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domingo, 4 de setembro de 2011

Mergulhadores 'treinam' tubarões para devorar peixe tóxico no Caribe

Peixe-leão virou praga no mar do Caribe.
Tubarões não tiveram problema para digeri-lo.

Antonio Busiello flagrou um grupo de tubarões se alimentando do peixe que tem um poderoso veneno. Mergulhadores ensinaram tubarões a caçar peixes-leão. Espécie venenosa originária dos oceanos Índico e Pacífico, o peixe-leão foi introduzido no mar do Caribe nos anos 1990 e tem provocado danos ao ecossistema, já que não possui predadores naturais na região. Seu veneno - geralmente - não mata humanos, mas é extremamente doloroso

O peixe-leão é uma espécie invasiva e ameaça o ecossistema do Caribe. Seu veneno - geralmente - não mata humanos, mas é extremamente doloroso  Foto: Barcroft Media/Getty Images

O fotógrafo ítalo-americano diz que se surpreendeu ao descobrir que moradores da região ensinam os a espécie invasiva e ameaça o ecossistema do Caribe. 

Após algumas mordidas, os tubarões começam a ficar frenéticos em busca de mais presas  Foto: Barcroft Media/Getty Images

Tubarão devora peixe-leão na ilha Roatan, em Honduras  Foto: Barcroft Media/Getty Images

O fotógrafo Antonio Busiello flagrou um grupo de tubarões se alimentando do peixe que tem um poderoso veneno  Foto: Barcroft Media/Getty Images

O fotógrafo ítalo-americano diz que se surpreendeu ao descobrir que moradores da região ensinam os tubarões a caçar o peixe-leão  Foto: Barcroft Media/Getty Images

Após algumas mordidas, os tubarões começam a ficar frenéticos em busca de mais presas.
Busiello, de 38 anos, que mora em Los Angeles, passou três meses perto de Roatan Island, cerca de 50 quilômetros da costa de Honduras,  registrando os tubarões-cinzento-dos-recifes caçando os peixes-leão. E os tubarões não tiveram nenhum problema para digerir os peixes tóxicos.

Pesquisadores registram reunião de mais de 400 tubarões-baleia



Um cardume de 420 tubarões-baleia avistado na península de Yucatán, no sudeste do México, é a maior concentração da espécie já registrada, de acordo com um estudo. Os tubarões-baleia são os maiores e mais pesados peixes do mundo - podem chegar a 19 m de comprimento - e geralmente viajam sozinhos em busca de plânctons e pequenas presas, com as quais se alimentam.


No entanto, um número impressionante destes animais foi visto na costa leste de Yucatán, alimentando-se de ovos recém-colocados do peixe Bonito Pintado, abundante na região. "Ver um grupo tão grande em um só lugar foi fenomenal - chegamos ao ponto em que não era possível navegar o barco pela água sem se preocupar com os peixes. Foi impressionante", disse Mike Maslanka, chefe do Departamento de Ciências da Nutrição do Instituto de Conservação Biológica Smithsonian, nos Estados Unidos, e co-autor do estudo.

Os tubarões foram capturados em imagens aéreas e se espalhavam, em elipse, por uma área de 18 km². Mergulhadores também fotografaram os animais de perto, enquanto eles se alimentavam. "Você não percebe quão grandes eles são até nadar ao lado deles", disse Maslanka. Segundo o estudo, a reunião pode mostrar uma mudança nos hábitos dos animais, que costumam aparecer em menor número ao norte da península, onde a água tem mais plâncton.


A pesquisa, divulgada na publicação científica PLoS One, reuniu organizações conservacionistas do México e dos Estados Unidos. A União Internacional pela Conservação da Natureza classificou o tubarão-baleia como espécie "vulnerável", em 2010.

Projeto Tubarão Baleia (Brasil)

Elefantes asiáticos se relacionam em extensa e estável rede social de amigos, mostra pesquisa

LEALDADE

 Elefantes asiáticos (Elephas maximus) geralmente vivem em pequenos e flexíveis grupos sociais em função das fêmeas, enquanto os machos adultos vagam independentemente. No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista "BMC Ecology" mostra que, apesar de esses animais no Sri Lanka poderem mudar suas associações sociais de um dia para o outro, eles mantêm uma grande e estável rede de amigos a partir da qual escolhem seus companheiros.

