Todos pela Natureza!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Conservação Internacional e SOS Mata Atlântica lançam campanha “Adote Abrolhos”



Com o objetivo de aumentar a proteção da região de Abrolhos, importante para a biodiversidade e a economia brasileiras, a Aliança para a Conservação Marinha – uma parceria entre as ONGs Conservação Internacional (CI) e Fundação SOS Mata Atlântica – lança a campanha “Adote Abrolhos – É do Brasil. É do mundo. É nosso”. Por meio de ferramentas online, como um álbum de figurinhas virtual, e um concurso cultural que selecionará quatro ganhadores para visitar a região, a campanha pretende engajar o público em ações que contribuam para a conservação de Abrolhos, para apoiar à implementação e criação de novas áreas marinhas protegidas e para o desenvolvimento sustentável da pesca e do turismo.

Mais informações em www.adoteabrolhos.org.br. A campanha também pode ser acompanhada pelas redes sociais Facebook.com/adoteabrolhos e Twitter.com/AdoteAbrolhos. Na próxima semana será lançado o álbum de figurinhas virtual e um passo-a-passo de como utilizá-lo.

A campanha foi criada para aumentar a proteção da região com a maior biodiversidade marinha de todo o Atlântico Sul. A área funciona como um berçário das baleias-jubarte, que entre julho e novembro procuram a região para reprodução e amamentação de filhotes. Abrolhos também apresenta as maiores formações recifais do Brasil. No entanto, sofre diversas ameaças, como a pesca excessiva, o desmatamento nas bacias hidrográficas, as mudanças climáticas, entre outras.


“Criamos a campanha pela necessidade de ampliar a proteção da região, melhorar a saúde do nosso oceano e tornar a pesca uma atividade sustentável. Os ambientes marinhos oferecem inúmeros serviços para a sociedade. Por isso, criamos o mote ‘É do Brasil. É do mundo. É nosso’. Precisamos protegê-los com urgência!”, afirma Guilherme Dutra, diretor do programa marinho da Conservação Internacional (CI-Brasil).

O público-alvo da campanha são jovens conectados com as mídias sociais, pessoas sensibilizadas pela causa ambiental, moradores de grandes centros urbanos e da zona costeira, turistas de verão e formadores de opinião. A campanha informará e sensibilizará a sociedade por meio de campanhas publicitárias e um concurso cultural que selecionará quatro ganhadores para visitar a região. Haverá ainda uma petição para pedir apoio dos internautas pelo efetivo funcionamento das Unidades de Conservação (UCs) na região e retomada do processo de ampliação da proteção de Abrolhos com a criação de novas reservas.

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“Adote Abrolhos – É do Brasil. É do mundo. É nosso” conta com o apoio de diversas organizações, como a Foundation Veolia Environment e o The Pew Charitable Trusts, além de doadores individuais. Empresas que investem na conservação da região, como a Alpargatas/Havaianas, também ajudaram a tornar possível a realização da campanha. A agência de publicidade Africa foi a responsável pela concepção da campanha e a fez de forma pró Bono, como as atrizes Camila Pitanga e Maitê Proença, que também abraçaram a campanha. Preocupado com a qualidade do bem natural que é base do esporte que pratica, o velejador Torben Grael gravou um vídeo para a campanha.

Com isso, a campanha já começa com o apoio de um importante grupo, como diversas instituições parceiras: Instituto Baleia Jubarte (IBJ), Movimento Cultural Arte Manha, Ecomar, Patrulha Ecológica, Instituto Amigos Reserva da Biosfera, Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia, Pangea e da operadora de turismo de Caravelas, Horizonte Aberto. Diversos fotógrafos participarão da campanha, publicando galerias de fotos da região. A primeira será do fotógrafo brasileiro Ita Kirsch.

A região dos Abrolhos


Situada na costa sul da Bahia e norte do Espírito Santo, estendendo-se da foz do rio Jequitinhonha à foz do rio Doce, a região dos Abrolhos tem cerca de 95.000 quilômetros quadrados. A área ainda inclui um mosaico de ambientes marinhos com diferentes tipos de habitats, como os manguezais, praias e restingas.

Entre as principais atividades realizadas por turistas na região estão mergulho para visualização da vida marinha e a observação de baleias. Essas atividades geram renda para mais de 80 mil pessoas que vivem do turismo na área. No entanto, a falta de investimento mina o crescimento do setor. Atualmente o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos recebe menos de quatro mil turistas por ano, gerando R$ 106,71 por dia/turista, em média.

