Todos pela Natureza!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Brasil: maior índice de consciência sobre biodiversidade



Cinquenta e um por cento dos brasileiros sabem dar a definição correta do conceito de biodiversidade e 96% já ouviram falar no termo.

O país apresenta o maior índice de consciência sobre a biodiversidade, à frente de Alemanha, China, Estados Unidos, Reino Unido e França.

Documentários, escola e publicidade são as principais fontes para manter o brasileiro informado no assunto.

Essas são algumas das conclusões do Barômetro da Biodiversidade 2013, lançado em Paris pela Union for Ethical Biotrade (UEBT).

Ao todo, a pesquisa ouviu 6 mil pessoas nos seis países analisados, indicando que setenta e cinco por cento dos consumidores estão conscientes sobre a biodiversidade, enquanto 48% deram uma definição correta do termo.

O Barômetro da Biodiversidade é uma fonte de dados sobre as tendências globais de informação sobre o tema e os dados mostram que a conscientização e o respeito à biodiversidade geram grandes oportunidades de negócios.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Estudo inédito revela 550 espécies de plantas e animais nas Ilhas Cagarras



Estudo inédito de pesquisadores do Projeto Ilhas do Rio revela que o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a quatro quilômetros da praia de Ipanema (RJ), abriga a segunda maior colônia reprodutiva de aves marinhas da espécie Fregata magnificens (conhecida como fragata) da costa brasileira. Em dois anos, mais de 550 espécies de animais e plantas foram identificadas no local, algumas até então desconhecidas ou consideradas extintas na cidade.

Pelo menos 5,5 mil fragatas e 2,5 mil atobás-marrons usam o arquipélago como refúgio para fazer ninhos. A maior colônia de fragatas do País fica na Ilha de Alcatrazes, em São Paulo, e é um pouco maior, com 6 mil aves. Sem as Cagarras, o Rio não teria a grande quantidade de fragatas que sobrevoam a cidade, uma de suas características, diz a bióloga e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Larissa Cunha. Em busca de alimento, elas cruzam o mar até a Lagoa Rodrigo de Freitas e a Baía de Guanabara, e voltam no fim do dia.

O Projeto Ilhas do Rio (notícia sobre documentário que será distribuído às escolas e universidades) é o primeiro estudo extenso e detalhado sobre a biodiversidade do arquipélago formado por quatro ilhas e duas ilhotas. Mas ele não traz apenas boas notícias, pois em dois anos, nenhum golfinho-flíper (Tursiopstruncatus) foi visto pelos 12 pesquisadores. O primeiro registro publicado da presença dessa espécie no local ocorreu em 2003. Até 2010, 29 golfinhos foram identificados e catalogados de um total de 432 ocorrências. A poluição é apontada como provável causa do sumiço. O Emissário Submarino de Ipanema lança esgoto doméstico in natura a dois quilômetros de distância das ilhas, também impactadas pela água poluída que chega da Baía de Guanabara.

"Fala-se muito em impactos do turismo desordenado e da pesca ilegal, mas o grande problema que Cagarras enfrenta é a poluição marinha", diz a chefe da unidade de conservação, Fabiana Bicudo. Antes de assumir o cargo, há cerca de um ano, ela chefiava o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. "Cagarras está inserida no contexto urbano. Sofre impacto da questão sanitária da cidade e da poluição industrial da baía. É um problema de estado." A analista do Instituto Chico Mendes destaca a questão do emissário e diz que é preciso monitorar esses impactos, que também afetam a balneabilidade de praias da zona sul. 

Responsável pela parte de aves do estudo, Larissa diz que foram encontradas concentrações muito altas de ascarel, substância tóxica persistente, em ovos coletados nas ilhas Cagarra e Redonda. Segundo ela, a contaminação provavelmente vem de peixes da baía comidos pelas aves. "Não há dúvida em relação ao impacto, mas ainda não sabemos que efeitos estão causando."

O estudo monitorou a qualidade da água e o nível de poluentes em quatro pontos de coleta: na entrada da baía, na saída do emissário, na Ilha Redonda (amais distante do litoral) e na Ilha das Palmas (a mais próxima da costa).

Monumento

É a segunda maior colônia reprodutiva 
de aves conhecidas como fragatas

Em 2010, o arquipélago foi transformado por lei federal em monumento natural, para preservar sua biodiversidade e beleza cênica. Criou-se, então, a primeira unidade de conservação marinha de proteção integral do litoral carioca. Realizada desde abril de 2011, a pesquisa tem o objetivo de apoiar a elaboração de um plano de manejo, feito pelo ICMBio. "Apesar de todos os problemas, existe uma biodiversidade muito rica que o carioca desconhecia", diz o coordenador do projeto, o biólogo marinho Carlos Rangel.

Foram identificadas até agora 170 espécies da flora, 51 de aves, 50 de algas, 135 de peixes e 157 de invertebrados bentônicos. Dos invertebrados, 7 provavelmente são novos para a ciência. Uma espécie de perereca Scinax (encontrada dentro de uma bromélia) e outra de inseto foram confirmadas como inéditas. Também houve o primeiro registro no Rio de duas espécies de aves, a curicaca e a gralha-do-campo.

O biólogo Massimo Bovini, do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, ficou responsável pelo inventário da flora. Ele é carioca, já trabalhou na Chapada Diamantina (BA), em Abrolhos (BA) e Fernando de Noronha (PE), mas nunca tinha pisado nas ilhas até o início do estudo.

Bovini encontrou no cume da Ilha Redonda uma espécie que era considerada extinta no Rio desde a década de 1940, a Gymnanthes nervosa. Três espécies são típicas do arquipélago: a bromélia Neoregelia cruenta, a clúsia e a palmeira-jerivá, que pode ser vista de Ipanema. "São as mais abundantes, os símbolos do monumento. Suportam um ambiente com vento forte, alta salinidade e exposição ao sol." 

Outra espécie bem comum no arquipélago, a palmeira-guriri (Allagoptera arenaria), está em processo de extinção. Já o capim-colonião (Megathyrsus maxi-mus), de origem africana, tornou-se um problema, principalmente na Ilha Comprida, ocupando o lugar de plantas nativas.

Avião não tripulado vigiará Parque do Pau-Brasil



O Parque Nacional (Parna) do Pau-Brasil, em Porto Seguro (BA), que completou 14 anos neste sábado (20), acaba de ganhar um aliado importante para monitorar a sua área: um Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado). O avião foi doado à unidade por um parceiro local.

Para operar o equipamento, servidores do parque e da Coordenação Regional 7, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que também fica em Porto Seguro, receberão treinamento de três semanas em São Paulo. A previsão é que já no próximo mês o aviãozinho esteja no ar, fazendo a vigilância da unidade.

