Apresentamos agora os nossos queridos amigos, os animais, os quais povoam a Mata Atlântica.
Venha conhecer o Lobo Guará, a Cuíca, o Quati, a Onça Parda, o Cachorro Vinagre, enfim, espécies que são endêmicas, ou seja, só existem no Brasil, na Mata Atlântica.
Alguns desses animais correm sério risco de extinção. A extinção de uma espécie significa o fim de um legado dentro do universo como um todo, uma perda insubstituível e irreparável. Faça a sua parte não caçando sequer adquirindo animais silvestres clandestinamente e/ou apoiando ações criminosas contra essas criaturas indefesas da floresta.
Esperamos que todos conhecendo mais um pouco sobre nossos amigos, possam entender a importância de se preservar para o futuro, mesmo porque, todos esses animais não se prestam para a criação em cativeiro. É preciso deixar bem claro que a captura ou lesão criminosa à essas espécies é considerado crime ambiental regulado e apenado severamente por Lei Federal.
Anta (Tapir)
Já era conhecida na época dos Tupinambás que a chamavam de Tapirussú, da qual aproveitavam o couro para fazer escudos para a guerra e a carne, que era assada no moquém, que segundo os franceses da França Antártica do Século 16, teria o mesmo gosto daquela do boi. Hoje em dia provavelmente viva em refúgios na Juréia e muito dificilmente no fundo da mata no Litoral Norte. Está ameaçada de extinção. É mais facilmente encontrada no Pantanal.
Ariranha
A Ariranha é a Lontra dos nossos rios no Brasil. É muito brincalhona e vive em bandos. Dificilmente será encontrada hoje em dia nos rios do interior do Estado de São Paulo, mas há notícias de refúgios em Serras no interior do Estado e na Mata Atlântica do Litoral Sul e Norte. A mãe educa os filhotes desde pequenos, ensinando-os a nadar, caçar e a se alimentar. Já foi muito caçada por causa de sua pele. Está ameaçada de extinção.
Anta
Ariranha / Lontra
Cachorro Vinagre
Bugio
Macaco habitante da Mata Atlântica que em toda sua exuberância na época da colonização, cobria todo o litoral, estendendo-se para dentro do Estado de São Paulo, por parte do interior e em todo o Vale do Paraíba. Este era o habitat original do Macaco Bugio, que possui um grito forte e característico, emitido pelos machos. Hoje ainda vive na Mata Atlântica e nas reservas que resistiram nas montanhas da Serra da Mantiqueira, ao longo do belíssimo Vale do Paraíba.
Cachorro do Mato
É arredio e se alimenta de frutinhas, insetos e pequenas aves. É comum na Mata Atlântica, sendo parecido com o Lobo Norte-Americano mas de tamanho bem menor. Ë muito perseguido devido à crença idiota de que ataca criações, contudo, não corre risco de extinção pois é muito prolífico, tendo até 6 filhotes por ninhada. Os pais são muito dedicados e é comum que todos os filhotes vinguem e sobrevivam, garantindo uma população estável.
Cachorro Vinagre
Está ameaçado de extinção. Possui pelagem avermelhada e um rabo muito curto. Com a ajuda de zoológicos no mundo inteiro, tem se reproduzido em cativeiro, com a particularidade de que se mantidos juntos pais e filhotes, só a fêmea principal reproduz. É bom nadador, capturando as presas no meio de rios e lagos. Se alimenta principalmente de roedores, paca, cutia e capivara, esta última, muito maior em tamanho do que ele.
Capivara
É o maior roedor das Américas. Alimenta-se de espigas de milho e raízes principalmente. Vive na beira de rios e na Mata Atlântica. É criada comercialmente pela carne em alguns locais com autorização do IBAMA.
Cateto
Erroneamente chamado de Porco do Mato Brasileiro, não é de fato da família do porco pois só possui 3 dedos nas patas traseiras. Vivem em bandos de até 50 animais. Atacam em bando quando ameaçados a fim de defender o território. Marca o seu território através de uma glândula nas costas que exala gordura com cheiro forte, com a qual se esfrega nas árvores, delimitando sua área.
