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terça-feira, 21 de maio de 2013

Antropocena, uma nova era geológica





Rochas sedimentares e fósseis serão utilizados para determinar nova época geológica

A atividade humana transformou o planeta de forma tão permanente e vasta nos últimos dois séculos que a Terra entrou em uma nova época geológica, a Antropocena.

É o que defendem geólogos e cientistas, incluindo um ganhador do Prêmio Nobel, (Paul Crutzen), que discutirão nesta semana o impacto da ação humana e da natureza sobre os sistemas hídricos globais, na conferência Water in the Anthropocene (Água no Antropoceno, em tradução livre), organizada pelo Global Water System Project (GWSP), em Bonn, na Alemanha.

De acordo com os pesquisadores, o crescimento populacional, a construção de metrópoles, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis provocaram um efeito no planeta comparável ao derretimento de geleiras ocorrido há 11.500 anos ─ evento que marca o início da época Holocena na escala de tempo geológico.

A escala de tempo geológico estabelece eones, eras, períodos, épocas e idades que permitem categorizar as diferentes fases que vão da formação da Terra ao presente.

O termo "Antropoceno", cunhado pelo Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen em 2000 e adotado por parte da comunidade acadêmica na última década, ainda não é reconhecido oficialmente.

Segundo a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS, em inglês), responsável pela definição da escala de tempo da Terra, estamos, ainda, na época Holocena (iniciada há 11.500 anos).

A água é a base de processos biofísicos e socioeconômicos

A Holocena, por sua vez, faz parte de espaços de tempo geológicos mais extensos: o período Quaternário (há 1,8 milhões de anos), a era Cenozoica (há 65 milhões de anos) e o éon Fanerozoico (há 543 milhões de anos).

Para uma ciência que trabalha com escalas relativas à história de 4,5 bilhões de anos da Terra, o surgimento do homem (cerca de 200 mil anos atrás) é um fenômeno recente e por isso costumava ocupar uma posição periférica nos estudos geológicos.

Pela primeira vez, no entanto, o assunto está sendo analisado formalmente ─ a ICS convocou especialistas que tem até 2016 para analisar os estratos geológicos e definir o que seria o fim da época Holocena e o início da Antropocena.

Indícios do Antropoceno


"O Brasil, que é o segundo país mais rico em água do mundo, exporta não somente produtos agrícolas, mas também exporta virtualmente seus recursos naturais para balancear a ausência de água ou nutrientes do solo em outros países."

Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU

"Reconhecer a ideia do Antropoceno é reconhecer o impacto irreversível das atividades do homem, que afetam não somente os sistemas de água e recursos naturais do planeta, mas também o que essas ações significam no futuro das espécies", disse à BBC Brasil Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU e um dos moderadores da conferência em Bonn.

Para demarcar mudanças na escala de tempo geológica como a proposta do Antropoceno, geólogos analisam marcas deixadas em rochas sedimentares e organismos fossilizados.

Segundo os especialistas da GWSP, o homem move mais rochas e sedimentos do que as forças do gelo, do vento e da água, acelera processos de erosão e libera mais nitrogênio no ar do que plantas e outros organismos seriam capazes, principalmente desde a segunda metade do século 21.

Mais do que ocupar a superfície da Terra de forma extensa, ─ como já aconteceu em épocas anteriores ─ a urbanização, a globalização e o estilo de vida do homem contemporâneo estão transformando a forma como o planeta funciona.

Dados da GWSP comprovam que a ação humana é responsável pelo desmatamento de uma área do tamanho da América do Sul para agricultura e outra do tamanho da África para pecuária, o que teria impactado o clima, o solo e a vida de espécies no planeta.

Exportações indiretas


Ação humana teria causado mudança de Holoceno para Antropoceno

Para Bogardi, classificar o atual capítulo da história da Terra de Antropoceno funcionaria não somente como uma mera nomenclatura, mas como um alerta. "As consequências das ações do homem não afetam o planeta apenas de forma local, mas provocam coletivamente um impacto na constituição da Terra e discutir isso serve para minimizar as consequências e danos irreversíveis que afetariam o globo da pior forma no futuro", diz.

"O Brasil, que é o segundo país mais rico em água do mundo, somente atrás da Rússia, exporta não somente produtos agrícolas para países europeus, mas também exporta virtualmente seus recursos naturais para balancear a ausência de água ou nutrientes do solo em outros países."

De acordo com Bogardi, o Brasil exporta de forma indireta ─ durante os processos de produção agrícola e pecuária para exportação ─ 5,7 quilômetros cúbicos de água por ano somente para a Alemanha.

Por isso, ele defende, debater o uso dos recursos como a água não seria apenas papel do Brasil, mas de um esforço conjunto de países. Mas a discussão sobre a nova época Antropocena seria tanto sobre as "más notícias" e desafios, como sobre oportunidades e qualidades.

