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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Dois terços dos brasileiros não sabem o que é consumo sustentável



  • Pesquisa divulgada pelo Ministério do meio ambiente mostrou também que a maioria dos brasileiros nunca ouvido falar sobre Rio+20

Uso de sacolas retornáveis e separação de lixo são apontadas como ações para ajudar na proteção do meio ambiente

Dois em cada três brasileiros não sabe o que significa o termo consumo sustentável. A constatação é da pesquisa "O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável", divulgada nesta quarta-feira (6) pelo Ministério do Meio Ambiente. Um terço acha que consumo sustentável significa evitar desperdício de água e energia, enquanto que 9% acreditam que se trata de consumir produtos que façam bem à saúde e 3% que seja comprar produtos mais baratos.

Entre aqueles que disseram saber do que se trata, 54% disseram que consumo sustentável é consumir produtos que não agridam o meio ambiente nem a saúde humana.

A pesquisa mostrou que 81% dos brasileiros ficariam motivados para comprar produtos cultivados organicamente e 85% para adquirir produtos fabricados de forma ambientalmente correta. Mas não faria diferença para 14% das pessoas comprar produtos orgânicos ou, para 12%, adquirir produtos ambientalmente corretos.

Sobre a coleta seletiva de resíduos, a pesquisa constatou que 52% dos entrevistados disseram não fazer separação de lixo em suas casas para reciclagem. Um número muito maior (86%) de brasileiros, no entanto, entende que separar o lixo pode ajudar na proteção do meio ambiente.

Os brasileiros também disseram ter conhecimento de outras medidas importantes para ajudar na proteção do ambiente: reduzir o consumo de energia elétrica (61% dos brasileiros), eliminar o desperdício de água (58%), reduzir o consumo de gás em casa (22%) e participar de mutirões de reflorestamento ou limpeza (15%) entre outros.

A sondagem ainda mostrou que 63% dos brasileiros dizem economizar bastante água, 29% adotam algumas medidas para reduzir o consumo de água e 6% pretendem fazer economia desse bem. A pesquisa O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável foi realizada pelo instituto CP2 em abril deste ano.

Preocupação com o meio ambiente 

 Aproximadamente 13% dos brasileiros dizem ter preocupação com o meio ambiente. O percentual é mais do que o dobro do registrado há seis anos (6%). De acordo com o levantamento, o meio ambiente está em sexto lugar na lista de preocupações dos brasileiros, ficando atrás de saúde/hospitais (81%), violência/criminalidade (65%), desemprego (34%), educação (32%) e políticos (23%). Há seis anos, o meio ambiente aparecia na 12ª colocação, à frente apenas de reforma agrária e dívida externa. Em 1992, ano da primeira pesquisa, o tema era sequer citado.

"Isso é resultado de um maior acesso à informação. Mas o meio ambiente também é visto como problema, e não como uma oportunidade", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

O principal problema ambiental citado pelos brasileiros é, desde a primeira pesquisa, o desmatamento de florestas (neste ano, com 67%). Outros principais problemas são a poluição de rios e lagoas (47%), a poluição do ar (36%), o aumento do volume do lixo (28%), o desperdício de água (10%), a camada de ozônio (9%) e mudanças do clima (6%).

Também são citados como problemas: extinção de animais/plantas (6%), falta de saneamento (3%), poluição por fertilizantes (3%), consumo exagerado de sacolas plásticas (3%) e falta de conscientização ambiental da população (2%).

Rio+20 e o desconhecimento

A menos de duas semanas para o início da Conferência da ONU Rio+20, 78% dos brasileiros afirmaram nunca terem ouvido falar sobre o evento. De acordo com a mesma pesquisa, 53% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre o termo desenvolvimento sustentável, tema da conferência que reunirá uma centena de chefes de Estado e de Governos nos próximos dias 20, 21 e 22, no Rio de Janeiro. 

A Rio+20 será realizada 20 anos depois da Cúpula da Terra de 1992, que sentou as bases do desenvolvimento sustentável e também foi realizada no Rio de Janeiro.