Cuíca
Cutia
Serelepe
Cuíca
São muito tímidas e raras de serem avistadas. É um marsupial, parente do canguru e do gambá, que carrega os filhotes numa bolsa. Contudo, a Cuíca não tem bolsa. O ninho lembra um coco mas ali dentro a cuíca se refugia com os filhotes que ficam agarrados nas tetas da mãe. Como ocorre com todos os marsupiais, os filhotes nascem como fetos não totalmente desenvolvidos e permanecem grudados na mãe até que se desenvolvam por completo.
Cutia (ou Agutí)
Muito conhecida desde a época dos Índios Tupinambás que as criavam nas aldeias como bichinhos de estimação. É muito pequena, costumando enterrar a comida, em sua maioria sementes que sobram, para saboreá-la quando sentir fome. Se ela esquece, essas sementes germinam dando origem a novas árvores, o que faz com que a cutia seja uma reflorestadora nata.
Muito tímida, só sai da toca na madrugada ou ao entardecer. Não está ameaçada de extinção por ser muito prolífica. Geralmente segue sempre a mesma trilha que afinal fica marcada na floresta, denunciando sua presença.
Esquilo Caxinguelê ou Serelepe
No Brasil existem esquilos sim senhor! Eis aqui o nosso esquilo, o Serelepe. Era chamado pelos Índios de Agutipuruou Acutipuru que significa Cutia Enfeitada. Os escravos vindos da África deram a ele o nome de Caxinguelê, que significa Bicho Pequeno, e este tornou-se seu nome mais comum, além de outro, que é Serelepe. Embora seja um ilustre desconhecido da maioria das pessoas, é muito comum em todo litoral em áreas de Mata Atlântica, desde a Bahia até o Paraná.
Sendo muito discreto, passa desapercebido na maioria das vezes. Vive em Itanhaém nas matas da Serra e na área rural; em Ubatuba, chega até as praias onde a mata desce até a areia; é encontrado também na Juréia, Cananéia e Ilha do Cardoso. O ninho do Serelepe é um buraco no tronco da árvore. Ao contrário do esquilo Norte-Americano, o Brasileiro nunca hiberna. A fêmea quando muda de casa, muitas vezes carrega os filhotes cuidadosamente pela pele do pescoço. É animal protegido por Lei, qualquer tentativa de captura é considerada crime ambiental apenado com severidade.
Gato-Maracajá
É diferente da Jaguatirica, embora às vezes seja confundido com esta. A cauda é mais comprida e as pernas traseiras são mais flexíveis, tornando o animal muito ágil para inclusive subir em árvores. Cada animal parece possuir um território de acerca de 10 km2 onde não deixa os outros animais da espécie entrar, por isso mesmo, calcula-se que devam haver poucos indivíduos. Está ameaçado de extinção.
Gato do Mato
Geralmente também é confundido com a Jaguatirica, porém se distingue pelo tamanho pois é o menor de todos os felinos silvestres do Brasil. A diferenciação também se dá pelas manchas da pele que diferem daquelas da Jaguatirica. Há também gatos do mato inteiramente negros. Fêmeas e Machos com pelagem normal podem procriar gerando filhotes negros num processo ainda inexplicável. Esses descendentes recebem o nome de melânicos. Foi muito caçado pela pele e também por ser dócil e não temer o homem, chegando perto de galinheiros. Está ameaçado de extinção.
Gato-Mourisco
Digamos que é um primo menos colorido da Jaguatirica e também muito difícil de ser avistado. É marrom escuro ou acinzentado com olhos bem grandes e amarelos. Só sai para caçar durante a noite, escondendo-se durante o dia numa toca que geralmente fica no nível do chão. Vive em casais e constrói um ninho bem aconchegante para a fêmea e os filhotes. Não é muito perseguido devido a falta de atrativo de sua pele. Existe em toda Mata Atlântica, menos no Rio Grande do Sul.
Gato-Palheiro
É um animal pequeno e muito parecido com o gato doméstico, contudo a cor é cinza-alaranjada ou ferruginosa dependendo da subespécie pois existem oito já catalogadas! É o menos conhecido dos oito felinos silvestres do Brasil. Hoje em dia vive em campos abertos, mas parece que nunca foi abundante no Brasil.
