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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cadastro de Espécies Ameaçadas de Extinção Cultivadas em Jardins Botânicos




Jardins botânicos brasileiros catalogam espécies ameaçadas de extinção.  O Instituto Inhotim  lança site para monitorar resultados dos esforços para metas da Estratégia Global de Conservação de Plantas

Objetivo é preencher uma lacuna sobre a manutenção de espécies brasileiras ameaçadas de extinção em jardins botânicos

A Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB) acaba de lançar uma plataforma digital com o objetivo de catalogar a real situação da conservação de espécies botânicas ex situ (fora do lugar de origem) no Brasil. A plataforma, construída em parceria com o Instituto Inhotim e com o Jardim Botânico Poços de Caldas (MG), conta inicialmente com 46 instituições e faz parte do processo de elaboração do Sistema Nacional de Conservação Ex Situ da flora.

O objetivo é preencher uma lacuna de conhecimento sobre a manutenção de espécies brasileiras ameaçadas de extinção em jardins botânicos e monitorar a situação do país em relação à meta 8 da Estratégia Global de Conservação de Plantas. As metas fazem parte da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil é signatário, e devem ser alcançadas nos próximos sete anos. De acordo com a lista atual, o objetivo é de atingir 375 espécies até 2020.

A meta 8 prevê a criação de coleções de pelo menos 75% das espécies ameaçadas, preferencialmente no país de origem e pelo menos 20% deverão estar disponíveis para programas de reabilitação ecológica até 2020. Hoje, o número está em 54. A evolução pode ser acompanhada no site http://www.inhotim.org.br/exsitu/.

O sistema foi apresentado pela primeira vez durante a Rio+20, no Rio de Janeiro, e agora está aberto à contribuição dos jardins botânicos cadastrados. As instituições marcadas em verde já forneceram informações e as marcadas em vermelho ainda estão elaborando o cadastro. “Com a plataforma, pretende-se sensibilizar todos os jardins botânicos a disponibilizarem quantas e quais espécies cada um já preserva. É possível propor trocas e parcerias entre as instituições, para que cada uma possa enriquecer seu acervo”, explica Maurício Xandó, diretor de Web do Inhotim.

Iniciativa mineira

O modelo para a nova ferramenta partiu da curadoria botânica do Inhotim, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O Instituto reúne quase cinco mil espécies vivas, entre elas 1.400 tipos de palmeiras – uma das maiores coleções do planeta - e mantém um viveiro com 25 mil mudas de vegetação nativa, onde são realizadas pesquisas com foco em espécies ameaçadas da mata atlântica e cerrado. O Jardim Botânico Inhotim já registrou 22 espécies na plataforma.

Em setembro de 2012, a Rede Brasileira de Jardins Botânicos vai apresentar ao Centro Nacional de Conservação da Flora um panorama geral da ferramenta. Desde fevereiro deste ano, a RBJB trabalha junto ao Ministério do Meio Ambiente na proposta de adequação e alteração da Resolução Conama 339, que rege os jardins botânicos. Atualmente, o Sistema Nacional de Jardins Botânicos conta apenas com 22 jardins, mas estima-se um conjunto muito maior de instituições públicas e privadas que se responsabilizam pela conservação ex situ dos recursos da flora nacional.

Sistema Nacional

O Sistema Nacional de Conservação Ex Situ da flora (SNCEs) começa a ser construído a partir das contribuições destas instituições, para obter um cadastro nacional das ações para a conservação, bancos de recursos genéticos e coleções científicas. Será criado também um Repositório de Dados, com proposta de integração aberta e livre para a informação do status das coleções; e a construção de um modelo de auditoria destas informações.

A Rede desenvolverá ainda um projeto nacional nos moldes do “Programa de coleta, conservação ex situ e propagação de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção", do Instituto Inhotim. O sistema vai fomentar as expedições de resgate da flora, planejadas conforme a demanda e o acesso aos processos de licenciamento. Os participantes serão responsáveis pela destinação adequada e o compartilhamento do acervo e recuperação de áreas.

Responsabilidade brasileira

O Brasil é um país de destaque na Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB). O secretário executivo da Convenção, indicado pelo secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, é um brasileiro. Bráulio de Souza Dias esteve recentemente em Belo Horizonte para participar do Congresso Mundial do Iclei (International Council for Local Environmental Initiatives, e mostrou sua grande preocupação com as metas."Nos objetivos que estabelecemos para 2012, falhamos gravemente. E agora simplesmente não temos como pagar o preço de uma nova falha", defendeu.

Dias fundamenta seu alerta em dados alarmantes. Em 2011, a secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, que era coordenada por ele, divulgou um relatório apontando que o objetivo de redução da taxa de perda de biodiversidade não foi atingido em nível global e que nenhuma das 21 submetas globais foi completamente atingida, alcançando no máximo 50% de cumprimento dos objetivos em algumas submetas.