Os pesquisadores mapearam as relações entre mais de cem fêmeas adultas de elefantes asiáticos no Parque Nacional Uda Walawe, no Sri Lanka, por cinco estações e analisaram como esses relacionamento mudaram com o tempo. Enquanto os elefantes tendiam a se reunir em grupos contendo três fêmeas adultas, era possível que houvesse até 17 num único grupo. Estratégias sociais também variavam, com alguns elefantes sempre sendo vistos juntos, enquanto outros frequentemente mudavam os companheiros.


Surpreendentemente, 16% variaram suas cinco companhias mais próxima ao longo do estudo. Elefantes que tinham poucos amigos eram muito fieis, enquanto aqueles que tinham muitos tendiam a ser menos leais.

Uma análise das redes de amigos dos elefantes mostrou que os asiáticos tendiam a também se associarem com conjuntos maiores de companheiros, especialmente nas estações secas. Os laços sociais eram especialmente fortes quando os recursos eram escassos, chegando ao ponto de expulsarem elefantes desconhecido das fontes de água.

Isso pode acontecer, em parte, em função da ecologia de seu ambiente, porque outros elefantes, que vivem em áreas mais secas, congregam em maior número nas estações úmidas. Anteriormente, foi pensado que, ao contrário do elefante africano de savana, elefantes asiáticos não tinham extensas afiliações sociais, mas, a nível populacional, extensos aglomerados de grupos interligados foram descobertos.

Shermin de Silva, da Universidade da Pensilvânia, destacou que os elefantes são capazes de fazer companhia ao longo de grandes distâncias chamando uns aos outros e usando o olfato.

- Assim, o grupo de elefantes que se vê em um determinado momento é muitas vezes apenas um fragmento de um grupo social muito maior. Nosso trabalho mostra que eles são capazes de reconhecer os seus amigos e renovar esses laços, mesmo depois de ficarem separados por um longo tempo - explicou.



globo.com/ciência

Países africanos criam a maior área protegida do mundo



Cinco países da África Austral assinaram esta quinta-feira (18) em Luanda um tratado criando uma ampla zona protegida, de tamanho correspondente à metade da França, nas bacias dos rios Zambeze e Okavango, que tem por vocação se transformar em um paraíso do ecoturismo.

Foto: Vista parcial das cataratas Vitória, uma das três maiores do mundo, na cidade de Victoria Falls, no Zimbábue . A área protegida de Okavango-Zambeze, situada entre os territórios de Angola, Botsuana, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, permitirá a ligação entre catorze parques nacionais e reservas naturais entre estes países e incluirá as cataratas Vitória e o delta do Okavango.


“É a maior zona protegida com vocação turística do mundo”, afirmaram seus promotores, durante a assinatura do tratato, à margem de uma cúpula da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), em Luanda.

O projeto tem por objetivo a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, o estímulo ao ecoturismo e o compartilhamento dos recursos da região.
A região é rica em espécies raras, especialmente leopardos, cães selvagens africanos, rinocerontes e antílopes negros. Também é habitada por cerca de 250 mil elefantes.


Fonte: Folha

África do Sul estuda tirar chifres de rinocerontes para frear caça

Os caçadores querem os chifres dos rinocerontes para vender na Ásia

A África do Sul está estudando a possibilidade de tirar os chifres dos rinocerontes do país como medida para combater a caça furtiva. Somente neste ano, 279 já foram mortos.

Em declarações na edição on-line do jornal sul-africano "Times Live", a ministra do Meio Ambiente da África do Sul, Edna Molewa, informou que o governo consultará veterinários e especialistas antes de tomar qualquer decisão a respeito.

A ministra anunciou ainda que o Executivo, chefiado por Jacob Zuma, também considera estabelecer uma moratória para as licenças de caça de rinocerontes --passaram de 129 em 2010 para 143 em 2011-- para preservar a população dos animais do país.