Com o monitoramento aéreo, as ações de fiscalização vão se tornar muito mais ágeis e eficientes. O Vant é equipado com câmera que grava imagens em tempo real e as remete para uma estação de controle em terra, por meio de telemetria. Na estação, servidores do parque poderão acompanhar tudo pela tela do computador. A qualquer flagrante de crime ambiental, é só acionar os fiscais, que se deslocarão imediatamente para o local. 

O Nauru 500 é uma aeronave de fabricação nacional. Tem 2,32 m de largura entre as asas e 1,83 m de comprimento. Similar aos protótipos de aeromodelismo, é normalmente utilizado na agricultura e no monitoramento ambiental e de obras. Seu uso requer apenas um operador para manuseio e trabalho em campo, podendo também fazer voos automáticos a partir de programações prévias. É movido a querosene de avião.

Nauru 500

Como tem autonomia de voo de até cinco horas e meia, o Vant poderá sobrevoar toda a área do parque, que é de 18,9 mil hectares, em apenas uma manhã ou uma tarde, tempo suficiente para fazer uma varredura total. Assim, ele será usado em ações de fiscalização e monitoramento da unidade e da zona de amortecimento e na localização de focos de incêndios e queimadas. Será muito útil, também, na vigilância de áreas mais sensíveis à presença de caçadores, já que a definição das imagens a 300 metros de altura, por exemplo, é de 25 cm.

Benefícios para a unidade

O Vant tem estrutura de madeira e isopor, que permite a realização de manutenção em campo pelo operador da aeronave. O voo pode chegar a até 2 mil metros de altura sem prejudicar a precisão das imagens.

“Temos agora um instrumento de alta precisão e de baixo custo de operação e manutenção, que trará uma série de benefícios para a unidade. A adoção deste tipo de equipamento, além de reduzir os custos, permitirá grande efetividade na fiscalização e na dissuasão de crimes ambientais no interior da unidade”, afirmou Fábio Faraco, chefe do Parna do Pau-Brasil.

Segundo Faraco, doações como essa, feitas por parceiros, entre eles empresários e donos de RPPNs da região, estão permitindo a revitalização do parque. “Além desse equipamento, recebemos uma estação meteorológica automática, computadores, eletrodomésticos e equipamentos importantes para a gestão da unidade”, disse ele.

Abertura à visitação

O chefe informou também que, ainda neste mês, o ICMBio e a Prefeitura de Porto Seguro assinarão um termo de reciprocidade que prevê a cessão de funcionários terceirizados do município para o apoio às atividades de manutenção do parque. Esse apoio será importante para abertura à visitação de vários atrativos turísticos, como trilhas e mirantes, assim como para recuperação das estradas de acesso ao parque e a inclusão da unidade no roteiro oficial de visitas das escolas do município.

Segundo o chefe, como o plano de manejo do parque está em fase de conclusão, a abertura da unidade ao turismo deverá ocorrer já no próximo mês. “Esta comemoração de aniversário é de grande importância, pois demonstra um grande esforço por parte da nossa equipe técnica, das comunidades, empresas, do poder público local, entre outros, na efetiva instalação da UC e na sua importância local e regional”, concluiu Faraco.

O que é

Vant  na UC Bahia

Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) ou Veículo Aéreo Remotamente Pilotado (Varp), também chamado UAV (do inglês Unmanned Aerial Vehicle) e mais conhecido como drone (zangão, em inglês), é todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses aviões são controlados à distância, por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão de pessoas devidamente treinadas, ou sem a sua intervenção, por meio de Controladores Lógicos Programáveis (PLC).


Parque Nacional do Pau-Brasil
Bioma: Mata Atlântica

O Parque Nacional do Pau-Brasil foi criado em 20 de abril de 1999. Fica inteiramente no município de Porto Seguro, na Bahia, na chamada Costa do Descobrimento. Leva o nome da árvore que nomeia o País e foi uma das principais fontes de riqueza para os primeiros exploradores estrangeiros. A unidade protege uma faixa de 18,9 mil hectares de remanescentes de Mata Atlântica, sujeita a todos os tipos de pressão. Abriga exemplares de pau-brasil, orquídeas e aves, como as asparongas e o macuco, com seus ovos de tonalidade azul turquesa que encanta a todos. Uma pequena queda d´água formada pelo rio Jacuba é um refrescante prêmio para os visitantes. A unidade é também fonte de pesquisa científica e programas de educação ambiental.


Fauna & Flora

Sua fauna também é rica. No Parna do Pau‐Brasil foram registrados um total de 346 animais diferentes. Em levantamentos recentes puderam ser detectados, 202 espécies de aves, 53 de mamíferos, 20 de répteis, 51 de anfíbios e 20 de peixes. Entre elas, 41 espécies de aves endêmicas da região e 18 espécies inclusas na lista oficial das ameaçadas de extinção: o papagaio-chauá, o balança-rabo-canela, a tiriba-grande, o sabiá pimenta. Entre os mamíferos ameaçados estão: o macaco‐de‐ bando ou macaco‐prego‐de‐cristas, o guigó, o bugio ou barbado, a Jaguatirica, o gato‐maracajá, o gato‐pequeno e a onça‐parda. Na área também já foram feitos registros visuais do gavião-real - conhecida também como harpia e destacam-se as presenças da anta, da cotia, paca, e tatus.




Sua flora é muito diversa - assim como toda nossa Mata Atlântica. Nos estudos realizados no PARNA do Pau‐Brasil foi observado um total de 633 espécies de plantas, sendo 71 endêmicas da Floresta Atlântica; 5 raras e 19 ameaçadas de extinção. Algumas espécies que se destacam na área do Parque são: a Juerana, o Paraju, a Braúna, a Sapucaia, o Pequi, a Inhaiba, o Aderno, a Gindiba, o Arapati e a Juçara, além – claro, do próprio Pau Brasil. Nas áreas onde o solo é arenoso ocorrem as mussunungas arbóreas e nessas áreas existem diversas bromélias e orquídeas.

Para saber mais consulte: Diagnostico-Resumido


Outro exemplo de aeronave
Modelo produzido na USP (SP)

sábado, 20 de abril de 2013

SOS Mata Atlântica - Lei Complementar 140 e Nova Lei Florestal


Mata Atlântica na Serra do Mar

Efeitos sobre as normas de proteção da Mata Atlântica: 

A Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006) foi aprovada depois de mais de catorze anos de tramitação com intensos conflitos, nos quais se colocavam, de um lado, parlamentares e organizações não-governamentais ambientalistas e, de outro, parlamentares e entidades representativas do setor produtivo especialmente dos estados da região sul do país. As maiores divergências nesse processo legislativo foram relativas à abrangência territorial do bioma Mata Atlântica.O empenho da sociedade civil em prol dessa lei foi tão forte, que viabilizou a própria consolidação da Rede de ONGs da Mata Atlântica, hoje com mais de trezentas entidades filiadas em dezessete estados brasileiros.

