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terça-feira, 26 de julho de 2011

Florianópolis a Revolução dos Baldinhos

Muitas vezes nos pegamos pensando se ainda existe solução para os desafios da humanidade – como a escassez dos recursos naturais e a poluição – e esperamos que as respostas para essas questões venham de grandes ações governamentais ou de encontros internacionais em lugares distantes como Copenhague ou Cancún. 

Assim, ficamos cegos para pequenas iniciativas que já estão em andamento, projetos reais que ajudam as pessoas a lidar melhor com seus problemas cotidianos e que no fim fazem uma enorme diferença para o futuro de centenas de famílias. A “Revolução dos Baldinhos” é uma dessas iniciativas.

A comunidade de Chico Mendes, em Florianópolis, não é muito diferente de outros milhares de bairros pobres existentes no Brasil. Ruas estreitas, casas humildes, falta de acesso aos serviços públicos mais básicos e a ameaça do tráfico de drogas sempre presente. Foi nesse cenário que pessoas cansadas de esperar por uma ação do governo resolveram que estava na hora de começar a batalhar para resolver seus problemas.

Em 2009, o lixo espalhado pela comunidade chegou a um nível insuportável, atraindo ratos e outros animais vetores de doenças. Era preciso tomar alguma atitude.

A solução apareceu com a ajuda do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), uma organização não governamental formada por entidades de apoio à agricultura familiar, que percebeu que o lixo poderia passar por um processo de compostagem e servir de adubo para hortas cultivadas pela própria comunidade.

A idéia era muito simples. Os próprios moradores recolheriam o lixo orgânico para um ponto seguro onde ele passaria pela compostagem. Alguns meses depois, o lixo se transformaria em um rico adubo para nutrir hortas nos quintais das famílias participantes do projeto. 

Assim, com a ajuda de alguns voluntários, o projeto começou a buscar alcançar o objetivo de limpar as ruas da Chico Mendes e ainda ajudar no cultivo de alimentos para os moradores.

“As pessoas riam de nós. Diziam na nossa cara: ‘O que essas duas negonas querem fazer? Mudar o mundo?’”, afirma Karol Conceição, uma das primeiras voluntárias do programa.

Era assim, sob críticas de alguns e desconfiança de outros, que um grupo de voluntários começou a bater de porta em porta, recolhendo o lixo orgânico em baldinhos e levando para a compostagem. Com o passar do tempo, mais e mais pessoas perceberam o potencial da iniciativa e o que era uma ação de poucos se transformou em uma grande mobilização de dezenas de famílias, uma verdadeira revolução.

Hoje, a “Revolução dos Baldinhos” envolve 120 famílias, três escolas, quatro associações de moradores e duas comunidades. O crescimento do volume de lixo coletado também é espantoso, em 2010 foram 29,5 toneladas recolhidas no ano todo, agora são 12 toneladas por mês, podendo chegar em breve a até 50 toneladas.

“Não é apenas de tratamento de resíduos que estamos falando. O programa traz diversos benefícios para a comunidade. Ao plantarem parte de seus alimentos, os moradores poupam dinheiro. Sem lixo nas ruas e com verduras frescas na mesa há também melhora na saúde das pessoas. Até a autoestima muda, por viverem em um ambiente mais limpo e bonito, todos se sentem melhor”, explicou Marcos José de Abreu, agrônomo da Cepagro.

Karol é um exemplo prático dos ganhos trazidos pela “Revolução dos Baldinhos”. Quando começou a trabalhar como voluntária estava desempregada e sem muitas perspectivas. Agora recebe salário como uma das 11 bolsistas da iniciativa e está se preparando para tentar o vestibular.

“Agora eu já sei o que vou ser quando crescer: agrônoma!”, brinca Karol, que tem 30 anos e é mãe de um menino de 12.

Todos os bolsistas do programa precisam estar frequentando a escola e apresentar boas notas. “A educação é muito importante, abre portas e dá oportunidade para pessoas que de outra maneira poderiam acabar indo trabalhar para o tráfico”, afirma Marcos.

Financiamento

A “Revolução dos Baldinhos” conta com a ajuda de alguns apoiadores, mas ainda corre atrás de recursos.

“Nós gostaríamos que a prefeitura também ajudasse. O custo gasto pelo poder público para coletar cada tonelada de lixo é de R$ 180. Nós recolhemos muitas toneladas por mês, poderíamos a menos receber do governo a quantia equivalente a esse trabalho”, afirma Marcos.

