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domingo, 18 de março de 2012

Marinha encontra mancha de óleo de 1 km. Executivos da Chevron são proibidos de deixar o país


A Marinha identificou uma mancha de óleo de um quilômetro de extensão próxima ao campo de Frade, na bacia de Campos, operado pela petroleira americana Chevron.

Em nota, a Marinha informou que a mancha foi localizada durante um sobrevoo da Capitania dos Portos na tarde de sexta-feira.

O óleo foi identificado a 130 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, no local onde, na quarta-feira, a petroleira informou ter detectado novo vazamento, estimado pela empresa em cinco litros.

A mancha fica a três quilômetros de onde ocorreu o primeiro da empresa no país, em novembro passado. O óleo vaza em bolhas por uma fenda de 800 metros de extensão.

A Marinha considerou a mancha "tênue" em relação à formada pelos 2.400 barris de petróleo que vazaram no ano passado e que deixaram, em seu auge, um rastro de 163 quilômetros quadrados de óleo no mar.

Até o fechamento desta edição, a Chevron não havia se pronunciado sobre a descoberta da mancha de óleo.

Marinha, ANP e Ibama trabalham no monitoramento da área, fazendo sobrevoos na região.

  • CONFISSÃO DE CULPA

O procurador da República Eduardo Santos Oliveira, responsável pelo inquérito que investiga o vazamento de novembro, considera que o pedido da Chevron para suspender a produção do campo de Frade, na bacia de Campos, é uma "confissão de culpa".

Nesta semana ele apresentará à Justiça Federal denúncia criminal contra a petroleira americana, que irá correr paralela a outro processo na esfera cível no qual Oliveira exige uma indenização de R$ 20 bilhões da Chevron para os cofres públicos.

Na quinta, a Chevron solicitou à ANP (Agência Nacional do Petróleo) a suspensão de sua produção no campo de Frade.

"O pedido para paralisar a atividade no Brasil porque precisa estudar melhor a geologia do Brasil é uma confissão de culpa e de negligência. Deixa ainda mais clara a necessidade de que as autoridades brasileiras, seja no Judiciário ou no Executivo, tomem medidas mais drásticas", disse.

Oliveira considera que a empresa agiu de forma irresponsável no campo de Frade, que produzia 61 mil barris de petróleo por dia.

O procurador disse ainda que o acidente da Chevron parece ter sido muito maior do que a empresa vem informando.

"Não tem nenhuma tecnologia que estanque o vazamento que ainda continua no fundo do oceano. A minha convicção hoje é que eles não tiveram cuidado com a geologia do local e erraram a mão na pressão. Enquanto o reservatório de petróleo não se esgotar, ele vai continuar vazando", afirmou.

  • Executivos da Chevron são proibidos de deixar o país

Dezessete executivos das empresas Chevron e Transocean envolvidos no acidente ocorrido em novembro na bacia de Campos, no litoral do Rio, estão impedidos de sair do país sem autorização judicial.

De acordo com o procurador da República em Campos Eduardo Oliveira, a medida cautelar foi concedida ontem à noite pelo juiz de plantão da 4ª Vara Criminal.

"Como vai ter denúncia criminal e a maioria é de estrangeiros, pedi que fosse impedida a saída deles", informou o procurador.

Oliveira pretende entrar na próxima quarta-feira (21) com denúncia (acusação formal) contra a empresa, depois que um segundo acidente voltou a jogar petróleo no mar, no último dia 4. Nove dias depois a Chevron descobriu que a origem do óleo era uma nova fissura aberta no solo marinho, de onde continuam saindo bolhas de óleo.

No primeiro acidente também ocorreu uma fissura e até hoje o afloramento de gotas de óleo não foi controlado.

Em novembro do ano passado, um erro de pressão durante a perfuração da Chevron no campo de Frade, na bacia de Campos, provocou o vazamento de pelo menos 2.400 barris de petróleo no mar. No início desse mês, a empresa detectou outro vazamento, a 3 km do primeiro acidente, e informou que recolheu 5 litros de petróleo.

O volume é contestado pelo procurador. Ele também diverge da empresa em relação à causa do acidente e avalia que o novo vazamento está ligado ao acidente de novembro.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também afirmou que é provável que a segunda ocorrência seja consequência do primeiro acidente.

A Chevron informou na quinta-feira que "não há nenhum indício de que o segundo vazamento tenha relação com o primeiro". A empresa ainda não se pronunciou sobre a decisão contra seus executivos.

A Chevron aguarda decisão da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para suspender a operação no campo de Frade, onde produz 61 mil barris diários de petróleo. A agência disse que aguarda mais informações técnicas da companhia para decidir sobre a interrupção da produção.

Os seguintes executivos foram impedidos de sair do país:

  • George Buck
  • Erick Dyson Emerson
  • Flávio Monteiro
  • João Francisco de Assis Neves Filho
  • Mark Thomas Lynch
  • Alexandre Castellini
  • Jason Warren Clendenen
  • Glen Gary Edwards
  • James Kevin Swain
  • Clifton Edward Menhennit
  • Jhonny Ray Hall
  • Guilherme Dantas Rocha Coelho
  • Michel Legrand
  • Gary Marcel Slaney
  • Ian James Nancarrow
  • Brian Mara
  • Patrícia Pradal

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