No final do referido processo legislativo, gerou-se um texto legal que pode ser lido como reflexo de um aprendizado político relevante. Os conflitos existentes foram solucionados com a adoção de um texto inovador, que incorpora a preocupação com os instrumentos econômicos de política ambiental e, cabe ressaltar, trabalha a proteção das florestas e outras formas de vegetação segundo critério diferenciado, conforme se trate de vegetação nativa primária ou secundária. O critério de regular a proteção segundo a caracterização como vegetação primária ou secundária em diferentes estágios de regeneraçãoé adotado apenas pela Lei da Mata Atlântica, fundamentando-se na situação particular de grande degradação do bioma.

A Lei 11.428/2006 tem base no próprio texto da Constituição federal, que em seu art. 225, § 4º, define esse bioma e outros como patrimônio nacional e prevê que sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

Cabe analisar, então, a força normativa da Lei da Mata Atlântica, em face de duas inovações importantes no nosso conjunto de leis ambientais de aplicação nacional: a Lei Complementar 140/2011 e a nova lei florestal (Lei 12.651/2012, alterada pela Lei 12.727/2012), que revogou a Lei 4.771/1965.

A Lei Complementar 140/2011, que dispõe sobre a atuação coordenada em política ambiental de União, Estados, Distrito Federal e Municípios, inclui dispositivo que assegura a plena aplicação da Lei da Mata Atlântica. Fica estabelecido expressamente no art. 11 da referida lei complementar que “a lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas à autorização de manejo e supressão de vegetação, considerada a sua caracterização como vegetação primária ou secundária em diferentes estágios de regeneração, assim como a existência de espécies da flora ou da fauna ameaçadas de extinção”. Assim, as atribuições dos entes federados para a emissão de licenças e autorizações ambientais, nas áreas abrangidas pelo bioma Mata Atlântica, deverão observar também as disposições nesse sentido constantes na Lei 11.428/2006.

A análise nessa linha assume maior potencial de polêmica quando se colocam em pauta os efeitos da nova lei florestal na aplicação da Lei da Mata Atlântica. Entende-se que ela é uma lei especial não apenas porque se direciona a um bioma específico, mas também em razão de suas regras assumirem a vegetação nativa primária ou secundária em diferentes estágios de regeneração como parâmetro, diferentemente da nova lei florestal e, também, do que fazia a Lei 4.771/1965 revogada.

A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente amatéria de que tratava a lei anterior, consoante disposto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei 4657/1942). Ocorre que a mesma lei expressa, no § 2º do seu art. 2º, que “a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a pardas já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”. Este é exatamente o caso das regras voltadas à proteção da vegetação no bioma Mata Atlântica, quando analisadas em face da recente lei florestal. Elas permanecem, assim, em vigor.

As regras presentes na Lei 11.428/2006 coexistiam com as da Lei 4.771/1965. Assim, se estava prevista, por exemplo, reserva legal de 20% da área do imóvel rural nas regiões abrangidas pelo bioma Mata Atlântica, isso não significava que o proprietário ou possuidor poderia desflorestar 80%. Impunha-se a análise da vegetação nativa existente no imóvel, se primária ou secundária em diferentes estágios de regeneração.

Essa leitura fica mantida com a entrada em vigor da Lei 12.651/2012, alterada pela Lei 12.727/2012. As disposições da nova lei florestal serão aplicadas lado a lado com a disciplina jurídica da vegetação nativa do bioma Mata Atlântica, consolidada na Lei 11.428/2006. Essa interpretação aplica-se inclusive às ocupações consolidadas objeto dos programas de regularização ambiental. O conteúdo desses programas e a sua implantação nos imóveis rurais não poderão conflitar com as regras específicas trazidas pela Lei da Mata Atlântica.

Dessa forma, fica claro que, respeitando-se as bases do sistema jurídico brasileiro, o pouco que ainda resta de Mata Atlântica permanece protegido pelos instrumentos da Lei da Mata Atlântica, a despeito das permissividades predatórias vigentes na nova lei florestal.


Mario Mantovani - geógrafo e diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica.
Fabio Feldmann - advogado, ex-Deputado Federal, foi autor do projeto de lei que deu origem à Lei da Mata Atlântica.

SOS Mata Atlântica

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Seminário propõe criação de Lei do Mar, saiba mais sobre a "Amazônia Azul"



  Amazônia Azul



Seminário propõe criação de Lei do Mar

Na quinta-feira, 11 de abril, ocorreu na Câmara dos Deputados em Brasília o Seminário “25 Anos da Constituição Federal e a Proteção dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos”. Na abertura do evento, o Presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, Deputado Sarney Filho (PV-MA), reforçou a necessidade de se produzir uma legislação específica para proteger os oceanos. Segundo ele, a situação na Câmara dos Deputados está muito difícil, com diversos retrocessos na área ambiental. “Estamos andando para trás, como caranguejo”, afirmou.

Além dele, mais dois deputados de outros partidos – Márcio Macêdo (PT-SE) e Ricardo Tripoli (PSDB-SP) – apresentarão neste ano um projeto em coautoria para garantir a preservação da chamada “Amazônia Azul”. A ação protegeria uma faixa de recursos na água na região entre 12 milhas da costa e 200 milhas. O Seminário foi parte desse processo para construir a proposição.

“Estamos criando parcerias para um projeto que vai instituir a Academia do Mar, e através dela levaremos parlamentares para conhecer países e regiões em que a proteção aos ecossistemas costeiro e marinho já é uma realidade, como Costa Rica e Galápagos. Assim, os parlamentares terão elementos suficientes para saberem no que estão votando”, disse o presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin.

Segundo ele, os retrocessos na área ambiental muitas vezes ocorrem por falta de conhecimento. Por isso, é importante a realização de seminários e outras ações para ampliar a conscientização dos parlamentares e da sociedade. “Provavelmente levará muito tempo para a concretização da Lei do Mar. Mas a construção dessa lei deve passar pelo conhecimento da sociedade”, afirmou.

Estudo aponta maiores ameaças

No primeiro painel do seminário, a consultora da Câmara dos Deputados Ilídia Juras apresentou um panorama geral do ecossistema marinho. As principais ameaças ao ecossistema são sobrepesca, poluição das águas (derramamento de petróleo, resíduos, esgoto lançado no mar sem tratamento, pesticidas e metais pesados), destruição e degradação de hábitats, introdução de espécies exóticas e mudanças climáticas.