Outra possibilidade para que o projeto se sustente seria tentar ingressar no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) das Nações Unidas. Mas para isso seria preciso que alguma consultoria realizasse de forma gratuita as medições necessárias para estudar a viabilidade do programa gerar créditos de carbono. Existe a possibilidade do projeto se multiplicar por mais comunidades, o que aumentaria significantemente as toneladas de lixo coletadas e se fosse realmente possível gerar créditos, isto seria uma grande ajuda para o financiamento da iniciativa.

A “Revolução dos Baldinhos” é um formidável exemplo de mobilização popular de baixo custo e com grandes resultados. Merece toda a ajuda que puder conseguir da sociedade.

Agenda

Para quem estiver em Florianópolis neste sábado (23), o pessoal da “Revolução dos Baldinhos”, em conjunto com a equipe do TEDx de Florianópolis e as Tintas Coral, estará pintando a quadra de esportes da comunidade Chico Mendes.

O ponto de encontro para participar do evento será na via Expressa às 9 horas no Posto Ipiranga na frente do hipermercado Big.Vídeo: Trecho do documentario produzido pela Contraponto para a série "Somos 1 Só" (TV Cultura/SESCTV). Direção de Katia Klock.






Qualidade da água ainda sofre pela falta de saneamento

A Agência Nacional de Águas analisou mais de 1700 pontos e registrou que apenas 4% deles podem ser considerados ótimos, a situação é pior nas grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro


Lagos, rios e reservatórios localizados perto das maiores cidades brasileiras são os que mais sofrem com o lançamento de esgotos urbanos domésticos sem tratamento adequado e por isso são a maioria entre os pontos que se encontram na situação classificada como péssima ou ruim pelo Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2011, divulgado nesta terça-feira (19) pela Agência Nacional de Águas (ANA).

Dos pontos monitorados em 17 estados, 2% têm condições péssimas e 7% condições ruins. Além disso, entre 2008 e 2009, o percentual de pontos com índice de qualidade considerada ótima caiu de 10% para 4%. Segundo Vicente Andreu, diretor-presidente da ANA, essa variação se deu porque o número de pontos monitoradosfoi reduzido de 1.812 para 1.747.
No geral, o cenário se manteve estável: em 2008, 70% de pontos tinham condições boas, em 2009 o percentual foi 71%. “O diagnóstico dos pontos monitorados revela a manutenção do quadro do país, com várias bacias comprometidas devido ao grande lançamento de esgotos urbanos domésticos”, aponta o estudo.
Mesmo com a situação estando ruim nas grandes metrópoles, o superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, Ney Maranhão, destaca que "90,6% das bacias e dos rios se encontram em estado satisfatório de qualidade e disponibilidade e apenas 2% dos rios não apresentam resultado satisfatório. Temos uma situação muito confortável".

Com dados consolidados até dezembro de 2010, o estudo da ANA é uma ferramenta de acompanhamento anual da condição dos recursos hídricos e de sua gestão em escala nacional. O relatório avalia temas fundamentais para o setor de recursos hídricos, como: volume de chuvas; ocorrência de eventos hidrológicos críticos (secas e cheias); disponibilidade hídrica nas diferentes regiões do Brasil; os usos múltiplos da água (irrigação, saneamento e hidroeletricidade, por exemplo); qualidade das águas; a evolução dos comitês de bacias; o planejamento, a regulação e a cobrança pelo uso dos recursos hídricos. “O acompanhamento e a avaliação da situação dos recursos hídricos em escala nacional pelo Relatório subsidiam a definição das ações e intervenções necessárias para a melhora da quantidade e da qualidade das águas”, afirmou Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente.


Eventos Extremos

Em 2010, 563 municípios brasileiros decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública devido à ocorrência de cheias, causadas por chuvas acima da média histórica. São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Bahia e os estados da região Sul foram os mais atingidos.
Já o Semiárido e a região Amazônica concentraram a maior parte dos 521 municípios que tiveram que decretar situação de emergência ou estado de calamidade pública em decorrência de estiagem ou seca. Em comparação a 2009, o número de ocorrências de 2010 caiu de 1967 para 1184.