"As autoridades de conservação das províncias emitem permissões para a caça esportiva, mas o desafio é conter o abuso que indivíduos sem escrúpulos cometem", afirmou Molewa. "Esta situação e a caça furtiva poderiam ameaçar a sobrevivência dos rinocerontes em seu entorno no futuro."

Ela afirmou que a moratória, que não deve ser aprovada neste ano, poderia afetar o turismo de caça esportiva no país.

Segundo números oficiais, 2.200 rinocerontes negros e 18.800 brancos vivem na África do Sul.

O rinoceronte é uma espécie singular africana que está ameaçada pelo grande valor que seu chifre possui no mercado negro, já que é usado no Oriente Médio para fabricar cabos de adagas e na medicina tradicional em grande parte da Ásia.

Rinoceronte-Branco Sobrevive a Ataque de Caçadores na África do Sul

Os rinocerontes-brancos da África do Sul se tornaram alvo fácil para caçadores em busca de seus chifres, muito valiosos no mercado negro asiático. Nesta semana, três dos seis animais da espécie que viviam na reserva Aquila Game, a 180 km da Cidade do Cabo, foram vítimas do ataque do bando de caçadores ilegais.
O animal na foto acima foi dopado antes de ter seu primeiro chifre removido pelos bandidos. Ele está gravimente ferido, mas foi encontrado com vida.

Transformado em pó, o chifre desse animal é considerado um milagroso remédio para diversos males, da impotência ao câncer. Mesmo sem qualquer comprovação científica sobre seus atribuídos poderes medicinais, o pó de chifre de rinoceronte é mais vendido do que cocaína em diversos pontos da Ásia.

Como a caçada aos rinocerontes-negros asiáticos tem sido bastante vigiada, os criminosos encontraram nas reservas privadas sul-africanas uma alternativa mais fácil para conseguir sua presa.
Neste ano, 275 rinocerontes-brancos africanos morreram, vítimas de caçadores ilegais em busca de seus chifres. Em 2007, o total de animais mortos no país por criminosos foi 13.

O alvo dos caçadores eram os chifres do bicho usados na medicina chinesa

Para conseguirem serrar o chifre do rinoceronte, os caçadores sedaram o animal e começaram a cortar o chifre menor. Eles foram vistos por funcionários da reserva e fugiram

A situação dos animais na África do Sul é alarmante, sendo os machos os alvos preferidos dos caçadores envolvidos com o mercado negro de chifres de rinocerontes.
O chifre de rinoceronte é usado na medicina tradicional asiática para tratamentos de combate ao câncer, sendo mais vendido até do que drogas como a cocaína, apesar de não ter nenhum valor medicinal comprovado

Somente neste ano, 275 rinocerontes brancos foram assassinados, 13 a mais que o mesmo período do ano passado, somente em reservas privadas – que detém cerca de um quarto dos rinocerontes do país

ONU alerta para destruição de bases da vida no planeta. "O verdadeiro sentido das coisas"


O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, afirmou que os seres humanos estão destruindo "as bases que sustentam a vida na Terra".

Achim afirmou ainda que lideranças políticas ao redor do mundo parecem não compreender a importância de lidar com questões relacionadas à biodiversidade do planeta.
"Este é o único planeta no universo em que se sabe que existe este tipo de vida", afirmou ele.

"Apenas isso nos daria o que pensar. Mas além disso, estamos destruindo as fundações que sustentam a vida neste planeta. E ainda assim, quando nos encontramos nestes fóruns intergovernamentais, a sociedade tem dificuldades de entender o que estamos fazendo aqui, e por que isso importa".

A ONU estima que a perda da biodiversidade custe ao mundo entre US$ 2 trilhões (R$ 3,2 trilhões) e US$ 5 trilhões (R$ 8 trilhões) por ano, principalmente nas partes mais pobres.

“(O monge budista) Teitaro Suzuki disse que ‘o problema da natureza é um problema da vida humana’. Hoje, infelizmente, a vida humana é um problema para a natureza”, disse secretário-executivo da Secretaria da Convenção da Biodiversidade, Ahmed Djoghlaf.