(Com informações da EFE e da Agência Brasil)

Confira as maravilhas da Serra do Cipó, o "Jardim do Brasil"



Localizada em Minas Gerais, ela protege riquezas naturais, como espécies endêmicas da flora brasileira e quase metade dos animais em extinção do Estado

A fartura de peixes era tanta nos rios da Serra do Cipó, em Minas Gerais, que nem era preciso sair de casa para pescar. Mentira? Não há nada mais verídico, garante Antonia dos Santos Ferreira, 81 anos, herdeira da Fazenda Cipó. “Próxima à porta da cozinha tinha uma bica d’água, limpinha, que vinha do rio e caía dentro de um tacho. Sempre que a cozinheira precisava de mistura para as refeições pegava os peixes fresquinhos que ficavam dentro da grande vasilha”, conta. Em 1984, um trecho da propriedade, um vale de terras férteis utilizado para cultivo de arroz, feijão e outros cereais, tornou-se Unidade de Conservação. Ao serem incorporadas, áreas de outras terras configuraram o que hoje é o Parque Nacional da Serra do Cipó.



1º parte

Os peixes podem não mais ser abundantes a ponto de despencar do rio para a panela. Não mais se avistam guaribas na parte alta da serra, como em 1950, quando o pai de Antonia voltava para a casa e via também a onça-parda sentada à beira do caminho, “olhando para o céu e namorando a lua”. Mas desde muito tempo, a Serra do Cipó interessa pesquisadores de várias partes do mundo por ser um laboratório a céu aberto para estudo da biodiversidade. E este é um entre muitos pretextos para sua conservação.


Em 1975, na primeira iniciativa para a preservação, foi criado o Parque Estadual da Serra do Cipó. Nove anos mais tarde, passou a Parque Nacional. Atualmente, 338 quilômetros quadrados estão protegidos nesta imensa área em que predominam dois biomas: Cerrado e Mata Atlântica. Os Campos Rupestres merecem destaque por concentrar espécies de plantas endêmicas e raras. Da grande família Compositae, as sempre-vivas são marca registrada da Serra e se mostram em várias espécies: perpétua-do-campo, coroinha, sempre-viva-de-pé-de-ouro, margarida, brejeira, jazida, brasiliana, rabo-de-raposa... Florescem o ano todo e, quando morre uma flor, outra vem em seguida. As brejeiras estão por todos os lados, principalmente nas trilhas que levam ao Travessão, um ponto de rara beleza e divisor de águas das nascentes das bacias dos rios Doce (leste) e São Francisco (oeste), separadas por apenas 250 metros.


Na região de Alto dos Palácios, outra espécie que se destaca é a velozia, conhecida como canela-de-ema, em especial a gigante, endêmica que atinge seis metros de altura. O paisagista Burle Marx, em visita feita em 1943, declarou que em um metro quadrado da serra, encontram-se mais espécies de plantas que em um quilômetro da Amazônia. Outras espécies vistas com facilidade são típicas do Cerrado: cagaiteira, ipê, quaresmeira, pequizeiro, pau-terra e pau-monjolo.

Nas caminhadas pela imensidão da serra, com alguma sorte, pode-se avistar o lobo-guará, o ouriço-caixeiro, o cachorro-do-mato, a jaguatirica (Leopardus pardalis), a lontra, o veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) e a onça-parda. Em um passado não muito distante, era comum ouvir o cantarolar do inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris) às seis horas da manhã e às seis da tarde. A diversidade se completa com uma infinidade de espécies de répteis, invertebrados e anfíbios, em especial a perereca-de-pijama (Hyla cipoense).

A Serra do Cipó integra a cadeia montanhosa da Serra do Espinhaço. O fato só faz aumentar sua importância. Única cordilheira do Brasil, o Espinhaço tem aproximadamente mil quilômetros de extensão. Pela grande diversidade de recursos naturais, em 2005 foi considerado Reserva da Biosfera pela Unesco.


Pelo menos metade das espécies de animais ameaçados de extinção no estado de Minas Gerais vive na cadeia do Espinhaço. O maior número de espécies endêmicas da flora nacional está na Serra do Cipó que, por esta razão, também é chamada de “Jardim do Brasil”.

Os atrativos naturais da Serra também estão nas cachoeiras. Véu da Noiva, Cachoeira Grande, Serra Morena, Lagoa Dourada, Tabuleiro, Lajeado, Fervedouro, Taioba, Andorinhas, Gavião, Farofa, Cânion das Bandeirinhas e outras são importantes para o desenvolvimento do turismo ecológico e sustentável. O cânion, com paredões de 80 metros de altura, localizado dentro do parque, é resultado de ação tectônica e foi aprofundado ao longo de milhões de anos pelo ribeirão Mascates que, junto com rio Cipó, deságua no rio das Velhas.