Jacaré do Papo Amarelo
Espécie ameaçada de extinção. Existia em diversos locais de Mata Atlântica, inclusive em Jacarepaguá, no Estado do Rio, onde hoje em dia ao invés de brejos, encontram-se diversas áreas urbanizadas que destruíram o habitat natural da espécie. Alguns exemplares são mantidos na Fazenda Bargieri em Itanhaém. Quando ficava velho e muito grande, os Índios o chamavam de Ururau.
Jaguatirica
Lagarto Teiú
Lobo Guará
Jaguatirica
É considerado o felino brasileiro cuja pele é a mais bonita. É muito brava. Já existiu até nos Estados Unidos, onde foi extinta. Animal bravio que não permite a presença de outros na sua área de caça. A fêmea somente permite a entrada do macho no seu território para o fim do acasalamento, logo depois expulsando-o e criando os filhotes sozinha.
Jararaca Ilhôa e Jararaca Comum
Há milhares de anos atrás, talvez na última era glacial, o nível dos mares era muito inferior ao atual. Isto significa que a orla marítima ficava muito além das Ilhas Queimadas em Itanhaém, que nada mais eram do que montanhas circundadas por densas florestas. Com o possível degelo e a subida do nível das águas, que devem ter chegado à um nível muito mais elevado que o atual, devido à quantidade de conchas que ainda se encontram em escavações profundas nos matos ao longo das praias em direção ao sertão, as cobras que viviam na montanha que atualmente é a Ilha da Queimada Grande ficaram confinadas e montanha acabou transformando-se em ilha. A evolução e o passar do tempo fizeram o serviço restante, transformando essas cobras nas atuais Jararacas Ilhôas, parentes das Jararacas que vivem no continente. Entretanto, as Jararacas Ilhôas, diversamente das "primas" do continente, são cobras hermafroditas (com os 2 sexos) e com um veneno poderosíssimo. Explica-se: como a ilha é um habitat pequeno, em determinados locais pode haver predominância de indivíduos do mesmo sexo e por isso mesmo, parte desses indivíduos passou a desenvolver o sexo oposto a fim de procriar. Foi uma solução engenhosa que a natureza encontrou para a procriação no confinamento dessas cobras. A Jararaca Comum, vivendo no continente, continuou seu caminho evolutivo, porém com um veneno menos poderoso que o de sua prima insular.
Lagarto Teiú
É o maior lagarto da América do Sul e bastante comum. No Litoral Norte, faz aparições freqüentes em estradas de terra e na Mata Atlântica que circunda as praias longínquas como Puruba e Trindade. No Litoral Sul encontra refúgio na área rural de Itanhaém e em toda a Juréia. É largamente caçado no interior pela fama que tem de roubar ovos de galinheiro. A carne parece com a do frango. Embora tenha um couro de qualidade, nunca foi abatido com fins comerciais. Sua cauda é maior que o corpo e é a defesa do animal que a usa como um chicote. Bom nadador, também é capaz de subir em árvores frondosas. As fêmeas costumam abrir um cupinzeiro para botar os ovos no interior, onde ali incubarão protegidos dos predadores. Jean de Léry descreve o horror que sentiu ao ver um desses lagartos de tamanho enorme, no século 16, na região do Rio, então a França Antártica: "(...) Nossos Americanos também apanham tuús (teiús), lagartos que não são verdes (...) mas cinzentos (...) conservam-se em geral às margens dos rios e nos lugares pantanosos (...) bem cozidos, apresentam uma carne branca, delicada, tenra e saborosa como o peito do capão (...) Certa vez os franceses e eu cometemos o erro de visitar o país sem guias selvagens (...) ouvimos o rumor de um bruto que vinha em nossa direção (...) vimos na encosta da montanha um enorme lagarto maior do que um homem e com um comprimento de seis a sete pés (...) abrindo a boca por causa do grande calor que fazia e soprando tão fortemente que o ouvíamos muito bem (...) voltou-se depois de repente e fugiu morro acima fazendo maior barulho nas folhas e ramos do que um veado correndo na floresta (...)".
