalador, que monta plataformas entre os galhos da copa de árvores próximas ao ninho. Dessas estruturas, os cientistas observam e anotam cada passo do filhote e do casal.

Agência Pará de Notícias 
Fonte: Programa de Comunicação do Parque Serra das Andorinhas e APA Araguaia

Viva a Mata 2012 traz o mar para o Parque Ibirapuera




Já anotou na agenda? Entre os dias 18 e 20 de maio, será realizada a oitava edição do Viva a Mata, maior evento brasileiro em prol da Mata Atlântica. O evento, que desde 2005 celebra o Dia da Mata Atlântica (27 de maio), ocorrerá na Arena de Eventos do Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP), das 9h às 18h. Aberto ao público, o Viva a Mata busca sensibilizar e conscientizar a sociedade e promover a troca de informações entre os que lutam pela conservação desta floresta, com exposição de projetos e iniciativas, palestras, debates, teatro, jogos e diversas outras atrações. A mostra tem cenografia assinada pelo designer Beto Von Poser e patrocínio do Bradesco Cartões e da Natura.

O Viva a Mata 2012 terá como tema “Nosso verde também depende do azul”, e a intenção é mostrar a importância da zona costeira e ecossistemas marinhos. “Temos 8 mil quilômetros de costa. Com as atrações do evento deste ano pretendemos apresentar às pessoas como o mar e o nosso litoral influencia diretamente as nossas vidas e que, se não tivermos mais cuidado, estaremos comprometendo ainda mais os nossos recursos naturais”, destaca Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da SOS Mata Atlântica.

De acordo com a coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, a população e os órgãos públicos têm tanta responsabilidade com o cuidado do mar quanto com o cuidado dos rios. “Estamos agredindo o mar e retirando o que ele oferece de bom de maneira predatória para nosso uso”, diz ela.

Malu observa também que o tema desta edição do Viva a Mata é uma oportunidade de chamar a atenção da sociedade para o desperdício de nossos recursos naturais e destacar a atuação da ONG em projetos relacionados ao mar. “Mostraremos a relação da água com os ecossistemas, com o clima, com a produção de alimentos e a economia. O governo brasileiro, por exemplo, tem dado muita ênfase para o pré-sal, sem discutir os impactos que ele pode causar. Então, queremos trazer esse debate.”




Cenografia sustentável

A Cenário Brasil realizou o projeto cenográfico para o Viva Mata 2012. A escolha dos materiais para o evento reflete a vontade de utilizar elementos comuns e mostrar que ao reciclar é possível dar uma nova roupagem, mais sofisticada e inusitada, ao que seria transformado em lixo.

O uso da madeira foi reduzido ao máximo e, no lugar dela, materiais alternativos foram incorporados. Para esta edição, caixas de papelão reciclado serão utilizadas como material de fechamento, mas com dois tipos de papel que possibilitam brincar com os tons. Além das paredes, o papelão em chapa será usado na divisão das estantes e mobiliário em geral.

Em algumas seções serão aplicados tubetes de papelão, usados comumente na indústria para as bobinas de papel e tecido. A composição, uma espécie de “grade” de tubos de papelão, serve para dar leveza ao espaço e possibilita a passagem do vento, diminuindo a pressão sobre os painéis.

A madeira utilizada é originada fontes certificadas de reflorestamento ou possui o selo verde Forest Stewardship Council (FSC) – em português, Conselho de Manejo Florestal. Todos os detalhes foram supervisionados pela SOS Mata Atlântica de forma a proporcionar um ambiente agradável para o público e, ao mesmo tempo, prezar pela sustentabilidade do evento.

Expositores

Organizações, instituições, associações e reservas particulares (RPPNs) de 14 Estados brasileiros já confirmaram presença no evento. Até o momento, são 75 os expositores que estarão distribuídos pelos 18 estandes do Viva a Mata, divididos em 13 temas – Costa Atlântica, Centro de Experimentos Florestais, Produtos Sustentáveis, Áreas Protegidas, Ações Regionais, Educação Ambiental, Fauna e Flora, Reciclagem, Lagamar, Água, Túnel dos Sentidos, Oficina de Plantio e Empresas pela Mata Atlântica. Entre os expositores confirmados estão organizações como o o Projeto Coral Vivo, o Instituto Mar Adentro e a ONG Ecosurfi. Na programação, apresentações, exposições de materiais e de projetos, oficinas, jogos educativos e diversas outras atividades para públicos de todas as idades.

Viva a Mata no Facebook

Para mobilizar a sociedade também via internet e destacar o tema do Viva a Mata 2012, a Fundação SOS Mata Atlântica preparou uma ação especial em sua página no Facebook. Funciona da seguinte maneira: à medida que novos internautas curtirem a página da ONG, as imagens de capa serão modificadas com a inclusão de novos elementos dos ambientes marinho e de floresta. A ação poderá ser conferida em http://www.facebook.com/SOSMataAtlantica.

Visitas Monitoradas

Escolas, empresas, faculdades, escoteiros, igrejas e outros grupos interessados em agendar visitas monitoradas já podem se inscrever pelo e-mail educacao@sosma.org.br. Podem participar pessoas de todas as idades que queiram saber mais sobre a fauna e a flora da Mata Atlântica, sobre a importância das áreas protegidas, conhecer iniciativas em prol da sustentabilidade e participar de exposições, palestras, debates e oficinas. Haverá ainda peças de teatro, maquetes interativas e atividades com voluntários, tudo gratuito.

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SERVIÇO

Viva a Mata 2012 – mostra de iniciativas e projetos em prol da Mata Atlântica
Realização: Fundação SOS Mata Atlântica.
Onde: Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral – São Paulo/SP
Quando: De 18 a 20 de maio, das 9h às 18h.
Informações: www.sosma.org.br
Todas as atividades são gratuitas.

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