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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Contador de Árvores da Mata Atlântica volta a funcionar no Rio


Um dos biomas mais devastados do País, 92% já foi perdido, a Mata Atlântica, ganhará novamente o acompanhamento da recuperação no Rio de Janeiro. O estado irá reativar o Contador de Árvores da Mata Atlântica, sistema de acompanhamento dos programas de reflorestamento do Estado do Rio em tempo real, desativado há dois anos.

O Contador, coodernado pelo Instituto Terra de Preservação Ambiental, deve ser retomado ainda este ano. Iniciado em 2008, a ideia do Contador era não somente contabilizar o reflorestamento, como estimular o plantio de novas espécies.


O projeto inicial previa o reflorestamento do bioma por meio do plantio de 20 milhões de árvores até 2010. No entanto, o contador parou de girar em setembro deste mesmo ano, tendo atingindo apenas 3.389.560 árvores plantadas.

Há um mês, a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou novos dados sombrios sobre a Mata Atlântica. Em todo o país, restam apenas 7,9% da cobertura de vegetação no bioma. Somente em Minas Gerais foram desmatados 6.339 hectares entre maio de 2010 e maio de 2011. No entanto, o Rio de Janeiro foi um dos estados que devastou menos o bioma no período, com apenas 92 hectares desmatados.

O bioma perdeu 311 quilômetros quadrados de floresta em dois anos

Quando o Padre Anchieta assinou, há exatos 451 anos, a "Carta de São Vicente", onde descrevia a biodiversidade das florestas tropicais da Mata Atlântica, ele dificilmente imaginava o quanto a devastação se faria presente no bioma com o passar do tempo. Esta sexta-feira, 27 de maio, marca o Dia Nacional da Mata Atlântica, mas a data inspira mais motivos para alerta do que comemoração.

Segundo dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, o bioma perdeu 311 quilômetros quadrados de floresta em dois anos, uma área maior que 30 mil campos de futebol. Os números referentes ao documento foram divulgados na quinta-feira (26) pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).


O atlas avaliou a situação de remanescentes da vegetação original em 16 estados que fazem parte do bioma: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Só o Piauí ficou de fora, por causa da indefinição das formações florestais naturais no estado.

Entre 2008 e 2010, a maior parte do desmatamento na Mata Atlântica foi registrado em Minas Gerais. No estado, foram derrubados 124 quilômetros quadrados de vegetação nativa. Bahia e Santa Catarina aparecem em seguida, com 77 quilômetros quadrados e 37 quilômetros quadrados a menos de florestas no período.

Os dados do Inpe e da SOS Mata Atlântica mostram que em todos os estados houve queda no ritmo do desmate nos últimos anos. Na comparação com o período avaliado pelo levantamento anterior, de 2005 a 2008, houve queda de 55% no ritmo da derrubada. No entanto, de acordo com a diretora de gestão do conhecimento da ONG, Márcia Hirota, é preciso manter os esforços para conservação do bioma, que atualmente só tem 7,9% da área que ocupava originalmente.

“Quase acabamos com a Mata Atlântica, o que ainda existe precisa ser preservado a qualquer custo. É preciso ficar alerta, porque, apesar da queda, as ameaças ainda são grandes. Ainda observamos desmates para reflorestamento [com espécies não nativas], para pastagens e para transformação em carvão”, explicou Hirota à Agência Brasil.

O atlas também aponta os municípios que mais desmataram a Mata Atlântica no biênio 2008-2010. Quatro dos cinco primeiros municípios do ranking são mineiros: Ponto dos Volantes e Jequitinhonha, na região do Vale do Jequitinhonha, e Pedra Azul e Águas Vermelhas, no Norte do estado. Andaraí, na Bahia, completa o rol dos campeões de desmate.

“Nessa região, a mata foi derrubada para exploração de carvão, e agora as árvores estão sendo substituídas por eucaliptos”, denunciou Márcia Hirota.