"Parte do crescimento econômico e desenvolvimento social que o Brasil vive hoje vem dessa enorme potencialidade do uso de recursos, por exemplo, então a proposta não é acabar com a ação humana no planeta, mas debater como fazer isso de forma sustentável para o futuro", explica.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Biomas do Brasil - USP (vídeo)






Sinopse USP:

Este vídeo apresenta algumas considerações sobre vida, dando enfoque às interações entre os seres vivos e o ambiente como sendo uma de suas características. O personagem Zeca é um adolescente brasileiro que "curte" percorrer o país e pesquisar/aprender, seja por meio dos livros ou conversando com os habitantes dos lugares que visita. A partir da sua narração, descrevendo estes locais, o conceito Bioma vai sendo trabalhado. São mostradas ainda as modificações que os Biomas sofrem, suas conseqüências e ações para a sua conservação. Pegando uma carona com Zeca você vai descobrir que o Brasil possui fauna e flora riquíssimas.

Maneiras em que um ecossistema pode mudar




Os ecossistemas são diversos, complicados e interdependentes. Uma pequena mudança em uma única espécie de planta, animal ou uma leve mudança de temperatura pode alterar drasticamente a dinâmica de um ecossistema. Existem várias causas diferentes, também conhecidas como condutores, dessas mudanças. Elas vão desde acontecimentos naturais a alterações causadas pelo homem. As taxas de variação também mudam. Algumas mudanças naturais podem levar séculos, enquanto alterações feitas pelo homem levam apenas algumas décadas para se manifestar.
Sucessão natural

Incêndios podem acabar com espécies de vegetais e animais em dias

Sucessão natural descreve mudanças graduais em um ecossistema que causam uma completa transformação tornando-o outro tipo de ecossistema. Por exemplo, ao longo de milhares de anos, uma floresta exuberante pode se transformar em um deserto seco. Os condutores da sucessão natural podem ocorrer tanto no clima, como em espécies de animais, plantas ou por meio de um desastre natural. Um exemplo comum é uma seca duradoura. A falta de água seca um lago, as plantas morrem e a vida selvagem perece por falta de água ou sai em busca de um habitat mais adequado. Um incêndio de grandes proporções, por outro lado, pode mudar uma paisagem de um ecossistema inteiro em dias através da destruição.

Sucessão destrutiva

O desmatamento através da exploração de madeira ilustra uma forma invasiva de sucessão destrutiva

Sucessão destrutiva também é conhecida como sucessão antrópica. Estas são mudanças destrutivas feitas pelo homem no ambiente e esgotam os recursos naturais. Isso torna mais difícil e eventualmente impossível para os ecossistemas suportarem a flora e fauna que abrigaram um dia. Mudanças destrutivas comuns incluem a poluição do ar, barragens, desmatamento e mineração. Ecossistemas são tão delicados que até mesmo a menor mudança de uma espécie de planta ou animal pode causar um efeito dominó que afetará negativamente todas as outras vidas nele. A natureza interdependente e simbiótica de ecossistemas torna a sucessão antrópica particularmente prejudicial e dramática. Essas mudanças podem ser facilmente perceptíveis ou pode levar anos para se manifestarem.

Sucessão produtiva

Replantar uma planta que está desaparecendo rapidamente é uma forma de sucessão produtiva

Algumas mudanças que os seres humanos provocam no meio ambiente são positivas, conhecida como sucessão produtiva. Exemplos comuns incluem o plantio de uma planta nativa depois de uma doença violenta ter dizimado a maior parte da espécie. A extinção de uma única espécie de planta em um ecossistema pode ter repercussões dramáticas para outras plantas e animais. A intervenção humana pode trazer de volta uma espécie aos seus números normais. Por outro lado, os seres humanos muitas vezes ajudam a livrar os ambientes de espécies exóticas introduzidas acidentalmente. Esta ocorrência é algumas vezes causada por humanos e a introdução negligente de novas plantas, doenças ou animais que criam um desequilíbrio (por exemplo, um novo inseto se reproduz rapidamente e começa a se alimentar de diversas plantas). Os seres humanos removem ativamente a ameaça e restauram a estabilidade de um ecossistema.

Escalas de tempo

Mudanças problemáticas causadas pela poluição são reversíveis se reconhecidas a tempo

De acordo com o site GreenFacts.org, a taxa de variação depende do condutor ou a causa da mudança. Isso também afeta a capacidade dos seres humanos de parar essas mudanças se elas forem negativas. Por exemplo, a mudança climática é um fenômeno gradual que afeta negativamente ou positivamente a vida selvagem ao longo do tempo. Levam-se anos para que os sinais visíveis de extinção ou expansão de certas espécies se manifestem. Estas mudanças são facilmente negligenciadas. Outras modificações, como uma praga, causa alterações imediatas e evidentes na dinâmica de um ecossistema. De acordo com Clockarium.org, desde 2011, as mudanças mais dramáticas e rápidas ao longo dos últimos 50 anos foram provocadas pelo homem.

Escrito por David Montoya | Traduzido por Ricardo Soares

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