Brasil é responsável pela proteção de quase 75% de toda a área conservada em áreas protegidas estabelecidas no mundo desde 2003

No Brasil, embora os avanços obtidos no alcance das metas nacionais de biodiversidade não tenham sido homogêneos, duas das 51 metas foram completamente atingidas: a publicação de listas e catálogos das espécies brasileiras (meta 1.1) e a redução de 25% do número de focos de calor em cada bioma (meta 4.2). Além disso, quatro outras metas alcançaram 75% de cumprimento: conservação de pelo menos 30% do bioma Amazônia e 10% dos demais biomas (meta 2.1); aumento nos investimentos em estudos e pesquisas para o uso sustentável da biodiversidade (meta 3.11); aumento no número de patentes geradas a partir de componentes da biodiversidade (meta 3.12); e redução em 75% na taxa de desmatamento na Amazônia (meta 4.1).

De acordo com o relatório, o Brasil é o responsável pela proteção de quase 75% de toda a área conservada em áreas protegidas estabelecidas no mundo desde 2003. “O país precisa aumentar significativamente seus esforços relacionados à biodiversidade, particularmente no que tange aos temas das metas nacionais onde os avanços obtidos nos últimos dez anos foram modestos”, conclui o documento.

O protocolo assinado em Nagoya em 2010, que pede a ampliação das áreas de conservação da biodiversidade em terra para 17% da superfície planetária, recebeu adesão de 70 países, mas ainda depende da ratificação de pelo menos 50. Apenas cinco - México, Ruanda, Ilhas Seicheles, Gabão e Jordânia – já concluíram o processo.

O governo brasileiro já enviou ao Congresso a mensagem de ratificação, que também foi recomendada por legisladores de 85 países durante a Rio+20. Este é um dos desafios para a liderança brasileira na ONU.

Natureza e Arte se unem em Inhotim - Maior Museu Aberto de Arte Contemporânea do Mundo





Um dos mais instigantes museus de arte contemporânea do mundo, onde arte, botânica e ambiente se fundem em galpões e áreas verdes. No município de Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, o museu tem como premissa a permanente renovação.  

Inhotim caracteriza-se por oferecer um grande conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um Jardim Botânico, de rara beleza. O paisagismo teve a influência inicial de Roberto Burle Marx (1909-1994) e em toda a área são encontradas espécies vegetais raras, dispostas de forma estética, em terreno que conta com cinco lagos e reserva de mata preservada. 

O Instituto Inhotim, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, além desses espaços de fruição estética e de entretenimento - que lhe garantem um lugar singular entre outras instituições do gênero - desenvolve também pesquisas na área ambiental, ações educativas e um significativo programa de inclusão e cidadania para a população do seu entorno. 

Inhotim é um dos mais instigantes museus contemporâneos do mundo, onde convivem arte e natureza

A arte convive com a natureza, ocupando uma área de 97 hectares de jardins, com extensa coleção botânica de espécies tropicais raras e um acervo artístico de relevância internacional.


São cerca de 500 obras de mais de cem artistas, com foco na arte produzida internacionalmente nos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo parque botânico.


Atualmente, são cultivadas no Jardim Botânico do Inhotim mais de 3 mil espécies de plantas. A área total do parque ambiental do Inhotim está distribuída em seus dois principais acervos: reserva natural, com 600 hectares de mata nativa conservada, e o Parque Tropical, com 97 hectares de jardins de coleções botânicas e cinco lagos ornamentais que somam 3,5 hectares de área.

Os espaços expositivos são divididos entre 11 galerias dedicadas a obras permanentes, outras quatro para temporárias e diversas obras de arte espalhadas por seus imensos jardins. A cada dois anos, uma nova mostra temporária é apresentada, com o intuito de divulgar as novas aquisições e criar novas reinterpretações da coleção.


Muitos desses projetos foram desenvolvidos dentro do conceito de site-specific. Os artistas projetaram as obras se apropriando das possibilidades oferecidas pelo lugar escolhido para a montagem, como o topo de uma montanha, uma mata fechada, entre eucaliptos ou atrás de um grande lago, numa proposta curatorial inovadora.

Segundo o diretor artístico do Instituto Inhotim e um dos curadores da instituição, Jochen Volz, “a ideia de destino é a própria síntese desse lugar. Afinal, o Inhotim não é uma instituição na qual se passa. Inhotim é sempre um destino”.


Museu de Inhotim tem obras que mexem com os cinco sentidos



As obras interativas de Inhotim só estão completas quando o visitante deixa de ser apenas espectador. Em meio à arte e às belezas naturais, museu atrai visitantes de todo o mundo.


A paisagem já é uma obra de arte em Inhotim, o maior museu de obras contemporâneas do mundo, localizado em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. A natureza envolve o museu em um milhão de metros quadrados e, entre a vegetação, surgem as peças de museu que não são só para olhar.

A arte de Inhotim mexe com todos os sentidos. As obras que emitem sons, provocam visões, sensações, cheiros e aguçam até o paladar, atraem visitantes do mundo inteiro . Em uma das obras, o reflexo no vidro distorce a imagem e o visitante se diverte até com o que não gostaria de ver.