O bioma

Uma das ecorregiões mais ricas do mundo em biodiversidade, a Mata Atlântica possui importância vital para 128 milhões de brasileiros espalhados por 17 estados, do Ceará ao Rio Grande do Sul. O bioma, cujas áreas naturais regulam o fluxo dos mananciais hídricos, asseguram a fertilidade do solo, controlam o equilíbrio climático e protegem as encostas.

A Semana Nacional da Mata Atlântica, que terminou na sexta-feira passada, foi criada para valorizar a ecorregião, considerada Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988. Em 21 de setembro de 1999, um decreto presidencial instituiu a data de 27 de maio como o Dia da Mata Atlântica.

O dia foi escolhido porque, em 27 de maio de 1560, o Padre Anchieta assinou a "Carta de São Vicente", onde descreveu a biodiversidade das florestas tropicais. Desde 2002, o evento é realizado em distintas cidades onde há ocorrência da Mata Atlântica - neste ano, Curitiba, capital do Paraná, abrigou as principais atividades.



Saiba mais do Contador de Árvores:

Em 2008, o governo do estado do Rio de Janeiro, por meio de sua Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), criou o projeto “Contador de Árvores da Mata Atlântica”. À época apenas um relógio digital instalado no Instituto de Pesquisas Jardim Botânico (JBRJ, que ainda abriga esta verdadeira escultura viva, feita com espécies originais do bioma), ele tinha a função de contabilizar as árvores nativas plantadas em todo o território Fluminense, pelos diferentes setores da sociedade, a partir do primeiro dia de 2007.

Em 2009, porém, o ITPA foi convidado a ser parceiro na iniciativa e ajudou a transformá-la em uma ferramenta de mobilização da sociedade para a importância do plantio e da manutenção das florestas de pé. Além de seqüestrar carbono, elas prestam uma série de serviços ambientais, como administração da água e a preservação da biodiversidade. A meta é chegar aos 24 milhões de árvores em 2016, data dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Uma das ações é o Dia do Clima (Dia C), realizado sempre em 21 de setembro, Dia da Árvore. Na ocasião, todos são convocados a plantar o maior número possível de mudas nativas em 24 horas.


Resultados

Um dos trabalhos efetuados pelo ITPA no âmbito do Contador, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e o Instituto BioAtlântica, foi o “Diagnóstico da Rede de Viveiros e Coletores de Sementes do Estado do RJ”, uma vez que não se sabia qual era o verdadeiro potencial e a forma como as mudas estavam sendo produzidas. Isto gerava muita insegurança, não apenas para o governo, mas também para as indústrias que possuem grandes metas de restauração. O mapeamento resultou em mais de 70 viveiros com capacidade de produzir até 10 milhões de árvores/ano e que empregam cerca de 400 pessoas. A análise é fundamental para que os projetos de restauração previstos nos próximos anos na região tenham qualidade e gerem trabalho e renda, característica básica da dupla: preservação da natureza/desenvolvimento econômico.

Projeto tenta recuperar o palmito da Mata Atlântica


Fundação Boticário promove semeadura de palmeira-juçara


Um helicóptero da Polícia Militar foi utilizado na ação

Duas toneladas e meia de sementes de palmeira-juçara (ou de palmiteiro-juçara) foram espalhadas em junho na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba-PR, de propriedade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

A iniciativa foi realizada em dois momentos, um pelo ar, com um helicóptero da Polícia Militar, que foi disponibilizado para a ação por meio de uma parceria entre a Fundação Grupo Boticário e o Batalhão da Polícia Ambiental do Paraná. No outro momento, um grupo de voluntários efetuou a semeadura por terra.

A ação de semeadura tem por objetivo contribuir para recuperar a população de palmeira-juçara (Euterpe edulis – Arecaceae) na Reserva. A região de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná, é área natural de ocorrência da espécie, mas, assim como ocorre em toda a Mata Atlântica, o extrativismo predatório da palmeira para venda do seu principal produto, o palmito, levou a espécie a ser praticamente dizimada e incluída na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente. Em 2011, foi realizado um estudo que confirmou a baixa densidade dessa planta também na área da Reserva Natural Salto Morato. “Por isso, a nossa intenção é recuperar parte do ecossistema da região, de acordo com o plano de manejo da Reserva”, explica o coordenador de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário, Gustavo Gatti.

