Cerca de 333 mil quilômetros quadrados (km2) – um território equivalente a 11 Bélgicas, dois Reinos Unidos e uma Malásia foi devastado na floresta amazônica nos últimos 20 anos. Os dados foram apresentados pelo governo federal nesta sexta-feira, 20 de maio, em meio as celebrações do Dia Internacional da Biodiversidade, lembrado no domingo (22).Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a discussão sobre o tema não está restrita à proteção de plantas e animais. “A sociedade brasileira tem que entender o que significa a conservação da biodiversidade no seu dia a dia”, afirmou à Agência Brasil. “É importante que cada um entenda o que significa biodiversidade e o que isso tem a ver diretamente com a qualidade de vida, qualidade do crescimento econômico e do desenvolvimento social do país”, completou a ministra.Mesmo com toda a destruição registrada no Brasil nas últimas duas décadas, o país detém a quarta maior área do mundo coberta por unidades de conservação – mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, o que equivale a 8,5% do território brasileiro.Segundo Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atualmente 10% de toda a biodiversidade brasileira é responsável por 50% dos fármacos e cosméticos produzidos no mundo inteiro. “Conservar a nossa biodiversidade é garantir o nosso futuro no ponto de vista ambiental e econômico porque, a partir dessa biodiversidade, podemos garantir a sustentação do ser humano na Terra”, lembrou.Para o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, o grande desafio do Brasil é definir estratégias para os próximos anos, compatíveis com as metas internacionais aprovadas na 10ª Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica (COP10), realizada entre outubro e novembro de 2010 em Nagoya, no Japão.“Nosso compromisso é finalizar isso para a Conferência Rio+20, no ano que vem, para aprovar quais serão as estratégias e metas por meio de um amplo diálogo com a sociedade”, adiantou Dias. “Preservar a biodiversidade não é função só do governo, e sim de cada um de nós”, completou o secretário do ministério.Falha na conservaçãoNa opinião da jornalista Miriam Leitão, o Brasil deixa a desejar quando o assunto é a conservação de sua biodiversidade (embora esta seja a maior do mundo). “Alguns países administram a escassez e nós administramos a abundância. Acho que não estamos sabendo fazer isso, como mostram os dados de desmatamento.”A insustentabilidade de algumas práticas na agricultura foi apontada pela jornalista como um dos problemas nesse sentido. “A pecuária brasileira pode ser muito mais eficiente. Em vez de pecuária intensiva, que é largar o boi no pasto, poderia investir em áreas menores, de forma mais eficiente, e liberando mais terra para agricultura. Em várias áreas, a relação é de um boi para um hectare. É muita terra desperdiçada. Você pode usar melhor, porque a terra é rica”, argumentou.O Dia Internacional da Biodiversidade foi instituído pela Organizações das Nações Unidas (ONU) em 1993. A partir de 2000, a data passou a ser comemorada no dia 22 de maio. Biodiversidade é o termo usado para designar a variabilidade de organismos vivos (flora, fauna, fungos e micro-organismos) existentes no planeta e responsáveis pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas.
Fonte: EcoD
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