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sábado, 28 de julho de 2012

O raro kakapo (Stringops habroptilus)



O kakapo (Strigops habroptilus) é uma espécie de papagaio noturno, endémico da Nova Zelândia, notável por ser a única espécie da ordem Psittaciformes incapaz de voar. O seu nome comum significa papagaio da noite em maori. O kakapo é uma ave em em perigo crítico de extinção, com uma população total de apenas 86 exemplares, todos eles monitorados por equipas científicas.

O kakapo é um papagaio de constituição robusta que pode medir até 60 cm de comprimento e pesar entre 3 a 4 quilos, um valor relativamente elevado em relação a outras aves do seu tamanho e que só é possível por ser não voadora. As asas são atrofiadas e pequenas e servem apenas como balanço quando estas aves circulam entre ramos de árvores. A ausência de músculos de voo faz também com que o esterno seja relativamente reduzido por relação ao seu tamanho.


A plumagem do kakapo providencia uma boa camuflagem contra a vegetação nativa e é em tons de verde-seco, listado de preto na zona dorsal, sendo a zona ventral e garganta de cor amarelada. Como não têm penas de voo rijas, os kakapos têm uma plumagem muito suave e macia, o que lhes valeu o epíteto específico habroptilus, que significa precisamente pena suave em Grego. Os kakapos têm penas especializadas na zona do bico, que servem a função de bigodes sensoriais e lhes permitem um melhor reconhecimento do ambiente durante a noite, o seu período de actividade. Como complemento, estas aves têm um sentido de olfacto muito apurado.

Outra característica distintiva dos kakapos é o seu odor intenso, descrito como uma mistura de flores e mel. Apesar de agradável ao nariz humano, este odor provou ser uma enorme desvantagem para a espécie com a introdução dos primeiros predadores, que depressa aprenderam a reconhecer o cheiro do kakapo. Quando em perigo, o kakapo fica paralisado à espera que a sua camuflagem o proteja dos predadores, o que pode ter funcionado com as águias-de-haast e outras aves sem olfacto, mas representava uma estratégia perigosa junto de mamíferos de nariz apurado.


Os kakapos são aves herbívoras que se alimentam de várias espécies nativas da Nova Zelândia, consumindo sementes, frutos e pólen. A sua fonte de alimento favorita é o fruto do rimu, uma árvore endémica do seu habitat. Ocasionalmente, os kakapos podem também alimentar-se de insectos e outros pequenos invertebrados.

Reprodução

Os kakapos têm uma estratégia reprodutiva única no grupo dos psitacídeos. Na época de reprodução, os machos abandonam os seus territórios para tomar posse de uma espécie de arena, onde realizam exibições elaboradas, destinadas a atrair o maior número possível de fêmeas. Os locais favoritos para estas exibições são topos de colinas ou de escarpas e os machos lutam entre si pelas localizações mais favoráveis.

Dentro da sua arena, que chega a ter cerca de 7 km de comprimento, cada macho escava diversas depressões no solo, junto de árvores ou rochas, com cerca de meio metro de diâmetro e 10 cm de profundidade. Estas depressões são mantidas limpas de detritos e marcas de pegadas com todo o cuidado. Durante o período de actividade noturno, o macho percorre as diversas depressões, utilizando cada uma como palco para emitir vocalizações ruidosas de baixa frequência que podem ser ouvidas a cerca de 1 km de distância.


As fêmeas ouvem as vocalizações dos vários machos e eventualmente fazem a sua escolha, dirigindo-se para a arena correspondente. A cópula ocorre após uma breve exibição do macho perante a fêmea e depois do encontro ambos separam-se e regressam às suas actividades: o macho retoma as vocalizações para atrair mais fêmeas; as fêmeas regressam aos seus territórios sozinhas.

As fêmeas de kakapo colocam entre 1 e 4 ovos por postura, em ninhos toscos construídos no solo ou em cavidades nos troncos de árvores. Após um período de incubação de cerca de 30 dias, os juvenis chocam sem penas e totalmente dependentes da sua progenitora. Uma vez que a fêmea tem que abandonar os ovos e juvenis todas as noites, para procurar alimento, estes são muito vulneráveis à acção de predadores. Os juvenis tornam-se mais ou menos independentes com cerca de 10 a 12 semanas, embora a progenitora possa continuar a alimentá-los esporadicamente durante os seis meses seguintes.

A reprodução dos kakapos é errática e não ocorre todos os anos. Estudos recentes sugerem que esteja associada aos períodos de frutificação do rimu, a árvore que produz o seu alimento favorito, que ocorre com 3 a 5 anos de intervalo.