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Abrolhos é fundamental para a pesca brasileira e também a região mais abundante em peixes do Nordeste do Brasil. Esta atividade é a principal fonte de renda para cerca de 20 mil famílias de pescadores na região. A região abriga grandes populações de espécies de elevado valor comercial, como badejos, garoupas, vermelhos, lagostas, camarões e caranguejos.

No interior dessa região, a 72 km da costa da cidade de Caravelas, está localizado o Arquipélago de Abrolhos, um conjunto de cinco ilhas: Santa Bárbara (sob controle da Marinha do Brasil, onde está o farol), Siriba, Ilha Redonda, Sueste e Guarita (que pertencem ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos), sendo que é proibido o desembarque nas duas últimas.

Os benefícios das regiões costeiras e marinhas

• Os municípios da zona costeira abrigam 26,9% da população brasileira (50,7 milhões de pessoas);

• Os ecossistemas marinhos produzem oxigênio e absorvem carbono da atmosfera (calcula-se que os oceanos já absorveram 80% do calor adicionado na atmosfera pelo aquecimento global);

• A biodiversidade marinha supre 20% da proteína animal consumida por 1,5 bilhão de pessoas no mundo todo e 15% de outros 4,5 bilhões;

• Os oceanos são a principal via de transporte para o comércio global e abrigam grandes reservas de petróleo e minerais.

Sobre a Conservação Internacional

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A Conservação Internacional (CI) é uma organização privada, sem fins lucrativos, fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza – nossa biodiversidade global – amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo. Como uma organização não governamental (ONG) global, a CI atua em mais de 40 países, distribuídos por quatro continentes. Em 1988, iniciou seus primeiros projetos no Brasil e, em 1990, se estabeleceu como uma ONG nacional. Possui escritórios em Belo Horizonte-MG, Belém-PA, Brasília-DF e Rio de Janeiro-RJ, além de uma unidade avançada em Caravelas-BA. Para mais informações sobre os programas da CI no Brasil.


Twitter: @CIBrasil

Facebook: www.facebook.com/ConservacaoInternacional.

Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica

Criada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica é uma organização privada sem fins lucrativos, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência. Assim, estimula ações para o desenvolvimento sustentável, promove a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobiliza, capacita e incentiva o exercício da cidadania socioambiental. A Fundação desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do bioma, campanhas, estratégias de ação na área de políticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, voluntariado, desenvolvimento sustentável, proteção e manejo de ecossistemas.


twitter.com/sosma

youtube.com/sosmata

facebook.com/SOSMataAtlantica

instagram.com/sosmataatlantica

Sobre a Aliança para a Conservação Marinha

A Aliança para a Conservação de Ecossistemas Marinhos e Costeiros Associados à Mata Atlântica é uma parceria entre as organizações ambientalistas Conservação Internacional (CI) e Fundação SOS Mata Atlântica em prol do estudo e proteção da costa brasileira. Dentre as atividades e esforços realizados pela parceria, estão: campanhas, estudos científicos e levantamento de dados e cursos de formação. Entre os principais resultados da Aliança, estão: a campanha em prol da criação da Reserva Extrativista (RESEX) Cassurubá, o apoio jurídico aos processos de criação e implementação das RESEX Cassurubá, Canavierias e Corumbau; dois cursos de formação em Monitoramento da Biodiversidade em Unidades de Conservação Marinhas Brasileiras e, em 2010, o lançamento de uma importante publicação sobre áreas-chave para a biodiversidade marinha brasileira, levantando as 59 espécies ameaçadas de extinção em várias regiões do Brasil, além de mapear as ecorregiões prioritárias para a conservação marinha e costeira.

Tamar monitora tartaruguinhas soltas com transmissores



Telemetria por satélite em tartaruguinhas

Desvendar o comportamento migratório de tartarugas em estágio inicial de vida é o objetivo de uma das pesquisas em andamento no Tamar. Em parceria com a Universidade Atlântica da Flórida, sob a coordenação da pesquisadora Kate Mansfield, o estudo investiga os primeiros momentos de vida das tartarugas marinhas em águas oceânicas, período que os pesquisadores denominam “anos perdidos” - Lost Years. Apesar de décadas de estudo, pouco se sabe sobre o que acontece com a maioria das espécies de tartarugas marinhas durante esse tempo. Saber para onde os filhotes vão e poder identificar as áreas de berçário e uso de habitaté necessário e fundamental para conservação e manejo dessas espécies. 

