Gasto com fundo para redução do desmatamento seria de mais de US$ 100 bilhões em 2020
Desmatamento de floresta na Amazônia: mecanismo de compensação faz parte das negociações sobre o clima na ONULATINSTOCK
RIO - Quanto custa manter as florestas tropicais em pé, evitar a extinção de milhares de espécies e ainda ter o aquecimento global sob controle? Cento e sete bilhões de dólares, e só em 2020, segundo o economista Bernardo Baeta Neves Strassburg. Diretor-executivo do Instituto Internacional para Sustentabilidade, ele publicou sua conta na revista “Nature Climate Change”.Os recursos seriam destinados para o fundo conhecido como Redd — ou Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação. Discutido nas últimas três convenções climáticas da ONU, ele deve ser incluído no próximo acordo global que substituirá o Protocolo de Kioto, o único tratado que estabelece limites legais para a emissão de gases-estufa na atmosfera.
— Cada tonelada de gás-estufa não liberada valeria US$ 25 — explica Strassburg. — Estabelecemos que o projeto começaria ainda esta década e iria até o fim do século. Usamos 2020 como ano-base para o cálculo. Nele, teríamos de economizar 4,3 bilhões de toneladas, ou seja, gastaríamos US$ 107,5 bilhões. Mas este valor mudaria a cada ano.
Se as parcelas fossem seguidas à risca, até 2100 seria possível evitar entre 84% e 94% das extinções de mamíferos e anfíbios previstas para este século.
— Analisamos o que aconteceria com 4.514 espécies de florestas tropicais — destaca o pesquisador. — Este quadro de extinção em massa só ocorreu cinco vezes na História do planeta. A última delas provocou o desaparecimento dos dinossauros.
Sozinho, porém, o Redd não faria milagre. Na Mata Atlântica, que tem menos de 7% de sua cobertura original, ele só evitaria dois terços das extinções. Para provocar um efeito maior, seriam necessárias ações complementares, como o melhor aproveitamento de áreas agrícolas e pastagens.
Globo Ciência
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