De acordo com ela, a maior parte dos estoques das dez principais espécies de pescado estão completamente super exploradas no Brasil. Ela afirmou que há grande sobrepesca de camarão e a lagosta, e que a sardinha está em colapso.

Um dado alarmante é de que 1 a 3 milhões de toneladas de petróleo ingressam nos oceanos anualmente no mundo e que a acidificação dos oceanos já aumentou 30% desde a Revolução Industrial.

O estudo apresentado por Ilídia identificou que 80% da poluição da água origina-se de atividades na terra. “O lixo marinho resulta do comportamento humano, 6,4 milhões de toneladas de resíduos são lançados no mar anualmente”, afirmou. A consultora apresentou uma série de leis que ajudam a proteger os oceanos, mas que, segundo ela, asseguram essa proteção de forma genérica. Ilídia lembrou que o novo Código Florestal agravou ainda mais a situação com a possibilidade de cultivo nos manguezais. Ela citou também a Lei que rege as Unidades de Conservação, o SNUC, cujo teor não oferece proteção específica para os ecossistemas costeiro e marinho.

O consultor da Fundação SOS Mata Atlântica Mauro de Figuereido mostrou que 64% da Zona Marinha ainda é desconhecida e lembrou a importância de se entender melhor esse ambiente costeiro e marinho. Ele apresentou informações sobre o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, instrumento que ainda é pouco aplicado nos Estados e municípios.

“A função da Lei de Gerenciamento Costeiro é integrar todas as atividades da área terrestre e produzir o controle, proteção e preservação. Temos uma série de instrumentos e pouca aplicação”, explicou. Segundo Figueiredo, hoje apenas 8 Estados e 3 municípios possuem leis de gerenciamento costeiro.

Último palestrante da mesa, o advogado da área ambiental André Lima, consultor da Fundação SOS Mata Atlântica, apresentou um panorama da legislação internacional. Ele comparou a legislação brasileira com a de outros países, como Canadá, Nova Zelândia, Europa e EUA. E concluiu que falta ao país metas de médio e longo prazo e indicadores objetivos de qualidade ambiental para garantir a saúde dos mares, como ocorre na Europa. [Confira a apresentação de André Lima aqui].


Amazônia Azul

terça-feira, 16 de abril de 2013

Prejuízo ambiental provocado por carvão e gado é o dobro do PIB do Brasil



Estudo revela que pecuária na América do Sul e extração de carvão na Ásia causam prejuízo de 4,7 trilhões de dólares por ano ao meio ambiente. Especialistas alertam para a urgência da transição para a economia verde.

A pecuária na América do Sul e a extração de carvão na Ásia são as atividades econômicas mais prejudiciais ao meio ambiente. É o que mostra um estudo publicado nesta segunda-feira (15/04) pela coalizão de negócios para Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB, na sigla em inglês), órgão ligado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Pnuma.

O relatório oferece uma perspectiva de negócios dos riscos que envolvem o capital natural, ou seja, os custos ambientais e sociais provocados pelos danos ao meio ambiente. O cálculo aponta que, por ano, essa conta chega a 4,7 trilhões de dólares – o dobro do Produto Interno Bruto do Brasil em 2012, que foi de 2,2 trilhões de dólares (4,4 trilhões de reais).

Toda a riqueza produzida em território nacional multiplicada por dois é o quanto custa para a economia mundial os prejuízos causados pelas emissões de gases de efeito estufa, perda de recursos naturais e serviços baseados na natureza, como o armazenamento de carbono por florestas, mudanças climáticas – além dos custos de saúde associados à poluição do ar.

Transformar o impacto da degradação ambiental em cifra ainda é uma tarefa complexa. Mas os valores iniciais já assustam. "Os números desse estudo ressaltam a urgência e também as oportunidades para todas as economias que optarem pela economia verde", comentou Achim Steiner, chefe do Pnuma.

Ásia e América do Sul como maiores predadores

A análise mostra que a extração de carvão na Ásia, liderada pela China, gera um lucro estimado em 443 bilhões de dolares por ano. Ao mesmo tempo, a atividade custou 452 bilhões de dólares em danos à natureza – em grande parte pela emissão de gases de efeito estufa.

Já a pecuária na América do Sul ocupa o segundo lugar no ranking. O prejuízo para a natureza foi calculado em 353 bilhões de dólares, que considerou os problemas no abastecimento de água e o desmatamento principalmente na região amazônica. Por outro lado, a estimativa é que o corte da floresta tenha gerado um rendimento de apenas 16,6 bilhões de dólares.

Entre os impactos provocados pelos dois setores estão as emissões de gases de efeito estufa, escassez de recursos naturais, derrubada das florestas, escassez de água, mudanças climáticas, poluição do ar e aumento dos gastos no setor de saúde.

Método quer estimular novas pesquisas

O relatório avaliou mais de 100 impactos ambientais utilizando o modelo ambiental Trucost, que concentra o uso da água, do gás de efeito estufa, resíduos, poluição do ar e da água, poluição do solo e uso da terra. Estes elementos foram quantificados por região, por meio de mais de 500 setores de atividade.


O método utilizado não dá a precisão exata, mais uma indicação dos setores prioritários e regiões onde o risco de capital natural se encontra. Ainda assim, as limitações têm um ponto positivo, de acordo com os realizadores da pesquisa: elas são apresentadas desta forma no relatório com o objetivo de estimular o desenvolvimento contínuo desse tipo de análise.

De acordo com o estudo, essa conta pode ficar mais cara nas próximas décadas. O aumento da classe média, especialmente em mercados emergentes, pode provocar uma degradação ainda maior do meio ambiente. Com um número maior de consumidores que optam pela carne e precisam de mais energia, por exemplo, os ecossistemas naturais terrestres são colocados cada vez mais em risco.

domingo, 14 de abril de 2013

Ecossistema da Amazônia


Vídeo - Preservação - Florestas I


Programa produzido pela TV Cultura do Amazonas.

O artigo a seguir propõe uma síntese das discussões em torno do próprio conceito de ecossistema e como esse é aplicado nas analises da Floresta Amazônica, propondo ainda que resumidamente uma distinção entre os vários sistemas biológicos registrados. 

Introdução

A Amazônia, maior remanescente de floresta tropical do mundo, abarca quase a metade da extensão territorial brasileira, além nove outros países, estudar esse imenso bioma é importante sob diversas perspectivas, de cunho cientifico e didáticos. Por isso é importe problematizar a forma com que é encarada as analises dos ecossistemas amazonenses, quase sempre generalistas, sintéticas e resumidoras.

