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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Poluição sonora nos oceanos prejudica as baleias


  • Contaminação acústica dificulta a capacidade de as baleias comunicarem entre si

O barulho de origem humana que percorre os oceanos – como os motores dos grandes navios – provoca stress nas baleias ao dificultar a sua comunicação. Já há algum tempo os investigadores acreditavam que esta teoria tinha fundamento, mas só agora, e graças a um método pouco convencional, onde o ‘acaso’ teve um papel determinante, foi possível prová-la.

O curioso estudo, que liga os acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque a uma investigação sobre fezes de baleias na Baía de Fundy (na costa atlântica da América do Norte), está agora publicado no «Proceedings of the Royal Society B».

Em 2001, a investigadora e veterinária Roz Rolland, do Aquário de Nova Inglaterra, em Boston, estava  recolhendo fezes de baleias-francas na Baía de Fundy, no Canadá, com a ajuda de um rottweiller, capaz de as detectar sobre as águas.

O objetivo era realizar testes de gravidez e estudar a reprodução dos animais. Mas as fezes, além de indicarem se a baleia está grávida, revelam também os seus níveis de stress. No dia 11 de Setembro de 2001, o atentado ao World Trade Center de Nova Iorque provocou uma diminuição drástica do tráfego marítimo na costa norte atlântica da América do Norte.

Pela primeira vez foi possível estudar as variações das hormonas de stress durante a redução de barulho no oceano. Em geral, o ruído diminuiu seis decibéis (com uma redução significativa das baixas frequências) e os níveis das hormonas do stress das baleias também. Este resultado sugere que o ruído provoca stress crónico nestes cetáceos.

As baleias utilizam sons de baixa frequência para comunicarem. Quando o ruído aumenta, as baleias alteram o seu comportamento e as suas vocalizações.

A contaminação acústica dificulta a capacidade de comunicarem entre si, aumentando o stress. Este pode interferir com os seus sistemas imunitário e reprodutivo. Existem apenas 475 baleias-francas no noroeste Atlântico e as suas taxas de reprodução são mais baixas do que as das baleias francas que passam o verão na Antártida. O stress provocado pelo ruído pode ser uma das razões.

Roz Rolland acredita que a poluição sonora nos oceanos deve ser motivo de preocupação, tal como os desperdícios sólidos. Não são apenas os barcos que fazem barulho, adverte. As explorações de petróleo e de gás e os parques eólicos emitem também sons de baixa frequência que podem afetar estes cetáceos.



Power spectrum density level (PSL) of background noise in the range 50–500 Hz from 2 days before (25 and 29 August 2011) and 2 days after 11 September 2001 (12 and 13 September 2011) with identical sea-state conditions. Overall noise levels (PSL in dB re 1 µPa2Hz−1 are lower and the peak frequency (Hz) of the noise shifted to a higher frequency post-9/11.






Artigo: Evidence that ship noise increases stress in right whales

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