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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Organizações civis se unem contra caça de baleias



Sessenta e três entidades da América Latina e Caribe solicitam a seus governos a adoção de medidas oposicionistas frente à próxima temporada de caça 'científica' de baleias pelo Japão no Oceano Austral


Medidas diplomáticas e de rechaço à dita caça para fins 'científicos' na Antártida, realizada na realidade com caráter comercial pelo Japão, é o que desejam as organizações que trabalham com conservação marinha na região, segundo a carta entregue a 14 países do Grupo Buenos Aires, entre eles o Brasil. 

Segundo a denuncia das organizações, a cota anual de baleias caçadas sob o programa JARPA II, iniciado em 2006, aumentou quase 50% ao ano devido a concessões especiais, alcançando níveis similares a cota anual de caça comercial à baleia minke antártica antes da implementação da moratória.

A caça para fins ’científicos” é uma prática tolerada pela Comissão Internacional da Baleia (CIB), que proíbe desde 1986 a caça comercial aos cetáceos. “Além de construir uma fachada para encobrir as operações baleeiras de caráter comercial e violar a moratória sobre a caça comercial, o programa representa uma crescente e preocupante ameaça à governança do Oceano Austral, à segurança da vida humana em alto mar e à proteção do delicado ecossistema marinho antártico”, relata a carta.


Segundo José Truda Palazzo, do Centro de Conservação Cetácea Brasil, a CIB atua com base em um tratado arcaico, a Convenção Baleeira de 1946, que permite expressamente através de seu Artigo 8º que os países se auto-outorguem licenças de captura para fins científicos.


“Logicamente, o que o Japão faz é um abuso do direito concedido por esse Artigo, tanto que a Austrália está processando o país na Corte Internacional de Justiça, mas a CIB alega que não pode fazer nada. A CIB se transformou num anacronismo no século XXI, e acredito que a conservação das baleias no plano global estaria melhor se essa Comissão acabasse e fosse substituída por um tratado moderno de conservação dos cetáceos. Mas falta vontade política, mesmo dos países que se dizem “conservacionistas”, para dar esse passo à frente”, afirmou Palazzo.

Além da segurança ambiental contra a caça de animais ameaçados de extinção como a baleia jubarte, as organizações denunciam a quebra do Tratado Antártico como uma zona de paz livre de armas, já que o governo japonês pretende enviar uma embarcação de escolta para proteger a tripulação baleeira.


“É inaceitável que o governo japonês transforme novamente as águas do Santuário de Baleias do Oceano Austral no cenário de massacre de centenas de baleias que se encontram protegidas”, lamentou a diretora executiva do Centro de Conservação Cetácea do Chile Elsa Cabrera.

A carta ainda acrescenta a preocupação sobre a conduta do governo japonês no âmbito da CBI, “mostrando a sua nula disposição em melhorar o funcionamento deste importante organismo”.

As organizações brasileiras que assinaram a carta são: Centro de Conservação Cetácea Brasil, Instituto Baleia Jubarte e Centro Golfinho Rotador.

De acordo com Palazzo, o governo do Brasil mantém uma posição firmemente conservacionista na CIB, graças principalmente à atuação do Itamaraty, mas poderia fazer bem mais.


“Estou convencido de que a proposta brasileira de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul não prospera porque as gestões que deveriam ser feitas em altíssimo nível, de Presidente para Primeiros-Ministros e outros Presidentes, simplesmente não acontece. Aí, vemos o sujeito do Gabão, de quem o Brasil há pouco perdoou centenas de milhões em dívidas, literalmente xingar a delegação brasileira nas plenárias da CIB e votar com os baleeiros japoneses, e fica por isso mesmo. O Brasil tinha de exercer mais pressão em nível mais elevado pra lograr seus objetivos de conservação no Atlântico Sul” resumiu o ecologista, que lançará na semana que vem o livro SOS Baleias.

Histórico

Em uma nota divulgada em fevereiro, o Grupo Buenos Aires já havia reafirmado seu "compromisso com a conservação das baleias, a manutenção da moratória comercial em vigência desde 1986, a promoção do uso não letal do recurso e o respeito à integridade dos santuários baleeiros reconhecidos pela CBI", rejeitando a caça dos cetáceos.

Logo após esta manifestação, o governo japonês decidiu suspender sua campanha de caça às baleias na Antártida até o final da temporada passada, porém motivado pela "dificuldade de se garantir a segurança das tripulações diante do assédio incessante da Sea Shepherd", alegou na ocasião o ministro da Agricultura e Pesca, Michihiko Kano.


As capturas da frota japonesa, que tem uma cota anual de cerca de mil cetáceos, foram reduzidas para 507 baleias no ano passado, fato que a Agência de Pesca atribuiu às atividades de "obstrução" da Sea Shepherd.

O Japão anunciou no início de outubro que vai regressar às águas da Antártida a partir de Dezembro para caçar. Mas desta vez, a frota baleeira terá uma escolta nipônica para proteção contra os navios ecologistas da Sea Shepherd.