Amazônia em linhas gerais

Amazônia, projeção espacial

Ocupando a maior parte do hemisfério setentrional América do Sul a Floresta Amazônica abrange cerca de 7.000.000 Km2, destes quase 5.000.000 Km2 são recobertos por vegetação tropical, figurando como a maior floresta hidrográfica do planeta. Sua extensão total abrange nove diferentes países, sendo no Brasil a parcela mais considerável, cobrindo 42% do território nacional, as demais nações inquilinas da floresta são as Guianas, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Suriname.

A hileneia Amazônica foi escolhida em primeiro lugar no grupo das florestas, reservas e parques nacionais como uma das sete novas maravilhas do mundo. A região do centro da bacia perpassando pelo Parque Nacional do Jaú foi eleita como Patrimônio da Humanidade pela ONU, dada a sua biodiversidade singular abrigando metade de todas as espécies vivas existentes.

Mundo e abriga também o maior rio em extensão do planeta, o Amazonas.

No Brasil a o bioma amazônico está locado sobre nove estados, Amazonas, Acre, Pará, Roraima, Mato Grosso, Amapá, Rondônia, Maranhão e Tocantins, ao todo são 4.200.000 Km2 de floresta. Abriga a maior bacia hidrográfica do mundo com mais de 25 mil quilômetros de trechos fluviais navegáveis.

A população amazonense é composta de 33 milhões de indivíduos, destes 1,6 milhões são indígenas alocados em mais de 3 centúrias de etnias, conta ainda com extrativistas, pecuaristas, quilombolas e ribeirinhos, contingente este que vem crescendo cada vez mais.

Ecossistemas da Amazônia

Entende se por ecossistema o sistema de todas as comunidades de seres vivos e fatores abióticos – o meio onde se encontra todos os seres não vivos do sistema - interagindo entre si. Para se definir um ecossistema precisam ser identificados os seres autótrofos, os heterótrofos consumidores e heterótrofos decompositores conformados em uma complexa cadeia cíclica.

Vídeo - Preservação - Florestas II


No entanto, um equivoco que quase sempre é encontrado é sinonimizar o conceito de ecossistema ao de bioma, a definição de bioma é mais abrangente abarcado, entre outros pontos, as formações vegetais existentes e suas correlações. Bioma, por conseguinte, é geograficamente mais amplo.

Partindo dessas premissas vemos que os estudos dos ecossistemas amazônicos requerem uma investigação pormenorizada, convencionou-se a classificar a Amazônia com uma homogênica floresta tropical diversificada, de fato em perspectivas espaciais este tipo de formação é predominante, contudo, a simplificação, coloca à margem a pluralidade de sistemas ecológicos locais contidos nesse bioma. Para um estudo mais específico devemos sublocar os ecossistemas amazonenses em três grupos:

  • Ecossistemas de terra firme diversificados, como é o caso dos ilhados dentro da mata densa e as diferentes formas de cerrado.
  • Ecossistemas com disparidades internas de floresta, onde se enquadram os igapós, campinarana e campinas.
  • Ecossistemas especificamente localizados, encontrados em algumas barrancas e pontões.

A Densidade de floresta dificulta a entrada de luz.

As florestas de terra firme encontradas encontrada em planaltos baixos, apresenta um solo com pouco quantidade de nutrientes, por isso a relação de simbiose entre as plantas e fungos é muito importe para uma maior performance na absorção de nutrientes antes que estes se percam, estudos apontam inclusive que ela já tenha sido um deserto. Nas regiões fluviais a vegetação também desenvolveu adaptações peculiares, são dotadas de porosidades em suas raízes com objetivo de absorver oxigênio. Há também as florestas de várzea constantemente inundadas pelos rios ( águas turvas ou brancas) que trazem grande quantidade de matéria orgânica. Já as florestas de Igapó recebem águas escuras pobres material orgânico.

A baixa incidência de luz solar no interior da floresta, bloqueada pelas densas e altas copas das árvores, tornam a proporção dos animais que habitam o solo bem menores assim como as vegetação rasteiras também escassas, a grande biodiversidade é registrada no alto das árvores, a partir do 30 metros de altura.

Na Amazônia são encontrados mais de 300 espécies de mamíferos, 1300 espécies de pássaros, 3.000 espécies de peixes e mais de 5000 mil espécies de árvores catalogadas, e insetos que supera a caso dos milhões, assim a floresta é de importância fundamental para estudos científicos e didáticos. Além disso funciona como um importante regulador climático do mundo, influindo nos índices pluviométricos de todo continente Sul-Americano e toda sua extensa malha florestal incuba mais de 120 milhões de toneladas de Carbono.

Conclusão

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo abrigando grande parte das espécie de animais do planeta, embora seja em grande proporções caracterizada pela mata densa é fechada não podemos eleger um ecossistema paritário para Amazônia, existem diversas sistemas ecológicos regionais e específicos, com latentes disparidades. Assim essa gigantesca floresta se torna ainda mais ampla em sua especificidades e pluridiversificada ecologicamente.

Embora não seja esse o foco da nossa pesquisa é importante estabelecer um link com a biodiversidade e a deterioração da floresta, pelas queimadas e principalmente o desmatamento, cada arvore que sucumbe leva consigo um universo próprio de vidas, que talvez desapareçam antes mesmos de catalogadas. Cada árvore que cai também libera uma grande quantidade de CO2 na atmosfera, influindo no clima do planeta em geral e agravando por exemplo o efeito estufa.

Vídeo - Consciência Ambiental



Referências:

http://www.greenpeace.org
http://www.scielo.br
http://pt.wikipedia.org
http://www.infoescola.com
http://educaterra.terra.com.br



Esta é a milésima publicação aqui no blog. Quero agradecer as mais de 150 mil visitas e aos visitantes que dedicaram sua atenção neste espaço. Muito obrigado a todos.

Um décimo-primeiro mandamento para a humanidade




Para lembrar do “Dia Nacional da Conservação do Solo”, comemorado em 15 de abril, segue texto traduzido pelo pesquisador da Epagri/Cepaf/Chapecó, Leandro do Prado Wildner, do livro “A Conquista da Terra através de sete mil anos”, de autoria de Walter C. Lowdermilk, ex-assistente chefe do Serviço de Conservação do Solo do U.S. Department of Agriculture – USDA, dos Estados Unidos da América do Norte.

“UM DÉCIMO-PRIMEIRO MANDAMENTO PARA A HUMANIDADE
W. C. Lowdermilk, 1939

Durante uma visita à Palestina, em 1939, fiz uma reflexão sobre o uso da terra através dos tempos:
- “Será que Moisés ao entregar os DEZ MANDAMENTOS aos israelitas que estabeleceu o pacto entre o CRIADOR e os homens e os homens entre si, pensou no que se tornaria a TERRA PROMETIDA após três mil anos?]

