Uma equipe do Programa de Conservação do Gavião-real (Harpia harpyja) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) fez a pesquisa e monitoramento ambiental nos dois ninhos localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) Araguaia e na Aldeia indígena Suruí Sororó, ambas em São Geraldo do Araguaia. A visita técnica, este mês, além de registrar o regurgito e dimensões dos ninhos construídos nas árvores, coletou vestígios de presas consumidas pela ave, penas e galhos utilizados para construção do abrigo do filhote. A espécie monitorada está ameaçada de extinção.
O monitoramento do gavião-real é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) por meio de uma equipe de técnicos do Parque Estadual Serra das Andorinhas, formada pela zootecnista Giselle Leandro, pelo sociólogo Cassiano de Oliveira, e com apoio do agente ambiental e agrônomo Joari Procópio. Eles recepcionaram a bióloga Helena Aguiar Silva e o escalador de árvores francês Olivier Jaudoin, para a realização da expedição ambiental.
“No ninho da aldeia foram encontrados folhas e galhos verdes ainda secando, mostrando que ele ainda está em construção, e no ninho da APA foi encontrado um galho de árvore com cerca de 90 centímetros de comprimento, que o filhote utiliza para se exercitar e aprender a manipular as presas arboríveras”, relata a bióloga Helena Aguiar. Os ossos encontrados nos ninhos da rapineira são utilizados para estudar as espécies e a quantidade de presas consumidas pelo gavião-real. A pesquisa genética é feita com a coleta de sangue das penas para identificar o sexo e a diversidade da espécie. “Por meio do estudo realizado descobri que o gavião-real se alimenta principalmente de bicho preguiça, seguido de macaco, porco-espinho, mucura e arara”, revela a especialista, frisando que a castanheira, angelinzeiro, sumaumeira, jatobazeiro, tauarizeiro, jutaizeiro e cedroarana são as árvores preferidas para a construção de ninho do gavião-real.
Os cientistas também monitoram os poleiros do gavião-real nas árvores vizinhas ao ninho onde a harpia costuma pousar para observar o filhote, a movimentação de outros animais ou devorar suas presas. Quando capturam um filhote de gavião-real, os especialistas colhem as medidas biométricas da rapineira e o devolve para a natureza. Em São Geraldo do Araguaia, uma palestra sobre o gavião-real foi ministrada para professores que atuam nas escolas da zona rural do município, inclusive os docentes das escolas da APA Araguaia. Os índios da Aldeia Suruí também assistiram a uma explanação sobre a maior ave das Américas.
Agência Pará de Notícias
Fonte: Programa de Comunicação do Parque Serra das Andorinhas e APA Araguaia
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