Na ação por terra, as sementes foram semeadas por um grupo de aproximadamente 20 pessoas, das quais 14 foram voluntários. “Essa é uma iniciativa que também contribui para formar agentes multiplicadores em prol da causa da conservação”, diz Philipp Stumpe, analista de projetos ambientais da Fundação Grupo Boticário e responsável pela organização da ação de semeadura.

Sobre o lançamento aéreo, comandante do Batalhão da Polícia Ambiental, tenente coronel Chehade Elias Geha, afirma que é com muita satisfação que o Batalhão participa da ação como parceira da Fundação Grupo Boticário. “Durante muitos anos o homem vem degradando de forma acentuada o meio ambiente e hoje chegamos a um ponto em que a união de esforços para a preservação dos recursos naturais é fundamental para a manutenção de condições de vida saudáveis”, diz. Para ele, essa ação de semeadura é, literalmente, “uma semente que foi plantada visando à conscientização de toda a população do litoral do Estado para a importância do uso sustentável dos recursos naturais", destaca.

Fiscalização

Todos os locais onde foram lançadas as sementes ficam dentro da Reserva Natural Salto Morato e eles serão mapeados e monitorados nos próximos anos, de modo que o crescimento das palmeiras possa ser acompanhado. Paralelamente a isso, a Fundação Grupo Boticário está reforçando a fiscalização da Reserva, para garantir a conservação da biodiversidade.

“Nessas ações de fiscalização, a Reserva Natural Salto Morato e outras unidades de conservação da região contam com o apoio do Batalhão de Polícia Ambiental, que é responsável por zelar pelo cumprimento da lei. O trabalho do batalhão é indispensável para a proteção da natureza“, ressalta Gatti.

Palmeira-juçara

A palmeira-juçara é uma espécie de extrema importância para a biodiversidade da Mata Atlântica porque seus frutos servem de alimento para mais de 70 espécies da fauna que vivem na região, entre elas a jacutinga, que também está ameaça de extinção.

Além disso, a palmeira-juçara promove a preservação e ampliação das florestas e ecossistemas associados à Mata Atlântica ao atrair animais que se alimentam dos seus frutos e dispersam essas e outras sementes, promovendo a regeneração da Mata Atlântica.Com isso, contribui para a regulação do fluxo dos mananciais, manutenção da fertilidade do solo, fixação do carbono e a proteção das encostas das serras e morros.

O alto valor comercial do palmito faz dele um dos produtos florestais mais explorados há séculos, e para sua obtenção é necessário o corte da palmeira, levando-a à morte. Devido ao extrativismo predatório e ilegal do palmito, a planta é cortada antes mesmo de se reproduzir, causando um grande impacto na regeneração natural. Hoje, a espécie passa por um momento crítico pela expressiva redução de suas populações naturais.

Você pode não perceber quando come palmito na salada, pizza ou pastel, mas a árvore que produz o palmito, a palmeira-juçara, é uma das espécies ameaçadas de extinção da Mata Atlântica.

Devemos nos certificar da procedência do palmito consumido para evitar a sua exploração ilegal. Isso fez com que a palmeira-juçara fosse considerada como “Em perigo” na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente. Evitando indiretamente aumentar ainda mais o risco de extinção de outras espécies da Mata Atlântica, como o macuco, a jacutinga, e aves que se alimentam do palmito. 

Espécies-bandeira

A ação de semeadura também faz parte do Projeto Fauna e Flora em Risco, iniciado em 2010 na Reserva Natural Salto Morato. O projeto tem como objetivo a conservação de três emblemáticos habitantes da Mata Atlântica e que são utilizados como bandeira para as ações de conservação da Reserva: palmeira-juçara, jacutinga e macuco. Tanto o macuco como a jacutinga necessitam de ambientes preservados para viver, por isso são consideradas boas indicadoras ecológicas e estão intimamente relacionadas a essa palmeira em função do consumo de seus frutos.

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