- “Pensou no que se transformariam centenas de milhões de hectares de terras férteis como àquelas existentes na China, na Coréia, Norte da África, Oriente Próximo e na nossa própria querida terra, a AMÉRICA?”

Se Moisés tivesse tido uma visão do que a “agricultura suicida” faria na TERRA SANTA ele, certamente, teria se inspirado a entregar um DÉCIMO-PRIMEIRO MANDAMENTO para estabelecer a relação do HOMEM com a TERRA e assim completar a tripla responsabilidade do homem: a primeira, para com o seu CRIADOR; a segunda, para com os seus SEMELHANTES; e, finalmente, a terceira, para com a sua SANTA TERRA.

Quando convidado para proferir uma palestra sobre conservação do solo em Jerusalém, em junho de 1939, apresentei pela primeira vez em público o que passou a ser conhecido como “O DÉCIMO-PRIMEIRO MANDAMENTO”.

“A conquista da Terra através de 7.000 anos” é um relato pessoal de Lowdermilk, a partir de um estudo realizado nos anos 1938 e 1939. Ele estudou o registro da agricultura em países onde a terra tinha sido cultivada há centenas, talvez milhares, de anos. Sua missão imediata era descobrir se a experiência das civilizações mais antigas poderiam ajudar a resolver o grave problema da erosão do solo e uso da terra nos Estados Unidos nos anos 30. Ele descobriu que a erosão do solo, o desmatamento, o pastoreio excessivo, a negligência e os conflitos entre agricultores e pecuaristas ajudaram a derrubar impérios e a promover o desaparecimento de civilizações inteiras. Ao mesmo tempo, ele aprendeu que a administração cuidadosa dos recursos da terra através do terraceamento, da rotação de culturas e outras tantas medidas para a conservação do solo, permitiu que outras sociedades continuassem a se desenvolver durante séculos.

O Serviço de Conservação dos Recursos Naturais dos Estados Unidos tem reeditado este boletim, como originalmente escrito por Lowdermilk, com frequência, para atender a demanda contínua de professores, religiosos, escritores, professores universitários, grupos ambientalistas e organizações de serviços.

“Esta mensagem, apesar de escrita no início do século passado, continua sendo mais do que atual, constituindo-se em excelente fonte para reflexões a respeito da situação do uso e da degradação do solo, tanto nas áreas agrícolas como nas áreas urbanas”, afirmou Wildner.


Mais informações: Engenheiro agrônomo Leandro do Prado Wildner/Epagri/Cepaf/ Chapecó, no telefone: (49) 2049 – 7510, e-mail lpwild@epagri.sc.gov.br

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Tamar: Lançado Programa Amigos do Mar 2013



Professores recebem informações sobre o trabalho de reabilitação

O Projeto Tamar e o Instituto Arcor Brasil, parceiros há 10 anos, lançaram a nova versão do Programa Amigos do Mar no Dia Mundial da Água, 22 de março, aproveitando a oportunidade para capacitar coordenadores pedagógicos das escolas da rede municipal de ensino de Ubatuba e disponibilizar um conjunto de materiais paradidáticos para todos os educadores do Brasil. 

O evento foi realizado no Centro de Visitantes do Tamar de Ubatuba, com a presença dos coordenadores pedagógicos das escolas da rede municipal de Ubatuba e de representantes institucionais do Projeto Tamar, do Instituto Arcor Brasil e da Prefeitura Municipal de Ubatuba.


O Programa fomenta e fortalece atitudes em prol do cuidado com as águas, tendo as tartarugas marinhas como embaixadoras da conservação ambiental, explicou Milena Drigo Azal, coordenadora de Programas Socieducativos do Instituto Arcor Brasil. 

O apoio aos educadores brasileiros é oferecido no alcance do conteúdo curricular obrigatório do ensino fundamental, sugerindo atividades interdisciplinares e lúdicas para encantar e estimular nas crianças a curiosidade e o respeito à vida, como contou a coordenadora de educação ambiental do Tamar Ubatuba, Maria Luiza Camargo.





Tamar: Nossa Praia é a Vida dá resultados e amplia alcance da sua mensagem


Novos aliados para a conservação a cada 
soltura de filhotes e tartarugas ao mar

Nossa Praia é a Vida amplia alcance da mensagem da conservação ambiental

Com a temporada reprodutiva de 2012/2013, os resultados continuam a aparecer, nas áreas de desova e de alimentação e descanso das tartarugas marinhas no litoral.

Com a temporada reprodutiva de 2012/2013, os resultados do Nossa Praia é a Vida continuam a aparecer, nas áreas de desova e de alimentação e descanso das tartarugas marinhas no litoral. Atualmente, as ações se desenvolvem nas praias de influência das bases do Tamar na Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Ceará, Espírito Santo, São Paulo e Florianópolis.

O programa reúne ações de informação, sensibilização e educação ambiental, direcionadas a diversos setores sociais, especialmente os usuários das praias e comerciantes estabelecidos no entorno. Criam-se novos aliados e parceiros na luta pela conservação das tartarugas marinhas, de modo que essa mensagem alcance o maior número possível de pessoas.

As atividades são adaptadas às diferentes situações de uso de praia e ao perfil do público, a fim de mitigar impactos que comprometem as fases do ciclo de vida desses animais. Na Bahia, por exemplo, há um esforço especial voltado para a iluminação, por conta da presença de inúmeros condomínios nas praias de desova, e para fazer cumprir a lei que proíbe o tráfego de veículos, sobretudo os quadriciclos.


Hoje, a qualidade ambiental no litoral norte baiano é consideravelmente melhor, sobretudo porque os condomínios estão adequando a iluminação de acordo com as indicações do Tamar, que conta com a participação de usuários das praias, seguranças, inquilinos e proprietários das casas dos condomínios.

Em Sergipe, desenvolvem-se ainda, há quatro temporadas, duas campanhas: SOS Ninhos, dirigida à preservação dos ninhos e manutenção deles nos locais originais de postura; e Carro na Praia Não é Legal, conscientizando quanto aos riscos do tráfego de veículos nas praias também para as tartarugas, além das pessoas.

Na base de Fernando de Noronha (PE) o programa Nossa Praia é a Vida também acontece ao longo de todo ano, tendo como principal atividade a aproximação dos visitantes com o trabalho de campo do Tamar, incluindo marcação e recaptura das tartarugas marinhas.