Entre os eventos críticos que aconteceram no ano passado, a ANA destacou seis:

  •  Estiagem na Amazônia: Por causa da falta de chuvas, rios como o Negro, Acre, Solimões e Madeira apresentaram níveis bem abaixo da média, prejudicando a navegação, agricultura e o abasteciemnto em muitas cidades da região Norte.
  • Cheias em Alagoas e Pernambuco: O mês de junho registrou chuvas bem acima do normal, com Recife apresentando em apenas três dias (16, 17 e 18) 348mm, volume esperado para o mês inteiro.
  • Cheias em Minas Gerais: Em dezembro mais de um milhão de mineiros sofreram com enchentes, sendo que 29 mil pessoas ficaram desalojadas, 3725 desabrigadas, 92 feridas e 17 morreram.
  • Cheias na Região Metropolitana do Rio de Janeiro: Os meses de março e abril trouxeram um volume anormal de chuva. O deslizamento no Morro do Bumba, em Niterói, soterrou centenas de moradores e deixou milhares de desabrigados.
  • Cheias na Região Metropolitana de São Paulo: 11 municipios paulistas decretaram situação de emergência ou calamidade pública nos meses de janeiro e fevereiro, que registraram recordes históricos no volume de chuvas.
  • Cheias no Rio Grande do Sul: Fortes chuvas provocaram o transbordamento do rio Jacuí em janeiro, que chegou a provocar o desabamento de um ponte na rodovia RS 287.
A ANA criou em 2009 um Grupo de Trabalho para analisar a possibilidade de que esses eventos estejam ligados com as mudanças climáticas. No ano passado, o grupo apresentou uma nota técnica que propõe algumas ações de adaptação e monitoramento. Entre elas estão atividades de acompanhamento e medição de eventos hidrológicos críticos e estudos sobre a simulação dos impactos do aquecimento global na oferta de água no Brasil.


Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agência Brasil/ANA

Apesar de gigante, Aquífero Guarani pode se esgotar em meio século

“Existe uma voracidade pelo consumo que, sem controle, pode acarretar em problemas sérios nos próximos 50 anos em cidades que são abastecidas pelo manancial”, afirma Hirata, diretor do Centro de Pesquisas d:e Água Subterrânea do Instituto de Geociências da USP.

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A falta de ações efetivas para evitar a atual superexploração do aquífero Guarani pode tornar o uso da água do manancial inviável dentro de meio século.
Pelo menos cem cidades brasileiras são abastecidas pelo Guarani, segundo a Agência Nacional de Águas. Reportagem de Gabriela Yamada, na Folha de S.Paulo.
Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), é apontada como a cidade que mais pode sofrer as consequências no futuro.

A conclusão é dos especialistas Ricardo Hirata, da USP, e Paulo Finotti, presidente da Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente.
“Existe uma voracidade pelo consumo que, sem controle, pode acarretar em problemas sérios nos próximos 50 anos em cidades que são abastecidas pelo manancial”, afirma Hirata, diretor do Centro de Pesquisas de Água Subterrânea do Instituto de Geociências da USP.
As cidades em zonas de risco ficam nos Estados de São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, além do Uruguai e Paraguai.

O aquífero é um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo e única fonte de abastecimento público de Ribeirão Preto.
Ele aponta ainda que, diferentemente de anos atrás, hoje os grandes usuários particulares são indústrias ligadas ao agronegócio, que têm capacidade de perfuração de grandes poços artesianos.

Finotti afirma que achava-se que o aquífero fosse infinito. “Hoje se sabe que em Ribeirão o consumo é 13 vezes maior que a recarga.”
De acordo com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), as maiores cidades do Estado de São Paulo abastecidas em sua totalidade pelo aquífero são Ribeirão, Sertãozinho e Matão. Já São Carlos, Araraquara, Bauru e São José do Rio Preto têm o abastecimento parcial. Outras cidades têm abastecimento menor -como Avaré (30%), Tupã (20%) e Marília (15%), segundo o Daee.

FALTA DE GESTÃO

Didier Gastmans, pesquisador do Laboratório de Estudos de Bacias da Unesp de Rio Claro, afirma que o problema é a falta de gestão adequada pelas cidades que exploram o aquífero.
Para ele, não existe nenhum modelo adequado de gestão no país. “O poder público é o maior usuário de água subterrânea. A discussão é sobre quem vai pagar a conta no final”, diz.
Luiz Amore, coordenador do Projeto Aquífero Guarani, afirma que Ribeirão é a única cidade onde a água consumida é maior que a recarregada. “Isso é resultado de uma falta de controle sobre o quanto entra e o quanto sai.”

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