

A pessoa iluminada é aquela que acende, de fato, no seu interior uma luz que não se apaga, mas deixa transparecer essa claridade no exterior demonstrando capacidade em conduzir sua vida sem atritos. Para isso, a pessoa não necessita, nem mesmo, ser um religioso ou místico, basta apenas ter a consciência expandida no nível da completa lucidez, mas para alcançar esse grau de consciência é preciso começar o processo cultivando a quietude, que se expressa em níveis diferentes de qualidade.
Se quietude para uma pessoa, significa manter a calma quando, por exemplo, alguém lhe dirige uma palavra de falsidade ou um gesto descortês que a deixa abalada internamente, a quietude será algo muito mais sutil, a ponto desse mesmo gesto não lhe causar qualquer aborrecimento. Mas se a pessoa continuar avançando na sua prática, mais alto e sutil será o nível de qualidade da quietude que alcançará até chegar a um estágio em que passa a compreender aquele gesto hostil, considerando o contexto e a circunstância em que foi praticado.
Quando o muro deixa de existir, o Mistério é revelado.
Os muros são infinitos, cada vez mais sutis, de uma dimensão cada vez maior e colocados um atrás do outro; assim, conforme um praticante da meditação do silêncio vai entrando em experiências místicas mais profundas, seus muros vão sendo retirados e aparecendo outros mais sutis, num universo que se amplia infinitamente. É nesse universo ampliado que o Mistério se revela, aos poucos, porque se Mistério é tudo aquilo que está ‘do outro lado do muro’, quando o muro deixa de existir, o Mistério é revelado. Com isso, a pessoa começa a ter contato com um universo cada vez mais amplo e sua compreensão vai se ampliando também, até alcançar o estado da Absoluta Iluminação.
A busca da restauração da lucidez interior.
Quem chega a esse estágio de lucidez passa a agir com um grau de consciência mais elevado, que a levará ao equilíbrio e harmonia na convivência de ‘eu comigo mesmo’, ‘eu com os outros’ e ‘os outros comigo’. A harmonia interior gera menos atritos. Se toda a humanidade conseguir diminuir os atritos que surgem na convivência entre as pessoas, haverá mais afeto e paz no mundo. Mas, para chegar a esse ponto, é preciso, primeiro, expandir a consciência para restaurar a lucidez interior.

Da mesma forma que a alma de uma pessoa está aprisionada dentro do seu corpo, a consciência de cada pessoa está aprisionada dentro de um mundo de impermanência, incerteza e ignorância. Para romper essa barreira e conseguir encontrar a lucidez interior, que vai permitir a ela enxergar o que está além da fronteira da vida e da morte, até chegar à infinitude, ela precisa começar cultivando a quietude interior.
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