Lobo Guará
Possui uma cor avermelhada, pernas finas e compridas e uma crina escura no dorso. Embora chamado de Lobo, não forma alcatéia; é um caçador solitário. Alguns formam casais cuja união dura a vida inteira. Na natureza, a fêmea troca os filhotes de toca a cada 3 dias para enganar os possíveis predadores. Padece de uma doença, um verme que ataca o fígado do animal causando-lhe a morte. Em muitos locais do interior tornou-se dócil e recebe alimento em locais remotos, como no caso do convento do Caraça em Minas Gerais, onde acostumados, vêm buscar alimento à noite. Ainda vive em certos locais circundados de mata, cerrado e no Vale do Paraíba em São Paulo. Está ameaçado de extinção.
Macaco Aranha
Antigamente podiam ser encontrados até no Estado do Rio, porém hoje em dia, só no Estado do Mato Grosso para cima. Possui este nome devido aos braços que são muito longos, mais compridos que as pernas e que o rabo que também serve de braço para o animal. Está ameaçado de extinção.
Macaco Prego
É conhecido como o mais levado de todos os macacos. São muito inteligentes, vivendo em bandos. Escolhem um dos indivíduos para ser o vigia e avisar sobre qualquer perigo enquanto os restantes invadem as roças de milho.
Mico Leão Preto e Mico Leão Dourado
O Mico Leão Preto é o mais ameaçado dos dois. Há alguns indivíduos ainda em liberdade e os cientistas ainda não sabem se será possível salvá-lo (os outros poucos estão em zoológicos e instituições no interior). São animais cooperativos que carregamos filhotes nas costas. Há diversos indivíduos da espécie do Mico Leão Dourado na Juréia, constantemente observados e monitorados pelos cientistas num programa de recuperação da espécie. Ambos encontram-se ameaçados de extinção.
Morcego Beija-Flor
É um mamífero como os seres humanos. Consegue ficar pairando no ar, exatamente como um Beija-Flor enquanto suga o néctar de uma flor. É considerado como um dos mais importantes polinizadores Brasileiros, uma vez que voando de flor em flor, vai espalhando o pólen que fica grudado no focinho, no corpo e nas asas. Sai a noite em busca das flores, possuído um olfato aguçado. O filhote quando nasce é muito pequeno e fica agarrado no corpo da mãe que voa carregando-o junto com ela.
Morcego Comum
O morcego é o único mamífero que voa. No litoral Sul, há diversas espécies, mas a mais comum é a frutívora, inofensiva, que se alimenta das frutinhas que dão nos chamados chapéus de sol ou amendoeiras e também de insetos. Espalham sementes e por isso mesmo são considerados animais benéficos pois promovem o reflorestamento. Passam os dias nos forros das casas ao longo das praias, entre a laje e as telhas; alguns outros habitam cavernas pequenas nas rochas da costeira do Morro do Paranambuco e ao redor da Cama do Anchieta, outros se escondem no fundo da mata. Pequenos geralmente, emitem sons que os ajudam na eco-localização de objetos e no próprio vôo no ambiente ao redor. Alguns desses sons são emitidos em alta freqüência e não são ouvidos por nós humanos, mas outros, podem ser nitidamente distinguidos, tal qual um pio repetitivo que batendo nos obstáculos, ressoa de volta até o morcego que assim se localiza e identifica a presa no ambiente ao redor.
Morcego Vampiro
É muito conhecido e habita as matas e o litoral brasileiro. Na época da colonização, estrangeiros que por aqui passaram, deixaram registros sobre como esses morcegos atacavam os índios nas ocas durante a noite. Como os Índios dormiam em redes, muitas vezes sequer percebiam os vampiros, acordando com os pés sangrando, sinal de que foram atacados por um morcego vampiro durante a noite, fato que sucedeu a muitos franceses que estiveram no Rio de Janeiro, local da França Antártica. Não mordem veia alguma, tampouco sugam o sangue, pelo contrário; fazem uma ferida e depois lambem o sangue usando sua saliva anticoagulante para evitar que o sangue seque e pare de escorrer. O Vampiro pode buscar sangue diversas noites no mesmo animal que por isso fica anêmico e pode morrer. É temido pois pode transmitir a raiva. São muito solidários, vivendo em bandos. Se uma fêmea morre deixando um filhote, este é logo adotado por outra que se dedica totalmente ao filho adotivo. Se algum deles não conseguiu alimento, regurgitam o sangue para que o outro possa se alimentar.