A ONG mobiliza várias embarcações para seguir a frota japonesa, utilizando cordas para bloquear as hélices dos navios japoneses e colocando-se entre estes e as baleias. A organização garante ter conseguido evitar a morte de 800 animais.

Outras ameaças

Em meio a este embate, a Convenção sobre Conservação de Espécies Migratórias de Animais Selvagens sob o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP/CMS, em inglês) divulgou um relatório que detalha as mais recentes descobertas científicas sobre a distribuição, migração, comportamento e ameaças aos cetáceos.


O alerta trazido pelo relatório é diretamente relacionado ao bycatch, ou seja, a captura de espécies diferentes da espécie-alvo na pesca. A constatação é que 86% dos Odontoceti, uma subordem de cetáceos popularmente chamada de baleias com dentes, como as a cachalote e os golfinhos, morrem emaranhados em armadilhas, redes de emalhar e de arrasto, espinhel e outros aparatos pesqueiros.

Além disso, a sobrepesca das suas presas também foi identificada como uma ameaça a 13 espécies em 2011 em comparação com 11 em 2001. O relatório enfatiza que a caça local, matanças ou capturas deliberadas são ameaças graves.

A secretária executiva da UNEP/CMS Elizabeth Mrema, comentou que lidar com estas ameaças exige regulamentação internacional e que durante a 10 ° Conferência das Partes da CMS em novembro será discutida a adoção de um Programa de Trabalho Global para Cetáceos.


África do Sul não quer debater acordo climático na COP

Para o país sede da Conferência do Clima seria irresponsável perder tempo discutindo um tratado praticamente impossível enquanto outras questões urgentes, como financiamento e Protocolo de Quioto, ficariam estagnadas

A Conferência do Clima de Durban (COP17) nem começou ainda, mas já existe uma aura de pessimismo sobre o que será possível alcançar quando os mais de 190 países sentarem para negociar.

Quem deixou claro qual é a atual realidade das políticas climáticas foi o embaixador da África do Sul designado para atuar na COP17, NJ Mxakato-Diseko.

“Negociar um instrumento legal para limitar as emissões de gases do efeito estufa seria irresponsável, muito irresponsável. Apenas sugerir que o resultado de Durban deve ser um acordo é irresponsável, porque faria as negociações entrarem em colapso”, afirmou.

Para o país sede, o papel da COP17 deve ser trazer avanços em outras questões relevantes, como transferência de tecnologias, financiamento de ações climáticas e traçar um esboço do que pode acontecer com o Protocolo de Quioto após 2012.

Porém, outras nações podem pensar diferente e a possibilidade de paralização das negociações é real.

A China, por exemplo, divulgou nesta semana sua proposta para a COP17 e um dos elementos chave que defenderá será a extensão e ampliação de Quioto, para que todos os países desenvolvidos assumam metas de emissão, o que com certeza não será aceito pelos Estados Unidos.

Christiana Figueres, presidente da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), parece alinhada com a África do Sul e afirma que a COP17 terá alcançado seu objetivo se conseguir fazer com que os países cumpram promessas feitas no passado, principalmente com relação à criação do Fundo Climático Verde.

“Sabemos que este não é o melhor momento para falar em financiamento, já que muitos dos países mais ricos estão atravessando uma crise econômica. Porém, a crise é passageira e estamos propondo algo em longo prazo, para suprir as necessidades das ações de mitigação e adaptação nas próximas décadas”, declarou Figueres.

MDL e Mercados de Carbono

O impacto que a falta de um acordo climático que substitua o Protocolo de Quioto terá no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é a atual grande preocupação dos investidores. A incerteza sobre o futuro dessa ferramenta, somada a crise financeira, foi responsável pela contração do MDL, que diminuiu 46% em 2010.

Em uma manobra para mostrar confiança na continuidade do mecanismo, o Comitê Executivo do MDL divulgou nesta quarta-feira (26), após a sua 64º reunião, que abrirá uma consulta pública para melhorar o esquema.

“Queremos aprender com o passado para construir o futuro. Vamos fazer o que for necessário para unir a sociedade civil, governos e demais participantes do MDL em um diálogo aberto e construtivo”, afirmou Martin Hession, presidente do Comitê.

“Nos últimos 10 anos, os integrantes do MDL construíram um mecanismo global que funciona. Agora é a hora de usar as experiências adquiridas nesse período para revitalizar o MDL”, completou.

Todas as sugestões coletadas pela consulta pública serão reunidas em um relatório que servirá de base para uma reforma no MDL com o objetivo de “transformar o mecanismo em um instrumento de estímulo ao investimento em baixo carbono em países em desenvolvimento”.

A incerteza sobre o futuro também vem afetando os mercados de carbono e segundo o delegado da Noruega para a COP17, Henrik Harboe, é importante que os países mandem um ‘sinal político’ de seu interesse em manter esse tipo de ferramenta funcionando.

Em entrevista para a Bloomberg, Harboe afirmou que é preciso dar garantias aos investidores de que podem se comprometer com projetos de longo prazo.