A maturidade sexual dos machos ocorre aos 5 anos de idade e a das fêmeas entre os 9 e 11 anos. Em condições normais, o kakapo pode viver até aos 60 anos.


Os antepassados dos kakapos colonizaram a Nova Zelândia há milhões de anos atrás. Com o passar do tempo geológico, o kakapo ancestral, que deveria ser semelhante aos papagaios modernos, evoluiu de acordo com o seu ambiente, livre de predadores e semmamíferos nativos à excepção de 3 espécies de morcego. Em consequência, tornaram-se maiores e mais pesados, perderam a capacidade de voar e ocuparam o nicho ecológico normalmente preenchido por pequenos mamíferos noturnos e herbívoros. Antes da chegada dos humanos ao arquipélago, o kakapo era uma espécie muito bem sucedida, com uma população de milhões de indivíduos, distribuida por ambas as ilhas principais da Nova Zelândia.

A chegada dos maori deu início ao declínio dos kakapos. Os maori caçavam esta espécie como fonte de comida fácil, uma vez que os kakapos paralisam com o perigo, mas também pelas suas penas usadas para decorar capas. As cabeças de kakapo eram também muito procuradas como ornamentação de brincos, depois de secas. Em paralelo com a caça, os cães e ratos-do-pacífico introduzidos pelos maori, causaram uma hecatombe na população de kakapos, perseguindo não só os adultos, mas principalmente ovos e juvenis. No final do século XIX, a introdução planeada de mustelídeos como doninhas, toirões e arminhos, destinada a controlar a população decoelhos (outra espécie invasora), colocou os kakapos à beira da extinção.


A situação era de tal forma crítica que o governo neozelandês declarou a Ilha Resolution, livre de espécies invasoras, como reserva natural em 1891. O curador era o naturalista Richard Henry, que deslocou cerca de 200 kakapos e um grupo de kiwis para a zona. Este esforço de conservação foi destruido cerca de 15 anos depois, quando um grupo de arminhos colonizou a ilha e matou toda a população de aves em perigo.

Ao longo do século XX, houve várias tentativas de conservação semelhantes, todas frustradas pela presença de espécies invasoras. Há alguns anos (início de 2006), Constavam 126 exemplares de kakapo vivendo nas ilhas Chalky, Codfish e Stweart, ao largo da costa Sul da Nova Zelândia, todas caracterizadas pela abundância de rimus. Como as ilhas são constantemente vigiadas para impedir a invasão de mustelídeos, ratos e gatos selvagens, a população de kakapos tem-se mantido estável, apesar de inferior a 200 indivíduos. Para estimular a reprodução, os conservadores “falsificam” todos os anos a frutificação do rimu, introduzindo frutos artificialmente, numa tentativa de convencer os kakapos a iniciar a época de reprodução. Para evitar a consanguinidade, os machos sobreviventes são transferidos de ilha todos os anos e as linhagens de cada indivíduo são cuidadosamente anotadas. Apesar de extremamente crítico, o estado de conservação do kakapo tem vindo a melhorar e há planos para construir uma reserva capaz de suportar outros 100 indivíduos na Ilha do Sul.

População atual de apenas 91 exemplares,
todos eles monitorados por equipes científicas.


Referências
BirdLife International (2004). 
Strigops habroptilus. 2006
IUCN Red List of Threatened Species. (IUCN 2006).

O Homem que Plantava Árvores - Frédéric Back

O Homem que Plantava Árvores (L'homme qui Plantait des Arbres) - Poster / Capa / Cartaz

 
L'homme qui Plantait des Arbres


Sinopse:

O filme, baseado num belíssimo conto do francês Jean Giono, de 1953, foi realizado por Frédéric Back, considerado por muitos um gênio da arte e da animação. Conta a estória de Elzeard Bouffier, um pastor de ovelhas que durante anos cultivou uma floresta esplendorosa numa área desértica da França. O conto é narrado por um jovem viajante (o esplêndido Philippe Noiret, no áudio francês), que um dia encontra este homem nas suas viagens e acompanha a mudança na paisagem no decorrer dos anos. A beleza calma da paisagem contrasta com a fúria das duas Grandes Guerras que o narrador assiste e o feito notável do pastor oferece um olhar do poder inspirador da natureza e da esperança, que podem emergir no mais improvável dos lugares

Esta animação delicada e única, vencedora do OSCAR® de curtas de animação, é um tributo ao trabalho árduo e à paciência.

Conta a história de um homem bom e simples, um pastor que, em total sintonia com a natureza, faz crescer uma floresta onde antes era uma região árida e inóspita. As sementes por ele plantadas representam a esperança de que podemos deixar pra trás um mundo mais belo e promissor do que aquele que herdamos. (Laercio Almeida)



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