Onça
Mico Leão Dourado
Quati
Onça
Está ameaçada de extinção. É mais facilmente encontrada no Pantanal. Nunca houve um caso de onça que atacasse o homem a não ser quando acuada. Mesmo na época dos Índios Tupinambás, estes afligiam terríveis torturas às onças que capturavam, antes de matá-las (há registros de que esses animais atacavam os Índios). Contudo, no estômago de onças mortas só se acham animais pequenos como capivaras, aves e porcos-do-mato. Numa ninhada de onças às vezes nasce uma onça recessiva, preta e belíssima, na qual também dá para se distinguir algumas pintas - são onças chamadas de melânicas.
Onça Parda
Ameaçada de extinção. Existe desde os Estados Unidos até o extremo Sul da América do Sul. Os americanos a chamavam de leão da montanha. Nosso Índios a chamavam de Suaçu-Arana (da cor de veado) nome que chegou deformado até os dias de hoje como Suçuarana. Tigresa belíssima, de olhos claros e pelagem avermelhada. Certa vez não faz muito tempo, um exemplar foi capturado numa árvore nas redondezas de Peruíbe e depois devidamente devolvido à floresta, na reserva da Juréia.
Onça Preta
É a onça recessiva, chamada de melânica. Animal belíssimo, de cor preta. Algumas manchas padrão típicas da onça comum podem ser notadas na pelagem escura do animal.
Preguiça
Muito conhecida dos Índios Tupinambás, intrigava os estrangeiros que visitavam o Brasil no século 16. É um animal vagaroso, contudo na água é exímia nadadora, fato que ainda é um mistério. Também é curioso o fato de várias preguiças evacuarem e urinarem em conjunto. Em determinados momentos, vários indivíduos descem das árvores ao mesmo tempo, reúnem-se num mesmo local e ali fazem as necessidades em conjunto, retornando depois para as árvores. Talvez seja esta uma estratégia para se protegerem em bando, de ataques de predadores, onde a defesa esteja aliada à quantidade de indivíduos. O maior mistério que circunda o animal são as lendas dos Índios sobre uma preguiça gigante que ainda viveria nos dias de hoje na Amazônia. Em 1996, uma expedição de pesquisadores Norte-Americanos que acreditam que esta preguiça ainda vive, foi até a Amazônia procurar o animal, porém, nada foi encontrado. Jean de Léry descreve seu contato com uma preguiça no século 16 nas redondezas do Rio de Janeiro: "(...) chamado hay pelos selvagens, é do tamanho de um cão-d'água grande e sua cara de bugio se assemelha a um rosto humano; tem o ventre pendurado como o da porca prenhe, e pelo pardo-escuro como a lã do carneiro preto, a cauda curtíssima,a s eprnas cabeludas como as do urso e as unhas muito longas (...)". André Thevet também fez seu registro sobre a preguiça, na França Antártica: "(...) este animal chamam os selvagens de aí (...). é do tamanho de um mono africano (...) a cabeça lembra a de uma criança (...) Sua pele é cinzenta e felpuda como a de um ursinho (...) um normando chamado De l'Espiné, e um picardo, de nome Mogneville, passeando certo dia por entre as gigantescas árvores da floresta, deram um tiro de arcabuz em dois destes bichos que se encontravam no topo de uma árvore. Ambos caíram no chão, um bastante ferido e o outro apenas atordoado. Este último foi-me dado de presente. Vigiando-o pelo espaço de 26 dias, pude constatar que ele não quis comer nem beber, permanecendo sempre do mesmo jeito, até que foi estraçalhado por alguns dos cães que tínhamos trazido conosco (...)".
Quati
Felizmente é muito comum na Mata Atlântica, por vezes, famílias inteiras são avistadas ao longo da Serra na subida para São Paulo da Rodovia dos Imigrantes. Possui um nariz muito comprido, o qual utiliza para farejar suas presas, a maioria, bichinhos e insetos que procura na terra e nos troncos podres. Os machos adultos vivem sozinhos, enquanto que as famílias de Quatis são formadas pelas fêmeas e filhotes (geralmente em sete, daí as grandes famílias), os quais permanecem junto da mãe até os 2 anos de idade. Gosta de subir nas árvores procurando frutas e ovos. É conhecido o fato de que quando alguém bate palmas ou dá um tiro, todos os Quatis caem no chão de patas para cima fingindo-se de mortos. Quando se chega perto, percebe-se que todos fugiram, embrenhando-se nos matos.
