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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ONGs festejam proibição da usina Couto Magalhães

Cachoeira de Couto Magalhães

Organizações Não Governamentais ligadas a movimentos de preservação ambiental festejaram a aprovação da Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama, que considerou a construção da Usina Hidrelétrica de Couto Magalhães ambientalmente inviável. A negativa à licença provisória para que o empreendimento prossiga sepulta a tentativa de construir usinas no Rio Araguaia.

O presidente da ONG Mais Ação, Leandro Sena, lembrou que as entidades de defesa do meio ambiente em Goiás formaram a linha de frente na luta contra a construção da usina. “Até que enfim ouvimos uma notícia que muito nos alegra sobre esse assunto, de que o Ibama reprovou definitivamente a tentativa de construir uma usina hidrelétrica no Araguaia.”

Sena lembrou que essas entidades uniram as forças para combater a construção dessa usina e que essa decisão será crucial para definir a sorte das outras sete usinas planejadas para serem construídas no Araguaia. “Vamos manter a firmeza para evitar que prosperem outras tentativas de destruir o rio dos goianos, inclusive alguns projetos absurdos, como a possibilidade de inundar mais de 140 quilômetros às margens do majestoso rio, o que comprometeria de maneira brutal sua fauna e sua flora.”

A participação dessas entidades na luta pela preservação do Rio Araguaia teve resposta positiva em instituições do governo, como lembra Leandro Sena. Para ele, a gratidão dos goianos deve ser extensiva também ao Ministério Público do Estado, à ministra Izabella Teixeira e ao superintendente do Ibama em Goiás, Luciano de Menezes Evaristo. Ele lembra que a ministra Izabella foi muito receptiva para com os ambientalistas goianos, inclusive remanejando a cúpula do Ibama em Goiás.

“A ministra tirou da chefia do Ibama em Goiás o antigo superintendente, Ary Soares dos Santos, que era simpático à ideia de construir usinas hidrelétricas no Araguaia. O promotor de Justiça Jalles Guedes, coordenador do CAO do Meio Ambiente, também foi crucial para a defesa do Araguaia, sempre na dianteira das lutas ambientais”, frisou.

projeto para a construção da Usina Hidrelétrica Couto Magalhães

Leandro acentuou que a presidenta Dilma Rousseff foi avisada oficialmente da tentativa de construção de usinas no Rio Araguaia e determinou à ministra Izabella Teixeira atenção redobrada para esse problema. A ministra declarou recentemente ser contra essas usinas e deu novo alento à luta dos ambientalistas.

Outra ONG que se manifestou com festa pela proibição da obra no Araguaia foi a Geoambiente, cujo presidente do Conselho Deliberativo é Antônio Souto Pinto. “Foi uma vitória muito grande de todos que cerraram fileiras em defesa do meio ambiente em Goiás, como o senador Demóstenes Torres, a ministra Izabella e o promotor Jalles Guedes”, disse.

A troca do superintendente do Ibama em Goiás pelo atual titular, Luciano de Menezes Evaristo, foi fundamental para que essa licença de construção no Araguaia fosse negada. “Quando o procuramos para manifestar nossa preocupação com o que estava sendo planejado de destruição do bioma do Araguaia, ele foi incisivo ao afirmar que enquanto ele for superintendente do Ibama em Goiás o Araguaia será intocável para esse tipo de empreendimento. O que não acontecia antes nós vemos hoje, pois antes não tínhamos resposta aos nossos pedidos no Ibama e agora temos parceiros certos lá.”

Essas entidades desenvolvem um trabalho vigoroso todo ano de auxílio à fiscalização durante a piracema no Rio Araguaia. “A subida dos peixes para desova precisa ser monitorada todo ano para que a fauna de peixes no grande rio não seja comprometida. Se essa hidrelétrica prosperasse, o trabalho de anos a fio seria jogado no lixo.”

A ONG Visão Ambiental também participou da luta contra a construção da UHE Couto Magalhães e seus líderes festejam a vitória. Segundo seu presidente, Vanderlan Domingos de Souza, a conquista de um terreno em campo adversário é sempre motivo de alegria e as entidades ambientalistas foram implacáveis na luta contra essa usina.

Para Vanderlan Souza, a luta em defesa do Rio Araguaia vem de longe e é vitoriosa por outras conquistas também. “Estivemos na dianteira da luta contra a hidrovia Araguaia/Tocantins, de outra usina hidrelétrica em Torixoréu e contra todo processo de degradação ambiental em nosso rio, como as dragas que devastam o leito do nosso rio.”

Outras fases da luta contra a construção de uma usina hidrelétrica na Cachoeira de Couto Magalhães foram lembradas pelo ambientalista Antônio Carlos Volpone. “O ex-ministro Fernando Sarney há muito já havia dado sua demonstração de contrariedade com a ideia de construir uma usina no Araguaia.”

Volpone diz que o que se travou foi uma legítima “luta de Davi contra Golias que remonta a 2001 com a unificação da luta de todas as entidades de defesa do meio ambiente”. A troca de comando do Ibama também foi crucial para o sucesso dessa luta, segundo Volpone. “O antigo superintendente, Ary Soares, era contra as entidades e favorável à degradação do Araguaia. Nada do que levávamos a ele de solicitação era atendido, sem falar nas suspeitas que pesavam contra ele. Aliás, queremos saber o que foi apurado depois que ele foi afastado do cargo”, explica.

Para o líder da ONG Guerreiros da Natureza, o secretário de Meio Ambiente de Goiás também tem uma dívida a ser quitada junto às entidades ambientais. “O secretário Leonardo Vilela disse em uma ocasião que não podia dar atenção somente às ONGs ambientais, pois o capital é que move o mundo e que talvez a hidrelétrica fosse um bom negócio para Goiás, o que foi de uma insensibilidade muito grande.”

Junto ao novo superintendente do Ibama, Volpone acrescenta que as entidades de defesa do meio ambiente têm porta aberta. “As denúncias que nos chegam são prontamente encaminhadas ao Ibama e apuradas se têm veracidade e aplicada a lei com rigor para punir quem degrada, polui e destrói”, finaliza.

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