Novas solturas (novembro/2013):

Outras sete tartaruguinhas com transmissores foram soltas do mesmo ponto, na Praia do Forte/BA, em novembro/2013. O objetivo é acompanhar o deslocamento delas para agregar mais dados ao que já foi obtido com outras solturas.

Fase de campo (julho/2013):

A pesquisa encerrou sua terceira fase com a interrupção dos últimos sinais emitidos pelos transmissores de satélite (julho/2013). A partir de agora, iniciam-se as análises de dados de localização registrados durante o deslocamento dos filhotes, desvendando resultados relevantes sobre o comportamento migratório de tartarugas em estágio inicial de vida. Durante o período de monitoramento dessa terceira fase, os indivíduos foram até o norte do Brasil, acompanhando a linha do talude continental, na mesma direção das correntes predominantes nos meses de outono. Fêmeas adultas da mesma espécie (Caretta caretta) monitoradas por satélite desde as praias de desova na Bahia, migraram até a costa do Ceará para se alimentar, fato muito interessante, dizem os pesquisadores, já que as tartaruguinhas também se deslocaram, ao menos inicialmente, na mesma direção. 


2ª fase da pesquisa: 

Dessa vez, cinco tartaruguinhas foram soltas ao mar da Praia do Forte/BA com transmissores (abril/2013). Confira um mapa atualizado pelo Seaturtle.org com dados enviados pelo satélite sobre o deslocamento de uma delas, na 2ª fase da pesquisa:



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1ª fase da pesquisa:

As primeiras três tartaruguinhas foram soltas ao mar em novembro de 2012 a 10 km da costa da Praia do Forte/BA. Juntamente, foram soltos 4 drifters. A duração da recepção de sinais foi de 4, 5 e 65 dias para cada tartaruga respectivamente. As posições das duas tartarugas monitoradas por poucos dias indicaram que seguiram rumo ao sul, na mesma direção das correntes marinhas predominantes no mês de novembro. Uma delas se deslocou paralelamente ao talude continental e a outra seguiu rumo a águas oceânicas, percorrendo uma distância de 90 km e 145 km respectivamente. A tartaruga monitorada por mais tempo se deslocou em direção sul até o Banco dos Abrolhos, permaneceu vários dias em águas oceânicas e seguiu rumo ao litoral norte da Bahia. Durante todo o período percorreu mais 1700 km. Inicialmente essa tartaruga seguiu na mesma direção das correntes marinhas, já em águas oceânicas demonstrou autonomia, nadando ativamente em várias direções. Estes resultados preliminares serão analisados conjuntamente com os resultados das próximas duas solturas de tartarugas, no final da temporada reprodutiva, coincidindo com mudanças das correntes predominantes fora da plataforma continental

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Entre as águas de Cananéia e os botos-cinza de ilha do Cardoso



O extremo Sul do litoral paulista guarda um santuário ecológico ainda pouco explorado. Além de oferecer banhos de rio, lagoa e mar, a cidade de Cananéia, a 264 quilômetros da Capital, gaba-se de reunir quatro tipos de ecossistema na mesma região: manguezais, dunas, restingas e Mata Atlântica. Tombado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) como patrimônio natural da humanidade, o município também preserva inúmeros sítios arqueológicos e ruínas da época colonial, além de abrigar na vizinhança o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, procurado não só por turistas como também por biólogos interessados em pesquisar a imensa biodiversidade de fauna e flora locais. 

Cananéia é um município brasileiro no litoral do estado de São Paulo. Pertence à Mesorregião do Litoral Sul Paulista e Microrregião de Registro e localiza-se a sudoeste da capital do estado, distando desta cerca de 265 km. Ocupa uma área de 1 242,01 km², sendo 2,3677 km² estão em perímetro urbano, e sua população em 2011 foi estimada em 12 220 habitantes, sendo que em 2010 era o 326º mais populoso do estado paulista.

