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sábado, 8 de junho de 2013

Pesquisas mostram que floresta amazônica está "engordando"


Torres científicas de medição

As torres científicas de medição do *LBA - Experimento de Grande Escala da Biosfera - Atmosfera da Amazônia têm revelado que a floresta amazônica está absorvendo uma quantidade maior de CO2, se comparado aos antigos índices de retenção. Atualmente, a floresta retêm 0.9 toneladas de carbono por hectare por ano, o que leva o pesquisador em mudanças climáticas Paulo Artaxo, que também é representante da Comunidade Científica no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e professor do Instituto de Física da USP, a afirmar que a “floresta está engordando”.

Segundo o professor Artaxo, a questão agora é entender porque isso vem ocorrendo. “Quando o índice de absorção é positivo, significa que a floresta está crescendo. Se for negativo, está diminuindo. Existem hipóteses para explicar isso. A primeira delas pode ser o aumento da concentração de carbono na atmosfera, também chamado de fertilização por CO2, que nos últimos anos aumentou de 280 pra 490 ppm (partes por milhão). Tendo mais CO2 na atmosfera, em teoria, as plantas fariam mais fotossíntese, absorveriam mais”, explica Artaxo.

Levando em consideração o objetivo de remover níveis excedentes de CO2 da atmosfera, a Amazônia tem feito um serviço ambiental relevante para o ecossistema. Mas o fato é que a floresta não poderá crescer de maneira indefinida, pois isso poderia aumentar a mortalidade das plantas e, consequentemente, a emissão de metano e CO2 – gases nocivos que contribuem para o aquecimento global. Para ter certeza disso, segundo o pesquisador, é preciso realizar experimentos de longa duração.

Artaxo afirma também que a seca, que tanto atingiu a região em 2005 e 2010, produz efeitos severos na absorção de carbono pela floresta. “As secas daqueles anos foram as maiores na Amazônia no último século. Na de 2005, foi observada uma gigantesca queda na absorção de CO2 pela floresta. As plantas sentem a falta de água e fecham os estômatos (responsável pela realização das trocas gasosas), impedindo a água de evaporar. Com isso, elas não podem absorver carbono. Os dados da seca de 2010 ainda não foram publicados”, completa Artaxo.

O LBA é o maior experimento ambiental em execução no planeta. Está em atividade há mais de 20 anos e conta com cerca de 1100 pesquisadores – do Brasil e exterior. Atualmente opera 12 torres científicas, cujo objetivo é medir o fluxo de gases presentes no ar, copas, folhas, tronco, solo e raízes, além das condições meteorológicas da Amazônia.

Torre de observação

Cada torre tem o tamanho que varia entre 55 e 85 metros de altura (geralmente a copa das árvores tem entre 25 e 30 metros). Segundo o professor, existem planos para a construção de uma nova torre de medição, com 300 metros de altura.

Por Eduardo Rodrigues
Eduardo Rodrigues, 20, é estudante do 5º semestre de jornalismo da Faculdade do Povo de São Paulo (FAPSP) e aluno do “7º curso Descobrir a Amazônia, Descobrir-se Repórter”, do Projeto Repórter do Futuro.




*O LBA é uma iniciativa de pesquisa internacional liderada pelo Brasil, sendo desenvolvido para gerar novos conhecimentos para entender o funcionamento climatológico, ecológico, biogeoquímico e hidrológico da Amazônia, o impacto das mudanças no uso da terra nesses funcionamentos e as interações entre a Amazônia e o sistema biogeofísico global da terra. O projeto da Ilha do Bananal está inserido no Projeto Instituto do Milênio LBA aprovado no CNPq.

A Torre de Fluxos de Energia e Carbono está instalada numa área ecotonal, ou seja, área de transição entre dos ou mais biomas ou ecossistemas. Os biomas predominantes nos entornos da Ilha do Bananal mostram-se como áreas de tensão ecológica, marcadas pela transição de ecossistemas tendo um elevado potencial de biodiversidade. A área de pesquisa está localizada na região do arco de desmatamento, sendo assim uma região atingida por intensas mudanças no uso da terra, cujos impactos desconhece-se em profundidade.

O projeto tem como base logística o Centro de Pesquisas Canguçu (CPC). O Centro de Pesquisas Canguçu é a base de apoio fundamental para as atividades do projeto, constituindo a contrapartida da Ecológica aos grupos de pesquisa de outros locais por onde as decisões de propostas, implementação e desenvolvimento de atividades são endereçadas.

Objetivo



O LBA envolve o esforço de se estabelecer um sítio experimental para medições de longo prazo que se complementem e ofereçam uma visão abrangente do sistema físico-biótico, e que fortaleça a estrutura local e capacite recursos humanos regionais, visando concretizar um núcleo de pesquisas.

Resultados do Projeto

O projeto realizou a instalação de uma torre de fluxo de energia e carbono na região do entorno da Ilha do Bananal. A torre é responsável pela geração de diversas variáveis meteorológicas, climatológicas e de fluxo de energia e carbono, que são analisados por profissionais com as mais diversas formações. Os resultados das pesquisas realizadas já foram apresentados em congressos científicos no Brasil e em diversos países do mundo, e divulgados nas principais revistas científicas do Brasil e do mundo. O projeto já gerou teses de doutorado, dissertações de mestrado e diversos trabalhos de conclusão de curso.

Apresentação


Informações
Escritório do LBA no Tocantins: (63) 3232.8114 | lba_to@uft.edu.br
Instituto Ecológica de Palmas: (63) 3215.1279 | pesquisa@ecologica.org.br

Informativo LBA

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