“Temos de ter coragem de olhar nos olhos das nossas crianças e admitir que nós falhamos, individualmente e coletivamente, no cumprimento das metas prometidas. 

O ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto, lembrou que a perda da biodiversidade pode chegar a um ponto irreversível se não for freada a tempo.

“Toda a vida na Terra existe graças aos benefícios da biodiversidade, na forma de terra fértil e água e ar limpos. Mas estamos agora próximos de perder o controle se não fizemos grandes esforços para conservar a biodiversidade”, disse.

Sinais de esperança...

Jane Smart, chefe do programa de espécies da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), disse que, apesar do problema ser grande e complexo, existem alguns sinais de esperança.

“A boa notícia é que quando nós promovemos a conservação, ela realmente funciona; gradativamente estamos descobrindo o que fazer, e quando nós fazemos, as coisas dão muito certo”, disse a pesquisadora."

“Precisamos fazer muito mais para conservar, como proteger áreas, particularmente o mar. Temos de salvar vastas áreas do oceano e cardumes de peixes. Isso não significa que devemos parar de comer peixes, mas comer de uma forma sustentável”, afirmou Jane.

O Brasil também participa e vai pressionar países ricos para obter recursos em torno de US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) por ano para preservação ambiental, além de exigir metas globais mais específicas contra a perda da biodiversidade, como a exemplo do seu comportamento face ao desmatamento acelerado da Amazônia e o imbróglio das diretrizes a serem firmadas no futuro código florestal...

Outro ponto defendido pela comissão brasileira é a cobrança de royalties pelo uso de recursos vegetais e animais. A ideia é que empresas que utilizam matérias-primas provenientes de nações em desenvolvimento repassem uma parte do dinheiro às comunidades locais.

"O VERDADEIRO SENTIDO DAS COISAS".

Tigre-da-Tasmânia, caçado até a extinção, não era ameaça, diz estudo


Caçadores recebiam recompensa do governo para matar os tigres-da-tasmânia

O tigre-da tasmânia (Thylacinus cynocephalus), animal caçado até a extinção na Austrália graças à sua fama de devorador de ovelhas, não era uma ameaça para os fazendeiros, segundo um estudo publicado no Journal of Zoology.

De acordo com pesquisadores da Universidade de New South Wales, em Sydney, o animal, também conhecido como lobo-da-tasmânia ou lobo marsupial, tinha mandíbulas fracas e suas presas precisariam de ter o tamanho de um esquilo.

"Nossa pesquisa mostra que sua mandíbula fraca permitia apenas que ele atacasse presas menores e mais ágeis", disse Marie Attard, que liderou o estudo

."Esta é uma característica incomum em grandes predadores, considerando que eles pesavam cerca de 30 quilos e tinham uma dieta carnívora. Quanto à suposta habilidade (dos tigres-da-tasmânia) de comer ovelhas, nossas descobertas indicam que essa reputação é, no mínimo, exagerada."

As áreas vermelhas e brancas indicam fraqueza

Além de sugerir que a caça aos tigres-da-tasmânia, incentivada e premiada por governos locais, não era justificada, a pesquisa também concluiu que a dieta do animal contribuiu para seu desaparecimento.

"Eles precisavam caçar muitos animais pequenos para sobreviver, logo pequenas alterações no ecossistema, como as causadas pela chegada de colonos europeus, teriam reduzido suas chances de sobrevivência", explica Attard.

Os tigres-da-tasmânia habitaram várias áreas da Austrália e da Nova Guiné, mas no fim do século 19 só podiam ser encontrados na Tasmânia.

O último espécime, chamado Ben, morreu em 1936 no zoológico de Hobart.

Testes computadorizados

Os cientistas da Universidade de New South Wales usaram avançadas técnicas de computação para simular diversos comportamentos predatórios e analisar o crânio do tigre-da-tasmânia.

O último espécime morreu em 1936 no zoológico de Hobart

"Nós escaneamos o crânio e aí aplicamos o mesmo programa normalmente utilizado em engenharia para calcular a pressão sobre estruturas construídas pelo homem, como pontes e asas de aeronaves", diz Stephen Wroe, que também participou da pesquisa.