A sede tem uma temperatura média anual de 19,9°C e na vegetação do município predomina a mata atlântica, com trechos de mangues e restingas ao longo de sua faixa litorânea. Com uma taxa de urbanização da ordem de 80%, o município contava, em 2009, com onze estabelecimentos de saúde. O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,775, considerando como médio em relação ao estado.

O município é considerado o segundo mais antigo do Brasil, perdendo apenas para São Sebastião, fundado poucos meses antes. Atualmente, o Centro Histórico de Cananéia ainda preserva os estilos arquitetônicos adotados pelas primeiras casas desde o período colonial até o final do século XIX. As praias também atraem milhares de pessoas na alta temporada, sendo que na Ilha do Cardoso há várias trilhas e cachoeiras, além de vários sítios arqueológicos. As festas, a culinária e o artesanato também são atrativos à parte da cidade, cujas principais fontes de rendas são a pesca e o turismo.


Parque Estadual da Ilha do Cardoso

O Parque Estadual da Ilha do Cardoso abrange um dos mais significativos e complexos remanescentes de ecossistemas de Floresta Atlântica do Brasil. Foi considerado pela Rede Hemisférica de Aves Marinhas (RHAP – USA) uma das três regiões na América do Sul que apresenta a maior diversidade de aves limícolas (Blanco & Canevari 1992). Também é considerada uma das duas áreas que apresenta a maior concentração de espécies de aves ameaçadas da região neotropical (Wege and Long 1995), por concentrar em seus domínios uma alta diversidade de espécies de aves ameaçadas de extinção e ou raras (Collar et al.), portanto o PEIC deve ser tratado como região prioritária para o estabelecimento de estratégias de conservação.

Parque Estadual da Ilha do Cardoso

O parque é dividido em duas áreas: Perequê, conhecida pelas trilhas, e Marujá, uma vila de pescadores com acesso ao mar aberto. O acompanhamento de monitores ambientais é obrigatório em todas as atrações, mas é possível tomar um banho de mar sozinho e sentir a natureza pulsar em toda a extensão do território, já que 90% são cobertos por Mata Atlântica. 


CANANEIA

De volta à cidade, vale reservar uma tarde para conhecer os principais pontos turísticos de Cananeia, como a figueira centenária, os canhões deixados pelos ingleses na época colonial, a Igreja de São João Batista (construída em 1577 como fortaleza contra invasores), o morro São João e a Trilha do Mirante, percurso que permite adentrar a Mata Atlântica e visualizar o complexo estuarino lagunar, a cidade, as praias e as ilhas. 

Turismo

Praia na Ilha do Cardoso.

Dentre os atrativos naturais, há de se destacar as praias. Segundo a Biblioteca Virtual do Governo de São Paulo, Cananéia conta com sete praias: a Praia da Comunidade Marujá; a Praia de Laje; a Praia do Fole Pequeno; a Praia da Comunidade; a Praia de Ipanema; a Praia da Comunidade Itacuruçá (Pererinha); e a Praia da Comunidade Pontal do Leste. No Parque Estadual da Ilha do Cardoso há os sítios arqueológicos, além de praias, e de 22 mil hectares de mata atlântica preservada, havendo no meio desta várias cachoeiras e trilhas para caminhadas. Cananéia já foi apontada pela revista Condé Nast Traveler como melhor roteiro ecológico do mundo, sendo também tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Natural da Humanidade.

A cidade conta com vários atrativos de valor histórico e cultural, principalmente em seu Centro Histórico, tombado por resolução aprovada em 11 de dezembro de 1969. Ele engloba a Praça Martim Afonso de Souza, a Avenida Beira Mar e várias ruas, como a Dom João III e Pêro Lopes. A arquitetura urbana que predomina no Centro foi a que predominou desde o período colonial até o final do século XIX, mostrando-se com casas construídas sobre o alinhamento das vias publicas e as paredes laterais, sobre os limites do terreno. No Museu Municipal, onde está em exposição o segundo maior tubarão do mundo, que foi encontrado em águas pertencentes ao litoral de Cananéia e hoje encontra-se taxidermado;

Cananeia também oferece algumas cachoeiras aos aventureiros que curtem o contato próximo com a natureza. São quatro belíssimas quedas de dificuldades leves e médias, com taxas que não ultrapassam o valor de R$ 5. São elas: Pitu, Mandira, Rio das Minas e Encanto.

