Muitas praças da cidade de São Paulo estão com os gramados cobertos de branco nesse inverno. Mas não se trata de neve, o fenômeno nesse caso é bem tropical e deve-se a uma árvore típica da Mata Atlântica, a paineira-rosa (Chorisia speciosa), que libera dos seus frutos verdes inúmeros flocos de plumas que lembram o algodão, conhecidos popularmente como paina.
Dentro dessas plumas estão várias pequenas sementes escuras que utilizam esse “algodão” como transporte áereo no vento para cair em lugares propícios a germinação e ao surgimento de uma nova árvore. A técnica funciona, e é fácil achar paina a centenas de metros ou até quilômetros de distância da árvore – mãe.
Quem aproveita muito essa época, e se farta com a paina e sementes são os periquitos e papagaios, que abrem o fruto com o bico e o deixam oco, consumindo todo o conteúdo. No passado também eram comuns os travesseiros e colchões recheados de paina, preferidos por não darem “bichos” e serem impermeáveis à água.
Há alguns anos, uma doença matou grande parte das paineiras da metrópole paulistana, talvez um fungo, e hoje elas se tornaram mais raras, mas novas mudas estão sendo plantadas, como nas marginais do Rio Pinheiros.
A paineira sem folhas e com as painas
penduradas em seus altos galhos.
penduradas em seus altos galhos.
Os flocos de paina ainda perto do fruto.
Texto: Ricardo Cardim
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