“É necessário que seja dada confiança aos mercados. Precisamos deixar claro que esses mecanismos continuarão existindo. Talvez seja preciso introduzir regras, mais flexíveis, ou fazer ajustes para que novas iniciativas sejam criadas”, concluiu.

É praticamente consenso entre os negociadores que os mercados de carbono e o MDL devem continuar existindo independente do que aconteça com relação a um futuro acordo climático ou com o Protocolo de Quioto. 

Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Reciclagem de óleo: opção para preservar o meio ambiente


Fábrica recicla óleo comestível dispensado por restaurantes

Instalações da futura fábrica de sabão 

Em Sergipe, um novo conceito sobre reciclagem começa a surgir com a iniciativa de um casal de empreendedores, a partir de investimentos na ordem de R$ 200 mil para reciclar óleo comestível e usá-lo como matéria-prima na fabricação de produtos de limpeza. Com este espírito, nasceu, há cerca de nove anos, a ideia de dar uma destinação consciente ao óleo comestível descartado em restaurantes e por pequenos vendedores ambulantes que trabalham com frituras na capital sergipana.

E foi por acaso. Por coincidência, há cerca de nove anos, o casal Rome Silva Freire e Rejane Lemos Freire, ambos com 36 anos, recebeu a visita inesperada de um empresário carioca. Eles não se conheciam, mas o vínculo foi a Kombi do casal estacionada na residência deles no bairro América. “Foi uma coisa de Deus, não tem como não ter sido aquela visita uma coisa mandada por Deus”, acredita Rejane Lemos.


Óleo que seria jogado nos dutos

Ela conta que o empreendedor (cujo nome não foi revelado) bateu na porta da residência dela com o intuito de alugar a Kombi que eles possuíam. “A Kombi estava estacionada na garagem e ele bateu na porta perguntando se meu maridotinha interesses de alugá-la”, lembra. “Meu marido disse que sim, desde que o motorista fosse ele. E foi aí que tudo começou”, diz. No início, Rome era apenas motorista. No entanto, com o passar dos dias, o empreendedor teve que retornar ao Rio de Janeiro para resolver problemas familiares, propôs sociedade e Rome acabou assumindo os negócios porque o empresário desistiu de atuar em Sergipe. “Como ele não mais voltou, meu marido e eu acabamos fazendo a reciclagem do óleo no quintal da nossa casa para vendê-lo a uma fábrica de sabão”.

Estava no pequeno quintal de casa o protótipo da JCS Recigraxe, que já está sendo erguida no Cantinho do Céu, no município de São Cristovão. “A gente vendeu carro, imóvel e investimos todas as nossas economias aqui. Agora a gente só faz a coleta e faz negócio com uma fábrica de produtos de limpeza, mas nossa ideia é abrir nossa própria fábrica, para fabricar produtos de limpeza com todo o óleo reciclado”, diz Rejane. Rome prefere o silêncio, transferindo para a esposa a responsabilidade pelas entrevistas.

A ideia se expande. O casal já está iniciando parcerias para instalar empreendimento semelhante nos Estados do Maranhão e Piauí. Em São Luís, capital do Maranhão, os entendimentos estão avançados e, em breve, os caminhos se abrirão em Terezinha, no Piauí. Pelo menos são estas as pretensões do casal empreendedor.

Sérgio Borges: trabalhando com pesquisa

Negócio formidável

Foi no Cantinho do Céu, no município de São Cristovão, que o casal encontrou o espaço ideal para abrir a célula da fábrica de reciclagem. O empreendimento ainda opera em fase operacional, aguardando apenas a licença de órgãos ambientais para prosperar. Antes mesmo de atuar na fabricação de produtos de limpeza, o empreendimento já vinga com cinco empregados agindo na reciclagem do óleo comestível. Os serviços que eram feitos artesanalmente já progrediu, passando a ser executados em maquinários, que incluem caldeiras, centrífugas, reatores de tratamento, conduzidos pelo controlador de produção Josan Lemos. “Estamos só fazendo o beneficiamento do óleo, mas futuramente já estamos com equipamentos adequados para fornecer produtos de limpeza”, garante o controlador de produção.

Josan Lemos: cuidando dos equipamentos

Nesta atividade específica, relacionada ao beneficiamento do óleo comestível, o casal empreendedor já desfruta de parcerias com alguns restaurantes instalados em Aracaju, vendedores ambulantes que residem no próprio bairro América, algumas lojas de supermercado e até moradores, na própria comunidade onde o casal reside.

Para a coleta, o casal instala vasilhames específicos em alguns pontos da cidade, recipientes identificados como bombonas, de variados tamanhos, com capacidade para armazenar 25 litros, 50 litros e 100 litros de óleo. No momento, são coletados algo em torno de 3 mil litros de óleo comestível por semana. Na parceria, aqueles que se dispõem a ofertar o óleo comestível usado recebem, em troca, material de limpeza.