Os pontos mais frequentados por turistas são as piscinas naturais, localizadas na praia da Laje; a Cachoeira Grande e o Pontal do Leste (trecho mais ao Sul de Marujá). O acesso à ilha, no entanto, não é dos mais fáceis: a partir de Cananeia, a passagem é feita através do porto, de onde partem escunas e voadeiras (pequenas lanchas) até as comunidades tradicionais. 

A empresa Lagamar II – (0xx13) 3851-3771) – cumpre o trajeto de escuna (R$ 25, ida e volta, para Perequê, com duração de 25 minutos, ou R$ 50 para Marujá, em três horas) e voadeira (R$ 25 para Perequê, em dez minutos, e R$ 70 para Marujá, em 50 minutos). 

A Ilha do Cardoso também acolhe animais que encantam quem a visita. São 86 espécies catalogadas pelo Instituto Florestal de São Paulo. Além de mamíferos grandes, como os botos-cinza que acompanham os barcos, há bugios, suçuaranas e veados-mateiros.

O parque comporta pousadas e campings para a hospedagem. A dica é reservar acomodação antes de dar início à aventura, pois o número de visitantes dentro da ilha é controlado.

Ilha do Cardoso - Repórter ECO

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Greenpeace: Enxotando os direitos Indígenas

Greenpeace
Registro visual em terra indígena dos Awá-Guajá (©Greenpeace/Eliza Capai)

Olá Mauricio,

Na semana passada o Greenpeace assinou e divulgou, em conjunto com outras organizações da sociedade civil, uma nota pública em apoio à desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá, no norte do Maranhão.

A retirada de todas as pessoas não-índias que invadiram a Terra Indígena se deve ao cumprimento do artigo da Constituição que reconhece e garante aos índios direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Os Awá são um dos últimos povos caçadores e coletores, mas a terra indígena Awá-Guajá, reconhecida em 1992 e homologada em 2005, sofre com roubo de madeira, grilagem e desmatamento.
Vivemos um momento de intenso ataque à floresta e aos direitos de seus povos liderado por parlamentares da bancada ruralista no Congresso. A sociedade precisa estar atenta para cobrar o respeito aos direitos humanos e a um meio ambiente saudável e equilibrado, conforme consta na nossa Constituição.

Você pode nos ajudar ainda mais a defender a floresta e seus povos. Se você já assinou pela lei do Desmatamento Zero,compartilhe o site da campanha com seus amigos. Já são mais de 950 mil pessoas contra esse modelo atrasado de desenvolvimento.

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Compartilhe a petição

Abraços,
Tica Minami
Coordenadora da Campanha Amazônia

Greenpeace Brasil





sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Onça-pintada pode desaparecer da Mata Atlântica


Onça-pintada (Panthera onca)

  • As estimativas indicam menos de 250 animais adultos vivos em todo o território, distribuídos em oito populações isoladas

A Mata Atlântica está na iminência de perder um de seus mais ilustres habitantes: a onça-pintada (Panthera onca). O alerta foi feito na revista Science, em carta publicada por um grupo de pesquisadores brasileiros membros do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota).

“Uma recente reunião de especialistas em vida selvagem concluiu que a Mata Atlântica, que no passado se estendia por toda a costa brasileira e também por parte da Argentina e do Paraguai, pode em breve ser o primeiro bioma tropical a perder seu principal predador, a onça-pintada”, relataram os cientistas na carta.

“Pesquisadores estimaram menos de 250 animais adultos vivos em todo o território, distribuídos em oito populações isoladas. Ainda pior, análises moleculares demonstraram que o tamanho da população efetiva local (número de animais que estão de fato se reproduzindo e deixando descendente, um parâmetro crítico para a manutenção da diversidade genética) está abaixo de 50 animais”, destacaram.

De acordo com Ronaldo Gonçalves Morato, coautor do texto e chefe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entre as causas do declínio estão a perda de habitat resultante do desmatamento e da fragmentação da mata e também a caça. Estima-se que, atualmente, reste apenas entre 7% e 12% da cobertura original da Mata Atlântica.

O impacto do desaparecimento da onça-pintada para o ecossistema local é difícil de prever, mas certamente o saldo será negativo. “Quando um grande predador desaparece, pode haver explosão nas populações de herbívoros, como veados, catetos e queixadas. Em excesso, esses animais acabam consumindo todo o sub-bosque da floresta e isso implica em perda da capacidade de recomposição e perda de estoque de carbono. Em longo prazo, pode levar à quebra da dinâmica da floresta”, avaliou Morato.

