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terça-feira, 21 de junho de 2011

UCS aponta os principais fatores para desmatamento

 
Relatório detalha principais fatores para desmatamento 
A demanda por commodities como soja, papel e madeira seria a grande motivação para a destruição das florestas, bem a frente da necessidade das populações nativas de plantar para se alimentar ou coletar lenha para cozinhar

Até não muito tempo atrás, a expansão da ocupação humana sobre as florestas era o grande fator por trás do desmatamento. Novas comunidades precisavam de áreas de plantio para sobreviver e por isso derrubavam as árvores. Porém, nas últimas décadas, com o crescimento do comércio global, houve uma mudança no que realmente está provocando a destruição das florestas. 
Ao invés das atividades dos povos locais, o que impulsiona de verdade para cima as taxas de
 destruição das florestas mundiais é a demanda por commodities de cidades que ficam muitas vezes a milhares de quilômetros de qualquer mata. É isso que aponta o relatório The Root of the Problem: What’s Driving Tropical Deforestation Today?” (A Raíz do Problema: O que está impulsionando o desmatamento tropical hoje?) , da União dos Cientistas Preocupados (UCS). 
O crescente consumo de carne, soja, óleo de palma, couro e papel, entre outras commodities, de países ricos e em desenvolvimento é a grande força que faz as motosserras trabalharem sem parar nos mais remotos pontos do planeta. 
“A idéia de que o desmatamento é motivado principalmente por causa do aumento da população rural não mais é verdade”, afirmou Doug Boucher, diretor da Iniciativa Climática e de Florestas Tropicais da UCS e um dos autores do estudo. 
Apesar do conceito de responsabilizar o consumo mundial por grande parte do desmatamento não ser inédita, este estudo é importante por se tratar de mais uma pesquisa séria que identifica que são os nossos hábitos exagerados, dieta errada e desperdício que levam a destruição das florestas. 
O desmatamento não é irracional, ele possui todo um contexto. Pessoas e empresas destroem florestas para poder suprir nossa demanda por commodities. É, sobretudo, um ato econômico”, descreve o relatório. 
Uma das alterações observada nas últimas décadas pela UCS é que o desmatamento deixou de ser provocado pelos governos para ser agora obra de empresas. Antigamente, o Estado incentivava a ocupação em áreas intocadas para fortalecer as fronteiras. Hoje, são as companhias as principais responsáveis pela exploração das florestas para produzir as mercadorias que a sociedade demanda.

A presença de multinacionais da madeira e alimentos, por exemplo, é sentida em todos os países com graus variados de influência. Em alguns locais as próprias companhias causam o desmatamento, em outros são empresários que o fazem para atender encomendas delas. 
Commodities O que essas multinacionais procuram varia de região para região, mas, segundo o relatório, alguns dos produtos que mais causam o desmatamento são: 
Soja: Nas últimas duas décadas, o cultivo de grãos foi um dos principais motivadores do desmatamento da Amazônia, principalmente no Brasil. 
Pecuária: A criação de gado precisa de uma grande área de terra e gera relativamente pouco alimento para a sociedade. A expansão dessa atividade foi especialmente ruim para as florestas da América do Sul. 
Madeira e Papel: A demanda por produtos baratos ainda causa a exploração irracional das florestas em países tropicais, que buscam atender o sempre crescente mercado de produtos de madeira e celulose. 
Óleo de Palma: A produção de óleo de palma mais que dobrou na última década e agora domina o mercado global de óleos vegetais. O Sudeste da Ásia é a região que mais sofre com essa atividade. 
Soluções 
O relatório reconhece que nos últimos anos houve uma queda no desmatamento, com dados da 
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostrando que na primeira década de 2000 a destruição caiu 18% com relação aos números de 1990. 
Entre as causas para a queda, a UCS aponta iniciativas como o REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação), o maior compromisso com o monitoramento das florestas, o uso de áreas degradas para a produção de commodities e a adoção de políticas internacionais que cobram certificados de sustentabilidade de produtos agrícolas e florestais. 
O Brasil é destacado como um exemplo a ser seguido de boas práticas. O desmatamento caiu de forma significativa, mesmo com o país registrando o aumento da produção agrícola e reduzindo o número de miseráveis. 
Apresentando dados de 2010 do INPE, o estudo afirma que o Brasil reduziu em 67% o desmatamento nos últimos cinco anos. Ainda é elogiada a política de moratória da expansão da soja e o plano de reduzir em 80% o desmatamento até 2020. 
Porém, a UCS não avaliou as informações mais recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que registrou em abril o maior desmatamento detectado em um único mês desde novembro de 2007 no Mato Grosso, 243 km2. O instituto também detectou um aumento de 13.500% na degradação florestal. A expectativa de mudança do Código Florestal pode estar relacionada com essa destruição. 
A UCS afirma que de uma forma geral o desmatamento global está bem acima do que seria aceitável e que as emissões resultantes são contribuintes significantes para as mudanças climáticas. 
O relatório concluiu que é “impossível criar políticas de desenvolvimento sustentável e conservação sem que sejam avaliadas as maneiras de minimizar a demanda por commodities. Melhorar a produtividade agrícola, utilizar terras degradadas e reeducar a população para que desenvolva um consumo consciente são medidas imprescindíveis”. 


 Fonte: Instituto CarbonoBrasil/UCS

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