Um negócio formidável, na ótica da empresária Ivana Soalheiro, sócia-proprietária de um restaurante de médio porte em Aracaju, parceira da Recigraxe. “É uma coisa que vem em nosso próprio benefício”, considera a empresária, numa referência não apenas à economia que conseguiu conquistar com a aquisição de material de limpeza, mas o gesto associado à contribuição ao meio ambiente. “A natureza está tão desgastada que buscamos parceiros para não jogar o óleo que usamos no assado na natureza”, diz a empresária.

Ivana Soalheiro: negócios pelo meio ambiente

Com o gesto, a dona do restaurante consegue coletar cerca de R$ 100 litros de óleo comestível ao mês, que seriam, em outras épocas, lançados nas famosas ‘caixas de gordura’. “Fazemos sim economia, mas a questão não está no valor. A questão está no gesto para evitar jogar os descartáveis no lixo”, comenta. “São coisas mínimas que ajuda demais a natureza”, resume.

Educação Ambiental

O empreendimento ainda passa por fase de licença ambiental, mas já proporciona a abertura de novos negócios. A Aimberê Ambiental, uma empresa de consultoria, por exemplo, nasceu justamente com o objetivo de prestar serviços à JCS Recigraxe para desenvolver campanhas de conscientização junto à população para a importância de dar uma destinação politicamente correta ao óleo comestível, comumente despejado nos dutos e caixas coletoras de condomínios e restaurantes e até mesmo diretamente nos esgotos domésticos da cidade.

“Fundamos a Aimberê Ambiental para prestar serviços na área de educação ambiental para fazer um estudo prévio de comportamento da comunidade no tocante à adesão do projeto de coleta de óleo comestível”, informa o professor Sérgio Cardoso Borges, tutor do Centro de Educação Superior à Distância da Universidade Federal de Sergipe (UAB/Cesad/UFS), sócio da nova empresa. “Vamos trabalhar com a vertente do desenvolvimento sustentável pedagógico”, explica.

Local onde há o beneficiamento do óleo

O trabalho será desenvolvido em bairros, escolas públicas e privadas, condomínios e igrejas de religiões distintas. O primeiro trabalho será iniciado no Conjunto Orlando Dantas. E por que o Orlando Dantas? “Há indícios que o bairro é um dos mais solicitados para realização de serviços de manutenção da rede de esgoto”, responde o professor. Segundo analisa, um dos grandes problemas ocasionados pelo entupimento da rede de esgoto é causado pelo lançamento indiscriminado na rede de esgoto do óleo comestível descartado.

Além de desenvolver campanhas educativas, a Aimberê Ambiental pretende distribuir ecopontos de coleta de óleo em locais estratégicos, de forma que a comunidade dispense nestes vasilhames o óleo que costuma despejar na rede de esgoto do bairro. “O Orlando Dantas é composto por 5.922 domicílios e seu potencial de resíduo de fritura é de 12 toneladas ao ano. Portanto, são 12 toneladas de resíduos do óleo comestível que são jogadas indiscriminadamente nos dutos, se descartados de forma irregular”, considera o professor. “Vamos trabalhar na perspectiva de fazer parcerias e gerar impacto de mudança de hábito na comunidade, um trabalho voltado para a coleta do óleo, vislumbrando a geração de renda e trabalho”, comenta o professor.

Fica a dica. Os interessados em fazer parceria com a JCS Recigraxe na coleta de óleo comestível já usado podem entrar em contato com os empreendedores pelo telefones 3259 – 7377; 9991 – 2597 ou 9811 – 7379.

Cássia Santana / Portal Infonet

Cientistas alemães criam robôs com aparência de animais



Um pássaro que voa livre no céu, elefantes que enroscam suas trombas, pinguins que mergulham em águas cristalinas. Seriam animais perfeitos, não fossem robôs, protótipos de bichos autônomos, equipados com sensores e radares, que permitem que se movimentem sem ajuda de controle remoto.

Parece um zoológico do futuro, mas tudo isso faz parte da realidade de uma empresa alemã que trabalha em cooperação com universidades do mundo todo para desenvolver máquinas e veículos mais eficazes, menos poluentes e que gastam o mínimo de energia.

O objetivo desse projeto, desenvolvido em Esslingen, no interior da Alemanha, é captar a eficiência física dos animais na natureza e transferir essa habilidade natural dos bichos para os robôs. Quanto mais próximos da perfeição, mais úteis esses animais biônicos se tornam, principalmente para as indústrias naval, automobilística e aeroespacial.

O arquiteto responsável pela criação dos animais, diz que a estrela do projeto é a gaivota. Ela realmente decola, bate as asas e pousa como se fosse viva. O protótipo tem ajudado no desenvolvimento de aviões com aerodinâmica capaz de proporcionar até 50% de economia de combustível.

