Mariana Fernandes se disse chocada ao ver a exposição Feirinha dos envenenados de cada dia, no Ceubinho, na Universidade de Brasília (UnB). Como toda feira, frutas, verduras e legumes estão expostos, mas ao invés do preço ao lado, as taxas de contaminação por agrotóxico tomam seu lugar. "Estou pasma de saber que eu ingiro veneno junto ao alimento. É preocupante eu comer e não saber de nada disso", afirmou a estudante do 5º semestre de História.
O diretor do documentário O veneno está na mesa, Sílvio Tendler, conta que a aluna não é a única a desconhecer os dados. "O assunto era apenas papo de bicho-grilo. Depois que a grande mídia começou a perceber que também era vítima da política generalizada de esvaziar a importância do problema, ela começou a tratar do assunto de uma maneira pública. Daí a questão se agravou porque depois que chega à grande mídia, fica difícil controlar a informação". Para o diretor, as pessoas não sabem a importância do mal que o veneno faz.
De acordo com Sílvio Tendler, é bem difícil estabelecer quais são os efeitos dos agrotóxicos para os consumidores porque há uma mistura tão grande desses venenos que as pessoas se tornam vulneráveis. Mas ele afirma que o crescimento da incidência de algumas doenças como o mal de Alzheimer e o câncer indicam uma relação com a contaminação da comida. Embora não haja provas científicas, muitos especialistas defendem que essa relação exista. "Acho que não vale a pena pagar para ver", diz Silvio.
A feira faz parte do seminário Crise do Capital, Chagas da Terra e Luta dos Povos pela Vida, organizado pelo Núcleo de Pesquisa sobre Poder Local, Políticas Urbanas e Serviço Social e pelo Núcleo de Estudos Cubanos.
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