Entre as palmeiras, imensas galerias de arte guardam outras surpresas. Uma das obras fica em uma sala com 40 caixas de som. Cada uma delas emite a voz do integrante de um coral. Em cada canto da galeria, é possível ter uma sensação diferente e, no meio da sala, a oportunidade de perceber o conjunto das vozes e apreciar. São as vozes do coral de uma catedral inglesa, cantando música do século XVI.


No alto da colina, uma construção de concreto e vidro guarda o “som da Terra". Em um buraco, com 202 metros de profundidade, estão seis microfones de cristal, que registram os sons do subsolo. “Tem dias em que ele está bastante forte, alto. Tem dia em que ele está tranquilo”, conta uma guia local.




Em outra sala vazia, apesar do eco, a experiência não é do som, mas do olhar. Com uma ilusão de ótica, o visitante tenta ultrapassar uma parede de vidro, que na verdade não existe. Bastou uma iluminação diferente e uma moldura branca em diagonal para criar o efeito.

E tem mais sensações para serem experimentadas em Inhotim: música, projeção, brincadeiras numa sala de espumas ou de balões e descanso em redes. “Quando a gente passa em Inhotim e entra nessas diferentes galerias, o que vemos é a possibilidade de uma infinidade de obras que, num primeiro momento, são impensadas como formas artísticas”, diz a curadora de arte e educação do Museu, Janaína Melo.Viveiro Educador

O Viveiro Educador Inhotim abrange uma área de aproximadamente 25.000 m², voltada para a manutenção do acervo botânico, pesquisa científica, conservação e educação ambiental. Hoje esse acervo conta com mais de 4.800 espécies, distribuídas em 167 famílias botânicas, dentre as quais se destacam arecaceae (família das palmeiras), araceae (imbés, antúrios, copo-de-leite) e orchidaceae (orquídeas) Uma seleta porção dessa coleção está representada nos jardins do Viveiro Educador.


Por que Viveiro Educador?

O conceito desse espaço vai além do cultivo de espécies botânicas e pesquisa científica.

No Viveiro Educador, a informação e a prática contribuem para a construção do conhecimento, sensibilização ambiental e popularização da ciência, de forma lúdica e interativa.

O caminho, entre espécies de plantas do mundo todo, permite ao visitante o contato com experiências diferenciadas que envolvem o reino vegetal, seus diferentes grupos e formas variadas.



No Viveiro Educador podem ser observadas extravagantes plantas carnívoras, diversas espécies de orquídeas, plantas medicinais e aromáticas, plantas aquáticas de exótica beleza, palmeiras de várias partes do mundo e uma diversidade espetacular de aráceas, como a excêntrica flor-cadáver (Amorphophalus titanum). Os jardins são desenhados por representantes selecionados do acervo botânico, que formam um conjunto heterogêneo, de elevada riqueza vegetal e de interesse científico, educativo ou conservacionista. 

Uma interessante coleção de plantas jurássicas exemplifica os grupos que dominavam a Terra no período Jurássico, compreendido aproximadamente entre 206 a 144 milhões de anos. Grupos de plantas que coexistiam com os dinossauros são representados pelas cicas, ginkgos, coníferas e samambaias, encontrados nesse jardim. Destaca-se ainda na coleção disposta paisagisticamente na área aberta do Viveiro Educador, espécies como a árvore-mastro (Polyalthia longifolia), nativa da Índia; a sumaúma (Ceiba pentandra), árvore típica da Amazônia; a oliveira (Olea europaea); a teca da índia (Tectona grandis) e diversas palmeiras, como a espetacular Tahinia spectabilis.



Conversa e reflexão a partir de plantas de diversas partes do mundo em um espaço destinado à manutenção do acervo botânico, pesquisa científica, conservação e educação ambiental.






Ainda que o paisagismo no Inhotim não possa ser enquadrado em um estilo único, alguns princípios podem ser observados. A preferência pelo uso de grandes maciços ou manchas de espécies é um dos princípios, que tira vantagem do efeito causado pelo agrupamento.

A surpresa como linguagem paisagística também é bastante utilizada, com curvas ou passagens que, subitamente, desfraldam novas perspectivas. Outro princípio é a busca permanente pela ampliação por vocabulário paisagístico, seja pela aquisição de novas espécies que possam ser usadas com sucesso no paisagismo, seja no uso de material que possa ser incorporado na concepção de jardins.

Hoje, a introdução de espécies pouco conhecidas nos jardins é também uma prioridade, visando à apresentação de espécies que, apesar da rara beleza, quase não são usadas em projetos paisagísticos. Desta forma, ainda que o paisagismo obedeça claramente a padrões estéticos, a variedade de espécies pode ser usada pela equipe de educação ambiental do Inhotim para sensibilizar os visitantes a respeito da importância da biodiversidade.


Depoimento de Marilia Gabriela sobre o Inhotim

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