Outra conquista é a sensibilidade virtual: robôs já são capazes de manejar produtos frágeis como ovos sem quebrá-los, mil vezes mais rápido do que uma pessoa. Um outro exemplo bem prático não passa despercebido no jardim da empresa: é um cortador equipado com sonares que detectam o tamanho da grama. Movido a energia solar, ele passa o dia inteiro fazendo seu trabalho, descansa à noite e retoma a tarefa, automaticamente, quando o dia amanhece. Uma pequena amostra do que os robôs poderão se tornar em nossas vidas.

Alemanha quer ter energia limpa equivalente a 14 vezes Belo Monte


  • Governo alemão vai substituir energia atômica pela solar e de biomassa.
  • Cidadãos podem vender energia produzida nas residências.

A decisão do governo da Alemanha de encerrar a geração de energia proveniente de usinas nucleares e diminuir a quantidade de complexos movidos a carvão, responsáveis por altas emissões de carbono, vai aumentar o emprego das energias renováveis no país, como a solar, eólica e biomassa, que saltarão dos atuais 16% de toda a matriz energética para 80% até 2050, segundo o plano oficial. A potência instalada de fontes renováveis deverá chegar a 163,3 GW.

É como se em quatro décadas a Alemanha construísse o equivalente a mais de 14 usinas com a mesma potência da de Belo Monte, que terá capacidade para produzir 11,2 GWh de energia no Rio Xingu, no Pará.

Entretanto, a falta de espaço territorial na nação mais desenvolvida da Europa (cabem quase 24 Alemanhas dentro do território do Brasil) não permite tal feito e incentiva a criatividade e o desenvolvimento tecnológico.

O assunto se tornou uma das principais bandeiras do país desde o final de maio, quando o governo de Angela Merkel anunciou o encerramento gradativo das atividades de 17 usinas nucleares até 2022. O tema já era discutido há pelo menos uma década, mas a decisão a respeito foi acelerada após o acidente nuclear ocorrido em Fukushima, no Japão.

Com isso, nos próximos anos, a tecnologia nuclear deixará de produzir 23% da energia elétrica utilizada para abastecimento da indústria e das moradias dos seus 81,7 milhões de habitantes.


À esquerda, exemplos de turbinas de energia eólica que funcionam em regiões da Alemanha; à direita, casas sustentáveis que são abastecidas com luz solar em bairro de Freiburg. Plano da Alemanha é aumentar para 80% da matriz energética até 2050 o uso de tecnologias limpas 

Iniciativa

Para substituir a perda, o governo criou um plano determinando que 80% da matriz energética do país seja abastecida por meios renováveis até 2050 e, ao mesmo tempo, criou regras para a reduzir o consumo do país com a aplicação de melhorias na eficiência energética.

Tais tecnologias, que emitem menos gases causadores do efeito estufa, são recomendadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), no intuito de reduzir as emissões de carbono proveniente de usinas de carvão.

Segundo dados da Associação Alemã das Indústrias de Água e Energia (BDEW), até 2010 as energias renováveis provenientes do vento, da reutilização de materiais (biomassa), da água e do sol eram responsáveis por 16% da geração de energia elétrica no país.

O aumento deve ocorrer de forma gradativa com a ajuda de regras como a que determina a implantação de placas solares em residências novas para que a luz solar gere 15% do aquecimento interno da casa, além da água quente consumida.

"Estamos abandonando a energia atômica em todo o país, mas estamos implantando um sistema que denominamos de 'tarifa ecológica', que recompensa pessoas que estão consumindo sua própria energia com meios limpos. O excedente alimenta a rede elétrica, sendo descontado do custo que a pessoa teria que pagar pelo consumo ou mesmo recebendo a quantia em dinheiro ao longo dos anos", explica a pesquisadora Ursula Eicker, da Universidade de Ciências Aplicadas de Stuttgart.



Desenvolvimento

O aproveitamento desses recursos tornou-se prioridade para empresas, instituições de pesquisa e governos estaduais, como o de Baden-Württemberg, no sudoeste alemão.

Com uma população de 11 milhões de habitantes e alta concentração de indústrias – abriga as sedes mundiais de companhias como a Daimler (Mercedes-Benz), Porsche, Bosch, entre outras -, 40% da energia que abastece a região provém da matriz nuclear, segundo Theresia Bauer, ministra de Ciência, Pesquisa e Arte de Baden-Württemberg.

Por conta disso, há um movimento de desenvolvimento de novos produtos voltados à melhoria da eficiência energética que serão utilizados no país e, posteriormente, exportados para outras regiões, como o Brasil.

“Queremos ocupar uma posição de liderança neste contexto, desenvolvendo tecnologias em relação à energia eólica, fotovoltaica e biomassa”, disse a ministra.

De acordo com Theresia, instituições de pesquisa instaladas no estado, e que contam com robustos orçamentos anuais que estão em torno de 1 bilhão de euros, trabalham para desenvolver novos materiais para melhorar o aproveitamento da luz solar na geração de luz elétrica ou aquecimento de residências, com o intuito de baratear essa tecnologia, além de pesquisar formas de construção mais leves para imóveis ou veículos e na criação de produtos e técnicas voltadas para a energia eólica e biomassa.

