BALTRA, GALÁPAGOS - Quem chega a Galápagos tem a sensação de que recuou no tempo. Formação vulcânica encravada no Oceano Pacífico, a mil quilômetros da costa do Equador, esse arquipélago com flora e fauna peculiares talvez seja, junto com Fernando de Noronha, uma das grandes atrações de turismo ecológico insular do continente sul-americano. Esqueça praias com cerveja gelada e petiscos, resorts com coqueiros, piscinas e massagens relaxantes. Os hotéis locais são confortáveis iates (pequenos navios com, no máximo, 25 cabines). O turismo é ecológico e as praias são desertas e protegidas pelas rígidas leis equatorianas. Só a vida selvagem reina nas ilhas.
A Unesco declarou as Ilhas Galápagos Patrimônio Natural da Humanidade em 1978 e Reserva da Biosfera em 1984. Hoje o arquipélago disputa o título de 7 Novas Maravilhas da Natureza, no concurso criado pelo suíço-canadense Bernard Weber. A visita feita a seis de suas ilhas revela animais incríveis, paisagens fantásticas, organização turística e consciência ecológica impecáveis.
Dança com lobos-marinhos em águas azul-turquesa
A partir daqui o transporte para as demais ilhas é feita a bordo do iate La Pinta. Após sete horas de navegação, a embarcação chega à ilha de Bartolomé, uma das mais bonitas do arquipélago, com paisagens diversas. Por um ângulo parece que se está em Marte, por outro, no Caribe. As grande atrações, além das belas praias, estão no ponto mais alto da ilha, com acesso por por uma escadaria de madeira com 388 degraus, de onde se tem uma vista magnífica, e no pináculo, uma formação rochosa de pedra vulcânica em forma de torre que brota do fundo do mar rumo ao céu. Lá a diversão abrange banho de mar, snorkel costeiro para observar milhares de peixes coloridos de todas as formas, tamanhos e cores, inclusive um tubarão-martelo, avistado por vários turistas.
Puerto Ayora lembra Búzios na década de 1970, porém sem o charme da cidade brasileira. Ali pode-se comer bem em seus vários restaurantes e se hospedar em pequenos hotéis e pousadas. A uma caminhada de dez minutos do centro da cidade está a Estação de Pesquisa Charles Darwin, base internacional, sem fins lucrativos da Fundação Charles Darwin. Uma parada na estação científica está incluída em todos os cruzeiros das ilhas. Os visitantes aprendem sobre história natural, reprodução das espécies e conservação da vida selvagem da região. A fundação trabalha em estreita colaboração com o Parque Nacional de Galápagos, proporcionando educação ambiental não só para as comunidades e escolas dentro das ilhas, mas também para os viajantes que visitam Galápagos.
Lá é possível visitar o Solitário George. Com quase cem anos, George é o último sobrevivente da dinastia de tartarugas terrestres da Ilha de Pinta. Ele foi capturado em dezembro de 1971 e levado à estação científica em março de 1972. Todos os esforços para encontrar outro exemplar de sua espécie têm sido em vão. Hoje em dia, ele divide seu espaço na estação com duas tartarugas fêmeas da população do Vulcão Wolf.

Na Ilha de Rabida, o melhor é a caminhada. O desembarque molhado é numa praia de areia vermelha cuja cor se deve à oxidação do ferro, elemento abundante na ilha. As pangas, botes infláveis de borracha com motor de popa usados para o desembarque do La Pinta, encostam na praia bem em frente à trilha. A caminhada gratificante por labirintos de cactos e uma floresta de pau-rosa deixa os visitantes extasiados. Na trilha, é possível ver, entre outros, pássaros, pombas de Galápagos, piquero de patas azuis e, com sorte, belos flamingos.

No deck externo, além das tradicionais espreguiçadeiras, o iate oferece bar e salão de jogos onde se pode almoçar ou jantar (dependendo do tempo), uma academia de ginástica com vários aparelhos, inclusive esteiras para uma corridinha, e uma enorme jacuzzi, para relaxar ao pôr do sol. A tripulação bem treinada e profissional deixa o passageiro à vontade em todo o navio, inclusive para subir à ponte de comando quando não há manobra de atracação.
Na recepção aos passageiros, há as orientações de sempre, que incluem um treinamento para emergências, com direito a alarme e coletes salva-vidas. Os tripulantes explicam as regras de comportamento em situações de risco e a importância de detalhes, como um quadro de madeira com ganchinhos para botar um medalhão de metal com o número de sua cabine. O medalhão é verde de um lado e marrom do outro e indica se o passageiro está a bordo ou não. É fundamental fazer a troca de cores nos embarques e desembarques. O barco só parte quando todos os medalhões do quadro estiverem verdes.
Fontes:
Globo Repórter (vídeos)
Gustavo Miranda (gustavo@bsb.oglobo.com.br)
Globo Repórter (vídeos)
Gustavo Miranda (gustavo@bsb.oglobo.com.br)
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