O teste revelou que as mandíbulas do animal eram simplesmente fracas demais para abater uma ovelha adulta.

"Se um grande carnívoro, como um tigre por exemplo, quer matar uma presa grande, ele tem que prender seu pescoço e sufocá-la. O tigre-da-tasmânia não seria capaz disso."

Os pesquisadores também explicaram que os dentes do animal não eram feitos para triturar ossos.

"Ele ganhou uma reputação muito ruim na sua época, acusado de ser um cruel e devastador assassino de ovelhas", diz Attard.

Quando a iminente extinção da espécie ficou clara, o tigre-da-tasmânia recebeu proteção oficial do governo da ilha, mas já era tarde demais.

"Isso só aconteceu dois meses antes do último espécime conhecido morrer no zoológico de Hobart."

Incêndio em mata experimental prejudica 15 pesquisas da USP


"O incêndio, ocorrido em Ribeirão Preto, acabou com 60% do banco genético, que tem um total de 3.375 árvores"

Uma área de 27 hectares do maior banco genético de floresta mesófila semidecidual do país, a mata atlântica do interior, foi destruída por um incêndio na semana passada. Ao menos 15 pesquisas da USP foram prejudicadas.

O incêndio, ocorrido em Ribeirão Preto, acabou com 60% do banco genético, que tem um total de 3.375 árvores.

Suspeita-se que algumas das atingidas eram os últimos exemplares de sua espécie, já que elas são raras na região.

"Era uma coleção de espécies nativas coletadas em mais de 400 remanescentes de mata", diz Elenice Mouro Varanda, coordenadora do Ceeflor (Centro de Estudos e Extensão Florestal) da USP em Ribeirão Preto.

"A perda é inestimável", avalia Paulo Kageyama, do Departamento de Ciências Florestais da Esalq/USP. Segundo ele, as espécies foram recolhidas em áreas que hoje não têm mais mata, devido ao avanço da agricultura.

Silva Junior/Folhapress

O incêndio, ocorrido em Ribeirão Preto, acabou com 60% do banco genético, que tem um total de 3.375 árvores

Ao longo de 13 anos, foram coletadas 45 espécies de árvores, entre elas ipês, jequitibás, jacarandás, jenipapos e jatobás, cada uma delas com 75 exemplares.

Ao contrário de outros bancos de floresta, as espécies plantadas na USP seguiam um modelo matemático para que as árvores de uma mesma espécie ficassem a 30 metros de distância uma da outra, para evitar a polinização cruzada e manter a variabilidade genética.

As sementes e mudas produzidas ali eram enviadas a áreas de reflorestamento.

"Quando a gente entende a evolução do ecossistema recém-plantado podemos agir para acelerar outros processos de restauração florestal", diz José Ricardo Barosela, doutorando da USP.

A pesquisa de Barosela e outras 14 que estavam em andamento terão de ser refeitas ou concluídas sem os dados vindos do banco genético.

Segundo Varanda, será preciso esperar as chuvas e a recuperação natural das árvores para saber quais foram totalmente queimadas pelo fogo e quais vão rebrotar. "Só depois vamos contabilizar os danos causados."

As espécies replantadas levarão ao menos dez anos para atingir a maturidade.

Além da perda no banco genético, mais 6 hectares reflorestados foram atingidos.

Mosquito imune à dengue elimina rivais na Austrália

Pela primeira vez na história, pesquisadores conseguiram transformar uma população selvagem de insetos de modo a reduzir sua capacidade de transmitir doenças.

O feito aconteceu justamente com um dos maiores problemas de saúde pública do planeta: o mosquito transmissor da dengue.

A equipe de pesquisadores na Austrália, que contou com a participação de um cientista brasileiro, precisou de cem dias para substituir quase todos os mosquitos transmissores da doença em duas localidades por outros incapazes de carregar a dengue.

Em dois artigos na edição de hoje da revista científica "Nature", o grupo mostra como conseguiu bloquear a transmissão do vírus ao infectar os mosquitos com a wMel, uma variante da bactéria Wolbachia.