Entretanto, a ministra ressalta que estudos voltados para o armazenamento destas energias são os que recebem maior atenção. “Acreditamos que esta é uma questão central para o uso de energias renováveis na produção de energia elétrica, justamente devido à falta de continuidade na geração quando não há raios solares suficientes ou ventos para movimentar as turbinas. Uma grande parte dos investimentos está voltada para esta área”, afirma.

A ministra de Baden-Württemberg,
Therezia Bauer 

Energia nuclear no Brasil

Os planos da Alemanha de eliminar a energia atômica de seu país também poderiam respingar no Brasil?

A empresa estatal Eletronuclear e a companhia alemã Siemens são responsáveis por construir o complexo nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, previsto para ser finalizado até 2015 e que custará R$ 6,1 bilhões.

O Ministério de Minas e Energia do Brasil pretende ainda implantar quatro novos complexos atômicos, sendo dois no Nordeste e mais dois no Sudeste.

A obra no litoral fluminense é criticada por ambientalistas brasileiros e alemães, mas, segundo a ministra de Baden-Württemberg, o contrato firmado entre a Siemens e o governo do Brasil será honrado.

“Nossos contratos serão cumpridos. Agora, o que é errado é abandonarmos a energia atômica no nosso país e continuar com sua exportação para outras regiões. Se acreditamos que não é uma tecnologia sustentável, a tendência é que essa exportação não seja continuada”, diz Theresia Bauer.

Ela complementa ainda que os aspectos de segurança e de tratamento de resíduos ainda serão temas pesquisados e discutidos na Alemanha por muito tempo. “Vamos lidar com os aspectos de segurança deste tema por muito tempo, além da situação dos depósitos de resíduos. Essas questões são importantes para a nossa sociedade”, disse.


Eduardo Carvalho - Globo Natureza, em Stuttgart
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o repórter viajou a convite do governo de Baden-Württemberg

Senado aprova lei que enfraquece Ibama

A bancada ruralista comemorou a aprovação.

O Senado aprovou  por 49 votos a 7 um projeto de lei que, na prática, tira do Ibama o poder de multar desmatamentos ilegais.

O projeto regulamenta o artigo 23 da Constituição, que define as competências de União, Estados e Municípios na fiscalização de crimes ambientais.

O texto original, do deputado Sarney Filho (PV-MA), visava estabelecer atribuições dos entes federativos para melhorar o combate ao tráfico de animais. Porém, uma emenda de última hora inserida na Câmara alterou o texto, estabelecendo que a autuação só poderia ser feita pelo órgão licenciador. Como o licenciamento para desmatamentos é feito pelos Estados, o Ibama, na prática, ficaria sem poder de autuar.

No ano passado, a então senadora Marina Silva (PV-AC) tentou corrigir a distorção, apresentando três emendas ao projeto. Todas elas foram rejeitadas na Comissão de Constituição e Justiça pela senadora ruralista Kátia Abreu (PSD-TO), relatora na CCJ.

Tanto Marina quanto seus sucessores no Ministério do Meio Ambiente, Carlos Minc e Izabella Teixeira, tentaram barrar a proposta (batizada de PLC no. 1), por entenderem que os Estados e municípios são menos estruturados para fiscalizar e/ou mais sujeitos a pressões políticas do que o Ibama.

A bancada ruralista comemorou a aprovação.

"Vamos tirar essas prerrogativas ditatoriais do Ibama. O Ibama quer parar o Brasil, não vai parar, não!", vociferou Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

"Habituou-se no Brasil a achar que os órgãos federais são mais honestos que os estaduais e municipais. Não podemos tratar a Federação desta forma. O Ibama não é a Santa Sé, ele não está acima de qualquer suspeita, não", disse Kátia Abreu.

Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, disse que a proposta é um retrocesso.

"Num momento em que nós estamos fazendo um grande esforço para votar um Código Florestal que reduza desmatamento no nosso país, reduzir as prerrogativas do Ibama me parece um erro grave."

Degradação ambiental ameaça progresso de emergentes, diz ONU

Pnud - 2011

Se persistirem as atuais tendências globais de degradação ambiental, a progressiva melhora nos índices sociais dos países emergentes será interrompida antes de 2050, segundo o Relatório de Desenvolvimento de 2011 do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), lançado nesta quarta-feira.

O documento diz: "Se não fizermos nada para deter ou inverter as tendências atuais, o cenário de catástrofe ambiental conduz a um ponto de virada antes de 2050 nos países em desenvolvimento. A sua convergência com os países ricos em termos de progresso no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ao longo das últimas décadas começa a se inverter."

Segundo o Pnud, o mundo tem assistido a um enorme progresso em termos de desenvolvimento humano nas últimas décadas. Desde 1970, o IDH cresceu 41% em termos globais e 61% nos países com IDH baixo, refletindo fortes avanços na saúde, na educação e na renda.

No entanto, o órgão diz que a melhora dos padrões de renda tem estado associado à deterioração em indicadores ambientais fundamentais, como as emissões de dióxido de carbono, a qualidade do solo e da água e a cobertura florestal.