Pedro Manoel Galetti Junior, professor do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coautor do texto, lembrou que o desaparecimento da onça-pintada pode ainda causar aumento desmedido nas populações de predadores intermediários, como jaguatiricas e outros carnívoros.

Por sua vez, isso poderá levar a um aumento na predação de ninhos e, potencialmente, à extinção local de muitas aves, importantes dispersoras de sementes, e alterar a estrutura da vegetação. “O predador de topo de cadeia tem um papel de regulação do ecossistema e, quando ele desaparece, um distúrbio é criado. Isso pode causar a extinção de algumas espécies, até que o ecossistema encontre um novo equilíbrio”, disse Galetti, que coordena pesquisa apoiada pela FAPESP e realizada no âmbito do Sisbiota – programa lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 2010 que reúne pesquisadores de diversos Estados e, em São Paulo, conta com financiamento da FAPESP.

Plano estratégico para conservação

A iniciativa de enviar o alerta para a revista Science, contaram os cientistas, surgiu após uma reunião promovida em setembro de 2013 pelo Cenap com o objetivo de elaborar um plano estratégico para aconservação da onça-pintada na Mata Atlântica.

“Na semana anterior ao evento, havia sido publicado também na Science um artigo sobre a recuperação da população de carnívoros no Hemisfério Norte graças a medidas adotadas há mais de 20 anos, como reflorestamento, reintrodução e translocação de indivíduos. Alguns fatores de manejo utilizados por lá permitiram que algumas espécies praticamente extintas voltassem a ocupar certos espaços. Nossa carta tinha o intuito de fazer um contraponto a esse artigo”, contou Morato.

O evento promovido pelo Cenap reuniu diversos membros da rede Sisbiota. O objetivo do grupo é fomentar e ampliar o conhecimento não apenas sobre predadores, mas sobre toda a biodiversidade brasileira, bem como melhorar a capacidade preditiva de respostas às mudanças de uso e cobertura da terra e às mudanças climáticas.

De acordo com os especialistas, a medida mais urgente a ser tomada para salvar a onça-pintada seria o aumento da fiscalização para evitar a perda de indivíduos tanto pela caça quanto pela redução do ambiente causada pelo desmatamento ilegal.

“Primeiro precisamos estancar a perda para então pensar em trabalhar para recuperar as populações. Estamos discutindo a possibilidade de fazer a translocação de indivíduos (colocar novos animais em uma população existente para trazer informação genética nova para o grupo), pois as análises têm mostrados que geneticamente muitas dessas populações remanescentes estão comprometidas. Mesmo se a perda de animais cessar, será necessário recompor essas populações”, afirmou Morato.

Outra possibilidade, contou o pesquisador do Cenap, é recorrer a ferramentas de reprodução assistida. “Podemos coletar sêmen de um indivíduo de uma região e inseminar uma fêmea de outra população, por exemplo. Esse mecanismo pode ser mais prático do que fazer a translocação”, contou Morato.

De acordo com o plano em elaboração pelo Sisbiota, nenhum animal seria solto sem um sistema de monitoramento 24 horas e sem um programa prévio de educação e conscientização com as comunidades do entorno. “É necessário um trabalho forte para que essas comunidades aceitem o retorno do animal. É preciso orientação para que não haja risco no contato com a população humana e para que haja um manejo de rebanhos de modo a evitar a caça por perda econômica”, afirmou Morato.

Para Galetti, antes que qualquer medida seja tomada, é preciso ampliar o conhecimento científico sobre a onça-pintada – o que inclui informações sobre a biologia, a ecologia, a genética e os sistemas em que ela está incluída, ou seja, os demais organismos que interagem com ela. “Não se pode pensar em translocar animais enquanto não se tem segurança e controle sobre os impactos da medida”, ponderou.

Muitos dos estudos que embasam a discussão do plano de recuperação da onça-pintada foram conduzidos no âmbito do Sisbiota, que completa três anos. Parte dos dados foi apresentada nos dias 9 e 10 de dezembro, em São Carlos, durante o 1º Simpósio Brasileiro sobre o Papel Funcional de Predadores de Topo de Cadeia.

O artigo Atlantic Rainforest's Jaguars in Decline, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

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