Queixada
Vive em grandes bandos de até mais de cem animais, número este hoje em dia reduzido pela perda e redução do habitat natural. A vara de Queixada é muito perigosa, temida até mesmo pela Onça. Quando estão irritados batem as queixadas fazendo um ruído desconcertante. A salvação para a Onça e mesmo para um homem que é surpreendido por um bando de Queixadas é subir numa árvore e ficar aguardando que se retirem. A carne é muito apreciada, parecida com a do porco mas não possui gordura. O único que não teme o queixada é o Caipora que vem montando no dorso do último animal do bando, não perdoando quem caça sem ser para comer ou quem derruba a mata!
Sagüi
Era já muito conhecido desde a época da colônia, dos Índios Tupinambás. Foi tão contrabandeado para o mundo inteiro que possui até um nome em Alemão. Parece que não era originário da Região Sudeste, mas formou bandos nessa região. Em liberdade, vivem em bandos de 5 a 15 indivíduos, sendo que só a fêmea principal de cada bando tem filhotes, que o macho cuida carregando nas costas. Se alimenta principalmente de goma de árvore (secreção da seiva que o sagüi consegue retirar do tronco com seus dentes afiados).
Saruê ou Sariguê (Gambá)
Era conhecido desde a época dos Índios Tupinambás que o chamavam de Saruê. Foi um dos primeiros animais Americanos a ser conhecido na Europa. Vicente Pinzón, levou uma fêmea no navio, um pouco intrigado com a bolsa onde carregava os filhotes (o Saruê é um marsupial). A gestação dura somente de 11 a 12 dias e depois os filhotes nascem mal-formados, sem olhos ou pelos, migrando pela barriga da mãe e entrando na bolsa onde se prendem a 13 tetas que existem ali dentro. Nesta época medem 1 centímetro e ficam acerca de 70 dias na bolsa até que se desenvolvam por completo. A mãe pari 21 filhotes mas como não há lugar na bolsa, apenas uns 9 sobrevivem. Muito comum em Itanhaém, Ubatuba, em todo Litoral Sudeste do Brasil e interior.
Tatu
Há diversas espécies no Brasil (24 - vinte e quatro!). Infelizmente, mesmo protegidas por Lei, algumas ainda são caçadas criminosamente devido ao sabor da carne.
Tatu Canastra
Está ameaçado de extinção e já está sendo considerado como um dos primeiros animais Brasileiros a ser extinto. Há notícias de que havia apenas um animal em cativeiro no Zoológico de Goiânia e o mesmo fugiu. Contudo, devido à grandiosidade do território do Brasil, esperamos que ainda hajam muitos em refúgios naturais. Os Índios o perseguiam para com sua concha fazer enfeites. O mesmo ocorria com os caboclos que o caçavam para fazer cesta, a canastra, daí o nome do animal. Tem 1 ou 2 filhotes mas nunca foi reproduzido no cativeiro. Era de grande ajuda aos cafeicultores pois destruía a chamada cigarrinha que infestava as raízes dos cafezais.
Tatupeba
Ainda continua a ser caçado embora seja protegido pela legislação. Sai sempre para caçar à noite e tem muitos filhotes. É um animal que pode ser domesticado, chegando até mesmo a pedir carinho para que lhe cocem as costas. Alimenta-se de besouros, minhocas, lagartixa e carniça. É chamado também de papa-defunto pois vai até em cemitérios para roubar comida - mas também ataca as roças de batata doce. Curiosidade: uma lenda antiga do sertão, da época dos Índios, conta que antigamente havia um tatu gigante que invadia as roças dos Índios e que possuía a ponta do rabo cheia de espinhos. O que se estranha é que realmente houve um tatu deste tipo mas a 60 mil anos atrás, numa época quando sequer os Índios haviam migrado, possivelmente desde o Caribe, para o Brasil.
Saruê ou Sariguê
Queixada
Tatu
"Respeite Tudo o Que tem Vida, Pois é Seu Próximo!"
Nota: Este material é para fim cultural, direitos reservados.
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