Como resultado, o Pnud prevê que, em 2050, o IDH global será 8% inferior ao que seria esperado caso não houvesse graves problemas ambientais.

A redução se deveria principalmente aos efeitos adversos do aquecimento global na produção agrícola, no acesso à água potável e saneamento e na poluição.

O sul da Ásia e a África Subsaariana, diz o relatório, seriam os principais afetados pela deterioração ambiental, com queda de 12% em seu IDH médio.

O documento afirma ainda que num cenário de "catástrofe ambiental" ainda mais adverso - vasta desflorestação e degradação do solo, reduções dramáticas da biodiversidade e uma aceleração dos fenômenos climáticos extremos--, o IDH global seria aproximadamente 15% inferior à base de referência prevista.

PREÇOS DE ALIMENTOS

Além de dificultar o acesso a bens e serviços essenciais, alerta o Pnud, os fatores ambientais adversos provocariam um aumento dos preços dos alimentos mundialmente em 30% a 50% nas próximas décadas e estimularia a volatilidade dos preços, com graves repercussões nas famílias mais pobres.

Os mais vulneráveis ao aumento de preços seriam os cerca de 1,3 bilhão que trabalham na agricultura, pesca, silvicultura, caça e coleta.

"As previsões sugerem que, em muitos casos, os mais desfavorecidos suportam e continuarão a suportar as repercussões da deterioração ambiental, ainda que pouco contribuam para o problema."

Hoje, diz o órgão, países em desenvolvimento são os que mais sofrem com a perda de chuvas e com o aumento em sua variação, com repercussões na produção agrícola e nos meios de subsistência.

Segundo o Pnud, embora sejam os mais afetados pelas agressões ambientais, os países com IDH baixo foram os que menos contribuíram para as alterações climáticas globais.

Isso porque as emissões per capita continuam muito mais elevadas nos países desenvolvidos, devido ao maior número de atividades com utilização intensiva de energia, como condução de automóveis, uso de ar condicionado em casas e escritórios e consumo de produtos alimentícios transformados e embalados.

O relatório diz que países com avanços mais rápidos no IDH registraram aumentos mais rápidos nas emissões de dióxido de carbono, o que exigiria uma revisão dos atuais moldes de desenvolvimento.

"O crescimento impulsionado pelo consumo de combustíveis fósseis não é um pré-requisito para uma vida melhor em termos de desenvolvimento humano mais gerais. Os investimentos que melhoram a equidade (por exemplo, no acesso a energias renováveis, água e saneamento e nos cuidados de saúde reprodutiva) podem promover a sustentabilidade e o desenvolvimento humano."

RANKING

Em seu ranking de desenvolvimento humano, que neste ano conta com 187 países, o relatório apresentou poucas mudanças nas primeiras posições em relação a 2010.

O índice, que varia entre zero e um (quanto mais próximo de um, maior o nível de desenvolvimento humano), leva em conta as realizações médias de um país em três dimensões: a possibilidade de usufruir uma vida longa e saudável, o acesso ao conhecimento e um padrão de vida digno.

  • Como em 2010, as cinco primeiras posições ficaram com Noruega (0,943), Austrália (0,929), Países Baixos (0,910), Estados Unidos (0,910) e Nova Zelândia (0,908).
  • Os países integram um grupo de 47 nações cujo IDH é considerado muito elevado, e que tem Chile (44º lugar, 0,805) e Argentina (45º, 0,797) como únicos países latino-americanos.
  • Com 0,718 ponto, o Brasil ficou na 84ª posição, na categoria de países com IDH elevado. A nota foi 0,003 ponto superior à do ano passado.
  • As últimas posições do ranking permaneceram inalteradas: Burundi (0,316), Níger (0,295) e República Democrática do Congo (0,286).
  • As maiores oscilações positivas no ranking deste ano ocorreram com a Ucrânia (161), Turquia (92) e Malásia (61), que subiram, cada uma, três posições.
  • Já a Líbia, imersa desde o início do ano em conflitos armados, que no mês passado resultaram na morte do líder Muamar Khadafi, teve a maior oscilação negativa no ranking, caindo dez posições, para 64º.

BBC BRASIL

Estudo faz o mais completo mapeamento da extinção na Era do Gelo

A mensagem do estudo mais completo já feito sobre o sumiço da megafauna, conjunto de grandes mamíferos da Era do Gelo, é que essa extinção em massa não foi tão "em massa" quanto parece.

As causas do desaparecimento variam de espécie para espécie e envolvem mudanças climáticas, o interesse de caçadores humanos na carne dos bichos e, no caso mais famoso, o dos mamutes, fatores ainda incertos.