"Muitos estudos parariam por aí. Mas os pesquisadores deram o próximo e surpreendente passo de tentar a liberação de mosquitos infectados com a Wolbachia no campo, e o fizeram no seu próprio quintal", comentou, em artigo na mesma edição da revista, o pesquisador Jason L. Rasgon, da Universidade Johns Hopkins (EUA).

O primeiro artigo, que teve a participação de Luciano Andrade Moreira, do Centro de Pesquisas René Rachou, da Fiocruz de Minas, trata mais da caracterização da cepa da bactéria. Foi a nossa segunda investida em colocar a bactéria no mosquito, disse o cientista brasileiro à Folha.

As moscas-das-frutas têm a mesma cepa no mundo inteiro, diz Moreira, cuja parte no estudo era checar se a saliva do mosquito continha ou não o vírus da dengue, e se a bactéria conseguia bloquear a infecção. Mostramos que bloqueou, diz ele.

REVOADA

O estudo já durava vários anos e culminou com a liberação de quase 300 mil mosquitos contendo a cepa wMel em duas pequenas localidades de Queensland, nordeste da Austrália.

Yorkeys Knob, com apenas 614 casas, e Gordonvale, com 668 residências, receberam os novos moradores alados. Foram feitos cinco lançamentos de mosquitos a cada dez dias nesses lugarejos.

Os resultados foram espetaculares. Em Yorkeys Knob os mosquitos com a bactéria substituíram os locais em quase 100%. Em Gordonvale, passaram a ser mais de 80% da população do inseto.

Os mosquitos "vacinados" se reproduziram mais porque a Wolbachia usa um truque sujo para se espalhar. Machos infectados que cruzarem com fêmeas sem a bactéria geram filhotes que morrem ainda na fase embrionária.

Já as fêmeas com a Wolbachia se reproduzem sem problemas tanto com machos infectados quanto com os não infectados. Como a bactéria é transmitida da mãe para os filhotes, a combinação de fatores favorece os infectados.

Moreira ressalta que essa dinâmica foi levada em conta a cada passo dado pelos cientistas. "Houve uma criteriosa análise de risco, envolvendo revisores externos, que durou dois anos", conta.

O próximo passo é checar, na estação chuvosa, se o efeito da substituição de mosquitos permaneceu constante.

Estão sendo planejadas liberações semelhantes no Vietnã, na Tailândia e na Indonésia; o Brasil também pode ser incluído em um estudo futuro. "Estamos em negociações preliminares com o Ministério da Saúde", afirma o pesquisador brasileiro.

Para ministros, desmate na Amazônia interfere no debate do Código

A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmou que os dados divulgados nesta sexta-feira sobre a região amazônica --onde apenas 5% da área desmatada são ocupadas pela agricultura-- devem desencorajar aqueles que defendem a redução da reserva legal no texto do Código Florestal, em tramitação no Senado.

"Esse dado é absolutamente importante para o debate que tem hoje sobre o código florestal. (...) Quem discute que você tem que desmatar para ter uma agricultura na Amazônia está com a visão equivocada pelos dados. Nós temos que ter políticas para dar eficiência, aumentar a produtividade da pecuária e dirigir essas terras que já estão destinadas para a pecuária com baixo uso para a produção agrícola", afirmou a ministra.

De acordo com estudo realizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), 62,2% dos quase 720 milhões km² de áreas desmatadas na Amazônia foram ocupadas por pastagens. Somente 5% desse total (34,9 milhões) é utilizado para a atividade da agricultura.

O texto do código florestal aprovado na câmara propõe, entre outras mudanças, a isenção de reserva legal (proporção de uma fazenda que não pode ser desmatada) para pequenas propriedades, de até 400 hectares.

"Nós vamos pesquisar cada vez mais para podermos fundamentar políticas com dados sólidos e acabar com aquilo que eu chamo de 'achismo ambiental'", afirmou Teixeira.

O ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) adotou discurso semelhante. "O Brasil não tem porque flexibilizar o desmatamento. Não há nenhuma necessidade de desmatar, nós já temos área suficiente pra aumentar muito a produção agrícola e pecuária", afirmou.


FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Às Estrelas


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