De volta à Fazenda Cipó, ponto de partida deste passeio que ainda não terminou, Antonia dos Santos Ferreira proporciona um retorno às origens da ocupação da Serra do Cipó. Ela conta que a propriedade existe desde 1746 e era apenas um rancho que servia de apoio às expedições bandeirantes. Maristela Ferreira, da quinta geração da família de fazendeiros, é responsável pelo Espaço Nhá Rita, museu localizado na propriedade que conta sua história por meio de documentos e objetos antigos. Segundo ela, foi na fazenda que tudo começou. A cultura de mamona na propriedade alavancou a economia na região, já que o óleo extraído da planta era utilizado na iluminação pública das vilas de Ouro Preto, Mariana e Sabará, que progrediam com a extração de pedras preciosas.

Os bandeirantes que subiam a serra tinham destinos certos: a vila do Serro Frio e o Arraial do Tejuco, hoje as cidades do Serro e Diamantina. O trânsito na região do Cipó era tão intenso que trilhas de pedra foram construídas em algumas partes do caminho. Ainda hoje, a Trilha dos Escravos, muito bem conservada, leva à cachoeira da Mãe d’Água, que deságua no Véu da Noiva.

Na subida da trilha, a vista da Serra do Cipó é deslumbrante. Do alto, a imponência do Morro da Pedreira impressiona. Em 1990, o maciço foi reconhecido como Área de Proteção Ambiental (APA) depois que três mil pessoas o abraçaram com a proposta de chamar a atenção para a degradação causada pela exploração irregular de mármore. Em seu entorno, a fauna, a flora, os mananciais e os sítios arqueológicos têm garantia de conservação.


O esforço para preservação de hoje nem de longe concorda com o que Georg Heinrich von Langsdorff anotou em seus diários em 1824, quando passou pela região. O naturalista impressionou-se, é verdade, com os registros da presença humana há pelo menos 10 mil anos, representada nas pinturas rupestres. Espantou-se, porém, com a decadência experimentada com o fim dos ciclos do ouro e dos diamantes. A única atividade agrícola mais intensa se resumia à utilização das várzeas inundáveis para o plantio. Nas matas de galeria, o corte seletivo de madeira só foi interrompido com a criação do Parque Nacional. Para a pastagem do gado, queimadas reduziram drasticamente as áreas de matas e cerradão.

Apesar da grandiosidade, “a beleza na Serra do Cipó, muitas vezes, é encontrada nas pequenas coisas, na singularidade”, observa Rossana Santana, chefe da Unidade de Conservação. “Estamos trabalhando para que até o final deste ano comecem a ser implementadas as travessias dentro do Parque. Serão caminhadas de grande percurso, com pernoite no caminho para que os visitantes possam conhecer melhor as belezas naturais da serra. Será uma forma de despertar ainda mais sua preservação.”




Paisagens maravilhosas

Nas cidades do entorno, plantadas na Serra do Cipó, são incontáveis as atrações naturais, históricas e culturais. Em Conceição do Mato Dentro, a Cachoeira do Tabuleiro, com queda de 273 metros de altura, é a mais alta de Minas e a terceira do Brasil. Morro do Pilar, uma das regiões mais bonitas, apresenta-se com um mar de montanhas sem fim. A Lapinha, outro distrito de Santana do Riacho, guarda um vilarejo bucólico, lagos, cachoeiras e lapas com inscrições rupestres que datam de sete mil anos. “Já fui da Lapinha para Conceição do Mato Dentro em lombo de burro em uma viagem que durou dez horas. A paisagem é maravilhosa; as campinas verdejantes se perdem de vista”, conta José Geraldo Ferreira, o Zé Branco, morador do Morro Vermelho, pequeno sítio localizado no caminho que leva à Lapinha e oferece uma saborosa comida feita no fogão a lenha, com vista privilegiada de todo o vale.


2º parte


Onde fica

A Serra do Cipó está a 100 quilômetros de Belo Horizonte. Abrange os municípios de Jaboticatubas, Morro do Pilar, Itambé do Mato Dentro e Santana do Riacho. Cardeal Mota (mais conhecido como Serra do Cipó) é distrito de Santana do Riacho e onde se concentram o comércio, a maioria das pousadas e os restaurantes. É o principal acesso ao Parque Nacional, distante três quilômetros do centro do vilarejo. As visitas ao Parque devem ser agendadas com antecedência pelo telefone (31) 3718-7469

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