  • É o que conclui a equipe liderada por Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, em artigo na revista "Nature", após analisar dados de seis espécies: rinocerontes-lanosos, mamutes-lanosos, cavalos-selvagens, renas, bisões-das-estepes e bois-almiscarados.
  • Entre esses bichos, renas e bois-almiscarados ainda estão por aí, mas com sua distribuição geográfica drasticamente reduzida --na Era do Gelo, havia renas até na França. Europa e Ásia tinham bois-almiscarados, hoje reduzidos ao Ártico americano.
  • Willerslev e companhia são especialistas em DNA antigo --dominam técnicas de extração e análise de material genético a partir de ossos com milhares de anos. A equipe analisou mais de 800 amostras de DNA dos bichos e as datou com precisão.
  • Os cientistas montaram uma espécie de filme sobre como variou a genética das populações da megafauna ao longo de milhares de anos --de 40 mil anos até 10 mil anos antes do presente.
  • Os dados genéticos permitem acompanhar o comportamento da população de animais ao longo dos séculos.
  • O retrato traçado pela pesquisa envolve mais duas fontes. A primeira é o mapa dos habitats de cada espécie ao longo dos milênios, levando em conta variações do clima e da vegetação (as espécies eram herbívoras).
  • Com isso, dá para saber se o habitat de um animal encolheu tanto que poderia ter levado o coitado à extinção.
  • A segunda fonte é a presença de caçadores humanos, denotada por sítios arqueológicos que coexistiram com a megafauna.
  • Com isso em mãos, vieram algumas surpresas. Nos 10 mil anos após o primeiro contato com humanos, as populações de rinocerontes e mamutes cresceram, o que derruba a hipótese da caça intensa. Já os bois-almiscarados quase não eram caçados.
  • Há indícios claros de contribuição humana para a extinção apenas de renas, bisões e cavalos. Mesmo assim, a mudança climática também seria importante.
  • O trabalho não aborda a extinção na América do Sul. O Brasil tinha cavalos selvagens, lhamas, mastodontes e preguiças-gigantes.

Editora científica mais antiga do mundo ‘abre tesouro’ na Internet


The Royal Society cria acesso gratuito a 60 mil artigos históricos

Primeiro número da ‘Philosophical Transactions’

A editora britânica The Royal Society disponibiliza online e gratuitamente 60 mil artigos da ‘Philosophical Transactions’, primeira revista científica do mundo que teve colaborações de cientistas como Charles Darwin, Isaac Newton e Stephen Hawking.

Os ‘tesouros’ no arquivo da editora científica com mais de 400 anos são muitos. E entre os milhares de estudos que agora se podem ler encontra-se o primeiro artigo científico de Isaac Newton, o trabalho geológico de Charles Darwin ainda jovem e as experiências de Benjamin Franklin.

Na carta com que apresentou aos leitores o primeiro número da ‘Philosophical Transactions’, o primeiro diretor da revista, Henry Oldenburg escreveu que “não há nada mais necessário para promover os avanços dos assuntos filosóficos do que a comunicação dos mesmos".

Os objetivos da revista passavam por incentivar os cientistas a continuar a investigar e por estimular o conhecimento dos cidadãos britânicos, e de outras partes do mundo, com os avanços da ciência.

Cumprindo esta missão, o diretor alemão Henry Oldenburg foi o primeiro a enviar a especialistas os manuscritos que chegavam à revista para que pudessem ser avaliados antes de serem publicados.

Atualmente, o presidente Paul Nurse da editora The Royal Society que, para além da ‘Philosophical Transactions’ editada ininterruptamente desde 1665, tem outras nove publicações, mantém 'acesos' os objetivos de Henry Oldenburg ao disponibilizar gratuitamente milhares de artigos históricos e ao criar, recentemente, a primeira revista de total acesso gratuito: Open Biology.

Cientistas extraem proteína humana do arroz


  • Descoberta pode responder à crescente procura mundial de albumina

Grãos de arroz foram geneticamente manipulados para produzir quantidades elevadas de albumina. Uma equipa de investigadores chineses anunciou hoje que conseguiu extrair albumina a partir de arroz geneticamente modificado. A descoberta foi publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Em medicina, esta proteína humana do sangue serve para tratar queimaduras e doenças do fígado.

A China é um dos países mais afetados pela carência de albumina. Atualmente, a proteína apenas é extraída através de doações de sangue. Mas com esta investigação abre-se uma porta para a produção de albumina humana sintética, o que poderá responder à procura mundial da proteína que beira as 500 toneladas ao ano, segundo a agência AFP.

Para refazer a proteína, os cientistas manipularam geneticamente grãos de arroz para produzir quantidades elevadas de albumina. Conseguiram depois separar a proteína do resto do grão, o que lhes permitiu extrair 2,75 gramas de albumina por quilo de arroz.

A proteína sintética foi posteriormente usada para tratar ratinhos com cirrose. Os resultados da experiência com roedores, sobre os quais não se conhecem pormenores, foram bastante similares aos obtidos em humanos, de acordo com a AFP.

Para os autores da investigação, a albumina extraída geneticamente do arroz é “física e quimicamente equivalente à albumina humana”. A sua produção a grande escala “pode ajudar a responder à crescente procura mundial  de albumina humana”, defendem.

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A gigante de couro pode atingir dois metros de comprimento e pesar até 750 kg.