Principais ações – Em todos os Estados, de acordo com as características e necessidades de cada lugar, as ações de sensibilização realizadas nas praias são semelhantes. Incluem abordagens educativas dos banhistas; solturas de filhotes e tartarugas reabilitadas; instalação de placas informativas; panfletagem com distribuição de folders e instalação de cartazes em bares e barracas de praia, além da inclusão de material informativo nos cardápios.

No Espírito Santo, há trilhas ecológicas e limpeza de praias, entre outras ações. Em São Paulo, durante a temporada de verão em Ubatuba, onde fica a base do Tamar, os turistas ajudam a monitorar as praias, interagem e aprendem sobre estes animais ameaçados de extinção. Em Ubatuba e Florianópolis, há solturas de tartarugas marinhas e atividades especialmente pensadas para crianças e adultos.

Tartaruga Ninja

terça-feira, 9 de abril de 2013

Criada em 2010, a UC do MoNa Cagarras vai ter agora sua 1ª oficina de manejo


Um ano atrás

Em abril de 2010, o grupo de ilhas costeiras do Rio de Janeiro tornou-se a primeira Unidade de conservação (UC) Marinha Integral da cidade: o Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MoNa Cagarras)

O MoNa é uma categoria de Unidade de Conservação de proteção integral. Essa unidades são criadas com a finalidade de preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.

O vídeo acima demonstra a grande preocupação de pesquisadores e biólogos com a depredação das ilhas costeiras por consequência das constantes invasões, e com a falta de fiscalização. Visando conscientizar a população, eles promovem mutirões de limpeza. A produção de lixo em grandes quantidades, ameaça diariamente o frágil ecossistema deste paraíso ecológico.

Oficina Discutirá Plano De Manejo Das Ilhas Cagarras

 

Evento será dia 16 no VI Fórum de Planejamento Turístico no Rio

Brasília (04/04/2013) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e a Fundação SOS Mata Atlântica, promove no próximo dia 16 a I Oficina de Plano de Manejo do Monumento Natural das Ilhas Cagarras, unidade de conservação (UC) federal localizada no litoral da cidade do Rio de Janeiro.

Aberto a todos os interessados, a oficina, que integra a programação do VI Fórum de Planejamento Turístico, ocorrerá das 10h às 18h, no auditório do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da UniRio, na Avenida Pasteur, 458, Urca. Durante o evento, haverá ainda a reunião ordinária do conselho consultivo da UC.

Programação:

10h – 10h30: Credenciamento
10h30 – 12h: Apresentação da metodologia para elaboração do Plano de Manejo e Programas de Gestão esperados.

14h – 15h: Patrimônio a ser preservado
15h – 15h30: Discussão
15h30 – 16h: Intervalo
16h – 17h: Uso Público
17h – 17h30: Discussão
17h30 – 18h: Coffe-break


Thais Alves
thais.lima@icmbio.gov.br
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280

SOS Mata Atlântica : Estrada ameaça Parque Nacional do Iguaçu

Dano ao ambiente será irremediável


Será que não existe um único deputado a favor do meio ambiente?


Os Ruralistas agradecem:
Comissão especial criada na Câmara aprovou projeto que prevê estrada dentro de uma das mais importantes Unidades de Conservação da Mata Atlântica; ONGs lamentam decisão, capitaneada por deputados ruralistas, e a omissão do governo.

Foi aprovado na tarde de quarta-feira (3/4) o relatório final do projeto de lei que quer abrir a Estrada Caminhos do Colono, que corta o Parque Nacional do Iguaçu. Com 18 quilômetros de extensão, a estrada corta a área mais protegida do Parque, na qual é proibida a visitação de turistas. Para legalizar a estrada, o Projeto de lei nº 7123, de 2010, de autoria do deputado ruralista Assis do Couto (PT-PR), incluiu o conceito estrada-parque na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

O projeto foi aprovado por uma comissão especial criada na Câmara dos Deputados e segue agora para a Mesa da Câmara, onde ficará por 5 sessões antes de ser encaminhado ao Senado, sem necessidade de ser votado em plenário. Só será encaminhado ao plenário caso algum deputado entre com requerimento durante algumas dessas sessões.

“Este é mais um atentado contra o meio ambiente e a sociedade. É um patrimônio da humanidade que está sob forte ameaça”, lamenta Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, que acompanhou a votação ontem. “Restam apenas 7,9% da Mata Atlântica original e o pouco que sobrou pode ser devastado com iniciativas como essa de deputados ruralistas e a omissão do governo”, afirmou ele.

Malu Ribeiro, coordenadora de projetos da Fundação SOS Mata Atlântica e especialista em estradas-parque, critica a forma como o processo vem sendo conduzido. “Trata-se de enorme agravante o fato da Câmara especial aprovar o projeto de lei sem um estudo técnico e científico e de impactos ambientais para o parque. Isto não representa um conceito de estrada-parque, com características especiais. Neste caso, é a abertura de uma ferida, um caminho para a devastação, aumentando as ameaças a um parque que é referência e um grande patrimônio do país“, diz ela.

Na opinião de Ivy Wiens, do Instituto Socioambiental e coordenadora-geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica, sob o pretexto de levar o país ao “desenvolvimento”, mais de 400 projetos de lei estão em análise no Congresso Nacional para promover um retrocesso gigantesco na legislação nacional.

“O exemplo mais recente é o projeto de lei que permite a abertura da Estrada do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu, e que teve parecer favorável aprovado na tarde de ontem. Além de trazer impactos a um dos biomas mais ameaçados do planeta, a Mata Atlântica, as discussões sobre este projeto estão acontecendo em uma Comissão Especial que desobriga que seu conteúdo seja amplamente discutido em plenário“, afirma ela.


Segundo Ivy, a Rede de Ongs da Mata Atlântica, articulação que reúne mais de 200 organizações em 17 Estados, repudia a forma como as questões socioambientais têm sido discutidas no Congresso Nacional e, na certeza de que esse tipo de postura não é unânime entre deputados e senadores, está iniciando contato com diversos parlamentares, para que esses retrocessos sejam barrados. “O Brasil tem um potencial enorme de geração de riqueza e de garantia à boa qualidade de vida, aproveitando as cadeias produtivas da sociobiodiversidade, mas o que vemos são nossos parlamentares acabando com este patrimônio, com posturas ultrapassadas”, lamenta.

Para Miriam Prochnow, coordenadora de Políticas Públicas da Apremavi (Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida), “a aprovação desse projeto é mais um grande retrocesso ambiental, especialmente porque ele vem travestido sob a forma de um instrumento necessário às Unidades de Conservação, que é a figura da estrada-parque”.

“A estrada do colono não pode ser classificada como uma estrada-parque, porque sua reabertura, visando atender interesses puramente privados, trará um impacto irreparável à única área conservada que sobrou no extremo oeste do Paraná e que beneficia toda a comunidade, com a prestação de serviços ambientais. No caso do Parque Nacional do Iguaçu já existe uma verdadeira estrada-parque que é aquela que leva às Cataratas. Reabrir a Estrada do Colono significa também abrir o Parque para que contrabandistas, traficantes de drogas e de armas possam se valer da floresta como rota de contrabando e de fuga, destruindo a floresta e dificultando o trabalho dos órgãos de controle e fiscalização”, ressalta Miriam.


Uma ferida na floresta

A Estrada do Colono foi aberta no início do século XX para ligar as cidades de Serranópolis do Iguaçu e Capanema, no sudoeste do Paraná, cortando o Parque Nacional do Iguaçu, criado em 1939.

Primeiramente uma trilha, o trecho se transformou em estrada de terra nos anos 50 e quase chegou a ser asfaltado nos anos 80. A estrada foi oficialmente fechada pelo governo federal em 2001, o que gerou uma onde de ações na Justiça para reabrir a passagem. Em 2013, a disputa chegou à Câmara dos Deputados, incentivada pela bancada ruralista.

A estrada do colono foi fechada há 12 anos

Patrimônio ameaçado

Segundo o site www.cataratasdoiguacu.com.br, o Parque Nacional do Iguaçu abriga o maior remanescente de Mata Atlântica da região sul do Brasil e protege uma riquíssima biodiversidade, constituída por espécies representativas da fauna e flora brasileiras, das quais algumas ameaçadas de extinção.

O Parque do Iguaçu foi a primeira Unidade de Conservação do Brasil a ser instituída como Sítio do Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO, no ano de 1986. Unido pelo rio Iguaçu ao Parque Nacional Iguazú, na Argentina, o Parque integra o mais importante contínuo biológico do Centro-Sul da América do Sul, com mais de 600 mil hectares de áreas protegidas e outros 400 mil em florestas ainda primitivas, responsabilidade ímpar para ações conjuntas entre brasileiros e argentinos nos esforços de preservação deste tão importante patrimônio mundial.

Deputado Assis Miguel do Couto
(profissão agricultor) - autor do projeto 


Proteste!

Envie email para as autoridades políticas manifestando sua oposição à essa ameaça a um dos mais importantes patrimônios naturais brasileiros: diga “Não” à reabertura da Estrada do Colono no Parque Nacional do Iguaçu!

Presidenta Dilma Rousseff
Telefones: (61) 3411.1200 (61) 3411.1201
Fax: (61) 3411.2222
gabinetepessoal@planalto.gov.br

Ministra da Casa Civil Gleisi Helena Hoffmann
Telefone: (61) 3411-1573 / 3411-1935
Fax: (61) 3321-1461
casacivil@presidencia.gov.br
gleisi.hoffmann@presidencia.gov.br

Ministério do Meio Ambiente
Ministra Izabella Teixeira
Telefone: (61) 2028-1057 / 2028-1058 / 2028-1289
Fax: (61) 2028-1755 / 2028-1756
izabella.teixeira@mma.gov.br
gm@mma.gov.br


Projeto inovador pretende livrar o oceano da poluição por plásticos




How the oceans can clean themselves: Boyan Slat at TEDxDelft

Plataforma desenhada no formato de uma arraia manta promete recolher toneladas de plásticos dos oceanos ao mesmo tempo em que gera lucros para o empreendedor que comprar a ideia.

A cada ano, produzimos cerca de 300 milhões de toneladas de plástico e muito disso acaba indo parar nos oceanos, provocando grandes danos ambientais, inclusive matando a vida marinha, que confunde os resíduos com alimento.

Grande parte do lixo é proveniente das cidades, sendo levado pelos fluxos de água e se acumulando em cinco áreas de alta concentração, os chamados ‘giros’ dos oceanos. Para resolver o problema, além de reduzirmos o uso do plástico, é preciso uma melhoria no gerenciamento global de resíduos. Porém, isso não torna menos necessária a eliminação de todo o lixo que já se encontra nos cinco giros (imagem ao lado) oceânicos.

Até agora, as propostas para ‘limpar’ o plástico nos mares incluem o uso de navios, que gastariam enormes quantidades de combustível e força humana, ou redes que capturariam, além do plástico, muitos animais marinhos.

Uma nova ideia surgiu em um trabalho acadêmico do estudante holandês de engenharia Boyan Slat. A proposta, que ainda está na fase investigativa, é: se o plástico se movimenta embalado pelas correntes marinhas, por que não fixar processadores de água no leito oceânico em um determinado ponto onde esses resíduos passam?

O processador, uma plataforma similar a uma arraia manta, teria a forma de um compartimento flutuante, sem redes, o que resultaria na liberação de formas de vida que viessem a cair no ‘filtro’, como o plâncton. Além disso, por ser flutuante, ao contrário das redes, a solução cobriria áreas muito mais amplas e não ficaria no caminho das espécies marinhas.

Manta2

“Inspirado por meus mergulhos nas Ilhas de Açores, decidi que o melhor formato para a plataforma seria o de uma arraia manta. Ao permitir que as suas 'asas' fluam como uma manta, podemos garantir o contato dos 'braços' da plataforma com a superfície mesmo nos mares mais agitados", comentou Slat em sua apresentação no TEDx Delft (vídeo acima).

Apesar de a hipótese não ter sido testada, o projeto prevê que mesmo espécies planctônicas – devido a sua densidade similar à da água do mar – podem se movimentar sob o compartimento junto com o fluxo da água.

As plataformas seriam completamente autônomas, recebendo energia do sol, das correntes e ondas.

Slat enfatiza que com a renda gerada pela coleta do plástico nos cinco giros, seria possível lucrar mais do que se gastaria para executar o projeto.

Manta3

A ideia do estudante agora conta com o apoio de um grupo de cerca de 50 engenheiros, modeladores, especialistas e de outros estudantes. 

Uma campanha de crowd funding foi lançada visando extrair mais de sete bilhões de quilos de plástico dos oceanos em apenas cinco anos. O custo estimado para provar cientificamente o conceito é de US$ 80 mil.


Foto: Very sad news from Tenerife today.
No pictures of Divers having fun.
No Pictures of our wonderful aquatic world we visit.

Just a picture of a dead Dolphin found 200 metres offshore, with a plastic bag around its rostrum, in Tenerife.
 
One white plastic bag is all it took to end the life of this beautiful animal.
Um saco plástico branco foi o suficiente  
para acabar com a vida deste belo animal.


Help make it happen for Boyan Slat! Contribute to The Ocean Cleanup: FEASIBILITY STUDY.




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